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Cocos G-

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(
 Sarah 
Michalsky
 3º Período, 101
)Cocos Gram-Negativos
Morfologia e identificação:
- Formas cocoides ou bacilares, observados aos pares ou em cadeias curtas.
- Gram-negativos, imóveis, encapsulados e não formam esporos.
- Os cocos isolados possuem forma de rim (riniforme), e quando aos pares, os lados adjacentes são achatados ou côncavos (diplococos).
- Para saber o arranjo da bactéria pede-se GRAM da amostra clínica, sem cultura.
NEISSERIA GONORRHOEAE (GONOCOCO)
Estrutura antigênica:
1- Pili (fímbrias):
- Constituídos de pilina e adesina para fixação e resistência a fagocitose nas células mucosas da parede epitelial. Confere aderência à mucosa (por isso pode ser encontrada na garganta).
2- Lipooligossacarídeos (LOS):
- Resistência ao sistema complemento (proteínas do sangue), fagocitose e ação inflamatória intensa por leucócitos (formação de pus).
3- IgA1 – protease:
- Enzima que cliva e inativa a IgA presente na mucosa.
Patogenia:
- Transmitida quase que exclusivamente por contato sexual (40% de chances de contrair durante o ato) ou perinatal.
- Atinge as membranas mucosas do trato genital inferior, olhos (oftalmite), reto e garganta (faringite gonocócica por meio da relação sexual orogenital).
- Gonococo supuração aguda (produção de pus branco-amarelado que sai espontaneamente da uretra) invasão tecidual inflamação crônica e fibrose.
- A primeira queixa é disúria, logo depois é secreção.
- HOMEM: causa uretrites agudas como manifestação predominante, portanto, não se considera ITU, mas sim IST. Quadro sintomático, 95% possui manifestação clinica. Há corrimento uretral purulento espontâneo. As complicações são epididimite aguda (mais comum, não evolui para cistite) e infertilidade.
- MULHER: causa vulvo-vaginites agudas e formas assintomáticas (90%) que podem levar a complicações como: doença inflamatória pélvica (DIP) com dor abdominal, salpingite aguda, manifestações cutâneas, articulares (pulso, joelho e tornozelo) e septicemias. O porquê de ser assintomático é a microbiota gastrintestinal já possuir a bactéria, por isso, produz anticorpos contra ela. A mulher não tem odor e secreção, é apenas portadora do patógeno.
- Oftalmia neonatal: produz grande quantidade de pus, ulcera a córnea e pode levar à cegueira. Ocorre durante parto vaginal de uma mulher contaminada. Tratamento feito com eritromicina na mucosa ocular.
- A bactéria Chlamydia também causa secreção, a diferença está na cor e espontaneidade. É hialina com menor quantidade, parecida com sêmen e fluida.
 
