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O PAPEL DO ENFERMEIRO JUNTO À FAMÍLIA DO IDOSO ACAMADO pdf

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Prévia do material em texto

ELAINE CRISTINA VENÂNCIO 
IVANI LIMA PEREIRA 
MICHELE VALIN DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO JUNTO À FAMÍLIA DO IDOSO 
ACAMADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bragança Paulista 
2012
ELAINE CRISTINA VENÂNCIO - 001200900885 
IVANI LIMA PEREIRA - 001200900809 
MICHELE VALIN DA SILVA - 001200900884 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO JUNTO À FAMÍLIA DO IDOSO 
ACAMADO 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de Graduação 
em Enfermagem da Universidade São 
Francisco, Campus Bragança Paulista, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Enfermagem. 
 
Orientação: Prof.ª Grazielle Cristina dos 
Santos Bertolini 
 
 
 
Bragança Paulista 
2012 
 
 
ELAINE CRISTINA VENÂNCIO 
IVANI LIMA PEREIRA 
MICHELE VALIN DA SILVA 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO JUNTO À FAMÍLIA DO IDOSO 
ACAMADO 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de Graduação 
em Enfermagem da Universidade São 
Francisco, Campus Bragança Paulista, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Enfermagem. 
Orientação: Prof.ª Grazielle Cristina dos 
Santos Bertolini 
 
Data de aprovação: ___/___/___ 
 
 
 
Banca examinadora: 
_________________________________________________
Prof.ª Grazielle Cristina dos Santos Bertolini (Orientadora) 
Universidade São Francisco 
 
_________________________________________________ 
Prof.ª Elis Regina Varalda Rodrigues (Examinadora) 
Universidade São Francisco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho ao nosso grande amigo André, que nos 
acompanhou durante essa etapa e hoje nos assiste lá dos Céus, 
vibrando por esta vitória! 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Primeiramente ao nosso bom Deus, que permitiu a nossa caminhada até aqui. 
 
 A meus pais Jésus e Lidinha, pelo apoio afetivo, financeiro e que mesmo distantes, 
ensinaram-me a não desistir nunca. 
 A minha querida irmã, Cristiane, pela amizade, incentivo e ajuda nos momentos em 
que mais precisei. 
 A meu noivo, Silvio, que mesmo com suas dificuldades, ainda tinha paciência para me 
ouvir e me consolar. 
 A meu sobrinho Enzo, que me faz sorrir e tem o dom de engrandecer sempre os meus 
dias. A minha sobrinha (o) que ainda não nasceu, mas já é muito amada por todos. 
 A minha saudosa e querida Vó e Madrinha, que já não se encontra mais aqui, por tudo 
que ela fez por mim, por seus eternos conselhos e sabedoria de vida. 
 Elaine. 
 
 A meus pais Tarcisio e Antonia pela colaboração, apoio e incentivo durante toda essa 
trajetória. 
 A meu esposo Júlio César pela compreensão e por estar sempre presente nos 
momentos difíceis. 
 A minha querida e amada filha Heloísa, pela imensa alegria que me proporciona todos 
os dias, apesar dos períodos de ausência nesses 4 anos. 
 E a todos aqueles que de alguma forma me auxiliaram a alcançar este objetivo. 
 Ivani. 
 
A minha mãe Arlete por estar presente nos momentos em que precisei. 
 A meu pai José Joaquim e sua esposa Magda, por todo apoio e incentivo dedicados. 
 A meus irmãos e seus conjuges, em especial Lincoln e Fátima, pelas horas dedicadas a 
me ouvir, consolar e também incentivar. 
 A meus sobrinhos que sempre me alegraram e compreenderam a minha ausencia. 
 A minha querida avó D. Gilda e tios pelo zelo e cuidado. 
 A Elton, pela paciência ao me ajudar nos estudos, por ouvir minhas lamentações e 
proporcionar momentos de alegria e distração. 
 
 
 A todos os amigos e colegas que comigo estiveram durante esta etapa. 
Michele. 
 
Enfim, agradecemos 
Aos professores da graduação pela excelência no ensino. 
 A querida orientadora, Grazielle pelo carinho, dedicação, motivação de sempre e pela 
confiança em nós depositada. 
 A Equipe de Saúde da Família Vila Palmira de Socorro que nos acolheu e permitiu 
com que este trabalho fosse realizado. 
 Aos cuidadores e idosos que contribuíram para a concretização deste trabalho. 
Ao companheirismo, apoio, motivação e amizade por nós construída nesses longos 
anos que passamos juntas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Conheça todas as teorias, 
domine todas as técnicas, mas 
ao tocar uma alma humana seja 
apenas outra alma humana.” 
Carl G. Jung 
http://pensador.uol.com.br/autor/aristoteles/
 
 
RESUMO 
 
O envelhecimento é um processo biológico, vital, dinâmico e progressivo, onde ocorrem 
mudanças morfológicas, funcionais e bioquímicas, passíveis de interferir na capacidade do 
indivíduo em adaptar-se ao meio, dispondo-o à vulnerabilidade aos agravos e doenças, 
acarretando no comprometimento de sua qualidade de vida e saúde. Logo, o presente estudo 
aborda o papel do enfermeiro junto à família do idoso fragilizado/acamado. Considerando a 
importância da Estratégia de Saúde da Família (ESF) que atua na promoção da saúde e na 
prevenção de doenças, minimizando os agravos instalados no processo saúde doença, 
abordou-se este tema com o intuito de analisar a situação dos idosos acamados como também 
a percepção destes e de sua família em relação ao papel do enfermeiro na atenção domiciliar. 
Para a coleta de dados foram elaborados questionários com perguntas abertas e fechadas, 
desenvolvidos, aplicados e interpretados pelos pesquisadores para conhecer o perfil da 
população de idosos, cuidadores e profissionais de saúde da ESF II - Vila Palmira, Socorro – 
SP. Os resultados apontaram que o perfil do estudo nos mostra a tendência demográfica 
nacional, ou seja, a aceleração do envelhecimento. Assim, foram observados dados como: 
mulheres vivendo mais que homems, a aposentadoria como única fonte de renda, idosos 
frágeis e dependentes, portadores de várias doenças crônicas. A respeito dos cuidadores, foi 
possível identificar que em sua maioria são mulheres, pertencentes à família do idoso 
acamado/fragilizado e recebem pouca orientação para a realização dos cuidados. Quanto ao 
perfil dos profissionais da equipe de saúde, a unidade é composta por agentes comunitários de 
saúde, médico, enfermeira, técnicos de enfermagem, dentista, auxiliar de dentista e servente, a 
grande maioria é do sexo feminino. A equipe possui tempo de formação variado, mas grande 
parte com experiência de 5 a 6 anos em PSF. Dos profissionais estudados, 92% alegam 
realizarem visitas domiciliares aos idosos acamados, porém, apenas 2 afirmam ter curso de 
capacitação ao idoso. Sobre a assistência do enfermeiro ao paciente acamado, em suma, 
grande parte da equipe acredita que há um bom atendimento, entretanto os resultados se 
demonstram bastante contraditórios ao se analisar as respostas dos pacientes. Deste modo, 
pode-se também averiguar a percepção do idoso, da família e dos profissionais da saúde em 
relação ao papel do enfermeiro, contudo com divergências entre as informações coletadas. 
Portanto, esta pesquisa promoveu a concepção sobre a atual condição em que se encontra o 
idoso e seu cuidador no contexto social, econômico e cultural. Com as informações obtidas, 
conhecemos as principais necessidades a serem trabalhadas com os idosos e cuidadores, a fim 
de promover um cuidado integrado, qualificado e humanizado, de modo que o idoso tenha um 
envelhecimento ativo e saudável, evitando assim a sua institucionalização. 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: cuidador. idoso acamado. papel do enfermeiro. visita domiciliar. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Aging is a biologic, vital, dynamic and progressiveprocess, in which occurs morphologic, 
functional and biochemical changes, that can interfere in the individual’s ability to adapt to 
the environment, exposing one to the vulnerability of aggravation and deceases, 
compromising the quality of one’s life and health. The present study addresses the roll of 
the nurse together with the family of the impaired/bedbound elderly. With consideration to the 
importance of the Strategy to the Family Health (ESF) that operates to promote health and 
prevention of deceases, minimizing the damages made during the process health-deceases, 
this topic is approached with intention to analyze the situation of the impaired elderlies and 
also their perception and their families perception to the roll of the nurse in homecare. To the 
gathering of data were elaborated surveys that contains open and closed questions, developed, 
applied and interpreted by the researchers to understand the profile of the elderly population, 
caregivers and health professionals from ESF II – Vila Palmira, Socorro - SP. The results 
indicated that the profile of the study show us the national demographic tendency, i.e., the 
acceleration of the aging. Therefore, it was observed data such as: women living longer than 
men, the pension as only income, impaired and dependents elderlies, patients with many 
chronic diseases. Concerned to the caregivers, it was possible to identify that the majority are 
women which belong to the impaired/bedbound elderly and receive little orientation on how 
to perform the care. About the profile of the health professionals team, the unit is composed 
by community health staff, doctor, nurse, practical nurse, dentist, dentist assistant and janitor, 
the majority are female. The team has varied formation time, but the most part has 5-6 years’ 
experience in PSF. From the professionals in the survey, 92% claim to make home visits to 
the impaired elderlies; however, only 2 claim to have training to take care of elderly people. 
About the nurse assistance to the impaired patient, in brief, most part of the team believes that 
the service is good, but the results are very contradictory when you analyze the answers from 
the patients. Thus, it can also be verified the perception of the elder, of the family and of the 
health professionals to the roll of the nurse, although with divergences among the information 
collected. Therefore, this study promoted the conception about the actual condition in which 
the elderlies and theirs caregivers are in, under the social, economic and cultural context. With 
the obtained information, we realized the main necessities to be worked with the elderlies and 
caregivers, in order to promote an integrated, competent and humane care, in a way that the 
elderly can have a health and active aging, avoiding in this way having to be institutionalized. 
 
