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Exercício ilegal da medicina

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Bioética – 11/05/2021 
 
Exercício ilegal da medicina 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Exercício ilegal está contemplado no 
código penal, art. 282 
 Exercer, ainda que a título gratuito, 
a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico, sem autorização legal 
ou excedendo-lhes os limites 
 Pena: detenção de 02 meses a 2 anos 
 Parágrafo único: se o crime é 
praticado com o fim de lucro, 
aplica-se também multa 
 Lei das contravenções penais: 
 Art. 47. Exercer profissão ou 
atividade econômico ou anunciar 
que a exerce, sem preencher as 
condições a que por lei está 
subordinado seu exercício 
 Pena: prisão simples (15 dias a 03 
meses) ou multa 
 Código de ética médica: 
 Capítulo I: princípios fundamentais 
 
 Médico pode ser processado tanto por uma 
forma civil, quanto do ponto de vista ético 
profissional por exercício profissional da 
medicina 
 
CARACTERIZAÇÃO 
1. Ameaça à saúde pública 
2. Qualifica o crime, apenas, a existência de 
perigo (real) 
3. Tem que haver habitualidade da prática 
4. Qualquer forma de tratamento que se valha 
de recursos médicos 
5. Pode ser culpado não somente o leigo, mas 
também, o médico que excede os limites de 
sua profissão 
 
LEI DO ATO MÉDICO 
 Art. 2º. O objeto da atuação do médico é a 
saúde do ser humano e das coletividades 
humanas, em benefício da qual deverá agir 
com o máximo de zelo, com o melhor de sua 
capacidade profissional e sem 
discriminação de qualquer natureza 
 
 
 
ATIVIDADES PRIVATIVAS DO MÉDICO 
 Art. 4º 
I. (VETADO) 
II. Indicação e execução da 
intervenção cirúrgica e prescrição 
dos cuidados médicos pré e pós-
operatórios 
III. Indicação da execução e execução 
de procedimentos invasivos, sejam 
diagnósticos, terapêuticos ou 
estéticos, incluindo os acessos 
vasculares profundos, as biópsias e 
as endoscopias 
IV. Intubação traqueal  com 
dispositivos infraglóticos 
V. Coordenação da estratégia 
ventilatória inicial para a ventilação 
mecânica invasiva, bem como das 
mudanças necessárias diante das 
intercorrências clínicas, e do 
programa de interrupção da 
ventilação mecânica invasiva, 
incluindo a desintubação traqueal 
VI. Execução de sedação profunda, 
bloqueios anestésicos e anestesia 
geral 
VII. Emissão de laudo dos exames 
endoscópicos e de imagem, de 
procedimentos diagnósticos 
invasivos e dos exames 
anatomopatológicos 
VIII. Determinação do prognóstico 
relativo ao diagnóstico nosológico 
IX. Indicação de internação e alta 
médica nos serviços de atenção à 
saúde 
X. Realização de perícia médica e 
exames médico-legais, excetuados 
os exames laboratoriais de análises 
clínicas, toxicológicas, genéticas e 
de biologia molecular 
XI. Atestação médica de condições de 
saúde, doenças e possíveis sequelas 
XII. Atestação do óbito, exceto em casos 
de morte natural em localidade em 
que não haja médico 
 
 § 1º Diagnóstico nosológico é a 
determinação da doença que acomete o ser 
 
humano, aqui definida como interrupção, 
cessação ou distúrbio da função do corpo, 
sistema ou órgão, caracterizada por, no 
mínimo, 2 (dois) dos seguintes critérios: 
1. Agente etiológico reconhecido 
2. Grupo identificável de sinais ou 
sintomas 
3. Alterações anatômicas ou 
psicopatológicas 
 
 § 4º Procedimentos invasivos, para os 
efeitos desta Lei, são os caracterizados por 
quaisquer das seguintes situações: 
 Invasão dos orifícios naturais do 
corpo, atingindo órgãos internos 
 § 5º Excetuam-se do rol de atividades 
privativas do médico: 
 Aspiração nasofaringeana ou 
orotraqueal 
 Realização de curativo com 
desbridamento até o limite do 
tecido subcutâneo, sem a 
necessidade de tratamento 
cirúrgico 
 Atendimento à pessoa sob risco de 
morte iminente 
 Realização de exames 
citopatológicos e seus respectivos 
laudos 
 Coleta de material biológico para 
realização de análises clínico-
laboratoriais 
 Procedimentos realizados através 
de orifícios naturais em estruturas 
anatômicas visando à recuperação 
físico-funcional e não 
comprometendo a estrutura celular 
e tecidual 
 § 6º O disposto neste artigo não se aplica 
ao exercício da Odontologia, no âmbito de 
sua área de atuação 
 
CHARLATANISMO 
 SÓ PODE SER CHARLATÃO O 
PROFISSIONAL MÉDICO 
 Tipificação: 
 Art. 283. Inculcar ou anunciar cura 
por meio secreto ou infalível 
 Pena: detenção (de três meses a 1 
ano) e multa 
 
 
 Caracterização: 
1. Ameaça à saúde pública  está se 
oferecendo uma coisa que é fraude 
2. O médico é protagonista 
3. Mais fraude que perigoso 
(abstrato)dddd 
4. Meios infalíveis, sensacionais e 
secretos 
5. Os “charlatões inconscientes” 
6. A publicidade exagerada é uma 
forma de Charlatanismo 
 
