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PATOGÊNESE DA DOENÇA PERIODONTAL ➔ Etiologia multifatorial, sendo dependente de um complexo bacteriano e uma resposta inflamatória do hospedeiro; ➔ Alteração de caráter imunoinflamatoria e infecciosa; ➔ Acomete 30 a 50 % da população; ➔ Devido seu caráter inflamatório, muitos quadros, sistêmicos, podem estar relacionados com a doença periodontal, modulando-a; FATORES MODIFICADORES ➔ Sistêmicos: fumo, diabetes mellitus, fatores nutricionais, agentes farmacológicos, idade, genética, alterações hormonais; osteoporose, estresse, hormônios, idade, síndrome da imunodeficiência adquirida; ➔ Local : xerostomia, fatores retentivos; ➔ Estes fatores são capazes apenas de alterar a doença periodontal, mas não capazes de inicia-la; ➔ O fumo e a diabete mellitus parecem ser os dois fatores de risco relacionados com a progressão da doença periodontal; FUMO ➔ Maior perda óssea; ➔ Maior numero de bolsas profundas; ➔ Fumantes: maior velocidade de progressão da doença; ➔ Maior risco de perder dentes; ➔ Aumento na formação de cálculo e são susceptíveis ao desenvolvimento de lesão de bifurcação; ➔ Fumantes são mais propensos a apresentar doença periodontal; ➔ Quantidade de cigarro é diretamente proporcional ao tempo de uso; ➔ Entretanto, possuem a mesma ou menor inflamação gengival e os mesmos níveis de acumulo de placa dos nos fumantes; ➔ Leucoplasia da gengiva; ➔ Estomatite nicotínica; ➔ Mudanças na coloração da estrutura dentaria e gengival; ➔ Retardo da cicatrização; ➔ Aumento transitório no fluxo de liquido gengival; ➔ Gengivite e periodontite mais graves; ➔ Maior acumulo de cálculo, sendo esse último mais relevantes em fumantes de cachimbo; CARACTERÍSTICAS CLINICAS ➔ Bolsas periodontais; ➔ Retraço gengival; ➔ Perda de osso alveolar; ➔ Perda dentaria e lesão e furca; EFEITOS BIOLOGICOS DOS METABOLITOS DO FUMO ➔ Efeito deletério dos fibroblastos; ➔ Efeitos nocivos associados ao tabaco pode ser resultante de sua interação com células com compõe o periodonto; ➔ Maior extensão e severidade de destruição periodontal; SISTEMICAMENTE ➔ Sistema imunológico: susceptibilidade dos tecidos periodontais a ação da placa microbiana; ➔ Os subprodutos do tabaco podem alterar a cicatrização, pois podem ocasionar dano direto as células normais dos tecidos periodontais; ➔ Esta é uma das razoes pelos quais os pacientes fumantes são mais susceptíveis a perda de inserção ou apresentam pior resposta ao tratamento; NICOTINA ➔ Absorvida pelos tecidos moles a aderir-se a superfície dentaria, alterando os padrões de adesão dos fibroblastos gengivais e fibroblastos do ligamento periodontal; ➔ Em doses elevadas, provoca morte celular; COTININA ➔ É o principal metabolito da nicotina e esta presente na saliva e no fluxo sulcular de fumantes crônicos; ➔ Em altas doses, inibe a aderência e proliferação de fibroblastos oriundos do ligamento periodontal; OS ALDEÍDOS ➔ Componentes voláteis do fumo; ➔ Diminuem ou inibem adesão, proliferação assim como alteram os padrões morfológicos de fibroblastos gengivais; ➔ Em altas concentrações causam danos irreversíveis as células; DIABETES ➔ Consiste em um distúrbio metabólico complexo, caracterizado por hiperglicemia crônica; ➔ 6ª complicação mais relevante; ➔ Insulina: remove a glicose do sangue e leva para dentro da célula; ➔ Tipo I :diminuição na produção de insulina pelo pâncreas;, ocorre destruição das células beta do pâncreas; produção reduzida de insulina, células hipoglicemica e a corrente sanguínea hiperglicêmica; ➔ Tipo II : uso inadequado de insulina disponível, resistência periférica á ação da insulina, ocorrendo uma secreção prejudicada da insulina conforme a demanda aumenta e consequentemente uma produção