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SEMIOLOGIA COVID

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RAPHAELA DA SILVA FARIA 
COVID19-SARS-COV2 
1)- RESPONDA OS PRINCIPAIS ASPECTOS REFERENTES: 
Quadro clínico 
O tempo de início da SARS relacionada ao COVID-19 geralmente ocorre entre 8 e 12 dias. A 
SARS é uma condição associada a muitas doenças que resultam em redução da complacência 
pulmonar e hipoxemia grave. Os pacientes com doença grave geralmente apresentaram febre, 
tosse seca, dispneia e infiltrados pulmonares bilaterais. Febre, tosse seca e fadiga foram mais 
comumente relatados, enquanto congestão nasal, rinorreia, dor de garganta e mialgia foram 
relativamente raros. Ocasionalmente, sintomas não respiratórios, como palpitação, diarreia ou 
dor de cabeça, precederam os sintomas respiratórios. 
Além do quadro clínico clássico, também é possível observar outros achados laboratoriais, 
como a linfopenia, frequentemente identificada nos pacientes com COVID-19 (leve diminuição 
ou níveis normais no total de glóbulos brancos em casos leves, e aumento em pacientes com 
quadro clínico moderados e graves). Indicadores de inflamação sistêmica, como elevação de 
níveis séricos de ferritina e proteína C reativa (PCR), taxa de sedimentação de eritrócitos (VHS), 
podem estar elevados quando associados à altos níveis de citocinas pró inflamatórias 
circulantes e quimiocinas. Outrossim, paciente com complicações sistêmicas podem ter altos 
níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST) e 
creatinina, sugerindo acometimentos hepáticos e renais. Por fim, as complicações incluem: 
insuficiência respiratória, lesão hepática, lesão miocárdica aguda, lesão aguda renal, choque 
séptico e até falência de múltiplos órgãos . 
Epidemiologia https://www.gov.br/saude/pt-
br/media/pdf/2021/marco/05/boletim_epidemiologico_covid_52_final2.pdf 
A epidemiologia do SARS-CoV-2 indica que a maioria das infecções se espalha por contato 
próximo, principalmente por meio de gotículas respiratórias. A transmissão por gotículas 
menores contendo o SARS-CoV-2 suspensas no ar na comunidade são incomuns, entretanto 
pode ocorrer em circunstâncias especiais quando uma pessoa infectada produz gotículas 
respiratórias por um período prolongado (maior que 30 minutos a várias horas) em um espaço 
fechado. Nessas situações, uma quantidade suficiente de vírus pode permanecer presente no 
espaço de forma a causar infecções em pessoas que estiverem a mais de 1 metro de distância 
ou que passaram por aquele espaço logo após a saída da pessoa infectada. Estas circunstâncias 
incluem: Espaços fechados dentro dos quais várias pessoas podem ter sido expostas a uma 
pessoa infectada ao mesmo tempo, ou logo após a saída da pessoa infectada deste espaço. 
Exposição prolongada a partículas respiratórias, muitas vezes geradas por esforço respiratório 
(gritar, cantar, fazer exercícios) que aumentam a concentração de gotículas respiratórias em 
suspensão. Ventilação ou tratamento de ar inadequados que permitiram o acúmulo de 
pequenas gotículas e partículas respiratórias em suspensão. Alguns procedimentos médicos 
em vias aéreas também podem produzir aerossóis que são capazes de permanecer suspensas 
no ar por períodos mais longos. Quando tais procedimentos são realizados em pessoas com 
covid-19 em unidades de saúde, esses aerossóis podem conter o vírus, que poderão ser 
inalados por outras pessoas que não estejam utilizando equipamento de proteção individual 
(EPI) apropriado. 
Para evitar a propagação da COVID-19, faça o seguinte: 
https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/marco/05/boletim_epidemiologico_covid_52_final2.pdf
https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/marco/05/boletim_epidemiologico_covid_52_final2.pdf
 
RAPHAELA DA SILVA FARIA 
Lave suas mãos com frequência. Use sabão e água ou álcool em gel. 
Mantenha uma distância segura de pessoas que estiverem tossindo ou espirrando. 
Use máscara quando não for possível manter o distanciamento físico. 
Não toque nos olhos, no nariz ou na boca. 
Cubra seu nariz e boca com o braço dobrado ou um lenço ao tossir ou expirar. 
Fique em casa se você se sentir indisposto. 
Procure atendimento médico se tiver febre, tosse e dificuldade para respirar. 
 