CURANDEIRISMO 
 Art. 284. Exercer o curandeirismo: 
I. Prescrevendo, ministrando ou 
aplicando, habitualmente, qualquer 
substância 
II. Usando gestos, palavras ou 
qualquer outro meio 
III. Fazendo diagnósticos 
 
 Pena: detenção, de seis meses a dois anos 
 Parágrafo único: se o crime é praticado 
mediante remuneração, o agente fica 
também sujeito à multa 
 Aspecto voltado para o aspecto espiritual, 
transcendental, não estando voltado para a 
ciência 
 Caracterização: 
1. Ameaça à saúde pública 
2. Mais fraude que perigo (abstrato) 
3. Não se usa meios médicos ou se 
passam por médicos 
4. Evocam o sobrenatural ou 
conhecimentos empíricos 
5. O espiritismo como meio 
terapêutico 
 
DECISÕES DA JUSTIÇA 
 CFM/CRM atua de forma marcante na 
tomada de algumas decisões 
 Caso importante a ser comentado: “CFM e 
CBO comemoram decisão judicial que 
protege a saúde ocular da população” 
 A 15ª vara cível de Aracaju 
determinou a imediata suspensão 
de toda e qualquer prática de atos 
privativos de médico por 
optometrista 
 STJ reafirma proibição a 
consultório de optometrista 
 Outro caso: “MPF pede que YouTube 
retire do ar vídeos em que pastor anuncia 
 
sementes de feijão com supostos poderes de 
curar a covid-19”  caso de curandeirismo 
 
MUDANÇAS NO CÓDIGO DE ÉTICA 
MÉDICA 
 Entrou em vigor em 2019 
 No capítulo I foi acrescentado que: 
 XXVI: A medicina será exercida 
com a utilização dos meios técnicos 
e científicos disponíveis que visem 
aos melhores resultados  fazer 
uma melhor medicina, buscando os 
melhores resultados 
 Também foi acrescentado que: 
 V: Compete ao médico aprimorar 
continuamente seus conhecimentos 
e usar o melhor do progresso 
científico em benefício do paciente e 
da sociedade 
 VI: O médico guardará absoluto 
respeito pelo ser humano e atuará 
sempre em seu benefício, mesmo 
depois da morte. Jamais utilizará 
seus conhecimentos para causar 
sofrimento físico ou moral, para o 
extermínio do ser humano ou para 
permitir e acobertar tentativas 
contra sua dignidade e integridade 
 XXIII: Quando envolvido na 
produção de conhecimento 
científico, o médico agirá com 
isenção, independência, veracidade 
e honestidade, com vista ao maior 
benefício para os pacientes e para a 
sociedade 
 No capítulo II, que trata dos direitos dos 
médicos, foi acrescido: 
 I: Exercer a medicina sem ser 
discriminado por questões de 
religião, etnia, cor, sexo, orientação 
sexual, nacionalidade, idade, 
condição social, opinião política, 
deficiência ou de qualquer outra 
natureza 
 XI: É direito do médico com 
deficiência ou com doenças, nos 
limites de suas capacidades e da 
segurança dos pacientes, exercer a 
profissão sem ser discriminado 
 
 
 Um dos maiores destaques do novo código 
de ética médica está no capítulo IX: 
 Art. 75. Fazer referência a casos 
clínicos identificáveis, exibir 
pacientes ou imagens que os 
tornem reconhecíveis em anúncios 
profissionais ou na divulgação de 
assuntos médicos em meios de 
comunicação em geral, mesmo com 
autorização do paciente  
MÉDICO NÃO PODE EXPOR 
SEUS PACIENTES NAS REDES 
SOCIAIS 
 No capítulo X: 
 § 3º Cabe ao médico assistente ou 
a seu substituto elaborar e 
entregar o sumário de alta ao 
pacienteou, na sua 
impossibilidade, ao seu 
representante legal 
 
“Algo que precisa estar presente na consciência de 
cada médico é que não existem infrações penais ou 
administrativas que não sejam também uma 
infração ética” 
 
TEMAS QUE MAIS ENSEJARAM A 
INSTAURAÇÃO DE PROCESSOS 
DISCIPLINARES 
1. Complicações cirúrgicas 
2. Exploração do trabalho médico 
3. Deveres do diretor-clínico 
4. Delegação de atos médicos a não médicos 
5. Complicações anestésicas 
6. Plantão à distância 
7. Uso de entorpecentes 
8. Propaganda médica 
9. Acupuntura 
10. Greve 
11. Uso indevido de carimbo 
12. Transfusão de sangue 
13. Transferência inadequada de pacientes 
14. Violação do segredo médico 
 
“Delegar a outros profissionais atos ou atribuições 
exclusivos da profissão médica também poderia 
caracteriza co-autoria no exercício ilegal da 
Medicina, que é crime tipificado no código penal” 
 
“Talvez os melhores profissionais não padeçam de 
falha técnica, mas um pouco de humanismo a mais 
apenas melhoraria sua capacidade de comunicação 
junto com a clientela e com o meio a que ele serve, 
 
porque grande parte dessas infrações decorre de 
uma falta de comunicação.” 
 
“As faltas éticas constituem exceção num universo 
de valorosos batalhadores, lutadores em prol da 
vida, que trabalham em condições adversas, 
ganham mal e que têm sido pouco reconhecidos 
pelo poder público. Considero o profissional da 
Medicina um herói deste século XXI, e acredito 
que esse alerta aos médicos, de que eles precisam 
evitar as infrações éticas, sirva também para que 
consigam um reconhecimento e uma valorização 
que não é privilégio, mas um direito.” 
- Prof. Dr. José Renato Nalini

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