Diagnóstico:
- Amostras: esfregaço de pus e secreções dependentes do local acometido.
- Bacterioscopia: método de GRAM – a Neisseria é parasita intracelular dentro de leucócitos fagocíticos. Pode estar ou não presente durante a consulta.
- Cultura: precisa ser feito em mulheres (cérvice uterina) porque na microbiota há outra Neisseria igual à gonorreia. Geralmente a paciente vem na emergência e por isso, a cultura não é feita.
- Sorologia.
Tratamento:
- Ceftraxiona + azitromicina.
- Recomenda-se o tratamento para clamídia conjuntamente.
CHLAMYDIA
- Trachomatis e pneumoniae (pneumonia atípica e branda).
- Parasitas intracelulares obrigatórios (células epiteliais cilíndricas) – incapazes de sintetizar ATP.
- Ciclo de desenvolvimento – corpúsculo elementar (agente infeccioso) + corpúsculos reticulares = inclusão citoplasmática.
- Parede celular semelhante à de G- sem peptideoglicana típica.
- Grande capacidade de equilíbrio parasita-hospedeiro – infecção subclínica é regra.
- Infecções: uretrite não gonocócica (não muda em nada a conduta), conjuntivite de inclusão do recém-nascido (pode se resolver espontaneamente ou lesionar a córnea) e pneumonia neonatal.
- Cultura do tipo Thayer-Martin.
Epidemiologia e prevenção
- Distribuição universal.
- Transmitida exclusivamente por contato sexual.
- Probabilidade de contrair – 20 a 30% homens (epididimite) e maior em mulheres (salpingite e infertilidade).
- Prevenção: diagnóstico e tratamento precoce dos pacientes infectados, evitar múltiplos parceiros, profilaxia mecânica (uso de preservativo), oftalmia neonatal evitada pela utilização de solução aquosa de nitrato de prata no saco conjuntival ou pomada a base de eritromicina ou tetraciclina.
- Exames laboratoriais: solicitar bacterioscopia; realizar triagem de rotina; cultura e antibiograma; cultura de células para Chlamydia; sorologia para gonococo e Chlamydia.
Tratamento:
- OMS (2009 a 2014) – ciprofloxacina (97%), azitromicina (81%) e ceftriaxona (66%).
- OMS/2017 recomenda: ceftriaxone + azitromicina.
NEISSERIA MENINGITIDIS (MENINGOCOCO)
- Bactéria aeróbia, presente no nariz e garganta de portadores.
- Causa a meningite e meningococcemia.
Estrutura antigênica (fatores de virulência):
1 - Polissacarídeo capsular (cápsula).
- 13 sorogrupos baseados na especificidade imunológica (clinicamente importantes A, B, C, Y e W-135).
- O sorotipo B possui cápsula não imunogênica (não há vacina para esse tipo).
- Resistência contra a fagocitose.
2- Pili.
3- Lipooligossacarídeos (LOS).
- Efeitos tóxicos da doença meningocócica (endotoxina).
Patogenia:
- Meningococo fixação às células epiteliais da nasofaringe infecção de garganta bacteremia (disseminação pela corrente sanguínea) meninges (meningite), múltiplos órgãos (meningococcemia) ou simultâneo (as duas doenças).
- Sinal de Brudzinski: na meningite não consegue encostar o queixo no tórax e as pernas fletem.
- Sinais e sintomas: dor de cabeça, febre alta, vômito em jato e rigidez de nuca.
- Pode ter meningococcemia (sepse, quadro mais grave) sem ter meningite.
- Meningite crônica em portador de HIV (Mycobacterium tuberculosis + fungo).
Diagnóstico:
1- Amostras:
- Sangue (para meningococcemia) e líquido cefalorraquidiano (LCR). 
- O normal é que o LCR não contenha células e o nível de glicose seja maior que 1/3 da glicemia.
2- Bacterioscopia:
- Diplococos gram-negativos no interior de leucócitos polimorfonucleares (PMN) ou fora de células.
3- Cultura:
- Ágar chocolate incubado a 37°C, com 5% de CO2 (sangue e LCR).
- Thayer-Martin para culturas de nasofaringe.
4- Sorologia.
- Exames laboratoriais: bacterioscopia (GRAM); bioquímica (proteína e glicose) e citologia do LCR; hemocultura; cultura e antibiograma; sorologia para meningococo, pneumococo e haemophilus.
Epidemiologia e prevenção:
- 5 a 30% da população – meningococo na nasofaringe.
- Em epidemias a taxa de portadores é de 70 a 80%.
- Quimioprofilaxia para contatos íntimos e profissionais de saúde que fizerem procedimentos invasivos sem EPI – até 48hrs – com rifampicina (hepatotóxico) ou ciprofloxacino (Haemophilus e Meningococo).
- Evitar aglomerações.
- Vacinação em população selecionada.
Tratamento:
- Ceftriaxone – cefalosporina de terceira geração.
HAEMOPHILUS
- H. influenzae – cocobacilo gram-negativo – na mucosa de via aérea superior.
- Capsulados/tipáveis, tem vacina tipo B (2-4%). Causam meningite (crianças), epiglotite e pneumonia.
- Não capsulados/não-tipáveis, causam sinusite (50-80%). Também causam bronquite aguda, otite média e conjuntivite.
MORAXELLA
- Moraxella catarrahalis – cocobacilo gram-negativo.
- Produtora de beta-lactamases resistentes à penicilina.
- Microbiota anfibiôntica – 40-50% das crianças em idade escolar.
- Infecções: sinusite (são os principais agentes, realiza diagnóstico clínico com dígito compressão doloroso, lacrimejamento, gotejamento posterior, congestão nasal – utilizar raios-X de seios da face não fecha diagnóstico por dar falso positivo), bronquite, otite média e pneumonia.
Tratamento:
- Amoxicilina/clavulanato e quinolonas.

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