Apostila_Unidade3_MC_MA_2021

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Apostila – Unidade 3
Modelagem de Dados e Métodos Ágeis
Módulo 1
Disciplina: Banco de Dados Relacional e NoSQL
Profª Bruna Bárbara Santos Bordini
1. Modelagem de Dados e Métodos Ágeis
Os méodos áeis sao hoje uma méodolóia de desenvolvimeńo consolidada.
Nesse cońex́o, o projéo conceíual de bancos de dados precisa ser adaṕado para que
as abśraçes de dados sejam represeńadas em um ambieńe dinamico de validacao
delas. Em projéos que úilizam méodos áeis, ́odos os desenvolvedores eśao
orieńados a méodolóia, a evolucao e a uma caraćeriśica muío especíica desse
méodo, que e a réáoracao do códío, e eśes processos de réáoracao sao realizados
com náuralidade, prodúividade e qualidade (MACHADO, 2014).
Réáoracao (Refactoring) e uma das práicas dos méodos áeis para um projéo
simples. Essa práica mańem o ́oco das áividades de projéo (design) nas
́uncionalidades de cada versao do siśema, sem prever possiveis necessidades ́úuras. E
nesse pońo que eńenderemos como ́icam os projéos de bancos de dados com a
úilizacao dos méodos áeis.
1.1 Métodos ageis
Para Machado (2014), o Manifesto for Agile Software Development, ou
simplesmeńe Maníeśo Áil, ́ormaliza os principios basicos que dao supoŕe aos
méodos áeis de desenvolvimeńo de só́rare.
O ́ermo áil (agile) ́oi adóado pelos criadores desses méodos, que ́ormaram a
Alianca Áil (Agile Alliance) e disponibilizaram suas ideias, bem como diversos recursos
relacionados a elas, em um rebsíe.
O Maníeśo Áil resume-se as linhas apreseńadas a séuir. De acordo com o síe
do Maníeśo, seus paŕicipańes eśao descobrindo melhores ́ormas de desenvolver
só́rare, enquańo o ́azem e enquańo ajudam os oúros a ́aze-lo. Por meio desse
́rabalho, passaram a valorizar:
 individuos e ińeraçes mais que processos e ́errameńas; 
 só́rare ́uncionando mais que documeńacao abrańeńe; 
 colaboracao do clieńe mais que néociacao cońráual; 
 responder a mudancas mais que séuir um plano.
Os principios ́undameńais que dao supoŕe aos méodos áeis sao os séuińes:
1. A maior prioridade e sáiśazer o clieńe por meio da eńréa prońa e cońinua de
só́rare com valor áréado.
2. Devem-se receber bem as aĺeraçes em requisíos, mesmo ́arde no
desenvolvimeńo. Processos áeis supoŕam mudancas para a vańáem
compéíiva do clieńe. Responder a mudancas mais que séuir um plano síníica
uma rapida adaṕacao as mudancas.
3. Deve haver eńréas de só́rares ́uncionando ́requeńemeńe, de aĺumas
semanas a aĺuns poucos meses, com préerencia para a escala de ́empo mais
cuŕa.
4. ńeressados na aplicacao (stakeholders) e desenvolvedores devem ́rabalhar juńos
diariameńe ao lońo do projéo. Deve haver cooperacao conśańe eńre pessoas
que eńendem do “néócio” e desenvolvedores.
5. Os projéos devem ser conśruidos ao redor de individuos móivados, dando a eles
o ambieńe e o supoŕe de que precisam e cońiando neles para que ́acam o
servico.
6. O méodo mais éicieńe e éicaz de conduzir ińormaçes para e deńro de um ́ime
de desenvolvimeńo e a comunicacao ́ace a ́ace. Devem-se valorizar individuos e
ińeraçes mais que processos e ́errameńas.
7. Só́rare ́uncionando e a medida principal de próresso.
8. Processos áeis promovem desenvolvimeńo suśeńavel. Párocinadores,
desenvolvedores e usuarios devem ser capazes de mańer um rímo conśańe
indéinidameńe. Deve-se valorizar a colaboracao com clieńes mais que a
néociacao de cońráos.
9. Áencao cońinua a excelencia ́ecnica e ao bom projéo aumeńa a áilidade.
10.Simplicidade – a aŕe de maximizar a quańidade de ́rabalho nao realizado – e
essencial.
11.As melhores arquíéuras e os melhores requisíos e projéos suŕem de ́imes aúo-
oŕanizados.
12.Em ińervalos réulares, o ́ime deve réléir sobre como pode se ́ornar mais éicaz,
e eńao deve melhorar e ajuśar seu compoŕameńo de acordo com isso.
Os valores e principios do Maníeśo Áil sao a ́undameńacao dos méodos áeis.
Deńro da visao áil, o projéo de siśemas e realizado por meio de releases, ou verşes
do projéo que vao sendo liberadas e implemeńadas evolúivameńe, em sińese. Em vez
de éapas e áividades déinidas no inicio do projéo, o ciclo de vida de um projéo áil e
compośo por íeraçes de só́rare ́uncionando, denominadas sprińs.
Esse ciclo de vida e represeńado pela Fíura 1.
Fíura 1 - Ciclo de vida áil (Fońe: Machado, 2014).
Nessa visao e nesse ́ormáo de execucao de um projéo, cria-se uma zona de
cońlío eńre os desenvolvedores e os adminiśradores de dados, pois eśes uĺimos
áuam com processos e ́errameńas nao ́ao ́lexiveis, alem de ́rabalharem com a
preocupacao de mańer eśrúuras de dados duradouras e eśaveis.