Key words: Caregivers, impaired elderly, roll of the nurse, homecare. 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Distribuição da amostra segundo características sócio demográficas, PSF 
Vila Palmira, Socorro/SP, 2012 (n=27).............................................................................. 
 
28 
Tabela 2 - Distribuição da amostra segundo condições clínicas de saúde dos usuários 
cadastrados na unidade de saúde PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012. (Aspectos 
clínicos n=27)...................................................................................................................... 
 
 
31 
 
Tabela 3 - Distribuição da amostra segundo características relacionadas aos cuidados 
ao idoso, PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012 (n=20)........................................................ 
 
40 
Tabela 4 - Distribuição da amostra segundo avaliação da satisfação do serviço 
prestado pela unidade de saúde, PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012 (n=20).................... 
 
44 
Tabela 5 - Distribuição da caracterização da amostra segundo tempo de formação, 
PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012, (n=12)...................................................................... 
46 
Tabela 6 - Distribuição da caracterização da amostra segundo tempo de PSF, PSF Vila 
Palmira, Socorro/SP, 2012, (n=12)...................................................................................... 
47 
Tabela 7 - Distribuição da amostra segundo percepção dos profissionais dos aspectos 
relacionados à Visita Domiciliar, PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012, 
(n=11)................................................................................................................................... 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 1 - Evolução da Proporção de Idosos e mais Idosos na População Brasileira por 
Sexo — 1920-2020.................................................................................................................... 
 
 17 
FIGURA 2 - Distribuição da população por faixa etária em 2010...................................... 
 
 17 
FIGURA 3 - Distribuição do número de idosos em relação a apresentação de 
patologias (n=27)........................................................................................................... 
 
 
 32 
FIGURA 4 - Número de Internações de idosos no município de Socorro durante o 
ano de 2011.................................................................................................................... 
 
 
 33 
FIGURA 5 - Distribuição dos pacientes amostrados segundo o tratamento 
farmacológico (n=27).................................................................................................... 
 
 
 34 
FIGURA 6 - Distribuição dos pacientes amostrados segundo condições 
fragilizado/acamado (n=27)........................................................................................... 
 
 
 35 
FIGURA 7 - Distribuição dos cuidadores por sexo e idade (n=20 em anos)............... 
 
 38 
FIGURA 8 - Distribuição do grau de parentesco dos cuidadores com o idoso (n=21) 
 
 39 
FIGURA 9 - Distribuição do grau de escolaridade dos cuidadores (n=20).................. 
 
 39 
FIGURA 10 - Dificuldades descritas pelos cuidadores ao prestar cuidados aos 
idosos (n=20)................................................................................................................. 
 
 42 
FIGURA 11 - Dificuldades encontradas pelos cuidadores ao lidar com o idoso 
(n=20)....................................................................................................................... ..... 
 
 43 
FIGURA 12 - Distribuição de profissionais da equipe de saúde segundo sexo e 
idade (n=12)................................................................................................................... 
 
 45 
FIGURA 13 - Distribuição de profissionais da equipe de saúde segundo 
cargo/função (n=12)...................................................................................................... 
 
 
 46 
FIGURA 14 - Realização de curso de capacitação ao idoso pelos profissionais de 
saúde (n=12)................................................................................................... ............... 
 
 47 
FIGURA 15 - Identificação dos problemas na atenção domiciliar no papel dos 
cuidadores (n=12).......................................................................................................... 
 
 
 51 
FIGURA 16 - Assistência do Enfermeiro ao paciente acamado (n=12)...................... 51 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ACS – Agente Comunitario de Saúde 
APAE – Associação de Pais e Alunos Especiais 
DM – Diabetes Mellitus 
ESF - Estrategia Saúde da Familia 
HA – Hipertensão Arterial 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
MS - Ministério da Saúde 
PAISI - Programa de Assistência Integral à Saúde do Idoso 
PNSPI – Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
PSF - Programa de Saúde da Família 
SIH/SUS- Sistema de Informações Hospitalares do SUS 
SUS – Sistema Único de Saúde 
VD - Visita Domiciliar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 16 
 2.1 ENVELHECIMENTO............................................................................................ 16 
2.2 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL.............. 16 
2.3 ATENÇÃO INTEGRAL AO PACIENTE IDOSO............................................... 18 
2.3.1 O papel do enfermeiro.......................................................................................... 19 
2.3.1.1 Visita domiciliar................................................................................................ 19 
2.3.2 O papel da família e do cuidador.......................................................................... 20 
2.3.3 O paciente acamado.............................................................................................. 20 
3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 22 
4 OBJETIVOS............................................................................................................. 23 
4.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 23 
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................. 23 
5 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................... 24 
5.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO............................................................... 24 
5.2 CLASSIFICAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO....................................................... 24 
5.3 PERFIL DA AMOSTRA....................................................................................... 24 
5.4 CRITÉRIOS DO ESTUDO.................................................................................... 25 
5.4.1 Critérios de inclusão............................................................................................. 25 
5.4.2 Critérios de exclusão............................................................................................ 25 
5.5 COLETA DE DADOS........................................................................................... 25 
5.6 PROCEDIMENTO ÉTICO-LEGAL...................................................................... 26 
5.7 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE........................................................................ 26 
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 27 
6.1 PERFIL DOS IDOSOS DO PSF II VILA PALMIRA............................................ 27 
6.1.1 Perfil sócio-demográfico dos idosos..................................................................... 27 
6.1.2 Perfil das condições clínicas de saúde dos idosos................................................ 30 
6.2 PERFIL DOS CUIDADORES DO PSF II VILA PALMIRA................................ 37 
6.3 PERFIL DOS PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE SAÚDE DO PSF II VILA 
PALMIRA..................................................................................................................... 
 
 44 
 
 
6.3.1 Perfil demográfico................................................................................................ 44 
6.4 PERCEPÇÃO DOS AUTORES FRENTE AO PROCESSO DE 
PESQUISA.................................................................................................................... 
 
 52 
7 CONCLUSÃO........................................................................................................... 54 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 55 
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 56 
APÊNDICES............................................................................................................... 62 
ANEXOS...................................................................................................................... 67 
14 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 O envelhecimento é um processo progressivo no qual o corpo é submetido a diversas 
modificações fisiológicas, que influenciam na adaptação do indivíduo ao seu meio, tornando-
o susceptível às doenças e suas complicações e comprometendo sua qualidade de vida e saúde 
(SOUZA; SKUBS; BRÊTAS, 2007). Atualmente, no Brasil, os idosos representam 7,4 % da 
população total, evidenciando um crescente percentual nos últimos anos (INSTITUTO 
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍTICA - IBGE, 2010). Isto demonstra um 
processo de envelhecimento populacional brasileiro, mas que ocorre em ritmos diferentes de 
região para região (CONCEIÇÃO, 2010). Segundo o IBGE (2010), a razão desse crescimento 
é a soma de dois indicadores: a queda dos níveis de fecundidade e o aumento da longevidade 
da população e que traz como consequência o aumento das taxas de óbitos dessa faixa etária 
no total de mortes. 
Perante o envelhecimento populacional, o objetivo não é somente o prolongamento da 
vida, mas, sobretudo, a conservação da capacidade funcional do paciente, de modo que o 
idoso fique independente pelo maior tempo possível. Assim, faz-se necessária a garantia do 
acesso universal à atenção primária, programas públicos para controlar fatores de risco às 
doenças, estabelecimento de indicadores de pacientes de alto risco, programas de incentivo 
para uma vida saudável, promoção da saúde e prevenção de doenças, avaliação do idoso como 
um todo, com a finalidade principal de conservação da capacidade funcional do paciente 
(Soares et al., 2001 apud COSTA, PORTO e SOARES, 2003). De acordo com o Art. 230 da 
Constituição Federal Brasileira (1988) “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de 
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua 
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”. 
Em razão do elevado número de idosos brasileiros, da precária assistência à sua saúde 
e da dependência de cuidado constante, faz-se primordial conhecer todo o processo de 
cuidado ao idoso, bem como dos seus cuidadores (ZANDONA, 2008). Pois, em virtude a esse 
rápido envelhecimento da população, conseqüentemente, aumenta o número de idosos 
acamados, fragilizados, dependentes e com suas necessidades básicas comprometidas, logo, é 
imprescindível o conhecimento aprofundado que aponte os diagnósticos de enfermagem mais 
comuns nesse grupo de pacientes e, deste modo, possibilitar um planejamento competente de 
15 
 
 
intervenção e cuidados efetivos, que promova bem-estar e melhore a qualidade de vida da 
população idosa (FIGUEIREDO et al., 2008). 
Neste contexto, exige uma necessidade do direcionamento dos cuidados e da atenção 
ao idoso acamado, atendendo suas necessidades básicas, e, ao mesmo tempo, assistir suas 
famílias, já que são elas que garantem a continuidade da assistência ao idoso no domicílio. 
Para tanto, o profissional de saúde deve orientá-las a respeito do cuidado ao paciente e seus 
direitos de saúde; observando suas multinecessidades, fragilidades e limitações, de modo que 
ofereça suporte e condições para enfrentarem a complicada situação de ter um familiar idoso 
acamado sob seus cuidados (SILVA et al., 2011). 
Portanto, este estudo destaca uma perspectiva para o cuidado de enfermagem ao 
paciente idoso acamado, propondo uma pesquisa em uma Estratégia de Saúde da Família 
(ESF), que conta com uma enfermeira assistencial e uma equipe de saúde com 12 
profissionais, que atendem uma população de aproximadamente 3.500 pessoas, sendo750 
famílias, com uma média de 8 integrantes por família. Dentre a população assistida, serão 
selecionados os pacientes idosos acamados, sendo inclusos aqueles com extrema dificuldade 
de locomoção. 
Por fim, este trabalho apresenta como proposta a busca dos principais fatores que 
interferem no fenômeno do envelhecimento bem como das complicações das diversas doenças 
que acometem os idosos acamados, com enfoque no papel do enfermeiro na atenção 
domiciliar, a fim de possibilitar uma assistência humanizada e com qualidade, capaz de 
oferecer um envelhecimento ativo e saudável ao paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 Envelhecimento 
 
