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Patologia Médica 1 Luiza Andrade @medbyluiza Sistema digestório O esôfago é um tubo muscular oco, altamente distensível. Sua extensão vai da epiglote a junção gastresofágica (comprimento varia de 25 a 33 cm). É dividido em 3 regiões: • Superior ou cervical à aqui se encontra o esfíncter esofágico superior • Média ou torácica • Inferior à dividida em supra e infra diagramática à aqui se encontra o esfíncter esofágico inferior (esfíncter funcional, não anatômico) A importância do esfíncter esofágico inferior é manter a pressão esofágica para impedir o refluxo do conteúdo estomacal para o esôfago. Histologia do esôfago: O esôfago tem camada adventícia pois não é revestida por mesotélio, diferente dos outros órgãos do TGI (estomago, por exemplo, tem camada serosa). Só um pequeno pedaço do esôfago é revestido por mesotelio à esôfago abdominal. • Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado não ceratinizado + lâmina própria + muscular da mucosa (músculo liso). • Submucosa: TC + glândulas produtoras de muco • Muscular: musculo esquelético no início, seguido por musculo liso (peristaltismo) Anomalias congênitas: Raras no esôfago (1:1000 RN). Possuem importância por serem potencialmente graves e apresentarem sintomas precoces: disfagia, vomito, regurgitação, sialorreia, emagrecimento, infecções pulmonares (insuficiência respiratória). É necessário correção cirúrgica. Além disso, pode estar associada a outras malformações à Síndrome de Vater (alteração na vértebra, anus, traqueia, esôfago, rim/rádio). Atresia: estreitamento da abertura normal do esôfago à cordão fino e não finalizado (obstrução mecânica). Ocorre geralmente ao nível de bifurcação da traqueia • A) atresia, que conecta um segmento de esôfago ao outro, mas não permite o alimento de passar Fístula: geralmente ocorre em associação a atresia, e pode levar alimento a via respiratória. • B) fistula comunicando a parte inferior do esôfago a traqueia à mais comum, fístula com atresia Patologia esofágica Anomalias congênitas • C) fistula comunicando as duas partes do esôfago a traqueia à fístula sem atresia, o alimento passa, mas pode cair no trato respiratório Ambas exigem correção cirúrgica rápida, pois são incompatíveis com a vida. O RN regurgita imediatamente após amamentar. Divertículos: dilatação circunscritas da parede esofágica, que se comunicam com a luz do órgão. Pode ser congênito ou adquirido (maioria). O divertículo pode ser verdadeiro (ocorre evaginação da parede que contém todas as camadas viscerais) ou falso (contém apenas mucosa e submucosa) Podem se desenvolver em 3 regiões: • Constrição faringo-esofágica à divertículo de Zenlker • Região da constrição broncoaórtica à divertículo de tração (normalmente assintomático) • Imediatamente acima do esfíncter esofágico anterior à divertículo epifrênico (pode predispor. DRGE à doença do refluxo gastro esofágico) Divertículo de Zenker: se forma pela fraqueza do mm constritor inferior da faringe e cricofaríngeo. A mucosa e submucosa herniam pra fora à divertículo falso (pseudodivertículo), mais comum em pacientes idosos. Sintomas: disfagia, regurgitação, halitose (pela estase alimentas) e aspiração (alimento sai do divertículo e cai na traqueia) Também chamada de Sindrome de Mallory Weiss, são lacerações lineares e longitudinais no esôfago próximo à junção gastroesofágica, variando de poucos milímetros a alguns cm. É consequência de vômitos repetidos, como alcoólatras e bulímicos. O paciente pode ter sangramento à hematêmese 10 a 15% das HDA (hemorragia digestiva alta). Na maioria dos casos, ocorre sangramentos leves, que tendem a ser curar após os vômitos. Em caso de complicação grave, ocorre ruptura esofágica à Sindrome de Boerhaave. Lacerações esofágicas São dilatações circunscritas e permanentes das veias do plexo s submucosos e periesofágicos. São secundárias a hipertensão portal. 90% dos pacientes com varizes vão ter cirrose ou esquistossomose, que vão levar a hipertensão portal. Os terços distal e médio do esôfago, as veias esofágicas drenam para veia gástrica esquerda, que por sua ver drena pra veia porta. Morfologia: dilatações, saliências, tortuosidades e irregularidades das veias submucosas e periesofágicas. As veias ficam superficiais à mucosa azulada e delgada (mais fina) à risco de ruptura e sangramento. Os vasos são da lâmina própria e da submucosa à elas se dilatam, ficando muito próximo ao epitélio (por isso é possível observar na macroscopia). Complicação: hemorragia: vasos superficializados à sujeitos a traumatismos (pela deglutição de alimentos) à ruptura à hematêmeses. Os vasos congestos à alta pressão à ruptura à vasos maiores (hematêmese0 ou vasos pequenos (anemia crônica) Tratamento: vasoconstrição esplâncnica (ex: terlipressina – reduz o calibre dos vasos, diminuindo a pressão portal), escleroterapia (injetar um agente trombótico na veia) tamponamento por balão (comprime as veias), ligação de varizes (elástico que amarra a veia, impedindo o sangramento) Hérnia: saída de uma estrutura por um orifício. A hérnia