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Resumo modelo biomédico

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Resumo modelo biomédico 
 
HISTÓRICO E ORIGENS 
➢ Na trajetória evolutiva das concepções e da prática sobre a saúde e a doença 
poderiam ser considerados alguns paradigmas que, começando com a visão mágico-
religiosa, na antiguidade, termina na abordagem do modelo biomédico, predominante 
nos tempos de hoje. 
➢ A medicina mágico-religiosa, se inseria em um contexto religioso-mitológico no 
qual o adoecer era resultante de transgressões de natureza individual ou coletiva, 
sendo necessário a recorrer às divindades, através de rituais liderados por feiticeiros, 
sacerdotes e xamãs, para buscar a cura. 
➢ Com o avanço significativo no pensamento médico ocorre quando se dá um desvio do foco 
de interesse das forças sobrenaturais para o portador da doença: passa a ser vista 
como um fenômeno natural, sem que haja intervenção de alguma força divina. 
➔ Esse novo enfoque, que poderia ser designado como medicina empírico-
racional teve seus primórdios no Egito (papiros com fragmentos de textos 
médicos datam de três mil anos antes de Cristo). 
➔ É a partir daí que nasce a teoria dos humores que atingiu seu auge na época de 
Hipócrates, daí em diante persistindo, mais ou menos inalterada, até o século XVI. 
Essa teoria associava a bile amarela, bile negra, sangue e fleugma, 
respectivamente, ao fogo, terra, ar e água. De acordo com a teoria, esses humores 
predominariam em determinada estação do ano, isto é, verão (bile amarela), 
outono (bile negra), primavera (sangue) e inverno (fleugma). 
➔ Hipócrates, então identificou a saúde como fruto do equilíbrio dos humores, sendo 
doença, resultante do desequilíbrio dos mesmos. 
 
➢ Partindo dos pressupostos hipocráticos é que Galeno (122-199 D.C.), um dos médicos 
que exerceram maior influência na história da medicina ocidental, fará avanços 
significativos nas concepções diagnóstico-terapéuticas que predominaram durante 14 
séculos. 
➔ A idéia central de sua visão da fisiologia repousa no fluxo permanente dos humores, 
que dependiam das influências ambientais, do calor inato e da ingesta alimentar. 
As causas mórbidas podiam ser internas (ligadas à constituição e 
predisposição individual), externas (excessos alimentares, sexuais ou de 
exercícios físicos) ou conjuntas. O diagnóstico deve ter por fundamentos o 
cuidadoso exame do doente, o conhecimento do seu estado quando sadio, seu 
temperamento, regime de vida, alimentação, além das condições ambientais e 
a época do ano. 
➢ Paracelso (1493-1541) representa um modelo de transição entre a escola galénica e o 
modelo biomédico. Segundo ele havia uma ordem determinada que organizava o micro 
e o macrocosmo, ambos governados por um princípio vital por ele denominado de 
archeus. 
➔ Na determinação da doença, Paracelso identificava influências cósmicas e telúricas 
além de substâncias tóxicas e venenosas, bem como da predisposição do próprio 
organismo e das motivações psíquicas. A doença também se explicava em virtude 
de reações inadequadas dos elementos constitutivos do mundo (excesso de 
um ou de mais de um deles). 
➔ Paracelso se opunham fielmente as ideias do passado, em especial a teoria Galênica 
e a dos humores. 
 