aumentada de glicose no fígado; SINAIS E SINTOMAS ➔ Poliuria ( urinar varias vezes ao dia); ➔ Fadiga; ➔ Fraqueza; ➔ Polifagia ( ingerir muita agua ); ➔ Prurido; ➔ Polidipsia; COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS ➔ Nefropatia; ➔ Neuropatia; ➔ Doença macrovascular; ➔ Retinopatia ( lesão na retina); ➔ Cicatrização deficiente de feridas; ➔ Periodontite; COMPLICAÇÕES ORAIS ➔ Redução do fluxo salivar; ➔ Queimação na boca e língua; ➔ Candidíase recorrente; ➔ Maior risco de desenvolver doença periodontal; RELAÇÃO BACTÉRIA-HOSPEDEIRO ➔ Ocorre uma alteração na microbiota, ocorrendo uma função reduzida e defeitos na quimiotaxia dos leucócitos(PMNs) com maior liberação de colagenases. Podemos ainda observar níveis elevados de IL-1, PGE2 e acumulo de AGEs (produtos finais de glicação avançada ) Reação de glicosilação : paciente mantido por muito tempo em hiperglicemia, a insulina não esta funcionando, precisa de exista glicose dentro das células, porque a glicose é energia , vai virar ATP, quando essa glicose não consegue entrar na celula, porque o veículo insulina não está funcionando , vai ter um amento da glicose no sangue , que vai ser a hiperglicemia prolongada, a glicose sofrerá reações de oxidação, liberando os AGEs ( radicais livres, ou seja alteram as células, paredes de vasos ) AGES ( PRODUTO DE GLICAÇÃO AVANÇADA) : ➔ induzem a liberação de macrófagos/monócitos ( fenótipo células destrutivo/ maior liberação de citocinas) ➔ alteram o metabolismo do colágeno da gengiva e vasos sanguíneos; ➔ unem-se a células endoteliais: indução da coagulação/ formação de microtrombos; ➔ levam a redução nos mecanismos de defesa e suscetibilidade aumentada a infecções; ➔ os AGEs são capazes de reduzir os mecanismos de defesa e tornam o paciente mais susceptível a infecções; DIABETES X DOENÇAS PERIODONTAIS ➔ a infecção periodontal pode induzir um estado crônico de resistência á insulina, contribuindo para o ciclo de hiperglicemia e formação de AGEs, ampliando as vias de degradação do tecido conjuntivo; ➔ Relação direta com a doença periodontal; ➔ Diminuição na produção de saliva, o que leva ao crescimento bacteriano no filme ; ➔ Redução na produção de colágeno, componente fundamental dos tecidos de sustentação de dente; ➔ Alterações vasculares no periodonto do individuo diabético tornam os tecidos periodontais mais vulneráveis a infecções; ➔ A doença periodontal pode induzir ou manter um estado inflamatório crônico, indicado pela concentração de PCR, IL-6 e fibrinogênio, elevando os níveis séricos de IL-6 e TNF- ALFA, induzindo ou agravando a resistência á insulina; ➔ Não apenas paciente com diabetes não controlada são mais susceptíveis a desenvolver a doença periodontal, mas a presença da doença periodontal ativa pode piorar o controle glicêmico; MECANISMOS BIOLÓGICOS ➔ Predisposição genética; ➔ Microangiopatia; ➔ Alterações no metabolismo do colágeno; ➔ A resposta inflamatória do hospedeiro; ➔ Qualidade da flora subgengival; CARACTERÍSTICAS CLINICAS DE UM PACIENTE NÃO CONTROLADO E DOENÇA PERIODONTAL ➔ o paciente poderá apresentar uma inflamação gengival grave, bolsas periodontais profundas, perda óssea rápida, abcessos periodontais frequentes, além da redução do fluxo salivar e ardência bucal; TRATAMENTO ODONTOLÓGICO ➔ solicitar o teste de hemoglobina glicada, teste este capaz de aferir a media das concertações de glicose nos últimos 2-3 meses; ➔ 4-6%: normal; ➔ <7%: bom controle do diabetes; ➔ 7-8%: controle moderado do diabetes; ➔ >8%: deve melhorar o controle glicêmico; ➔ Checar a glicemia antes da realização dos procedimentos, evitar hipoglicemia ( casos em que a glicemia, apresenta níveis de <60mg/dL), mantes as medicações e alimentação usual, devendo- se ainda