 
O envelhecimento é um processo biológico, que se apresenta em cada ser humano 
idoso de um modo particular. Se fosse possível quantificar o envelhecimento conforme a 
perda da capacidade de cada órgão, a velhice significaria uma etapa de falência e 
incapacidades na vida. Entretanto, este fenômeno natural e evolutivo que acomete todos os 
seres vivos, não obrigatoriamente incapacita, pois os seres humanos não necessitam de toda 
totalidade de reserva funcional para viver bem e com qualidade. (MARTINS et al., 2007). 
Nesta fase vital, dinâmica e progressiva ocorrem mudanças morfológicas, funcionais e 
bioquímicas, que interferem na capacidade do indivíduo em adaptar-se ao meio, dispondo-o à 
vulnerabilidade aos agravos e doenças, acarretando no comprometimento de sua qualidade de 
vida e saúde (SOUZA, SKUBS, BRÊTAS, 2007). 
Para COSTA, PORTO, SOARES, 2003 
o processo de envelhecimento caracteriza-se por diminuição da reserva 
funcional, que somada aos anos de exposição a inúmeros fatores de risco, 
torna os idosos mais vulneráveis às doenças. Eles são geralmente portadores 
de múltiplas enfermidades crônicas e incapacitantes e, por isso, são 
importantes consumidores dos recursos orçamentários destinados à saúde. 
 
2.2 Perfil Epidemiológico da População Idosa No Brasil 
 
 
Atualmente, ocorre uma transformação mundial no perfil de faixas etárias da 
população. Em países antigamente apresentavam um número elevado de jovens, hoje, passam 
por um processo de envelhecimento da população (CHAVES et al., 2009). Segundo o censo 
demográfico de 2000 (VEIGA, MENEZES, 2008), a população de pessoas idosas com 60 
anos ou mais era de 14,6 milhões, correspondia a 8.5% da população total do Brasil; 
consequentemente, projeções demográficas indicam para 2025 um total de 32 milhões de 
idosos, atingindo um percentual de 15% da população brasileira. A Figura 1 apresenta a 
Evolução da Proporção de Idosos no Brasil dos anos de 1920 a 2020. O aumento deste extrato 
17 
 
 
populacional tende a conduzir para a maior incidência de doenças crônico-degenerativas, com 
suas co-morbidades comuns na velhice (CAMARANO, 2002). 
 
 
FIGURA 1 - Evolução da Proporção de Idosos e mais Idosos na População Brasileira por Sexo — 
1920-2020. Fonte: IBGE, vários censos demográficos. Projeções populacionais IPEA (2002). 
 
O censo demográfico de 2010 (IBGE, 2011) apresenta um aumento da população 
idosa comparado ao censo de 2000, conforme mostra os dados da Figura 2. 
 
 
FIGURA 2 – Distribuição da população por faixa etária em 2010. Fonte dos dados: IBGE, 2011. 
 
18 
 
 
A população do Brasil está em fase de envelhecimento, entretanto as regiões 
envelhecem em ritmos diferentes. O envelhecimento é um fator considerável ao se planejar as 
estratégias de saúde e previdência; pois, este processo provoca impactos significativos sobre 
os gastos públicos, o que demanda melhor infraestrutura, melhores tecnologias e profissionais 
mais capacitados, o que acarreta em intervenções mais custosas com hospitalizações, 
internações hospitalares e permanência em lares para idosos (CONCEIÇÃO, 2010). 
Na grande maioria dos estudos sobre envelhecimento populacional, é predominante a 
preocupação com o aumento o sobre os gastos previdenciários e a utilização dos serviços de 
saúde devido ao crescimento da população idosa (CAMARANO, 2002). Devido ao 
envelhecimento da população brasileira, torna-se urgente à implementação políticas de saúde 
voltadas ao paciente idoso, que preservem os seus direitos à saúde, com atendimento integral 
e de qualidade (CHAVES et al., 2009). 
 
2.3 Atenção Integral Ao Paciente Idoso 
 
 
O cuidado do idoso na Atenção Básica é um tema bastante abordado na área da saúde, 
e é decorrente do crescente aumento da expectativa de vida da população brasileira, sendo 
assim, existe a necessidade de um cuidado específico para que a população da terceira idade 
tenha uma qualidade de vida adequada e, principalmente humanizada. A preocupação com 
esta faixa etária levou o Ministério da Saúde (MS) a desenvolver uma política pública de 
assistência, o Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso (PAISI), cujo objetivo é manter 
o estado de saúde para que se atinja o máximo de vida ativa na comunidade e na família, com 
maior grau de independência funcional (BRASIL, 2006a). Este programa ainda é novo, porém 
com uma abordagem mais ampla, contando com o auxílio dos Programas de Saúde da Família 
(PSF), os quais desenvolvem atividades para atingir os objetivos propostos. 
Portanto, é essencial a responsabilidade dos profissionais da saúde em proporcionar 
uma atenção em saúde que promova um envelhecimento saudável e ativo, objetivando a 
prevenção do surgimento de enfermidades crônicas ou a redução de eventuais complicações 
(UNICOVSKY, 2004). 
 
 
 
19 
 
 
2.3.1 O papel do enfermeiro 
 
 
A atuação do enfermeiro é de extrema importância para um envelhecimento saudável, 
segundo Gaioli (2010) a principal função dos enfermeiros na atenção básica, de acordo com 
as normas de operacionalização da assistência à saúde é, 
 
prestar assistência individual e coletiva, levando em conta as necessidades da 
população, aliando a atuação clínica à prática de saúde coletiva, realizando 
cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências clínicas, 
realizando consulta de enfermagem, solicitando exames complementares, 
prescrevendo ou transcrevendo medicações. Executa as ações de assistência 
integral a criança, a mulher, ao adolescente, ao adulto e ao idoso. 
 
A equipe de enfermagem tem uma função essencial na educação em saúde, assistência 
e formação de recursos humanos, visando a promoção de saúde (Litvoc, Brito, 2004 apud 
ROCHA et al., 2011; Sousa et al. 2008 apud ROCHA et al., 2011). Neste sentido, enfermeiros 
têm buscado efetivamente novas e mais humanizadas perspectivas para o cuidado com a 
população, principalmente a população idosa (ROCHA et al., 2011). Portanto, a Enfermagem 
é ferramenta ativa e efetiva do ato de cuidar, sendo considerada uma presença próxima e 
aberta para o ser cuidado, no trabalho do processo dinâmico de saúde, adoecimento e bem-
estar de cada indivíduo (LEITE, GOMES E CLAUDINO, SANTOS, 2009). 
 
2.3.1.1 Visita domiciliar 
 
As visitas domiciliares (VD) promovem a aproximação do enfermeiro com seus 
pacientes (SILVA, 2009). Assim, é necessário ressaltar a importância da visita domiciliar 
como peça fundamental ao cuidado do idoso. Durante uma VD, tanto a enfermagem como 
toda a equipe podem observar de perto o ambiente domiciliar do idoso, o convívio com a 
família, levantando dados nem sempre relatados numa consulta dentro da unidade, como 
objetos ou mobílias que oferecem risco de quedas, banheiro fora da casa, alimentação e 
higiene, além de situações de violência. Com essa visão, o enfermeiro pode mudar o enfoque 
do cuidado, orientar melhor a família ou o cuidador a respeito de situações de risco e nutrição, 
visando à proteção do idoso e promoção da saúde, podendo assim obter resultados positivos 
20 
 
 
no tratamento de doenças crônico-degenerativas, tais como Hipertensão Arterial (HA), 
Diabetes Mellitus (DM), entre outras comuns da idade (DUARTE, 2000). 
Duarte (2000, p. 68) aindaafirma que 
a qualidade de vida dos idosos e de seus cuidadores familiares pode ser 
melhorada pela intervenção de cuidadores profissionais trabalhando em seus 
domicílios e essas intervenções devem ser no sentido de manter e 
implementar o bem-estar físico, emocional e cognitivo do idoso, ajudar a 
família a superar conflitos gerados pela situação de cuidado, ajudá-la a tomar 
as providências necessárias a incrementar a qualidade de vida do idoso. 
 
 
2.3.2 O papel da família e do cuidador 
 
 
Um dos principais problemas enfrentados pelo paciente acamado é a necessidade de 
cuidado domiciliar (FONSECA, 2010). 
Silva et al. (2011) em estudo sobre a convibilidade da família com o idoso acamado no 
domicílio, relatou que é primordial a percepção de família como unidade de saúde 
permanente e estável para seus membros. Logo, o idoso acamado deve ser prioridade frente às 
políticas públicas de saúde, já que este tem necessidade de maiores cuidados (Fried e 
Walston, 2003 apud LINCK e CROSSETTI, 2011), maior suporte familiar e social e 
principalmente maior atenção da equipe de enfermagem (LINCK e CROSSETTI, 2011). 
Geralmente, os familiares assumem o papel de cuidadores do idoso, uma vez que tem 
a responsabilidade direta e vínculo afetivo. Seja por vontade, disponibilidade ou capacidade, 
na maioria das vezes, a função do cuidador é admitida por uma única pessoa, o cuidador 
principal, que assume as tarefas de cuidado, sendo o responsável por atender às necessidades 
do idoso (Brasil, 2006b apud SILVA et al., 2011). 
 