O MODELO BIOMÉDICO 
➢ O modelo biomédico ou mecanicista, hoje predominante, tem suas raízes históricas 
vinculadas ao contexto do Renascimento e de toda a revolução artístico-cultural que 
ocorre nessa época. 
➢ Esse modelo teve grandes contribuições de técnico-científica ocorridas a partir do século XV 
de Copérnico e Galileu, e mais adiante Kleper. Além disso, René Descartes formulou regras 
que fundamentaram e persistem hegemônicos no raciocínio médico até hoje. 
• Primeira regra: a verdade só deve ser aceita a partir de evidências. 
• Segunda regra: separar cada dificuldade a ser examinada em partes. 
• Terceira regra: condução do pensamento de forma ordenada, partindo do mais 
simples para o mais complexo. 
• Quarta regra: necessidade de efetuar revisões exaustivas. 
➢ A Isaac Newton coube a criação de teorias matemáticas que confirmaram a visão cartesiana 
do corpo e do mundo como uma grande maquina a serem explorados. 
➢ Para a teoria da unicausalidade a saúde populacional pela presença ou ausência de 
fatores de risco. Desse raciocínio decorre o conceito de saúde da coletividade como 
ausência de doenças (BOORSE, 1977 apud ALMEIDA FILHO, 2000, p.6). 
➢ Esse modelo apresenta em sua organização: 
- o positivismo: tem a verdade cientifica; 
- fragmentação/especialização: ensino com ênfase na anatomia, estudando 
seguimentos do corpo humano, dando origem às múltiplas especialidades médicas; 
- mecanicismo: considera o corpo humano como uma máquina; 
- biologismo: as doenças são causadas sempre por uma agente causal, seja ele 
biológico, físico, químico; 
- tecnificação: centraliza os processos de diagnósticos e cura nos procedimentos e 
equipamentos tecnológicos; 
- individualismo: focaliza no indivíduo, negando os grupos sociais e a comunidade; 
- curativismo: dá ênfase à cura das doenças em detrimento da promoção da saúde e 
da prevenção das doenças; 
- hospitalocêntrico: o melhor ambiente para se tratar das doenças é o hospital, porque 
nele tem todos os exames acessíveis e se administram medicamentos nas horas 
certas. 
➢ Além dessas características, a teoria da unicausalidade nega a saúde pública, a saúde 
mental e as ciências sociais, bem como não considera científicos e válidos outros modelos 
de saúde, como a homeopatia. O conhecimento e a prática de saúde são centralizados no 
profissional médico 
 
LIMITAÇÕES DO MODELO BIOMÉDICO 
➢ Paralelamente ao avanço e sofisticação da biomedicina foi sendo detectada sua 
impossibilidade de oferecer respostas conclusivas ou satisfatórias para muitos problemas 
ou, sobretudo, para os componentes psicológicos ou subjetivos. 
➢ O modelo biomédico estimula os médicos a aderir a um comportamento 
extremamente cartesiano na separação entre o profissional e o paciente. 
➢ Por mais que alguns profissionais queiram visualizar seu paciente como um todo e situá-lo, 
de alguma maneira, no seu contexto socioeconômico, terminam por regressar ao 
reducionismo, pois foi modelo em que foi pautada sua formação. 
➢ O problema central do modelo biomédico é o fato de que ele é muito restrito no seu 
poder explicativo. Assim, o referencial mecanicista propaga, inclusive pela mídia ou 
pelos sites da internet, tanto as "soluções" que já vieram à luz como as que estão prestes 
a fazê-lo (produtos para impotência, novos antireumáticos e antidepressivos, fármacos para 
enxaqueca, osteoporose, obesidade ou para abandonar o hábito de fumar). 
➢ Um problema adicional diz respeito aos custos envolvidos nas novas tecnologias médicas 
para cujo enfrentamento os indivíduos ou o serviço público de saúde se sentem cada vez 
mais impotentes. 
➢ Uma outra consequência desse modelo é a cultura da medicalização. As pessoas 
tendem a buscas cada vez mais assistência centrada na prescrição de medicamentos 
pelo médico , tratando a enfermidade de forma mais imediata possível. Ao tomar um 
medicamento o que se quer é que o mesmo interfira sobre os sintomas ou sinais da doença 
(signo da fragilidade humana), inibindo-os. 
 
Referências consultadas: 
BARROS, José Augusto C. Pensando o processo saúde-doença: a que responde o modelo 
biomédico? Saúde e sociedade, v.11, n.1, p.67-84, 2002. 
 
FONSECA, Rosa Maria Godoy Serpa da. Gênero e saúde da mulher: uma releitura do processo 
saúde doença das mulheres. In: Rosa Áurea Quintella Fernandes; Nádia Zanon Narchi. 
Enfermagem e saúde da mulher. 1. ed. Santana do Parnaíba: Manole, 2007, p. 30-61. Disponível 
em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/169655/mod_resource/content/2/gensau-mu.pdf.Acesso em: 13 ago. 2021.

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