Tecido epitelial

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Medicina – 2º Semestre - BMF – Bases Morfofuncionais 
Stephani Fernandes - @ste.fernandes 
 
 
Os epitélios se originam a partir dos três 
folhetos germinativos embrionários. 
 
O tecido epitelial é formado por células que 
revestem superfícies e que secretam moléculas. 
Uma de suas características é a escassa 
presença de MEC. 
 
 
Os epitélios têm as funções básicas de 
revestimento e secreção. 
 
 
➢ Proteção 
É o tecido epitelial o responsável pelo 
revestimento das superfícies internas ou 
externas dos órgãos e, também, pelo 
revestimento externo do corpo como um todo, 
através da pele. 
➢ Absorção e excreção de íons e 
moléculas 
Forma uma barreira seletiva que pode facilitar 
ou inibir a passagem de substâncias especificas 
conforme a necessidade do tecido. 
➢ Percepção de estímulos 
No olfato, paladar, audição e visão. 
As células capazes de perceber estímulos 
formam o chamado neuroepitélio, encontrado 
nos botões gustativos, nas retinas dos olhos, 
nas células pilosas especializadas do ouvido 
interno e no epitélio olfatório. 
➢ Secreção de moléculas 
Tal secreção pode ser feita pelas células 
epiteliais de revestimento ou por células 
epiteliais que se especializam e se reúnem de 
modo a formar as glândulas, estruturas 
especialistas no papel secretor. 
 
 
 Origem embrion ria dos epit lios 
 Fun es 
 
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- Formato poliédrico, isto é, possuem muitas 
faces e podem ter diferentes formatos. 
- As células se encontram justapostas, uma ao 
lado da outra, havendo pouquíssima matriz 
extracelular entre elas. 
- Se encontram firmemente aderidas umas às 
outras, por meio de junções intercelulares. 
- Os epitélios ficam apoiados sobre um tecido 
conjuntivo. 
As células epiteliais são células polarizadas, ou 
seja, possuem um polo apical e um polo basal. 
A porção da célula voltada para o tecido 
conjuntivo é chamada de polo basal, enquanto 
a extremidade oposta é chamada de polo 
apical e está voltada para uma cavidade ou um 
espaço, isto é, para o lúmen de um órgão oco 
ou para o meio externo (no caso da pele, por 
exemplo). 
Além dessa divisão, as superfícies celulares que 
ficam em contato com as células adjacentes 
são chamadas de superfícies basolaterais, por 
serem contínuas com a superfície que delimita 
a base da célula. É através da superfície 
basolateral que as células epiteliais adjacentes 
se comunicam e aderem umas às outras. 
 
 
O domínio apical possui algumas características 
específicas que permitem que ele realize 
funções específicas. 
➢ Enzimas 
➢ Canais iônicos, que ajudam na troca de 
fluídos 
➢ Proteínas carreadoras 
➢ Especializações estruturais 
 Caracter sticas das c lulas epiteliais 
 Polaridade funcional e morfol gica 
Domínio basal 
 
 Dom nio apical 
 
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Especializações estruturais: algumas células 
epiteliais apresentam modificações em sua 
superfície apical que têm como objetivo o 
aumento da superfície ou a movimentação de 
partículas. Para aumento de superfície, as 
células podem expressar microvilos e 
estereocílios, enquanto para movimento, 
apresentam cílios ou flagelos. 
 
Microvilos ou microvilosidades 
 - Pequenas projeções citoplasmáticas 
digitiformes, ou seja, em forma de dedos, que 
podem ser longas ou curtas. 
 - São formados por filamentos de actina 
que estão ancorados em filamentos de actina 
que estão na superfície apical. 
 - Estão presentes na maioria das células 
epiteliais, mas principalmente nas células que 
exercem intensa atividade de absorção, como 
as células do intestino, por exemplo. Isso 
porque os microvilos aumentam a superfície de 
contato entre a membrana apical e o meio 
externo, que contém os materiais a serem 
absorvidos, aumentando assim a capacidade 
de absorção. 
 
 
 
 
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Estereocílios 
 - Incomuns 
 - São prolongamentos longos e imóveis. 
 - Possuem a função de aumentar a área 
de absorção, facilitando assim o transporte de 
moléculas para dentro e para fora das células. 
 - São comumente encontrados em 
células do revestimento epitelial do epidídimo e 
do ducto deferente. 
 - Podem também agir como 
mecanorreceptores sensoriais, como acontece 
nas células pilosas da orelha interna. 
 
 
 
Cílios 
 - São prolongamentos móveis da 
membrana apical. 
 - São compostas no seu interior por um 
axonema central, uma estrutura constituída por 
um arranjo de microtúbulos (dois microtúbulos 
centrais cercados por nove pares de 
microtúbulos periféricos) que se estendem a 
partir de um corpúsculo basal. 
 - Eles podem realizar um rápido 
movimento coordenado de vaivém, de forma a 
gerar uma corrente de fluidos ou de partículas 
em determinada direção ao longo da superfície 
do epitélio, às custas de ATP. 
 