Fisiopatologia 
A cápsula viral (proteína S) se liga ao Receptor de eca-2, principalmente no tecido pulmonar 
A COVID-19 é uma infecção viral das vias aéreas que afeta principalmente as células 
epiteliais/alveolares e endoteliais, resultando na descamação de pneumócitos, presença de 
membrana hialina, formação e inflamação intersticial com infiltração de linfócitos. Vale 
ressaltar que alterações virais incluem também células multinucleadas, células sinciciais e 
pneumócitos atípicos nos espaços intraalveolares, que desencadeiam a SARS. Nas formas 
graves de COVID-19, a cascata inflamatória resultante pode levar a uma “tempestade de 
citocinas”, como foi observado em estudos recentes - os quais mostram a elevação dos níveis 
séricos de citocinas (figura1). Tal evento inclui aumento de IL-2, IL-7, IL-10, fator estimulador 
de colônias de granulócitos (G-CSF), proteína quimiotática de monócitos (MCP) e TNF-α 6 , 
uma citocina que tem função de promover a resposta imune e a inflamatória através do 
recrutamento de neutrófilos e monócitos para o local da infecção. 
 A partir disso, acredita-se que a tempestade de citocinas possua notável importância na 
progressão da SARS na COVID-19. A SARS provoca exsudação de líquido, rico em células e 
proteínas plasmáticas, ocasionando aumento na permeabilidade entre os alvéolos e os 
capilares que os recobrem. Esse processo induz à resposta inflamatória local com a presença 
de leucócitos, plaquetas e fibrina - a qual contribui para a formação de membrana hialina e 
subsequente fibrose alveolar. 
Então, a SARS resulta de intensa resposta inflamatória aguda nos alvéolos, impedindo a troca 
gasosa fisiológica de oxigênio e gás carbônico. Nesta situação, ocorrem os sintomas 
característicos: intensa dispneia e baixa saturação de O2 sanguíneo. A partir do 
desenvolvimento e da progressão da disfunção respiratória, há como consequência 
insuficiência cardíaca das câmaras direitas do coração. Tal fato ocorre devido à sobrecarga 
cardíaca, retratada como diminuição da capacidade de funcionamento adequado do coração 
direito por hipertensão pulmonar, a qual é ocasionada por fibrose do parênquima. 
 
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Exames complementares 
Que exames pedir: 
PCR para SARS-CoV-2 (polymerase chain reaction): depende se é transmissão local (testar os 
suspeitos até chegar no paciente original) e na transmissão comunitária (só testar só os 
graves/internados) 
Geralmente é realizado na via aérea superior (swab nasofaríngeo ou orofaríngeo) 
Também é possível realizar na via aérea inferior 9escarro, aspirado traqueal, lavado 
broncoalveolar) 
Positivo: diagnóstico é confirmado 
Painel respiratório (diagnóstico diferencial) 
Hemograma completo 
PTT/TAP/INR 
Função hepática, renal e eletrólitos 
Gasometria arterial 
PCR,LDH, pro calcitonina, lactato, CK, troponina, D-dímero 
Culturas para bactérias 
- ACHADOS ESPERADOS 
Mais comuns: linfopenia, leucopenia leve, TGO, LDH e PCR (proteína C reativa) elevados 
Superinfecção bacteriana: procalcitonina elevada (normalmente Sars-Cov-2 não aumenta) 
Pior prognóstico: tempo de protrombina e D-dímero elevados 
Diagnóstico diferencial 
 
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PAINEL MOLECULAR DE VIROSES RESPIRATÓRIAS (Influenza A,B e C; Adenovírus; vírus 
respiratório sincicial A e B; rinovírus; coronavírus/exceto Sars-Cov-2; Parainfluenza 1,2,3 e 4; 
Metapneumovírus; bocavírus; enterovírus) 
 