2.3.3 O paciente acamado 
 
 
A condição de idoso acamado deve-se à redução da capacidade funcional e do grau de 
fragilidade, decorrentes da idade avançada associada às patologias crônicas. Então, para a 
definição de “envelhecimento com dependência”, é considerável como fator implicante a 
prevalência de doenças crônicas na população idosa (CALDAS, 2003). 
21 
 
 
O idoso acamado pode desenvolver diversas complicações em vários órgãos e 
sistemas do organismo (FONSECA, 2010). Neste contexto, a prevenção do desenvolvimento 
ou agravamento da fragilidade é possível através de uma avaliação integral do idoso pelo 
enfermeiro, reduzindo, assim, as taxas de hospitalizações, internações e os índices de 
morbimortalidade. (Macedo, Gazzola, Najas, 2008 apud LINCK e CROSSETTI, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
3 JUSTIFICATIVA 
 
 
Por entendermos que a ESF atua na promoção da saúde e na prevenção de doenças, 
minimizando os agravos instalados no processo saúde doença, acreditamos que a visita 
domiciliar é uma atividade que propicia estarmos junto ao paciente e à sua família inseridos 
no território através dos princípios de vinculo, acolhimento e humanização. 
Segundo diretrizes do MS (BRASIL, 2006b) a família é de vital importância para um 
processo de envelhecimento com mais autonomia, e neste sentido o papel desenvolvido pelos 
cuidadores devem ser o menos adoecedor possível. Pois no cenário atual e de acordo com as 
projeções demográficas esta população tende a aumentar necessitando cada vez mais de 
assistência do profissional de saúde de forma resolutiva e integral. 
Este estudo se fez necessário, pretendendo contribuir com a literatura acadêmica no 
sentido de trazer experiências para qualificar os serviços de atenção ao idoso e reafirmar o 
papel do enfermeiro enquanto agente de promoção a saúde não só no âmbito individual e sim 
coletivo e familiar, que na atualidade vem se mostrando pouco eficaz para atender a 
população idosa, de modo que exerça uma assistência humanizada e com qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
4 OBJETIVOS 
 
 
4.1 Objetivo Geral 
 
 
 Este trabalho teve como objetivo analisar a situação dos idosos acamados como 
também a percepção destes e de sua família em relação ao papel do enfermeiro na atenção 
domiciliar. 
 
4.2 Objetivos Específicos 
 
 
 Conhecer o perfil do idoso em relação aos aspectos sócio-demográficos, morbidade e 
familiares; 
 Identificar junto à família, idoso e equipe de saúde cuidadora a percepção em relação 
ao papel do enfermeiro na assistência ao idoso. 
 Conhecer o papel do enfermeiro na assistência domiciliar ao paciente idoso acamado; 
 Reconhecer o papel do cuidador enquanto potencializador de uma assistência 
domiciliar qualificada; 
 Conhecer as questões familiares na melhoria/diminuição da qualidade de vida desses 
idosos. 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
5 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 
5.1 Levantamento Bibliográfico 
 
 
 Para subsidiar o processo de construção da pesquisa, realizou-se um levantamento 
bibliográfico sobre o assunto em questão de modo que propiciou aos pesquisadores 
conhecimento e atualização técnica, abordou-se o cuidado com o idoso acamado pela equipe 
de enfermagem, e contribuiu para a qualidade do estudo proposto, foi utilizado como 
descritores para busca nas bases de dados LILACS, BIREME, SCIELO e as palavras chaves: 
cuidado domiciliar, idoso acamado, enfermeiro e cuidador. 
 
5.2 Classificação e Local do Estudo 
 
 
 Foi realizada uma pesquisa de campo de natureza qualiquantitativa do tipo 
exploratório descritiva, realizada no ESF II – Vila Palmira, situado a Rua Estevam Bozolla nº 
195, no bairro Vila Palmira do município de Socorro, estado de São Paulo. 
 
5.3 Perfil da Amostra 
 
 
 A amostra foi composta por: 30 idosos, acima de 60 anos, que estavam cadastrados na 
unidade de pesquisa e que eram alvos de atenção domiciliar por estarem 
fragilizados/acamados, dos quais somente 27 aceitaram participar da pesquisa; participaram 
também, os cuidadores diretos (família ou não), totalizando 20 cuidadores, sendo que 1 
cuidador é responsável por 2 idosos e 13 profissionais de saúde da unidade que prestam 
assistência no domicilio independente da formação profissional, no qual apenas 1 não 
respondeu a pesquisa. 
 
 
 
25 
 
 
5.4 Critérios do Estudo 
 
 
5.4.1Critérios de inclusão 
 
 
 A população inclusa foi: 
- idosos (maior que 60 anos) que necessitavam de assistência domiciliar e que eram 
cadastrados na unidade; 
- familiares ou cuidadores maiores de 18 anos, que realizavam assistência; 
- profissionais de saúde que trabalhavam na unidade há mais de 1 ano, e que tinham 
mais que 18 anos. 
- toda população do estudo que aceitou participar da pesquisa, através assinatura de 
termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A). 
 
5.4.2 Critérios de exclusão 
 
 
 Foi excluída a população que não se enquadrava no perfil acima referido e que não 
aceitou participar da pesquisa. 
 
5.5 Coleta de Dados 
 
 
 Para coleta de dados foram elaborados questionários de perguntas com questões 
abertas e fechadas, desenvolvidos, aplicados e interpretados pelos pesquisadores para 
conhecer o perfil da população de idosos, cuidadores e profissionais de saúde, sendo o 
conteúdo diferente de acordo com os objetivos específicos propostos (Apêndice B, C, D). 
 
 
 
 
26 
 
 
5.6 Procedimento Ético-Legal 
 
 
 O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade 
São Francisco e registrado no SISNEP sob o protocolo CAAE número 0476.0.142.000-11 
(Anexo A) e autorizado pela Secretaria de Saúde do município de Socorro. (Anexo B). 
 Após estarem cientes e concordarem em participar da pesquisa, todos assinaram o 
termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). 
 
5.7 Procedimento de Análise 
 
 
 Foi feita uma pesquisa de campo de natureza qualiquantitativa do tipo exploratória 
descritiva, realizada no PSF II – Vila Palmira, situado a Rua Estevam Bozolla nº 195, no 
bairro Vila Palmira do município de Socorro, estado de São Paulo, no mês de julho de 2012. 
Os dados foram analisados, agrupados e discutidos em forma de tabelas e gráficos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO6.1 Perfil dos idosos do PSF II Vila Palmira 
 
 
 6.1.1 Perfil sócio-demográfico dos idosos 
 
 
Foi realizada uma análise dos prontuários dos pacientes atendidos e deste modo, feito 
um levantamento do número dos idosos acamados cadastrados na unidade. No entanto, no 
momento da coleta dos dados, dos 30 idosos cadastrados, 27 aceitaram responder ao 
questionário e 3 idosos não aceitaram participar da pesquisa. Observou-se também que dos 27 
idosos que aceitaram participar da pesquisa, somente 3 idosos encontravam-se acamados de 
fato e que os demais (n=24) se encontravam fragilizados devido idade e condições de saúde. 
 Segundo Brasil (2006b), 
 
a fragilidade constitui-se em uma síndrome multidimensional envolvendo 
uma interação complexa dos fatores biológicos, psicológicos e sociais no 
curso de vida individual, que culmina com um estado de maior 
vulnerabilidade, associado ao maior risco de ocorrência de desfechos 
clínicos adversos - declínio funcional, quedas, hospitalização, 
institucionalização e morte. 
 
 
A tabela a seguir apresenta os aspectos demográficos dos idosos entrevistados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Tabela 1 – Distribuição da amostra segundo características sócio demográficas, PSF 
Vila Palmira, Socorro/SP, 2012 (n=27). 
Variáveis n % 
Idade (em anos) 
60 a 64 0 0 
65 a 69 3 11,1 
70 a 74 5 18,5 
75 a 79 5 18,5 
80 ou mais 14 51,9 
Sexo 
Masculino 9 33,3 
Feminino 18 66,7 
Estado civil 
Solteiro 4 14,81 
Casado 11 40,74 
Desquitado 0 0 
Viúvo 12 44,45 
Possui filhos 
Sim 23 85,19 
Número de filhos 
1 a 5 11 40,74 
 5 ou mais 12 44,45 
 Não 4 14,81 
Escolaridade 
Ensino fundamental 9 33,3 
Ensino médio 1 3,7 
Nível superior 0 0 
Não alfabetizado 17 63 
Renda (em salários mínimos) 
Menos de 1 1 3,7 
De 1 a 4 25 92,6 
De 5 a 8 1 3,7 
Renda proveniente de 
Aposentadoria 25 92,6 
Aluguéis 2 7,4 
Pensão 0 0 
Ajuda de familiares 0 0 
Reside com 
Sozinho 7 25,9 
Família 19 70,4 
Outros 1 3,7 
 