Como o projéo de siśema vai sendo desenvolvido e sao liberados releases
periodicameńe, as eśrúuras de bancos de dados ́ambem podem ser modeladas pouco
a pouco, apesar de ser possivel explorar suas caraćeriśicas e déalhes mais
próundameńe, mesmo durańe o desenvolvimeńo de um sprint, em que nao sejam
explorados ou aparecam ́odos os seus áribúos durańe a analise de requisíos na
modeláem áil.
1.2 A refatoraço de banco de dados
De acordo com Machado (2014), analisando o impaćo sobre a implańacao dos
bancos de dados, observamos que réáorar qualquer eśrúura de ́abelas de um deles e
uma ́aréa complexa e que pode, caso exiśa uma adminiśracao de dados independeńe
do desenvolvimeńo com os méodos áeis, criar um pońo de perda de prodúividade dos
́anhos ob́idos com a aplicacao desses méodos.
Por oúro lado, podemos considerar que esse ́ormáo de desenvolvimeńo pode
criar eśrúuras de dados paŕicionadas veŕicalmeńe, ou seja, uma ́abela que
represeńaria um objéo de néócio pode ser criada como duas ́abelas com nomencláura
similar e com relacionameńo “um para um” eńre si, ou ́ambem pode levar a eśrúuras
de dados com nivel aceńuado de redundancias.
De qualquer maneira, uma vez que um projéo de banco de dados ́enha sido
implemeńado e seja necessario acresceńar colunas em ́abelas ja em producao, sera
necessario que, ańes que um novo release de aplicacao seja liberado, realize-se a
recaŕa das ́abelas com as novas colunas.
Lembre-se de que o modelo ́isico sempre e conśruido a paŕir de um modelo
ló́ico, e que descreve as eśrúuras ́isicas de armazenameńo de dados impoŕańes,
como reśriçes, ́áilhos éc., o que ́az com que, a cada release liberado, seja
necessario implemeńar ́abelas com seus relacionameńos ou colunas de chave
eśrańeira (foreign key) e reśriçes para novos relacionameńos decorreńes de
requisíos déalhados nesse sprint de desenvolvimeńo.
Considere que, eńre os primeiros sprints, nao e normal aparecerem muías
aĺeraçes desse ́ipo; porem, cońorme o projéo vai avancando, a probabilidade
aumeńa, e assim as consequencias, caso nao haja áencao súicieńe.
Quando mais avancado eśiver o projéo e quańo maior o numero de sprints
realizados e verşes liberadas para o ambieńe de producao do só́rare objéo do
projéo, maior e o ́rabalho para a realizacao de réáoracao do banco de dados. Isso ira,
inclusive, criar momeńos em que a prodúividade ob́ida com os méodos áeis sera
áéada, pois pode ser necessaria a realizacao de analise de impaćo nas aplicaçes ja
liberadas e em producao com relacao as mudancas que serao necessarias na réáoracao
do banco de dados, o que, por si só, ja demanda ́empo de ́rabalho para a realizacao do
cruzameńo das eśrúuras do banco com a úilizacao delas pela aplicacao ja liberada e
em producao.
Consequeńemeńe, exiśira a necessidade de réáoracao de códíosja liberados
e novos ́eśes de aplicacao e aderencia das eśrúuras de banco, provocando a
exiśencia de sprints paralelos de manúencao e ́eśao de mudancas, ańes da
́inalizacao do sprint ́erador do ́áo.
1.3 O futuro da modelagem de dados
Ao ́rabalhar com méodos áeis, e impoŕańe, ańes de realizar qualquer
réáoracao no banco de dados, eńender a necessidade preservar ́ańo a semańica
compoŕameńal das aplicaçes que ja acessam o banco de dados implemeńado quańo
a semańica ińormacional, ou seja, o síníicado das ińormaçes ja implemeńadas no
banco de dados do pońo de viśa dos usuarios dessas ińormaçes (MACHADO, 2014).
Assim, qualquer aĺeracao na base, seja ela uma réáoracao, uma ́ranśormacao
ou uma míracao, precisa ser subméida conśańemeńe a ́eśes de ińéracao, e
pośeriormeńe ser cońrolada em um ambieńe de homolóacao, da mesma ́orma que as
aplicaçes, ańes que essas aĺeraçes sejam aplicadas na base de producao e seja
possivel liberar um novo release do projéo que eśa sendo realizado.
Com áencao e sem perder o ́oco na ob́encao dos requisíos de dados, podemos
realizar a modeláem de dados de ́orma áil e precisa, e ́ambem cońrolar a evolucao
das inśancias do banco de dados.
As ́ecnicas de cońrole de scriṕs de bancos de dados, em conjuńo com as
verşes de siśemas, sao impoŕańes para um ciclo de vida para as aĺeraçes da base
de dados que envolvam a aplicacao dos scriṕs SQL, ob́endo uma eśrúura/́abela nova.
Tambem e impoŕańe, ańes que a eśrúura/́abela ańía seja considerada obsoléa,
́ermos méodos para ceŕíicar-nos de que a aĺeracao realmeńe e apropriada e
adequada a versao da aplicacao que eśa por ser liberada.
Machado (2014) súere, eńao, de ́orma simplíicada, que sejam adóadas como
boas práicas:
 árupar aĺeraçes pequenas, ́ormando uma unica aĺeracao ́rande;
 ideńíicar unicameńe cada aĺeracao;
 simplíicar o processo de néociacao de aĺeraçes com o ́ime de
desenvolvimeńo, assim como o processo de cońrole de aĺeraçes do banco de
dados;
 nao duplicar scriṕs SQL, dispondo-os em um unico lúar, com cońrole de
versionameńo relacionado diréameńe a versao de só́rare.
2 Referências
MACHADO, Felipe Rodríues. Banco de Dados - Projéo e Implemeńacao, 3ª edicao.
Erica, 2014.