Também poderá ser solicitada, a tomografia computadorizada (TC) de tórax, como método de 
diagnóstico auxiliar. O exsudato presente nos espaços aéreos permite a manifestação de 
achado típico, o qual é encontrado na TC de tórax dos pacientes com COVID-19, conhecido 
comovidro fosco (FIGURAS 2 B e 4). É possível analisar lesões precoces, sendo únicas ou 
múltiplas, que são apresentadas como sombras irregulares limitadas com mudanças 
estruturais, e normalmente localizadas na periferia dos campos pulmonares (FIGURA 2 B). 
Essas lesões podem progredir quando opacidades são observadas difusamente, com ou sem 
mínima efusão pleural. Em casos graves ou críticos, presença de infiltrados (FIGURA 2 A) ou 
condensações multilobulares difusos podem ser detectados, os quais podem evoluir 
rapidamente para consolidação completa do pulmão (FIGURAS 3 e 4). 
 
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 Achados radiológicos 
Achados pulmonares na radiografia de tórax: 
• Infiltrado intersticial de predomínio periférico; 
• Derrame pleural; 
• Consolidações bilaterais. 
Achados pulmonares predominantes na TC de tórax: 
• Opacidades em vidro fosco; 
• Consolidações focais; 
• Opacidades mistas; 
• Espessamento septal; 
• Alterações reticulares; 
• Estrias fibróticas e; 
• Derrame pleural. 
O acometimento em geral se dá de modo bilateral, com distribuição mais periférica e 
ocorrência em campos pulmonares médio, inferior e posterior. Os achados de fase avançada 
da doença em geral ocorrem 8-14 dias após o início dos sintomas, podendo se sobrepor aos 
achados iniciais, predominantemente do tipo alveolares. 
 
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Também, embora o uso da TC de Tórax ainda esteja não estabelecido como triagem, sabe-se 
que este método apresenta uma maior sensibilidade para detecção precoce de manifestações 
pulmonares, embora a especificidade seja limitada. 
 
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Diagnóstico 
O diagnóstico da COVID-19 é baseado na história epidemiológica de acordo os critérios 
clínicos, bem como, obter informações sobre viagem recente residência em áreas de 
 
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comunidades infectadas pelo COVID-19 . Caso o paciente apresente os sintomas e história com 
provável infecção, o profissional de saúde deverá solicitar a reação em cadeia da polimerase 
com transcrição reversa (RT-PCR), teste de diagnóstico para COVID-19 padrão ouro, obtido 
através de amostra coletada da região do trato respiratório superior (nasofaringe e orofaringe) 
e, se possível, das vias respiratórias (escarro, aspirado traqueal ou lavado broncoalveolar). 
Ademais, tecnologias de identificação imune como teste de IgM / IgG e ensaio de 
imunoabsorção enzimática (ELISA) são opções diagnósticas possíveis. 
 
O que procurar na história do paciente: 
Transmissão local (História de viagem para local de risco, contato próximo com alguém que 
viajou) 
Transmissão comunitária (Não se procura a origem da doença, qualquer pessoa com síndrome 
gripal é caso suspeito) 
Sinais e sintomas: febre aferida ou referida pelo paciente, cansaço, tosse seca, anorexia, 
mialgia, dispnéia 
Outros sinais e sintomas: Cefaléia, dor de garganta, coriza, si tomas gastrointestinais 
Grupos de risco: >60 anos, cardiopatas, diabéticos, pneumopatas, imunossuprimidos, IRC 
 
Principais diagnósticos diferenciais 
Dentre os principais diagnósticos diferenciais devemos levantar a suspeita de: 
Infecção por influenza. Cursa com queixas de uma síndrome gripal com febre de início súbito 
acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: cefaleia, mialgia ou 
artralgia. 
Pode evoluir para síndrome respiratória aguda grave. O diagnóstico através da detecção viral é 
realizado pela coleta de secreção nasofaríngea nos pacientes com síndrome respiratória aguda 
grave e estas são submetidas a realização de RT-PCR ou testes rápidos. 
Outros vírus respiratórios. Infecção por outros vírus respiratórios, como rinovírus, 
parainfluenza, vírus sincicial respiratório, adenovírus- causam quadro de resfriado comum não 
específico, geralmente limitados às vias aéreas superiores e com sintomas sistêmicos menos 
intensos que a influenza. Raramente esse tipo de doença gera complicações, sendo seu 
diagnóstico clínico. 
Pneumonia bacteriana adquirida na comunidade (PAC). Identificada em indivíduos fora do 
ambiente hospitalar ou nas primeiras 48 horas após a admissão hospitalar. O diagnóstico é 
sugerido em um paciente com sintomas clínicos compatíveis (febre, dispneia, tosse, produção 
de escarro, dor ventilatório dependente), achados como taquipneia, taquicardia e sinais de 
consolidação ao exame físico do tórax, além da demonstração de consolidação ou infiltrado 
pulmonar em radiografia de tórax. 
Coqueluche. Sua fase inicial cursa com sintomas catarrais seguidos de tosse seca, rouquidão, 
tosse paroxística (acessos de 5 a 10 episódios sucessivos ininterruptos), guincho inspiratório e 
 