 
 Na Tabela 1, que apresenta o perfil sócio demográfico do grupo de idosos entrevistados, 
em relação à faixa etária, a idade predominante foi de 80 anos ou mais (52%), seguindo 70 a 
74 anos (18%). Segundo Martins et al. (2007), estas informações nos mostram indivíduos 
longevos, o que contribuiu para a obtenção de uma amostra de senis portadores de 
29 
 
 
determinada dependência, pois “estes dados corroboram o crescimento da população idosa no 
Brasil”. 
 Quanto ao sexo, houve uma predominância de mulheres (67%), Camarano (2004) 
justifica que “a proporção do contingente feminino é mais expressiva quanto mais idoso for o 
segmento, fato este explicado pela mortalidade diferencial por sexo”. Sendo assim, o maior 
número de mulheres mais idosas se deve à exposição aos diversos riscos ocupacionais; ao 
maior número de mortes por causas externas entre a população masculina; diferenças na 
ingestão de álcool e tabaco e diferenças de costumes em relação às enfermidades, já que, as 
mulheres frequentam mais os serviços de saúde (FELICIANO, MORAES, FREITAS, 2004). 
 Em relação ao estado civil, predominaram viúvos (44%) e casados (41%). Nesta 
perspectiva, Turatti (2012) afirma que quanto maior o envelhecimento da população, maior é 
a possibilidade de mulheres senis viverem sós. Agregando-se a esses fatores psicossociais as 
regras culturais que prevalecem na sociedade, que levam a população masculina a se casarem 
novamente, na maioria das vezes com companheiras jovens, sendo a nova união para viúvos 
muito mais comum do que para viúvas. 
 Verificou-se também que dos idosos entrevistados, 12 possuem entre 5 ou mais filhos, 
11 possuem entre 1 a 5 filhos e 4 idosos não tem nenhum filho. Estes dados podem refletir 
diretamente em termos de cuidado, uma vez que Caldas (2003) exprime que a dependência de 
uma pessoa idosa na família pode causar desestruturação na dinâmica, na economia e até 
mesmo na saúde dos elementos da família que se incumbem dos cuidados; chamando a 
atenção essencialmente aos idosos sem família e que não têm uma pessoa que assuma os 
cuidados, indispensáveis em situações de dependência. 
Quanto à escolaridade, de todos os idosos pesquisados, 63% não eram alfabetizados, 
33% cursaram até o ensino fundamental e apenas 1 idoso tinha o ensino médio. A amostra 
possui uma baixa escolaridade, fato que deve ser considerado pelo enfermeiro durante o 
atendimento ao idoso, pois, Tavares et al. (2012) afirma que o nível de alfabetização pode 
prejudicar a prática sobre o autocuidado e o entendimento das condutas terapêuticas e que “o 
enfermeiro deve atentar para a comunicação eficaz com o idoso e seus familiares, usando 
linguagem clara e objetiva sobre os cuidados necessários para melhoria na saúde dessa 
população”. O baixo nível de estudo pode mostrar-se como empecilho no processo da 
educação em saúde, deste modo, faz-se necessário que os profissionais de saúde empreguem 
as mais diversas maneiras e dinâmicas para obter os objetivos propostos (MARTINS et al., 
2007). 
30 
 
 
Foi identificado que 92% dos idosos tem renda de 1 a 4 salários, sendo que 1 idoso 
possui renda menor que 1 salário mínimo e 1 idoso possui renda de 5 a 8 salários. Todos os 
idosos afirmam que a renda é proveniente de aposentadoria e ainda 1 deles afirma ter renda 
adicional proveniente de aluguéis. A renda influencia no acesso dos idosos aos serviços de 
saúde, bem como na adesão de plano de saúde privado. Sendo assim, as ações em saúde 
pública devem ser apropriadas às condições econômicas dos idosos, objetivando a terapêutica 
efetiva e com qualidade (TAVARES et al., 2012). 
De acordo com as informações coletadas, apenas uma idosa relatou que reside com 
uma pessoa que não tem nenhum grau de parentesco com a mesma, enquanto que 74% dos 
idosos residem com a família e uma taxa elevada equivalente a 26% dos idosos moram 
sozinhos. Para Caldas (2003) “o fato de morar só, para o idoso, tem sido associado a um 
decréscimo na qualidade de vida, agravamento da morbidade e, até mesmo, indicador de risco 
de mortalidade”. 
 
6.1.2 Perfil das condições clínicas de saúde dos idosos 
 
 
Para avaliar as condições clínicas de saúde dos idosos estudados, é importante destacar 
que uma “avaliação geriátrica abrangente deve abordar aspectos clínicos, estado funcional e 
variáveis psicológicas e sociais” (VESCIO et al., 2009), pois a avaliação geriátrica 
corresponde às características clínicas do envelhecimento e aos diversos e amplos cuidados de 
saúde necessários à população idosa (PEREIRA, SCHNEIDER, SCHWANKE, 2009). 
A qualidade de vida na população idosa depende da avaliação clínica dos idosos e dos 
diversos fatores que influenciam no envelhecimento, portanto, a Tabela 2 refere-se aos 
aspectos clínicos da saúde dos idosos entrevistados. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Tabela 2 – Distribuição da amostra segundo condições clínicas de saúde dos usuários 
cadastrados na unidade de saúde PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012. (Aspectos clínicos 
n=27). 
Variáveis n % 
Possui caderneta de saúde do idoso 
Sim 16 59,3 
Não 11 40,7 
Acamado/fragilizado há quanto tempo (em anos) 
1 a 4 11 40,7 
5 a 09 14 51,9 
10 anos ou mais 2 7,4 
Presença de doenças 
Sim 25 92,6 
Não 2 7,4 
Número de internações no último ano 
1 a 3 4 14,8 
3 ou mais 4 14,8 
Nenhuma 19 70,4 
Uso de medicamentos contínuos 
Não 0 0 
Sim 27 100 
Faz uso de 
SNE 0 0 
SVD 0 0 
Fralda 2 7,4 
Traqueostomia 0 0 
Apresenta úlceras de pressão 
Não 26 96,3 
Sim 1 3,7 
Grau de dependência 
Parcial 24 88,9 
Total 3 11,1 
Já foi vítima de quedas 
Sim 18 66,7 
Não 9 33,3 
Recebe visita de profissional de saúde da ESF 
Sim 20 74,1 
Não 7 25,9 
 
Portanto, foi registrado que a grande parte dos idosos possui caderneta de saúde do 
idoso (59%). Conforme Brasil (2008a), a caderneta de saúde do idoso é um documento 
fornecido peloMinistério da Saúde, que permite o acompanhamento da saúde da população 
idosa, onde são anotadas informações significativas das condições de saúde do idoso e que 
pode ajudar os profissionais de saúde em ações necessárias para proporcionar ao idoso um 
envelhecimento ativo e saudável. 
32 
 
 
No que diz respeito ao tempo (em anos) que o idoso começou a necessitar de cuidados, 
ou seja, em relação ao tempo de fragilidade/acamado, os dados revelam que 52% relataram 
que estão nessas condições, entre 5 a 9 anos e 41% afirmaram que estão fragilizados entre 1 a 
4 anos e apenas 7,4% dos idosos estão nessas condições de fragilidade há mais de 10 anos. 
Para Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (BRASIL, 2006a) é considerado idoso frágil 
ou em situação de fragilidade aquele que reside em instituições de longa permanência, é 
acamado, foi hospitalizado recentemente por qualquer motivo, portador de doenças 
incapacitantes (acidente vascular encefálico, síndromes demenciais e outras doenças 
neurodegenerativas, etilismo, neoplasia terminal, amputações de membros) e que viva em 
situações de violência doméstica, e também é considerado frágil o idoso com 75 anos ou mais 
de idade. 
 Quanto às patologias relatadas, a pesquisa demonstrou que 92,6% dos idosos 
entrevistados são portadores de doenças crônicas. Alguns afirmaram serem portadores de 
HAS e/ou DM juntamente com alguma outra patologia, como: fibrose pulmonar, câncer, 
acidente vascular cerebral, asma, insuficiência renal crônica, entre outras, conforme a Figura 
3. 
 
 
Figura 3 - Distribuição do número de idosos em relação a apresentação de patologias (n=27) 
 
Bandeira, Pimenta, Souza (2006) abordam que as enfermidades que acometem os 
idosos, geralmente são crônicas e múltiplas, persistem por longos anos, exigindo 
acompanhamento médico e de equipes multidisciplinares permanentes e internações com 
maior frequência. “Assim, as patologias, em sua maioria, enquadram-se como sendo crônico 
degenerativas” (MARTINS et al., 2007). 
33 
 
 
Observou-se também um total de 8 idosos internados no último ano, onde 4 deles 
afirmaram terem sido internados de 1 a 3 vezes e outros 4 alegaram 3 ou mais internações, 
sendo que 19 idosos afirmaram não ter sido internado no último ano. Dados fornecidos pelo 
Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS- MS, 2012) mostram um elevado 
índice de internações de idosos no município de Socorro/SP, um total de 743 internações no 
ano de 2011 (Figura 4). Este fator é importante e deve ser considerado, pois, Martin et. al. 
(2006) afirma que as internações necessitam ser evitadas, em decorrência dos efeitos 
negativos causados ao cliente e pelo impacto causado no sistema de saúde. 
 
 
Figura 4 - Número de Internações de idosos no município de Socorro durante o ano de 2011. 
Fonte dos dados: DATASUS (SIH/SUS – MS). 
 
Os resultados também são corroborados por Loyola Filho et al. (2004), que 
verificaram que a taxa de internação hospitalar, tanto para homens quanto para mulheres, na 
faixa etária de 60 anos ou mais foi mais de duas vezes superior à verificada na faixa etária de 
20-59 anos e que entre os idosos, o risco de internação aumenta acentuadamente com a idade. 
Além disso, a Tabela 2, adicionalmente demonstra que 100% dos idosos fazem uso de 
medicamentos contínuos, dos quais 71% ingerem em torno de 1 a 4 medicações diferentes e 
29% fazem uso de 5 a 8 tipos de medicamentos. Portanto, todos os pacientes entrevistados 
fazem uso concomitante de medicamentos, ou seja, uso de diversas medicações em conjunto. 
Segundo Brasil (2006b), a enfermidade e os fármacos fazem parte do dia a dia dos idosos. 
Portanto, “o papel do profissional que cuida do idoso, muitas vezes é racionalizar a 
prescrição, tentando evitar os riscos da polifarmácia e consequente iatrogenia ou efeitos 
34 
 
 
patológicos do uso ou da interação das drogas prescritas” (BANDEIRA, PIMENTA, SOUZA, 
2006). A correta utilização dos medicamentos, a orientação adequada quanto à dose, tipos e 
intervalo aos idosos e seus familiares, são informações essenciais na manutenção da qualidade 
de vida do idoso (BRASIL, 2006b). 
A Figura 5 apresenta as classes medicamentosas mais utilizadas pelos entrevistados. 
 