evitar cirurgiasorais eletivas; FATORES NUTRICIONAIS ➔ Os fatores nutricionais importantes para a resistência a infecção e a cicatrização de feridas também se aplicam á prevenção da doença periodontal e a diminuição de sua severidade; ➔ Vitamina c, cálcio, ferro, zinco, proteína, calorias; ➔ Na literatura são citados alguns micronutrientes específicos relacionados á doença periodontal , como vitamina B e complexos C e cálcio; HIPERPLASIA GENGIVAL MEDICAMENTOSA ➔ É uma condição em que a gengiva apresenta uma aumento de volume, devido ao uso frequente de determinados fármacos; ➔ Sendo três grupos principais: • Imunossupressores (ciclosporina); • Antiepiléticos (fenitoina); • Bloqueadores de canais de cálcio(nifedipina) ➔ A presença do crescimento gengival torna difícil o controle da placa bacteriana , que resulta num processo inflamatório, complicando a hiperplasia causada pela droga; ➔ O crescimento gengival quando tratado tende a apresentar recidiva, por não haver a possibilidade de interromper o uso do fármaco; ➔ A gengivectomia : é uma técnica comumente usada para corrigir a alteração, desde que não haja bolsas periodontais verdadeiras, e o controle de placa bacteriana seja satisfatório; Bolsa verdadeiro: tem a destruição do tecido; Bolsa falsa : não tem destruição de tecido, sob aumento dele; HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS ➔ Estão relacionados a puberdade, menstruação e gravidez. A gengiva acaba servindo de tecido- alvo destes hormônios esteroides, ocorrendo uma reação inflamatória inespecífica com componente vascular e com isso temos uma maior tendência hemorrágica; ➔ A tendência hemorrágica deve-se principalmente a resposta exagerada á placa, modificando o quadro clinico resultante; ➔ Receptores de estrógeno e progesterona foram localizados no tecido gengival; ➔ A presença de hormônios no fluido gengival propicia a proliferação bacteriana relacionada á inflamação gengival; ➔ Doença periodontal é fator de risco para ocorrência de partos prematuros e nascimento de bebê de baixo peso; ➔ Citocinas pro- inflamatórias X contração uterina; ➔ Mecanismo multifatorial→ sistema endócrino→ homeostase dos tecidos periodontais; ESTRGÊNIO ➔ Afeta as peroxidases salivares; ➔ Estimula o metabolismo do colágeno e angiogênese. PROGESTERONA ➔ Aumento da permeabilidade capilar e vasodilatação; ➔ Síntese de prostaglandinas; ➔ Destruição de mastócitos: liberação de histaminas; OBS: nenhuma alteração notável ocorre na gengiva na ausência de fatores etiológicos ( microbiota ) CARACTERÍSTICAS CLINICAS ➔ Mobilidade dentaria; ➔ Fluido gengival; ➔ Alteração da microbiota (hormônios atuam como fatores de crescimento); ➔ Profundidade e sangramento a sondagem; ➔ 2º e 3 º trimestres; ➔ Granuloma piogênico ( lesão fibrinogranulomatosa) GRAVIDEZ ➔ Diminuição do estrogênio, aumento da osteoporose; ➔ Estrogênio influencia a função de células do ligamento periodontal humano, causa um aumento na expressão do fluido gengival crevicular (OPG) e uma diminuição no receptor do fator nuclear kapa B ( RANKL); ➔ Protetor importante nos efeitos antirreabosorção do osso alveolar humano; ➔ Um estudo longitudinal identificou a influencia do estrogênio sérico na condição periodontal de mulheres no inicio da menopausa; ➔ Mulheres com níveis normais de estrogênio apresentavam mais biofilme do que as mulheres com deficiência de estrogênio no entanto, elas não apresentavam aumento na inflamação gengival; ➔ Esses achados sugerem que o estrogênio pode ter um efeito inibidor sobre a inflamação gengival em pacientes com periodontite; CARACTERÍSTICAS CLINICAS ➔ Mobilidade dentaria; ➔ Fluido gengival; ➔ Alteração da microbiota (hormônios atuam como fatores de crescimento); ➔ Profundidade e