de hiato ocorre por separação dos pilares diafragmáticos, com alargamento do espaço entre eles. Resulta em passagem de conteúdo abdominal para a cavidade torácica pelo hiato diafragmático. Pode ser congênita ou adquirida: pode ser encontrada em RN e incidência aumenta com a idedde. É mais comum em mulheres após os 40 anos. Existem 4 padrões esofágicos: • A hérnia mais comum é a do tipo III Patogênese (tipo II e III): • Enfraquecimento dos músculos do hiato (diafragma e EEI) • Condições que aumentem a pressão abdominal (obesidade, tosse, vomito, gravidez, ascite, etc) Varizes esofágicas Hérnia de hiato Clínica: • Frequentemente assintomáticos • Quando sintomáticos, associados a DRGE e suas complicações: perda do esfíncter inferior do esôfago (já que ele hérnia) e maior facilidade do alimento em voltar do estomago para o esôfago. Ex: esofagite de refluxo à complicações: úlcera, hemorragia e perfuração É um refluxo anormal do conteúdo gástrico para o esôfago. Ocorre relaxamento transitório do EEI, acomete 10 a 20% da população, de qualquer idade e gênero, sendo mais comum a partir dos 40 anos Possíveis sintomas e lesões: • Azia, pirose (queimação retroesternal), regurgitação e disfagia • Principais lesões 1/3 distal do esôfago à esofagite de refluxo, esôfago de Battert • Se subir mais, ppde acometer laringe, traqueia e pulmão à rouquidão, tosse infecções • Se atingir a cavidade oral à sialorreia, cáries (pelo ácido estomacal) Diagnósticos: • DRGE à impedancio-pHmetria esofágica (padrão ouro) • Lesões à EDA Patogênese: • Ocorre quando aumenta pressão intra-abdomial e diminuição dos mecanismos anti-refluxo • Alterações anatômicas e funcionais na JEG: EEI (principal barreira) e musculatura diafragmática • Fatores que alteram a pressão na JEG: estresse mecânico e emocional, tabagismo, oxido nítrico, alcoolismo, fármacos, hérnia de hiato, obesidade, gravidez, café, chocolate, frituras àa maioria desses fatores relaxam o EEI DRGE: sintomática ou assintomática; sem ou com lesões morfológicas. Tratamento: medidas comportamentais e medicamentos à “anti-ácidos”, IBP (omeprazol, pantoprazol), anti-histamínicos H2 Principais consequências de DRGE sem tratamento: esofagite de refluxo e esôfago de Barret Esofagite de refluxo: • O refluxo é a principal causa de esofagite • O epitélio esofágico é resistente a abrasão dos alimentos, mas sensível ao acido • Glândulas submucosas à secreção de mucinas e bicarbonato • Patogênese (processo inflamatório): refluxo ácido à aumento da descamação epitelial à aumento da regeneração à processo contínuo e prolongado de DRGE à aumento da perda e diminuição da regeneração (desequilíbrio) à atrofia do epitélio à erosões e ulcerações à hemorragiaDoença do refluxo gastroesofágico (DRGE) Morfologia: depende do tempo e intensidade do refluxo, variando desde uma área com hiperemia/edema até área com erosão. Microscopicamente tem 3 aspectos característicos: • Células inflamatórias intra-epteliais à eosinófilos, neutrófilos e linfócitos • Hiperplasia da camada basal à ate 20% da espessura do epitélio • Alongamento das papilas da lâmina própria e congestão • Imagem: hiperemia e agressão. Imagem b: cicatrização com estenose da luz Obs: os pacientes com esofagite tendem a sentir mais dor pois as papilas alongadas possuem terminações nervosas, que ficam mais perto da superfície. Esôfago de Barret É a substituição do epitélio estratificado escamoso por epitélio colunar do tipo intestinal (metaplasia intestinal). É uma complicação da DRGE e da esofagite, ocorrendo em 10% destes pacientes. Acomete principalmente homens, brancos entre 40 a 60 anos. Além disso, é fator de risco mais importante para o desenvolvimento do adenocarcinoma esofágico. Critério diagnóstico: • Evidência endoscópica de mucosa aveludada, de cor salmão, formando pequenas projeções digitiformes acima da JGE • Evidência histológica de metaplasia intestinal Pode ser classificado em: segmento longo (mais de 3cm superior a JEG) ou segmento longo (menos de 3 cm superior a JEG). Complicações: • Úlcera péptica (pepsis: digestão)à hemorragia e fibrose (estenose da luz do esôfago) • Malignização: metaplasia à DBG (displasia de baixo grau) à DAG à carcinoma in situ à adenocarcinoma É a 10ª causa de mortalidade oncológica no Brasil. O diagnostico normalmente é tardio, pois os pacientes são assintomáticos por muito tempo. Em termos de epidemiologia, é mais comum em homens, maiores de 50 anos. O carcinoma de células escamosas predomina em negros, enquanto o adenocarcinoma predomina em brancos. Fatores de risco: • DRGE à esôfago de Barret • Obesidade • Megaesôfago • Dieta à baixo consumo de frutas e vegetais, alimentos contaminados • Hábitos de vida à tabagismo, etilismo, bebidas quentes • Genética Carcinoma de células escamosas CCE • Tipo histológico mais comum no Brasil e na maior parte do mundo (60 a 70%) • Derivado do epitélio habitual do esôfago • Localização: terço médio e inferior Morfologia: inicialmente discreta elevação irregular da mucosa à displasia, CCE in situ ou CCE microinvasor à importante realizar endoscopia digestiva