 
Figura 5 - Distribuição dos pacientes amostrados segundo o tratamento farmacológico (n=27) 
 
Conforme relatado pelos idosos, os medicamentos mais utilizados por eles são: 
captopril, hidroclorotiazida, glibenclamida, enalapril, losartana, metformina, insulina, 
clonazepan, bromazepan, anlodipina, flurazepan, cimetidina, omeprazol, fluoxetina, ácido 
acetil salicílico, entre muitos outros. De acordo com Brasil (2000), os fármacos de uso diário 
são de extrema importância na terapêutica de enfermidades crônico-degenerativas, como a 
hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus, como também nos problemas de saúde 
mental, doenças, as quais representam altas prevalências no Brasil devido envelhecimento da 
população. 
 Foi possível identificar que dos 27 idosos entrevistados, apenas 2 idosos faziam uso de 
fralda (Tabela 2), verificou-se também que 1 idoso fazia uso de cadeira de rodas, 1 de balão 
de O2. Como profissionais da área da saúde temos a função de educar os clientes idosos e 
cuidadores sobre seus agravos de saúde, autocuidado e na precaução para que não ocorram 
danos. E para tal, o enfermeiro é elemento essencial na educação de cuidadores e clientes para 
melhor assistência e qualidade do cuidado. Para o planejamento adequado das intervenções é 
35 
 
 
importante, a capacidade técnica, intelectual e interpessoal, fatores fundamentais para 
fornecer um cuidado de qualidade (ZANDONA, 2008). 
De acordo com a Tabela 2, somente 4% dos idosos entrevistados apresentam úlcera de 
pressão, apesar do baixo índice, este fator deve ser levado em consideração, já que, o 
envelhecimento causa várias alterações dérmicas, tornando idosos e pacientes acamados mais 
suscetíveis ao risco de aparecimento de feridas (CONCEIÇÃO, 2010). Assim sendo, a úlcera 
de pressão deve ser vista como um problema de saúde que carece do envolvimento de todos 
os profissionais da área da saúde, mas principalmente da equipe enfermagem (ALVES et al., 
2008). 
Conforme a Tabela 2, a maioria dos idosos entrevistados (89%) apresenta dependência 
parcial e 11% dependência total. Vale destacar que o grau de dependência do paciente 
fragilizado/acamado é de grande relevância, pois, a dependência é considerada importante 
fator de risco para a mortalidade do idoso, inclusive mais significativa do que as próprias 
doenças que induzem a ela (PEDRAZZI, RODRIGUES, SCHIAVETO, 2007). Para 
Conceição (2010) é importante ressaltar que nos estados de dependência seja ela parcial ou 
total compete aos especialistas, de modo eficiente e possível, informar os cuidadores no 
desempenho de suas atividades, pois, quem auxilia um paciente completamente dependente 
para as atividades do dia a dia reconhece que as situações são complicadas e desgastantes. 
O motivo das condições de fragilizado/acamado dos idosos entrevistados se deve a 
vários fatores, conforme nos mostra a Figura 6. 
 
Figura 6 - Distribuição dos pacientes amostrados segundo condições fragilizado/acamado 
(n=27) 
36 
 
 
Grande parte dos idosos tem a fragilidade como principal causa de sua condição de 
acamado. No estudo realizado por Silva, Leite, Paganini (2007), sobre os cuidados de 
enfermagem e o envelhecimento, “os idosos, em sua grande maioria, por serem portadores de 
diversos distúrbios constituem-se em clientes mais complexos que exigem do enfermeiro mais 
tempo para a prestação de cuidados”. 
Ainda foi abordado se os idosos haviam sido vítima de quedas, 18 idosos responderam 
que sim e 9 responderam que não. De acordo com Brasil (2006b), esse episódio deve ser 
analisado, pois, as quedas são um grave problema para a população idosa e estão ligadas ao 
alto índice de morbi-mortalidade,diminuição da capacidade funcional e institucionalização 
precoce. Convém ressaltar, que as quedas também estão relacionadas com o desequilíbrio 
causado por algumas patologias, efeitos de determinados fármacos e às condições do 
ambiente em que o idoso vive (CONCEIÇÃO, 2010). 
 Segundo a entrevista, os resultados apontam que 74% dos idosos recebem a visita do 
profissional de saúde, sendo que o profissional mais presente é o ACS, seguido pela equipe de 
enfermagem (auxiliar ou técnico de enfermagem), sendo que a enfermeira e o médico da 
unidade realizam a VD somente quando necessário. Para Souza, Almeida, Barbosa (2009), o 
trabalho dos ACS e a realização da VD são muito importantes, pois proporciona qualidade 
para a assistência oferecida, formando vínculo com as famílias e equipe, melhora do serviço 
de saúde e qualidade de vida das pessoas, condição indispensável para a consolidação da ESF. 
Neste contexto, a VD deve ser realizada com mais frequência para o reconhecimento da 
realidade das famílias e para a prevenção de possíveis agravos (FERNANDES, 2010). 
 Segundo Figueiredo et al. (2008), é imprescindível que os profissionais da Equipe de 
Saúde sejam capacitados para analisar o nível de dependência do idoso, seus limites e suas 
potencialidades, para que consigam identificar as suas reais necessidades e proporcionar um 
atendimento apropriado ao idoso. Para Martins et al. (2007), uma das ocupações mais 
importantes para o enfermeiro bem como para a equipe multidisciplinar atuante na saúde, é 
“cuidar e promover a educação em saúde no domicílio”. 
Quando pedido aos idosos para resumir em 2 ou 3 palavras a representatividade do 
enfermeiro na VD, notamos que eles tiveram visões diferenciadas na questão da importância 
do enfermeiro na assistência domiciliar, sendo que 23 idosos responderam a esta questão e 4 
não responderam, as quais foram expostas a seguir: 
 “Importante e bom”. - Idoso1 
“Bom já que o médico quase não aparece”. – Idoso 5 
“Não tem tanta importância”. – Idoso 12 
37 
 
 
“Bom”. – Idoso 19 
“Importante e obrigação”. – Idoso 21 
“Muito bom pela atenção”. – Idoso 24 
“Importante e cuidado”. – Idoso 26 
 
Devemos ressaltar também que apenas 2 idosos afirmaram conhecer a enfermeira e 
que esta realiza a VD somente quando solicitado, ou seja, em caso de necessidade, e que 
também não se realiza consulta de enfermagem. Convém destacar que para os idosos, 
cuidadores e para a maioria da população, não há uma diferença entre os níveis profissionais 
da enfermagem, ou seja, todos são vistos como “enfermeiros” (MARTINS et al., 2007). 
De acordo com Figueiredo et al., (2008), 
 
o desenvolvimento da atenção básica torna possível, aos elementos das 
Equipes da ESF, principalmente ao Enfermeiro, conhecer o perfil dos idosos 
acamados, suas condições socioeconômicas e habitacionais; o conhecimento 
e as atitudes de seus cuidadores; o grau de dependência; o nível de 
comprometimento e complicações das doenças crônicas instaladas. 
 
Portanto, tendo em vista à promoção e reabilitação da saúde dos idosos, a VD torna-se 
indispensável para a realização de uma assistência de enfermagem adequada, com qualidade e 
resolutiva (SILVA et al., 2011). 
 
6.2 Perfil dos cuidadores do ESF II Vila Palmira 
 
 
 Dos 27 idosos que aceitaram participar da pesquisa, apenas 21 possuíam cuidador, 
sendo que 20 aceitaram responder ao questionário e 1 cuidador não aceitou participar da 
pesquisa. 
Segundo o Brasil (2008b, p.8), 
cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço 
de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. A ocupação de 
cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o 
código 5162, que define o cuidador como alguém que “cuida a partir dos 
objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis 
diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, 
educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”. É a pessoa, da 
família ou da comunidade, que presta cuidados à outra pessoa de qualquer 
idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com 
limitações físicas ou mentais, com ou sem remuneração. 
 
38 
 
 
 Em relação ao perfil sócio demográfico do grupo de cuidadores entrevistados a faixa 
etária predominante foi de 45 anos ou mais (60%), seguido da faixa etária 26 a 35 anos (25%). 
Quanto ao sexo, houve uma predominância de mulheres (85%), conforme nos mostra a Figura 
7. Em um estudo realizado por Martins, Ribeiro, Garrett (2003), sobre a avaliação da 
sobrecarga para cuidadores informais, a idade média dos cuidadores de idosos era de 58,3 
anos, sendo mais frequente a idade de 68 anos. Para Fernandes (2003 apud FERNANDES , 
FRAGOSO, 2005), uma preocupação surge diante deste quadro, pois a idade dos cuidadores 
está próxima à do idoso cuidado, ou seja, são idosos jovens cuidando de idosos dependentes, 
sendo que esses cuidadores geralmente estão passando por mudanças associadas ao seu 
próprio envelhecimento e revelam estado de saúde semelhante ao do ser cuidado, processo 
que pode gerar maior tensão e maior predisposição a um impacto negativo, já que lhes revive 
a proximidade da sua própria incapacidade. 
A maioria dos cuidadores familiares é do sexo feminino (ANDRADE et al., 2009; 
CERQUEIRA, OLIVEIRA, 2002; FRANCO, 2009; GARRIDO, MENEZES, 2004), isto se 
deve provavelmente pelo fator cultural e social delegado à mulher de cuidar da família 
(DIOGO, CEOLIM, CINTRA, 2005), além de sua maior sensibilidade, que a leva a prestar 
maior atenção e cuidado as pessoas (ANDRADE et al., 2009). 
 
 
Figura 7 - Distribuição dos cuidadores por sexo e idade (n=20 em anos) 
 
Em relação ao grau de parentesco, houve uma predominância de cuidadores com 
parentesco em primeiro grau (47.6%, considerando esposo, filho e neto), seguido por pessoas 
que apenas realizam a função de cuidador (28.6%), de acordo com a Figura 8. Para Brasil 
0 
2 
4 
6 
8 
10 
12 
14 
18-25 26-35 36-44 45 ou 
mais 
n
° 
d
e 
cu
id
ad
o
re
s 
Idade (em anos) 
Sexo Masculino 
Sexo Feminino 
39 
 
 
(2006b), “Os membros da família costumam assumir o papel de cuidadores, por terem uma 
responsabilidade culturalmente definida ou vínculo afetivo”. Sendo que na maioria dos casos 
não está preparada para este encargo (SILVA et al., 2011). 
 