sangramento a sondagem; ➔ 2º e 3 º trimestres; ➔ Granuloma piogênico ( lesão fibrinogranulomatosa) ESTRESSE ➔ Transtorno de estresse e ansiedade podem estimular mudanças no periodonto de duas formas: • Mudança de comportamento, como a negligencia de higiene oral, influenciando o acumulo de placa dental, ou seja de biofilme; • O estresse psicossocial pode intervir no Sistema Nervoso Central, modulando a secreção de cortisol endógeno e citocinas pró- inflamatórias que podem exacerbar a doença periodontal; ➔ Pode causar imunossupressão; ➔ O paciente pode ter gengivite necrosante e periodontite necrosante; ➔ O estresse crônico, ou seja, o estresse por um longo período, pode gerar a produção de cortisol, que suprime a resposta imune; ➔ A modulação da resposta imune pelo SNC: é mediada por uma rede complexa de sinais bidirecionais entre os sistemas nervoso, endócrino e imune; ➔ Essa interação induz a desregularização da produção de citocinas , afetando diferentes células – alvo , podendo resultar em infecções patogênicas e, consequentemente, em destruição tecidual do periodonto; REPOSTA AO TRATAMENTO PERIODONTAL ➔ O paciente apresenta uma cicatrização prejudicada e resultados mais pobres; AIDS ➔ Síndrome da imunodefiencia adquirida (AIDS) ➔ Estado avançado de imunodepressão; ➔ Redução da morbidade e da mortalidade; ➔ Uso de terapia antirretroviral de alta eficiência (HAART); ➔ Algumas manifestações especificas; ➔ Gengivite e periodontite ulcero- necrosante; ➔ Essa infecção viral atua como possível fator de risco para o desenvolvimento da doença periodontal e ate mesmo para o agravamento de uma condição pre existente; ➔ A presença dessas alterações bucais, principalmente de formas de doença periodontal, pode, ainda se tornar sinais que indicam o agravamento da condição imunologia do paciente HIV+; IDADE ➔ Qualidade de remoção do biofilme; ➔ Pessoas mais jovens tem menor perda dentaria e perda de inserção , podendo estar relacionado com a piora de higiene ao longo do tempo; OSTEOPOROSE ➔ Osteoporose é uma redução da massa óssea; ➔ Doença periodontal → reabsorção do osso alveolar; ➔ A densidade mineral óssea (DMO) reduzida, pode facilitar a reabsorção do osso alveolar pela doença periodontal ; ➔ Fatores sistêmicos de remodelação óssea poderiam modificar a resposta tecidual local á infecção periodontal; ➔ Assim, os indivíduos com perda óssea sistêmica que tem periodontite podem reagir de modo diferente ao aumento na produção de citocinas e mediadores inflamatórios e apresentar, portanto , uma doença periodontal mais grave; ➔ A osteoporose sistêmica, o baixo teor de cálcio dietético e os baixos níveis de vitamina D, podem influenciar a condição periodontal e podem estar associados a perda do dente; FATORES DE RISCO COMUM ➔ Tabagismo; ➔ Déficit no estado nutricional; ➔ Idade e a deficiência imune; ➔ As alterações provocadas pela osteoporose parecem agravar a doença periodontal, porem a patogênese desse processo ainda não é totalmente compreendida; FATORES RETENTIVOS ➔ Varação anatômica; ➔ Apinhamento dentário; ➔ Restaurações; ➔ Próteses; ➔ Aparelhos ortodônticos; XEROSTOMIA ➔ Analgésicos; ➔ Anticonvulsivantes; ➔ Antihistaminicos; ➔ Anti-hipertensivos; ➔ Diuréticos; ➔ Antidepressivos; ➔ A alteração da película salivar faz dos tecidos moles os mais suscetíveis á descamação, facilita a colonização por parte da microbiota oportunista, favorece a inflamação da mucosa, presença de ulcerações dolorosas, infecções locais , sensibilidade , quelite angular, ardor na mucosa e língua, aumento na sensibilidade para os sabores fortes como sal, acido. Sobre os tecidos duros, a diminuição do fluxo salivar favorece o aumento no índice de carie;
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