alta. Macroscopia: desde placas até lesões ulceradas e volumosas: vegetante/ exofítico, ulcerado, anular e infiltrante Microscopia: células escamosas atípicas invadindo a parede esofágica Neoplasias malignas Adenocarcinoma: • É o tipo histológico mais comum em países desenvolvidos à maior número de obesos e sedentários e diminuição dos fatores de risco para CCE (como etilismo) • Derivado do epitélio de Barret • Localização: terço inferior e JEG Morfologia: inicialmente irregularidade da mucosa vermelho-salmão à displasia, carcinoma in situ ou adenocarcinoma microinvasor à EDA Macroscopia: lesões aplanadas ou em placas avermelhadas, na mucosa metaplasica., lesões nodulares (massas), ulceração Microscopia: tumores glandulares produtores de muco Clínica: • evolução silenciosa (assintomática) à diagnóstico em fase avançada • disfagia à sólidos líquidos • vômitos, dor torácica, odinofagia • hematêmese ou melena • perda de peso progressiva Complicações: • obstrução • ulceração à hemorragia, perfuração (mediastinite) • infiltração de órgão adjacente à ex: traqueia (fístulas) Sobrevida: < 25% à estágio avançado (a partir de T2 ou com metástase) 80% à tumor precoce (T1) Estômago: é um órgão com formato de bolsa, situado entre esôfago e duodeno, na região superior do abdome. A sua função é armazenamento (até 1500 ml) e digestão (secreção enzimática). É dividido em regiões: • cardia: transição entre esôfago e estomago • fundo • corpo: porção média • antro: região distal, deparada do corpo pela incisura angular Junções: • JEG: junção esôfago-gástrica • JGD: junção gastro-duodenal Camadas histológicas do estômago: Mucosa oxíntica: fundo e corpo • Células parietais (ricas em mitocôndrias) à produz HCL e fator intrínseco (absorção de vitamina B12) • Células principais (zimogênicas) à produz pepsinogênio • Células neuroendócrinas (ECL) à produz histamina (geralmente não são visíveis no microscópio) Mucosa antral: antro • Células mucossecretoras à produz muco e bicarbonato • Células G à gastrina (estimulação da célula parietal) • Células D à somastatina (inibição da célula parietal) Fatores de proteção da mucosa: camada de muco, bicarbonato, barreira epitelial, fluxo sanguíneo (traz nutrientes e oxigênio à nutre as células) e prostaglandinas. (produção de bicarbonato, inibe a secreção de HCL, causa vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo). É um processo inflamatório da mucosa gástrica (antral e/ou oxíntica). Além disso, é uma condição histopatológica sem quadro clínico específico. • OBS: dispepsia funcional: dor epigástrica em queimação / desconforto abdominal sem lesão morfológica. Classificação: • Topografia: antral, oxíntica ou ambos (pangastrite) • Etiologia: álcool, medicamentos (AINE), auto-imune, infecciosa (h. pylori) • Tempo de duração: aguda ou crônica Patologia gástrica Gastrites Gastrite aguda: de curta duração, por uso de álcool (lesa a barreira epitelial e cliva o muco que protege a mucosa), alteração isquêmica na mucosa (redução do fluxo, menor aporte de nutrientes, ex: tabagistas) e AINES (inibem COX-1 e COX-2 à síntese de prostaglandinas). Microscopia: infiltrado inflamatório grânulo mononuclear, hiperemia, edema, erosões. Endoscopia: edema, hiperemia, erosões e hemorragia Clínica: maioria assintomática à dor epigástrica, azia, náuseas, vômitos, hemorragias Gastrite crônica: agressão crônica ou de longa duração a mucosa gástrica. É a forma mais comum. Causas: • Bacteriana à helicobacter pylori (80%) • Doença auto-imune (10%) • Outras (lesão por radiação, refluxo biliar, álcool, doença de çhron, AINES, tabagismo) Clínica: assintomáticos ou sintomas dispépticos (dor abdominal em queimação, empachamento pos-prandial, saciedade precoce, náuseas e vômitos) Gastrite crônica autoimune: acomete principalmente mulheres, de 50 a 60 aos. Os auto-anticorpos atuam contra células parietais (mucosa oxíntica – antro poupado), que produzem HCL à hipocloridria (alcalinização do Ph), redução da produção de fator intrínseco (diminuição da absorção da vitamina B12 à anemia perniciosa e neuropatias). Fisiologia normal da mucosa gástrica: Fisiopatologia da gastrite crônica auto-imune: Endoscopia: atrofia de mucosa oxíntica, com redução de sua espessura e pregueamento habitual Microscopia: infiltrado inflamatório mononuclear (macrófago, linfócito, mastócito), atrofia (destruição das células parietais), metaplasia intestinal e hiperplasia de células neuroendócrinas (ECL). Gastrite crônica pelo H. Pylori: infecção pelo bacilo espiralado, sendo a principal causa de gastrite do mundo. Está relacionada a baixos índices sócio-econômicos: transmissão via oral-fecal, associada a mas condições sanitárias e de higiene. Normalmente é adquirida na infância e, no Brasil, acomete 60% da população. Fatores de virulência: • Morfologia espiralada: movimento de rotação e aprofundamento no muco • Flagelos: motilidade • Adesinas: adesão da bactéria nas células colunares do epitélio gástrico (ela se adere, não penetra) • Cepas: CagA+ e VacA+ (mais virulentas) • Alta produção da enzima uréase: cliva a ureia em à amônia (NH3) + CO2 