Figura 8 - Distribuição do grau de parentesco dos cuidadores com o idoso (n=21) 
 
Quanto à escolaridade dos cuidadores 45% cursaram o ensino fundamental, 35% eram 
não alfabetizados, 10% cursaram o ensino médio, apenas 1 (5%) tem ensino superior, porém o 
que mais surpreendeu foi encontrar 1 cuidador (5%) frequentador da Associação de Pais e 
Alunos Especiais (APAE), dados mostrados pela Figura 9. Conforme Nakatani et al. (2003), o 
grau de escolaridade interfere, direta ou indiretamente, nos cuidados prestados ao idoso, já 
que o cuidador precisa seguir dietas, prescrições e manusear medicamentos, podendo haver 
queda na qualidade serviço prestado. Assim como pode também interferir na adesão do 
processo de educação em saúde (MARTINS et al., 2007). 
 
Figura 9 - Distribuição do grau de escolaridade dos cuidadores (n=20) 
 
4 
4 
2 2 
2 
1 
6 
Esposo (a) 
Filho (a) 
Neto (a) 
Sobrinho (a) 
Genro/Nora 
Cunhado (a) 
Cuidador 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
n
º 
d
e 
cu
id
ad
o
re
s 
nº cuidadores 
40 
 
 
A Tabela 3 representa os cuidados com o idoso, onde se verificou que: 
Tabela 3 – Distribuição da amostra segundo características relacionadas aos cuidados ao 
idoso, PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012 (n=20). 
 Variáveis n % 
Fez curso de capacitação para cuidados com idosos 
Sim 0 0 
Não 20 100 
Realiza os cuidados em período 
Integral 13 65 
Parcial 7 35 
Recebe ajuda 
Sim 11 55 
Não 9 45 
Quem ajuda 
Filhos do idoso 5 41.66 
Esposo do idoso 1 8.33 
Irmãos 1 8.33 
Mãe 1 8.33 
Genro 1 8.33 
Tio 1 8.33 
Esposo docuidador 1 8.33 
Filho do cuidador 1 8.33 
Recebe Visita de Profissionais da Saúde 
Sim 19 90 
Não 1 10 
Qual Profissional 
Médico 1 5 
Assistente Social 0 0 
Psicólogo 0 0 
Fisioterapeuta 0 0 
Terapeuta Ocupacional 3 15 
Enfermeiro (a) 3 15 
Técnico em enfermagem 9 45 
Agente Comunitário de Saúde 19 95 
Médico particular 1 5 
Já recebeu orientação do profissional 
Sim 10 50 
Não 10 50 
 
 100% dos cuidadores não possuem curso de capacitação para cuidados com idosos. 
Para Rejane, Carlette (1996 apud Nakatani et al., 2003), existem dois tipos de cuidadores: o 
formal, o qual foi preparado por uma instituição de ensino para realizar cuidados no 
domicilio; e o informal, geralmente o cuidador é uma pessoa leiga, indicada pela família para 
que realize cuidados com o idoso acamado/fragilizado, portanto normalmente não tem 
preparo para tal (BRASIL, 2008b). No entanto, cada pessoa traz consigo uma bagagem de 
conhecimentos advinda de suas experiências e informações anteriores, que serve de direção na 
prestação de cuidados ao idoso. (MARTINS et al., 2007). 
41 
 
 
Sabendo que a qualidade de vida dos idosos é diretamente proporcional ao suporte 
oferecido aos seus cuidadores, por meio de treinamento, supervisão e acessoria, foi 
preconizado pela Política Nacional do Idoso (Lei 8842/1994), o preparo dos cuidadores pela 
equipe multiprofissional (BRASIL, 1997). Portanto, de acordo com Nakatani et al. (2003), faz 
–se necessário conhecer o perfil destes cuidadores, suas condições sócio-econômico-culturais, 
que são individuais, para que possa ser realizada uma capacitação por parte da equipe de 
saúde, gerando assim uma assistência adequada e de qualidade ao idoso. 
Quanto ao período que realiza os cuidados, 65% prestam cuidados em período integral 
e 35% em período parcial. Em um estudo realizado por Gonçalves et al. (2006), com 
cuidadores cadastrados nos PSFs de Florianópolis, 56,3% deles realizavam o cuidado de 
forma permanente, ou seja, em período integral. Para Cerqueira, Oliveira (2002), o tempo em 
que o cuidador dispensa no trabalho deve ser estudado com atenção. E ainda de acordo com 
Gonçalves et al. (2006, p.573), 
 
cuidar de um idoso em tempo prolongado exige exposição constante dos 
cuidadores a riscos de adoecimento, pois principalmente aqueles que são 
cuidadores únicos assumem total responsabilidade, e com isso estão sempre 
sobrecarregados. Em se tratando de mulheres, estas acumulam diversos 
papéis como: de mãe, esposa e cuidadora de outros dependentes, dentre 
outros. 
 
 
Em relação a ter ajuda nos cuidados, 55% responderam que sim e 45% não recebem 
ajuda para realizar os cuidados. Sendo que 83,3% das pessoas que ajudam tem relação de 
parentesco com o idoso fragilizado/acamado e 16,7% possuem relação de parentesco com o 
cuidador. O papel de cuidador no ambiente familiar geralmente é assumido por apenas uma 
pessoa, chamada “cuidador principal”, a qual assume e se responsabiliza por todas as tarefas 
de cuidado, normalmente sem ajuda de outro membro da família. (WANDERLEY, BLANES, 
1998). Entretanto, quando outro integrante da família colabora no cuidado de forma ocasional, 
assume o papel de “cuidador secundário”, auxiliando ou substituindo o cuidador quando 
necessário, podendo assim minimizar a situação causadora de estresse sobre o cuidador 
principal, principalmente quando se trata de um cuidador em período integral (GONÇALVES 
et al., 2006; SOMMERHALDER, 2001; WANDERLEY, BLANES, 1998). 
Ainda neste sentido, Silva et al. (2011), afirma que as tarefas no sistema familiar deveriam ser 
divididos a fim de oferecer uma assistência mais qualificada e promover maior autonomia a 
pessoa idosa, além de permitir que o cuidador principal tenha alguns momentos do dia para se 
cuidar, relaxar e descansar (BRASIL, 2008b). 
42 
 
 
Dos cuidadores pesquisados, 90% recebem visita de profissionais da Saúde, porém 
dentre os profissionais citados, 95% recebem vista do ACS, 45% do Técnico em 
Enfermagem, 15% do Terapeuta Ocupacional e do Enfermeiro e apenas 5% do Médico. Para 
os autores, é durante a visita domiciliar que a equipe de saúde pode avaliar as condições do 
idoso, da família e do meio em que vivem, direcionando assim um planejamento de cuidados 
efetivos, por meio de intervenções precoces em situações de riscos, com vistas à prevenção de 
agravos, manter a capacidade funcional do idoso, sua independência e qualidade de vida por 
maior tempo possível. (DUARTE, DIOGO, 2000; FERNANDES, FRAGOSO, 2005). 
Quanto a receber orientação do profissional que visita, 50% dos cuidadores afirmam 
que recebem orientação. A falta de informação e orientação fragiliza o cuidado, podendo 
colocar em risco a saúde do idoso (MARTINS et al., 2007; WANDERLEY, BLANES, 1998). 
No entanto, quando o cuidador é devidamente orientado sobre o processo de envelhecimento 
e as patologias desenvolvidas no idoso alvo do cuidado, é possível que os desafios 
encontrados sejam enfrentados com mais segurança, além de proporcionar uma melhor 
qualidade de vida ao idoso e ao cuidador (Bocchi, 2004 apud FRANCO, 2009; MARTINS et 
al., 2007). Esse processo educativo deve ser específico a cada cuidador, de acordo com as 
necessidades individuais de cada paciente, descrevendo as atividades que o cuidador pode 
fazer e quais procedimentos são realizados pela equipe de saúde, quais são os sinais e 
sintomas de perigo e quando deve chamar os profissionais de saúde (BRASIL, 2008b). 
Na questão do cuidador sentir alguma dificuldade em cuidar do idoso, 85% 
responderam que não sentem dificuldade nos cuidados e apenas 15% afirmam que tem 
dificuldades, sendo estas: audição do idoso, agressividade do idoso, e a própria idade do 
cuidador, conforme a Figura 10. 
 
Figura 10 - Dificuldades descritas pelos cuidadores ao prestar cuidados aos idosos (n=20) 
 
0 
5 
10 
15 
20 
Não sentem 
dificuldades 
Agressividade Audição Idade do 
Cuidador 
n
º 
d
e 
cu
id
ad
o
re
s 
43 
 
 
De acordo com Diogo, Ceolim, Cintra (2005), pesquisas mostram que estão entre os 
fatores estressantes aos cuidadores de idosos os cuidados diretos e contínuos; sobrecarga 
sobre um único cuidador, além do desenvolvimento de problemas de saúde pela idade 
avançada do mesmo. 
A Figura 11 representa as principais dificuldades encontradas em lidar com o idoso, 
onde se verificou que a maioria dos cuidadores (35%), relata a teimosia, seguidos por uma 
minoria (15%) que sofrem resistência. Brasil (2008b) ressalta a importância em compreender 
que o idoso cuidado pode ter comportamentos que dificultem o cuidado ofertado, como 
resistência em comer ou tomar banho. Ao reconhecer essas possibilidades é possível trabalhar 
seus sentimentos para que não se tornem frustração ou culpa. Segundo Andrade et al. (2009), 
os cuidadores revelam preocupações e temem negligenciar o cuidado, devido a falta de 
informação, causando-lhes sobrecargas, evidenciando assim o valor das orientações advindas 
dos profissionais de saúde, permitindo aos cuidadores um maior preparo emocional. 
 