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vômito pós-tosse. O diagnóstico deve ser realizado através da cultura para B. pertussis ou pela 
reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real da secreção de nasofaringe. 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) exacerbada. Alteração aguda de pelo menos um 
entre os sintomas respiratórios de base: piora da dispneia, alteração no padrão da tosse 
(frequência ou intensidade), alteração da cor e/ou volume do escarro, extrapolando a variação 
diária do paciente e o diagnóstico é clínico, realizando-se uma radiografia de tórax para 
exclusão de complicações, fatores descompensantes e avaliação de comorbidades. 
Tuberculose pulmonar. Gera tosse persistente (> 15 dias) seca ou produtiva, febre vespertina, 
sudorese noturna e perda ponderal. A avaliação é realizada com radiografia de tórax e exame 
de escarro (BAAR) ou teste rápido molecular para TB (TRM-TB). 
Pneumonia fúngica. Possui sinais e sintomas inespecíficos e não diferenciados daqueles de 
infecções respiratórias de outras origens. Os achados incluem febre, taquicardia, taquipneia, 
esforço respiratório, sinais de comprometimento respiratório e outros relacionados a 
acometimento extrarrespiratório, que devem estar associados a algum dos fatores de risco. 
São alguns exemplos: exposição ocupacional a excretas de pássaros, morcegos, roedores e 
outros animais para histoplasmose, traumas de pele com exposição ao solo para a 
esporotricose, contato com águas poluídas ou desastres naturais para infecção 
por Pseudallescheria boydii / complexo Scedosporium, ou contato com solo para infecções 
por Coccidioides spp., leucemia aguda ou linfoma durante quimioterapia mieloablativa, 
transplantes, corticoterapias prolongadas, AIDS, síndromes congênitas de deficiências imunes, 
pós-esplenectomia ou predisposição genética. 
O diagnóstico realizado de forma presuntiva, baseado na combinação de achados clínicos, 
radiológicos e microbiológicos. 
 HIV. Pode se manifestar como um quadro gripal ou uma síndrome mononucleose-like e os 
principais sintomas são febre alta, adinamia, adenopatia, fotofobia, fadiga, perda ponderal, 
náuseas e vômitos, odinofagia, mialgia, artralgia, exantema maculopapular eritematoso, 
ulcerações mucocutâneas (orais, esofágicas e genitais), hepatoesplenomegalia, hiporexia, 
diarreia e cefaleia (geralmente dor retro-orbitária, que piora com a movimentação dos olhos). 
O diagnóstico é realizado através de testes sorológicos. 
 
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Covid-19: DOENÇA 
Sars-CoV-2: vírus 
Vírus de RNAm cadeia simples, que não realiza transcriptase reversa, capsulado (camada 
lipídica) 
1.proteina E(envelope) 
2. proteína M(membrana) 
3. proteína S (Spike) (faz o vírus entrar na membrana pulmonar) 
4. proteína N (RNA) 
 
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4 gêneros : alfa, beta:humanos, gama e delta 
Coronavírus não é um vírus de infecção humana, apenas eventuais. 
 
 
2002: SARS-CoV (8096 casos em 29 países e 774 mortes (letalidade de 9,5%) 
2012: MERS-CoV (2..494 casos em 27 países e 858 mortes (letalidade de 34%)) 
2019/2020:2019-nCoV: SARS-CoV-2(severe acute Respiratory syndrome coronavírus 2) 
Pandemia: alta infectabilidade entre humanos 
 
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