Fisiopatologia: . Microscopia: inflamação da mucosa antral, infiltrado inflamatório na lamina própria, as células inflamatórias entram no epitélio, uma vez queé o lugar onde as células produtoras de muco estão (H pylori fica aqui) Os neutrófilos são as células mais presentes. Localização do H pylori: • Antro: hipotrofia da mucosa e metaplasia intestinal, associa-se à hipersecreção ácida, muitas vezes associada a úlcera péptica duodenal. • Antro e corpo (pangastrite): evolução rápida para hipotrofia mucosa e metaplasia intestinal, hipocloridria (perda de célula parietal à menor produção de HCL), associada com úlcera péptica gástrica e risco aumentado para carcinoma gástrico. Endoscopia: achados inespecíficos, edema, hiperemia da mucosa Diagnóstico: EDA à biópsia (identificação direta da bactéria) e teste rápido de uréase. Além disso, existe o teste respiratório: paciente ingere uréia àse tiver h pylori, o paciente vai liberar ureia e CO2 à paciente expira na bolsa de ar e testam o conteúdo. Tratamento: IBP + antibióticos. • Complicações: UPG e UPD (úlceras) Úlcera é uma lesão escavada na mucosa, parede gástrica ou duodenal. Surge por digestão ácido péptica, ou seja, pelo ácido clorídrico e por enzimas do suco gástrico (pepsina). A incidência é maior em homens, e a causa principal é H. Pylori, mas pode ter outros fatores, como AINEs, tabagismo. Patogênese: surge quando há desequilíbrios nos mecanismos de defesa e na agressão da mucosa gástrica. A patogênese da úlcera péptica duodenal (aumento da agressão) é diferente da péptica gástrica (diminuição dos mecanismos de defesa). UPD à aumento da agressão, que leva a níveis mais elevados de secreção acida e pepsinogenio. Os pacientes com UPD possuem esvaziamento gástrico rápido, maior número de células parietais e também são mais sensíveis a gastrina, hipergastrinemia (principal motivo do aumento de gastrina é o H. Pylori). UPG à diminuição da defesa, geralmente na incisura angular (entre corpo e antro). Motivos de surgimento: • H. pylori: toxinas à lesam o epitélio e clivam o muco • AINEs: agressão epitelial direta, inibe o COX diminuindo as prostaglandinas • Álcool: agressão epitelial direta • Tabagismo: vasoconstrição • Refluxo duodenal: sais biliares Úlcera péptica Morfologia: área de escavação, fundo limpo (cheio de fibrina, é branca), pode ser redonda ou oval, com bordas regulares Tipos de úlcera: • Superficial: escava até a submucosa • Profunda: chega até a muscular profunda • Perfurada: passa por todas as camadas, podendo atingir a serosa e perfurar a parede à complicações • Terebrante: perfura a parede e atinge o pâncreas Microscopia: possui 4 camadas: debris celulares e neutrófilos, necrose fibrinoide (mais eosinófilico), tecido de granulação (tentativa do organismo de reparar a lesão), fibrose (TC maduro à cicatriz). Clínica: • dor epigástrica, em queimação, que surge 2 a 3h após refeição • melhora com antiácidos e alimentação • náusea, vômitos, distensão abdominal e perda de peso Complicações: • hemorragia à maçica (ematêmese ou melena), discreta (anemia) • perfuração à peritonite • cicatrização à estenose (obstrução) • malignização à raro Tratamento: tratar o H pylori e remover agentes lesivos Condições pré-cancerosas: situações que o portador tem mais risco de desenvolver câncer gástrico. Ex: atrofia e metaplasia intestinal. Metaplasia intestinal: H pylori causa desequilíbrio do microambiente da mucosa à a metaplasia é uma adaptação da mucosa à agressão prolongada. MI: células caliciformes, orla em escova, células de Paneth. (tipo I) São classificadas em 3 padrões: • tipo completa do tipo I • tipo incompleta dos tipos II e III Lesões pré-cancerosas: são lesões morfológicas nas quais o risco de transformação para câncer gástrico é maior. Displasia à aumento da proliferação células (figuras de mitose típica e atípicas) e atipías celulares e arquiteturais (pleiomorfismo e hipercromasia e estratificação) Neoplasias malignas Evolução da gastrite crônica: Carcinoma gástrico representa 90 a 95% das neoplasias malignas gástricas. Surge em países com baixo nível socioeconômico, por ser predominante a infecção pelo H. pylori e pela dieta desses países. É uma importante causa de óbito em ambos os sexos. A fase inicial é assintomática ou sintomas inespecíficos (semelhante a gastrite) à apenas 10 a 20% dos casos são diagnosticados na fase inicial. O prognostico é geralmente ruim Patogênese: doença multifatorial: ambiente + individuo. Dieta + h. pylori (principalmente Cag A+ e condições pré-cancerosa) à atingem a mucosa gástrica à stress oxidativo + proliferação celular à indução a mutações à carcinogênese Os carcinomas podem ser do tipo intestinal e do tipo difuso, pela classificação histológica de Lauren: Carcinoma gástrico do tipo intestinal: macroscopia à lesão vegetante ou que úlcera (imag A) Carcinoma gástrico do tipo difuso: macroscopia à célula cresce no interior da parede, espessando-a. (imag B) Morfologia macroscópica: classificação de Borrmann Obs: IV é típico do carcinoma difuso. Linite plástica: estomago difusamente acometido, com parede espessada