 
Figura 11 – Dificuldades encontradas pelos cuidadores ao lidar com o idoso (n=20) 
 
Foram realizadas também questões para avaliação da assistência prestada pela ESF aos 
cuidadores, conforme mostra a Tabela 4. 
 
 
 
35% 
15% 5% 5% 
40% 
Teimosia Resistência Doenças que não conhece 
Sem especificação Não tem dificuldade 
44 
 
 
Tabela 4 - Distribuição da amostra segundo avaliação da satisfação do serviço prestado 
pela unidade de saúde, PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012 (n=20). 
Variáveis n % 
VD surte efeito 
Sim 16 60 
Não 4 40 
Como classificaria o atendimento da Unidade de Saúde 
Ruim 0 0 
Regular 2 10 
Bom 9 45 
Muito Bom 3 15 
Ótimo 6 30 
 
Em relação à visita domiciliar prestada pelos profissionais de saúde, a grande maioria 
(80%) dos cuidadores afirmam que surte efeito, enquanto apenas 20% deles acreditam que 
não. E quantoa classificação do atendimento prestado pela Unidade de Saúde, 45% dos 
cuidadores consideram bom, 30%, um número considerável de cuidadores, classifica o 
atendimento como ótimo e somente 10% deles acreditam que o atendimento é regular. Estas 
questões visam avaliar a qualidade do serviço prestado pela unidade de saúde aos cuidadores 
e aos idosos em seu domicilio, de acordo com suas respectivas necessidades. Para Gouveia 
(2005 apud MORSCH, 2008), a satisfação pode ser considerada como um elo entre a 
estrutura, o processo e o resultado das ações do serviço prestado. Sendo que, geralmente não 
se avalia a satisfação em si, mas a percepção e expectativas prévias dos pacientes (FERRI et 
al., 2007). 
 
6.3 Perfil dos profissionais da equipe de saúde da ESF II Vila Palmira 
 
 
6.3.1 Perfil Demográfico 
 
 
Os dados foram coletados a partir do questionário aplicado junto aos profissionais da 
equipe dentro da própria unidade de saúde. Um total de 13 profissionais, sendo que apenas um 
se recusou a participar da pesquisa
1
, o auxiliar de dentista. Conforme a Figura 12, grande 
 
1 Todos os resultados apresentados foram tabulados excluindo o profissional que negou participar do 
estudo, exceto na distribuição de profissionais da equipe de saúde segundo cargo/função (Figura 13). 
 
45 
 
 
parte dos profissionais são do sexo feminino, aproximadamente 66,67% e um índice maior na 
faixa etária de 26 a 33 anos. 
 
 
Figura 12 - Distribuição de profissionais da equipe de saúde segundo sexo e idade (n=12) 
 
 
Estudos feitos por Benito, Becker (2007), Fernandes et al. (2010) e por Santini et al. 
(2010), que analisaram as atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Saúde da Família: 
visão da Equipe Saúde da Família, a atuação do enfermeiro na gerência de unidades básicas 
de saúde e o perfil dos profissionais das equipes de saúde da família, respectivamente, 
também indicaram uma maior predominância em profissionais do sexo feminino nas unidades 
de saúde pesquisadas. Este índice expressa maior participação de mulheres em equipes de 
saúde da família (OLIVEIRA, TAVARES, 2010). 
 A população estudada é constituída por ACS, médico, enfermeiro, dentista, técnico de 
Enfermagem, auxiliar de dentista e servente, como demonstrado na Figura 13, que apresenta a 
distribuição de profissionais da equipe de saúde segundo cargo ou função. Destes, como dito 
anteriormente, somente a auxiliar de dentista não participou da pesquisa. 
 
 
0
1
2
3
4
18-25 26-33 34-41 42-49 50-58 59-65
sexo masculino
sexo feminino
Idade
N
º 
d
e
 fu
n
ci
o
n
ár
io
s
46 
 
 
 
Figura 13 - Distribuição de profissionais da equipe de saúde segundo cargo/função (n=12) 
 
 
Da população de profissionais estudada, aproximadamente metade é composta por 
ACS, o que ressalta a grande importância deste profissional frente aos Programas de Saúde da 
Família; Gomes et al. (2009) consideram o ACS “um elo entre a população e os demais 
profissionais da equipe, e por meio da vigilância à saúde”. Deste modo, é demasiadamente 
importante destacar o papel de equipe, Campos (1992) discorre que “um grupo de 
profissionais só configura uma equipe quando opera de modo cooperativo, convergindo seus 
objetivos para uma dada situação, de forma a haver complementaridade e não soma de 
superposição”. 
A amostra também foi caracterizada por tempo de formação e tempo de trabalho no 
PSF, como apresentado nas Tabelas 5 e 6, respectivamente. 
 
Tabela 5 – Distribuição da caracterização da amostra segundo tempo de formação, PSF 
Vila Palmira, Socorro/SP, 2012, (n=12). 
 Tempo de formação 
Profissionais 1-3 anos 4-9 anos 10 anos ou mais 
ACS 3 3 - 
Médico - - 1 
Enfermeiro - - 1 
Técnico de Enfermagem 1 1 - 
Servente - - 1 
Dentista - - 1 
Total 4 4 4 
 
 
46,1% 
7,7% 
7,7% 
15,4% 
7,7% 
7,7% 
7,7% 
ACS 
Médico 
Enfermeiro 
Técnico de Enfermagem 
Dentista 
Auxiliar de dentista 
Servente 
47 
 
 
 
Tabela 6 – Distribuição da caracterização da amostra segundo tempo de PSF, PSF Vila 
Palmira, Socorro/SP, 2012, (n=12). 
 Tempo de PSF 
Profissionais < 1 ano 2-4 anos 5-6 anos >6 anos 
ACS - 3 2 1 
Médico - - 1 - 
Enfermeiro - - - 1 
Técnico de Enfermagem - - 2 - 
Servente 1 - - - 
Dentista - - 1 - 
Total 1 3 6 2 
 
 
O tempo de conclusão de formação profissional varia entre 1 a 10 anos ou mais. Neste 
sentido, Silvestre, Costa Neto (2003) aponta a importância da formação dos profissionais 
voltada à atenção básica. Quanto ao tempo de atuação no PSF, os profissionais apresentam em 
média 5 a 6 anos de trabalho junto ao programa. Para Giacomozzi, Lacerda (2006), 
colaboradores que apresentam em média 5 anos de trabalho em saúde da família possuem 
experiência profissional e experiência de trabalho em equipe e, portanto conhecem as novas 
concessões de saúde do país, inclusive a assistência domiciliar à saúde. 
 
Figura 14 - Realização de curso de capacitação ao idoso pelos profissionais de saúde (n=12) 
 
 
Os 17% dos profissionais que possuem curso de capacitação ao idoso correspondem a 
apenas 2 profissionais, sendo a enfermeira e o médico. Pesquisas realizadas em Enfermagem 
Gerontológica, revelam que existe uma carência de capacitação e suporte para os profissionais 
(MARTINS et al., 2007). Veloso, Satler, Da-Silva (2009) sobre a importância da capacitação 
de profissionais de saúde no atendimento ao idoso em PSF's, aconselham a capacitação de 
48 
 
 
profissionais da área da saúde como uma medida relevante para otimizar a qualidade do 
serviço público na assistência ao idoso. Adicionalmente, Marziale (2003) ressalta que a 
capacitação da equipe de saúde é indispensável para o atendimento adequado ao idoso, 
principalmente ao se tratar da formação acadêmica do enfermeiro, visando o fenômeno do 
envelhecimento e o processo saúde-doença da população idosa, e ainda que se deva 
contemplar “a capacitação de recursos humanos para atuar nas unidades geriátricas de 
referência, esses profissionais necessitam ter formação especializada nas áreas de Geriatria e 
Gerontologia Social para assistir adequadamente essa clientela”. 
Neste contexto, vale lembrar que a assistência domiciliar é uma ação relevante no 
processo saúde-doença da população idosa. Para avaliar o quão a assistência à saúde em 
domicílios interfere na população idosa acamada, analisamos como é feita a VD por parte dos 
profissionais estudados, como demonstra a Tabela 7. 
 
Tabela 7 - Distribuição da amostra segundo percepção dos profissionais dos aspectos 
relacionados à Visita Domiciliar, PSF Vila Palmira, Socorro/SP, 2012, (n=11). 
 
Variáveis n % 
Prática da VD 
 Sim 11 92 
 Não 1 8 
Periodicidade da VD 
Semestral 0 0 
 Mensal 2 18,18 
 Trimestral 0 0 
 Quando solicitado 2 18,18 
 Mensal e Quando solicitado 7 63,64 
Como procede a VD 
 Escolha da família 0 0 
 Demanda vem por parte do ACS 11 100 
É bem recebido na residência 
 Sim 11 100 
 Não 0 0 
Considera que a VD surte efeito 
 Sim 11 100 
 Não 0 0 
Realiza atividade específica com os cuidadores 
 Sim 7 63,64 
 Não 4 36,36 
Discussão dos casos junto à família 
 Sim 6 54,55 
 Não 5 45,45 
Realiza ação intersetorial 
 Sim 9 81,82 
 Não 2 18,18 
49 
 
 
Portanto, a visita domiciliar não transforma apenas o modo de trabalho, como 
somatória de tarefas de serviços de saúde, mas tem potencial suficiente para sensibilizar a 
ação e pensamento da equipe de saúde. Esta prática “favorece uma aproximação da realidade 
que é complexa e dinâmica, possibilitando, portanto, uma reflexão e revisão da própria atitude 
dos profissionais na busca de transformações do cuidado” (Pereira, 2001 apud SAKATA et 
al., 2007). A VD é

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