 
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Flagelos 
Os flagelos, no corpo humano, são 
encontrados somente nos espermatozoides. 
Eles são estruturas semelhantes aos cílios, 
porém mais longos e limitados a um por célula, 
enquanto pode haver 250 cílios em uma célula 
ciliada da traqueia, por exemplo. 
É nessa localização que ocorre um contato 
íntimo entre as células epiteliais, que possui 
características específicas e únicas que vão 
permitir que uma célula esteja aderia a célula 
ao lado. 
Além disso, as membranas basolaterais das 
células epiteliais possuem algumas 
especializações, tais como a presença de 
interdigitações e de um complexo juncional, 
formado por junções de oclusão, junções de 
adesão e junções comunicantes, cada uma 
localizada em uma altura da superfície lateral 
da célula. 
 
Junções de Oclusão (zônulas impermeáveis) 
 - Componente mais apical. 
 - Atuam como uma barreira de difusão, 
impermeável, que vedam o espaço intercelular 
e impedem, por exemplo, a migração de 
lipídios e proteínas especificas da membrana 
apical para a membrana lateral, permitindo que 
cada uma tenha uma função específica. 
 
 
 Superf cie basolateral – Dom nio lateral 
 
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Junções de adesão (zônulas de adesão, 
desmossomos e hemidesmossomos) 
 - Componente intermediário 
 - Objetivo: garantir a estabilidade 
mecânica, para isso, são necessárias moléculas 
de adesão: caderinas, integrinas, selectinas e a 
superfamília das imunoglobulinas são as 
principais. 
 - Dentro das células, essas moléculas vão 
interagir com o citoesqueleto, essas junções 
são caracterizadas de acordo com o 
componente do citoesqueleto com o qual elas 
interagem: 
Zônulas de adesão: a interação ocorre através 
dos filamentos de actina 
Desmossomos ou máculas de adesão: a 
interação ocorre entre os filamentos 
intermediários. Eles possuem formato de 
botão, portanto não formam zônulas. 
Hemidesmossomos: possuem esse nome por 
possuírem a estrutura de metade de um 
desmossomo. Contudo, eles são encontrados 
na zona de contato entre a célula epitelial e 
sua lâmina basal, fazendo assim a adesão entre 
a célula epiteliale a lâmina basal e não a 
adesão célula-célula. 
 - A função principal desta região é a 
transdução de sinal, fazendo a regulação de 
diversos processos celulares: crescimento 
celular, diferenciação celular, adesão celular, 
migração celular. 
 
É o componente mais basal do domínio lateral. 
Elas têm um papel de comunicação intercelular, 
permitindo a difusão de moléculas pequenas - 
passagem direta de moléculas sinalizadoras de 
uma célula para outra, como AMP e GMP, íons 
e alguns hormônios -, o que é especialmente 
importante em tecidos que necessitam da ação 
coordenada das células, permitindo a 
homeostasias das células. 
 Jun es comunicantes (gap) 
 
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O domínio basal é o que está apoiado sobre o 
tecido conjuntivo subjacente, que apoia essa 
célula epitelial dando sustentação. 
No caso dos epitélios que revestem as 
cavidades de órgãos ocos, essa camada de 
tecido conjuntivo que os sustenta recebe o 
nome de lâmina própria. Entre as células 
epiteliais e o tecido conjuntivo subjacente há 
uma fina camada de moléculas que é chamada 
de lâmina basal. 
 
 
 
Funções da lâmina basal: 
 - Fixação estrutural: vai aderir as células 
do tecido epitelial ao tecido conjuntivo. 
 - Compartimentalização: isola o tecido 
conjuntivo do epitélio. 
 - Filtração: regula o movimento de 
substâncias do conjuntivo para o epitélio e 
vice-versa. 
 Dom nio Basal 
 
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 - Suporte tecidual: suporte 
principalmente durante a regeneração celular. 
 - Regulação e sinalização: por conta da 
interação epitélio e conjuntivo. 
 
O nome membrana basal é um outro conceito 
histológico e é comum haver confusão e uso 
indiscriminado dos termos membrana basal e 
lâmina basal. Membrana basal é a 
denominação de uma camada situada abaixo 
de epitélios e que pode ser vista ao 
microscópio óptico quando corada pela técnica 
de ácido periódico de Schiff ou por 
impregnação com prata. Ela é mais espessa 
que a lâmina basal por incluir também, além da 
lâmina basal propriamente dita, algumas 
proteínas do tecido conjuntivo das 
proximidades. 
 
 
Os epitélios são divididos em epitélios de 
revestimento e epitélios glandulares, de acordo 
com a sua estrutura, arranjo celular e principal 
função. 
 