Estadiamento Disseminação do carcinoma gástrico: cicatriz umbilical (nódulo da irmã Maria José), linfonodo supra-clavicular (sinal de Troiser à nódulo de Virchow) e ovário Tumor de Krukemberg. Consequências e complicações: • Diagnóstico tardio: perda de peso, anorexia, intolerância alimentar, dor, anemia, vômitos • Obstrução gástrica: lesões volumosas de crescimento para a luz gástrica • Hemorragia à hematêmese (HDA) ou melena (HDB): ulceração e necrose tumoral à choque hipovolêmico • Perfuração da parede gástrica: Intestinos: órgão com formato tubular, ID tem de 6 a 8 metros e o IG tem de 1,3 a 1,7. O ID é composto pelo duodeno, jejuno e íleo e o IG é formado pelos cólons, ceco e reto. A função dos intestinos é digestão, absorção de nutrientes e água (à formação do bolo fecal) e excreção. Intestino delgado: possui uma serosa lisa e brilhantes, sendo possível observar o mesentério (local onde ficam os vasos, responsáveis pela irrigação do órgão). A mucosa possui pregueamentos, no eixo transversal à mais proeminente que no IG pelas vilosidades. Intestino grosso: saculações (austrações), aspecto característico por causa das tenias. A mucosa tem pregueamentos transversais (menos proeminente que no ID). Histologia: mucosa, submucosa, muscular própria e serosa Mucosa: camada epitelial, lâmina própria e camada muscular da mucosa Diferença de epitélio: • ID à vilosidades intestinais, borda em escova (bom para aumentar a absorção, pelo aumento da superfície de contato), células colunares simples, com pouca secreção de muco. • . IG à epitélio com criptas, ausência da orla em escova (o objetivo não é absorção de alimento), absorve água e secreta muco (para lubrificação, de forma que as fezes não lesem o intestino) Irrigação: as arcadas se anastomosam à arcadas mesentéricas à fator de proteção contra isquemia. Patologia intestinal Isquemia intestinal: causada por fluxo insuficiente, comum em idosos acima de 70 anos (aterosclerose), gerando alta morbidade e mortalidade (em casos de infarto intestinal). As consequências vão depender da intensidade e duração da isquemia, podendo ser crônica (angina) e aguda (infarto). Causas: Interrupção do fluxo: • Obstrução arterial. Ex: trombose ou embolia nas artérias mesentéricas o Trombose associada à aterosclerose o Embolia: IAM, endocardite, arritmias à advindos do coração esquerdo • Obstrução venosa: ex: trombose à vv mesentérica o Condições predisponentes: ICC, inflamação de órgãos abdominais, cirurgias, neoplasias • Baixa perfusão tecidual: ex: ICC, desidratação, estados de choque Fatores mecânicos: • Hérnia: protrusão de víscera abdominal para fora da cavidade peritoneal, geralmente na parede abdominal à em determinados pontospode ser estrangulado, diminuindo o fluxo sanguíneo e gerando isquemia • Aderencia: traves fibrosas que se desenvolvem entre alças de intestino ou entre alça e parede abdominal. Podem surgir após cirurgias e a complicação pode gerar a aderência. Essas aderências podem obstruir o fluxo e causa isquemia • Volvo ou volvolo: torção da alça sobre si mesma, provocando obstrução de fluxo do instestino e o sistema de ligação. Pode ser idiopático ou relacionados aos megas • Instussuscepção: invaginação da alça dentro dela mesa, gerando compressão vascular e obstrução do fluxo. Não émuito comum, mas ocorre mais em crianças Isquemia intestinal crônica: Aterosclerose: • Diminuição do fluxo sanguíneo à hipóxia à angina abdominal: dor intermitente, duração variável, piora após refeições. • Inflamação à erosão ou ulceração da mucosa • Processo reparativo à fibrose da lesão à estenose Isquemia intestinal aguda Intensidade e duração: determinam se o infarto vai ser • Infarto da mucosa à necrose restrita a mucosa à quando a intensidade e duração são baixas • Infarto transmural à necrose abrange todas as camadas da parede intestinal à locais mais afetados: jejuno distal e íleo e flexura esplênica à quando a intensidade e duração são altas Infarto da mucosa: no máximo infarta a submucosa (menos comum). Causa: baixa perfusão tecidual (ICC, choque), precipitado por vasoconstrição. Se a causa é eliminada, a lesão pode ser reparada à prognóstico melhor que o transmural. Morfologia: vilosidades começam a perder sua arquitetura, pela perda do revestimento epitelial, congestão vascular (sangue preso, dificuldade de drenagem), sem necrose da serosa. A alça IV representa uma alça normal, sem alteração isquêmica à diferente das alças I, II e III Doença isquêmica intestinal Infarto transmural: necrose de toda a parede intestinal, serosa enegrecida, com alteração isquêmica. Causa: obstrução (trombo/embolo) da artéria mesentérica superior (60% à é mais obliqua, mais fácil de penetração pelo trombo. Ademais, é mais calibrosa que a A.M.I.). O prognóstico é ruim à alta mortalidade. Morfologia: infarto vermelho (pelas anastomoses). Segmentos mais acometidos: • ID à jejuno e íleo • IG à flexura esplênica: onde termina. A irrigação da MAS e começa a da AMI Parede: edemaciada, congesta, escurecida, com sangue na luz • Limite nítido à obstrução arterial (toda a área irrigada pela artéria perde irrigação de uma vez só) • Limite pouco definido à obstrução venosa (perde a parte venosa, mas a artéria continua irrigando à tempo de hipóxia é diferente) Microscopia: necrose isquêmica + inundação hemorrágica (pela anastomose) à infarto vermelho. Células inflamatórias, principalmente neutrófilos à PMN. A colonização bacteriana predispõe à perfuração. • Parede intestinal avermelhada à hemácias • Mucosa com inundação hemorragia, perda de superfície endotelial, neutrófilos Clínica dos infartos: • Dor abdominal súbita e intensa, em região periumbilical • Taquicardia e hipotensão arterial • Redução ou abolição dos movimentos peristálticos • Náuseas, vômitos • Diarreia sanguinolenta à HDB (hemorragia digestiva baixa) • HDB à sangramentos abaixo do ângulo de Treitz (ou flexura duodenojejunal) Complicações: • Choque hipovolêmico à pela hemorragia digestiva baixa • Íleo paralítico ou adinâmico à pela diminuição de movimentos peristálticos • Peritonite à pela perda da impermeabilidade da parede e pela proliferação bacteriana • Perfuração intestinal à isquemia + proliferação bacteriana • Prognóstico: extensão, tempo de diagnóstico (demora, pois, existem várias doenças abdominais) à mortalidade de 40 a 70%. É uma inflamação aguda do apêndice cecal, sendo a principal causa de abdome agudo cirúrgico. É mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens. Mais comum em homens, H:M (2:1). Causas: fecalitos, parasitas, corpo estranho, tumor à tudo isso causa obstrução. Patogênese: Clínica: hiporexia (perda do apetite), náuseas, vômitos, febre, dor periumbilical à migra para fossa ilíaca direita (sinal de Blumberg + à paciente sente dor ao pressionar.), leucocitose com desvio para esquerda. Morfologia: inicialmente, alteração apenas no apêndice à progressão com hiperemia em toda a região à necrose da parede, com hemorragia e deposito de fibrina à apêndice supurado e pode ser perfurado à peritonite, sepse. Microscopia: infiltrado granulomononuclear (ou PMN), com presença de neutrófilos. Também chamada de megacólon congênito, ocorre de 1 em 5000 nascidos vivos (relativamente raro). Surge de forma esporádica, mas pode estar associado a outras anomalias (ex: 10% em Síndrome de Down). Causa: aganglionose à falta de neurônios nos plexos submucoso e mioentérico. É mais comum em homens (4:1) e se localiza no retossigmoide, principalmente. Patogênese: ausência de neurônios nos plexos nervosos à ausência de contrações peristálticas à obstrução funcional à dilatação do segmento intestinal à montante (no proximal e não no aganglionico) Septicemia: choque séptico Apendicite aguda Doença de Hirschsprung Clínica: é congênita, sendo um problema na embriogênese • Manifesta-se no período neonatal à ausência de eliminação de mecônio (fezes esverdeadas de recém-nascido), distensão abdominal, vômitos. • Constipação intestinal crônica à enterocolites associadas à estase. Perfuração à leva a peritonite à septicemia à choque séptico. • Diagnóstico: biópsia Histologia: normal: neurônios na seta x doença de Hirachsprung: ausência de neurônio, apenas fibras nervosas. Tratamento: ressecção da parte com ausência de neurônios. É uma condição patológica adquirida. Os divertículos são dilatações saculares da mucosa e submucosa, através da camada muscular da parede intestinal à são divertículos falsos, uma vez que se formam apenas pela mucosa e submucosa. Divesticulose: divertículos múltiplos. Essa doença predomina em idosos, acima de 60 anos, e se localiza no cólon sigmoide. Patogênese: 1. Fraqueza local na parede à inserção dos vasos mesenéricos 2. Aumento da pressão intraluminal: padrão alimentar à dieta pobre em fibras e vegetais (importantes para evitar formação de bolo fecal) É mais comum no cólon esquerdo, pois o bolo fecal nesse lado está formado à maior pressão luminal. Clínica: • Maioria assintomático • Desconforto e dor abdominal tipo cólica • Constipação intercalada à diarreia • Distensão abdominal • Hemorragia geralmente discreta Complicações: • Inflamação à diverticulite • Perfuração à peritonite, abcessos, fístulas • Reparação à fibrose à estenose Doença diverticular do Cólon É uma condição idiopática, de inflamação prolongada, exarcebada e destrutiva do TGI. Parece resultar de uma ativação do sistema imune, por antígenos da microbiota normal do hospedeiro. Os pacientes apresentam diarreia crônica que pode durar anos ou décadas. Acomete principalmente mulheres brancas, de 20 a 40 anos. Formas: Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa (RCUI). Patogênese: desconhecida • Microbiota à Resposta imunitária anormal à microbiota intestinal, composição alterada da microbiota • Disfunção do epitélio intestinal à permite contato de antígenos com células inflamatórias na mucosa, por defeito na função da barreira • Genética: risco maior quando há membro da família afetado, mais de 160 genes associados, Gene NOD2 à mutado em 10% dos pacientes, codificar proteína que se liga a peptideoglicanos bacterianos, ou seja, ativa vias de sinalização inflamatória. • Mecanismos imunitários à • A doença NÃO é auto-imune, mas o sistema