 
 
Os epitélios de revestimento recobrem a 
superfície externa do corpo e revestem as 
cavidades internas, tais como as grandes 
cavidades corporais e o lúmen dos vasos e dos 
órgãos ocos. 
Quanto à quantidade de camadas, os epitélios 
são classificados em: 
 - Simples: 1 camada 
 - Estratificados: + de 1 camada 
 - Pseudoestratificado: é formado por 
apenas uma camada celular, porém, seus 
núcleos são visualizados em diferentes alturas, 
dando a impressão se de tratar de um epitélio 
estratificado. 
 Tipos de epit lio 
 Caracteriza o dos epit lios 
de revestimento 
 
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De acordo com a forma: 
 - Pavimentoso 
 - Cúbico (cubóide) 
 - Colunar (prismático/cilíndrico) 
Nos epitélios estratificados, a classificação se dá 
pelo formato das células da camada mais 
superficial, isso é, da camada mais distante da 
lâmina basal e, portanto, em contato com a 
superfície livre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O epitélio estratificado pavimento pode ainda 
ser dividido em epitélio estratificado 
pavimentoso não queratinizado e epitélio 
estratificado pavimentoso queratinizado, que é 
encontrado na pele. 
 
 
O epitélio de transição é um tipo exclusivo de 
epitélio estratificado que é encontrado no 
revestimento da bexiga urinária, dos ureteres e 
da porção inicial da uretra. Nele, as células 
sofrem variação em seu formato a depender 
do grau de distensão ou de relaxamento do 
órgão. Quando a bexiga está vazia, as células 
mais externas apresentam aspecto mais 
globoso, ao passo que quando o órgão se 
enche, as células tornam-se mais achatadas e o 
epitélio parece ser mais delgado. 
 
 
 
 
 
Os epitélios glandulares são aqueles formados 
por células que se especializaram na atividade 
de secreção. Essas células podem sintetizar, 
armazenar e secretar: 
 - Proteínas: pâncreas. 
 - Lipídios: adrenal e glândulas sebáceas. 
 Caracteriza o dos epit lios 
glandulares 
 
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 - Complexos de carboidratos e 
proteínas: glândulas salivares. 
 - Proteínas, lipídios e carboidratos: 
glândulas mamárias. 
As moléculas a serem secretadas costumam 
ficar temporariamente armazenadas em 
pequenas vesículas intracelulares chamadas 
grânulos de secreção. 
 
Tipos de glândulas: 
 - Unicelulares: células caliciformes, que 
tem a função de secretar esse muco que se 
forma no seu citoplasma. São células isoladas, 
que estão distribuídas entre outras células, em 
geral, células do epitélio de revestimento. 
 
 - Multicelulares: As glândulas sempre se 
formam a partir de epitélios de revestimento, 
por meio de proliferação celular e invasão do 
tecido conjuntivo subjacente, somado à 
diferenciação adicional. Quando as glândulas 
mantêm conexão com o seu epitélio de 
origem, elas são chamadas de glândulas 
exócrinas, enquanto aquelas que perdem essa 
conexão são classificadas como endócrinas. 
 
Glândulas exócrinas 
Sempre possuem duas porções, a porção 
secretora e os ductos excretores. A parte 
secretora é constituída pelas células 
responsáveis pelo processo secretório. Os 
ductos excretores nada mais são do que a via 
de conexão remanescente entre a glândula e o 
epitélio de revestimento que a originou. É 
através deles que o material secretado irá 
alcançar a superfície do corpo ou uma 
cavidade. 
Classificação morfológica: 
 
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Classificação de acordo com o tipo de secreção 
produzida: 
 - Secreção serosa: é uma secreção 
proteica aquosa. Ex: pâncreas e glândula 
parótida. 
 
 - Secreção mucosa: secreção viscosa, 
porque acontece a glicosilação das proteínas. 
 
Classificação de acordo com o mecanismo de 
secreção: 
 - Merócrina: secreção liberada por 
exocitose, quando a secreção é liberada da 
célula por meio de exocitose somente dos 
grânulos de secreção. Ex: células acinosas do 
pâncreas. 
 - Apócrina: quando o produto de 
secreção é liberado juntamente com pequenas 
porções do citoplasma celular apical. Ex: 
glândula mamária. 
 - Holócrina: quando o material 
secretado é eliminado em conjunto com todo 
o material celular, havendo destruição da célula 
de secreção. Ex: Glândulas sebáceas da pele. 
 
 
Glândulas endócrinas 
São aquelas que perderam sua conexão ao 
epitélio de revestimento, portanto não 
possuem ductos. Dessa forma, suas secreções 
 
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são lançadas ao sangue para assimatingir o 
seu local de ação. 
Elas podem ser classificadas de acordo com a 
organização de suas células. Nas glândulas 
cordonais as células formam cordões 
anastomosados, entremeados por capilares 
sanguíneos, ex. paratireoide. Já as glândulas 
vesiculares (folicular) são aquelas constituídas 
por células que formam vesículas ou folículos 
preenchidos pelo material por elas secretado, 
ex. tireoide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glândulas mistas 
Funções endócrinas e exócrinas no mesmo 
lugar. 
Exemplo: pâncreas. É uma glândula exócrina 
acinosa composta serosa, enzimas 
pancreáticas; também é uma glândula 
endócrina cordonal (ilhotas de Langherans), 
insulina e glucagon.