imune está relacionado. Diagnóstico: associação de quadro clínico + exames laboratoriais + histopatologia à permite distinção entre Crohn e RCUI em 90% dos casos, em 10% é indeterminada Obs: lesões salteadas à intercala entre área sã, área doente Transmural à pega todas as camadas da paredeDoença de Crohn: Macroscopia: congestão + edema + processo inflamatório (imagem 1) à destruição epitelial àerosões à úlceras profundas e estreitas (alteração de pedra de calçamento – imagem 2) à coalescem à fissuras lineares e tortuosas (imagem Doença inflamatória intestinal 3) à caso seja mais profunda e atinja a serosa à perfuração, aderências ou fístulas com outros órgãos (imagem 4). Reparo: fibose à estenose (figura 5: em cinza, estreitamento/estenose, em amarelo: segmento com mucosa intestinal normal) Microscopia: inflamação transmural, agregados linfoides (setas imagem 2) e distorção arquitetural (imagem 1). Presença de microabcessos de cripta, IIGMN (neutófilos no lúmem da cripta i imagem 3), granulomas não caseosos (imagem 4) Além disso, é possível observar ulceração e fibrose (imagem 1: áreas de fibrose nas setas, na camada muscular). Fissuras também são presentes (imagem 2: setas) e são bem profundas, podendo causar perfurações e fístulas. Clínica: variável, manifestações recorrentes. Início à ataques intermitentes de diarreia leve, febre e dor abdominal. Períodos assintomáticos à semanas, meses ou anos. Hematoquezia à sangramento nas fezes. Complicações: anemia, obstrução intestinal (pela fibrose à estenose da luz), perfuração (fístulas principalmente perianal, abcessos e peritonite à curando com sepse), desidratação e desnutrição (diarreia e má absorção), aumenta risco para câncer colorretal. Retocolite ulcerativa: Macroscopia: mucosa hiperemiada, granular, friável e que sangra com facilidade à na parte do cólon doente. Ocorre transição abrupta (setas amarelas) entre o cólon doente e sadio. As úlceras são mais rasas e limitadas a mucosa/submucosa. Formam pseudopólipos inflamatórios (ao lado das úlceras à é a parte da mucosa que se regenerou, fomando ilhas) Microscopia: inflamação da mucosa e pouco na submucosa à ausência de fibrose e espessamento. Úlceras rasas (u) e pseudopólipos inflamatórios (p). Outros achados: semelhante a Crohn, exceto pelos granulomas que são ausentes Clínica: distúrbio recorrente, caracterizado por episódios de dos abdominal, com diarreia mucossanguinolenta. Os sintomas podem persistir por longo período de tempo. Períodos assintomáticos à semanas, meses ou anos Complicações: anemia, desidratação, aumenta o risco para câncer colorretal (mais que Crohn) Tumores do ID à são raros. Tumores do IG: pólipos: não neoplásicos à hiperplásicos (não acarreta risco de malignidade) e hamartomatosos (lesão de tecido normal, que vai crescer de forma desordenada, podendo aumentar a chance de câncer de colo) e neoplásicos à adenomatosos (benigno, podendo ter risco para câncer colorretal). O outro tipo de tumor é o câncer colorretal. Pólipos colônicos: são lesões elevadas formada por criptas e glândulas da camada mucosa que se projetam para cima da linha da mucosa, formando protrusão para a luz crônica Pólipos hiperplásicos: • Resultam da hiperplasia, ou seja, aumento do número de criptas e glândulas da camada mucosa • São mais frequentes, pequenos (0,1 a 1 cm) e sésseis (a base de implantação se da diretamente na mucosa) • Podem ser únicos ou múltiplos • São mais comuns no retossigmóide • Acomete principalmente a partir de 50 anos Macroscopia: criptas bem definidas, alongadas e a maturação das células está preservada (não tem displasia). Além disso, a glândula possui aspecto serrilhado. Pólipos adenomatosos ou adenomas: • Resultam da proliferação neoplásica de células epiteliais com diferentes graus de atipia células (displasia) • Podem ser únicos ou múltiplos, sésseis ou pediculados, de até 10 cm • Ocorre após os 40 anos, e principalmente após os 50 • Mais comum no cólon esquerdo (retossigmóide) • Potencial de evoluir para adenocarcinoma • Classificação: tubular, viloso e tubuloviloso • Brasil: recomendado colonoscopia a partir dos 50 anos, mesmo se for assintomático A) Adenoma tubular: lesão arredondada, de aspecto liso ou cerebriforme (lembra um encéfalo), histologia com glândulas tubulares com displasias. Representa a maioria dos adenomas à 75% • Únicos ou múltiplos • Geralmente são pequenos • Podem ser pediculados ou sésseis • Podem ser esporádicos ou decorrentes de síndromes genéticas Neoplasias intestinais: adenoma e adenocarcinoma B) Adenoma viloso: Representa a minoria dos adenomas à 10%. Apresenta projeções e ramificações papilíferas, com aspecto arborescente. Microscopia: papilas ramificadas e projetadas para a luz, com displasia • Geralmente sésseis e únicos • Tamanho variável, até 10 cm • Risco 10x maior que o adenoma tubular de transformação para adenocarcinoma • Evolui para adenocarcinoma em 30-50% dos casos Formas de ocorrência dos adenomas: • Forma esporádica ou aleatória: não relacionada a transmissão genética ou familial; pólipo único ou múltiplos (polipose colônica) • Forma genética ou familial: centenas ou milhares de pólipos; Polipose colônica familial à polipose adenomatosa familial (FAP) à a parede fica cheia de pólipos! Polipose adenomatosa familial (FAP): doença genética, de herança autossômica dominante, causada por mutações no gene APC (bloqueia o crescimento células desordenado à se mutado, perde essa função à culmina com o surgimento de numerosos pólipos, principalmente tubular).. O início dos pólipos ocorre na 2ª e 3ª décadas de vida. • Forma clássica: >100 pólipos (500 a 2500), comum no cólon esquerdo. O risco para desenvolvimento de câncer é alto à 100% (é necessário tratar, fazendo colectomia) • Forma atenuada: <100 pólipos, comum no cólon direito. O risco de câncer é de 50% à é possível retirar só os pólipos em alguns casos. • Síndrome de Gardner: FAP + lesões extraintestinais associadas aos pólipos à ex: osteomas (benigno), cistos cutâneos e tumores de tiroides. • Síndrome de Turcot: FAP + tumores do SNC Adenocarcinoma colônicos : corresponde a 95% dos tumores malignos do IG. É uma neoplasia maligna de alta prevalência mundial e, no Brasil, é a neoplasia mais comum do TGI. O local mais comum para a ocorrência é no cólon esquerdo à 70% no retossigmoide. Os tumores podem ser esporádicos (60 a 80 anos) e hereditários (< 50 anos, Síndromes Genéticas Familiares à FAP e HNPCC) Patogênese: fatores ambientais (dieta, hábitos de vida) + alterações da genética molecular (ativação de proto-oncogenes + perda de função de genes supressores de tumor à aquisição do fenótipo maligno) = Carcinogênese • Dieta: pouca vitamina e fibras (aumenta a quantidade de radicais livres e diminui o bolo fecal, alterando a microbiota intestinal), alta ingestão de carboidratos, carne vermelha e lipídeos (aumenta síntese hepática de colesterol e ácidos biliares à podem se tornar carcinogênicas) • Estilo de vida: sedentarismo (diminui o peristaltismo à contato prolongado do bolo fecal é fator de risco), obesidade, tabagismo e alcoolismo • Obs: doenças inflamatórias intestinais à D. de Crohn e Colite ulcerativa à aumentam o risco instabilidade de microssatélite à microssatélite é uma sequência repetitiva de nucleotídeos que ficam no gene de reparo de DNA. A mutação dessa sequência, leva a um erro no gene e na proteína que vai codificar, a qual faria o reparo do DNA à aumenta chance de erros na replicação celular Obs: abaixo da 5ª década é em casos associados a hereditariedade. Via supressora à APC/ beta-catenina: sequência adenoma à carcinoma é o protótipo para o desenvolvimento da maioria dos carcinomas colorretais Patogênese: fatores de risco para evolução para adenocarcinoma colônico: • Adenomas colônicos que apresentam: componente viloso, tamanho > 2cm, multiplicidade (vários adenomas), displasia de alto grau (DAG) • Síndrome hereditária à polipose colônica adenomatosa familial Síndrome de Lynch à câncer de cólon não associado a polipose (HNOCC): forma sindrômicamais comum de câncer de cólon, 2 a 4% dos casos de colorretal. Acomete pacientes mais jovens (<50 anos), sendo mais comuns no cólon direito. • Está relacionado a mutação de genes de reparo do DNA à MSH2 e MLH1 (principais genes) • Pode associar-se a câncer de: ovário, estomago, câncer, pâncreas e vias biliares Morfologia: cólon direito à lesões úlcero-infiltrativas, bordas endurecidas e elevadas, com fundo necrótico. Ocorrem lesões polipoides, vegetantes e exofíticas. A luz do colon direto é ampla, por isso o crescimento é lento. Além disso, as fezes não estão bem formadas, estão liquidas à obstrução rara da luz (isso pode levar a diagnóstico tardio) Cólon esquerdo à lesões anulares (envolve toda circunferência do órgão) e constritiva àobstrução mais frequente Exame de imagemà estreitamento da luz, sinal da maca mordida. Microscopia: igual para os dois cólons. Do lado esquerdo, mucosa normal e do lado direito, área de adenocarcinoma (imagem 1). No maior aumento, possível ver glândulas normais na esquerda e áreas de displasia na parte superior. No lado direto, possível ver glândulas infiltrando (imagem 2). As células têm arranjo tubulares, que são compostos por células neoplásicas (imagem 3). Ocorre proliferação de células colunares atípicas, formando glândulas, que invadem e infiltram as camadas da parede colônica (imagem 4). Clínica: • Fase precoce: assintomático • Cólon direito: silencioso, sinais e sintomas inespecíficos à fadiga e fraqueza por anemia crônica • Cólon esquerdo: obstrução intestinal progressiva, alteração do hábito intestinal e das fezes à diarreia, constipação (dor abdominal) e perda de sangue nas fezes (pode ser oculto) Complicações: • Emagrecimento acentuado à redução da alimentação • Sangramento à crônico (anemia) ou agudo (HDB à hematoquezia) à choque hipovolêmico • Obstrução e fístulas • Perfuração à peritonite à sepse à choque séptico • Disseminação à ascite carcinomatosa, carcinomatose peritoneal infiltração de órgãos adjacentes Prognóstico: depende de metástases e profundidade de invasão da parede intestinal à sobrevida global em 5 anos: de 30 a 65%
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