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Exercícios resolvidos sobre Karl Marx - Sociologia

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Aluno: Gabriel Bruck Machado
1) Pensando em a Crítica da filosofia do direito de Hegel (1843), costuma-se
dizer que Marx colocou a filosofia de Hegel de cabeça para baixo. Disserte
sobre esta afirmação no que diz respeito à relação entre Estado e
Sociedade.
Resposta:
O debate entre Karl Marx e Hegel se situa na cisão do Estado e da sociedade civil.
Anteriormente, na Grécia antiga o homem livre era também homem político, não há
aqui uma distinção entre esfera privada e a esfera pública. Dentro dessa
perspectiva, há o conceito de homem como animal político de Aristóteles. Em
seguida, no feudalismo ainda não aparece a diferenciação do privado e do pública
sendo o guerreiro, por exemplo, atividade de ambas esferas. O início da separação
ocorre com os conflitos religiosos que marcaram a Europa, nesse instante há a
possibilidade de ver a escolha da religião não como parte do Estado, mas sim da
esfera privada. Portanto, o diálogo de Karl Marx e Hegel está dentro de um contexto
moderno, no qual a separação já tornou-se visível e é preciso compreender como a
sociedade civil e o Estado relacionam-se.
Na filosofia Hegeliana o Estado encarna a razão, plano da infinitude, e a partir dela
em que é determinada a sociedade civil, plano da finitude. Nessa visão, a sociedade
civil é marcada pelos interesses individuais, egoístas e pouco coesos e somente
pela condução do Estado como representante da razão histórica que as mudanças
ocorrem.O sujeito das transformações é o Estado e o objeto a sociedade civil. É
nesse ponto em que Karl Marx irá inverter a lógica hegeliana. As descrições de
Hegel encaixam-se com o Estado Prussiano, ou seja, um corpo político conduzido
por um monarca no qual a sociedade civil deve ajustar-se perante as decisões.
Dentro da democracia, com o sufrágio universal a situação é outra, a participação
popular é quem irá configurar como o Estado se manifestará. A democracia é a
superação da monarquia, é nela o momento que a sociedade civil determina o
Estado. Karl Marx , portanto, critica o pensamento de Hegel mostrando que com a
revolução francesa, aparecimento da democracia a sociedade civil toma posse do
Estado, agindo como sujeito. Ao localizar no Estado Prussiano o pensamento
hegeliano também mostra a limitação da compreensão do modelo de Hegel. É dessa
forma que Karl Marx coloca Hegel de cabeça para baixo.
2) A partir de seu diálogo com o jovem hegeliano Feuerbach, Marx formula
os fundamentos de seu “materialismo dialético”. Com base nos excertos
estudados de A ideologia alemã, discorra sobre a concepção materialista
da história do autor.
Resposta:
Karl Marx, em a ideologia alemã, rompe com a separação entre teoria e prática, a
partir de agora o pensar e agir caminham juntos para a transformação. Estar no
mundo é agir, isso é práxis. Feuerbach construiu também um materialismo, mas
manteve-se no mundo abstrato. Karl Marx retoma a dialética hegeliana para então
confrontar Feuerbach da seguinte forma: o homem em sociedade está em relação
com o mundo material. Aqui há uma nova perspectiva para a dialética, não mais em
um idealismo , mas sim no campo objetivo e sensível. Não é o homem quem
determina o mundo material, nem o contrário, o que de fato ocorre é uma relação
dialética entre eles. A historicidade é retomada para o mundo dos homens, agir
humano é o agente da mudança.
Feuerbach ao analisar a religião pensa que há uma duplicação entre o mundo
religioso e da terra: projeção do homem, alienando-se da sua essência. Tarefa da
filosofia, pela ideia, é denunciar esse estado para a retomada da essência humana.
Já Karl Marx evidencia que esse contraste entre mundo ideal e terreno tem sua
origem uma contradição mais profunda dentro do próprio mundo, a religião é parte
dessa realidade. A superação não pode ser alcançada pela crítica filosófica, é
somente com ação no mundo, ou seja, a práxis.
Ao pensar na essência humana, Feuerbach a coloca como imutável e continua
bastando conhecê-la e recuperá-la da alienação. Já para Karl Marx a essência
humana só existe nas relações sociais e é transformada por elas. Ao desconsiderar
essa característica, Feuerbach retira a historicidade e cria essência humana abstrata
e atemporal. Portanto, não percebe que a própria religião é um produto social.
Outro ponto levantado por Karl Marx é o local em que se encontra a essência
humana, postulado por Feuerbach. Não é universal, mas sim presente no contexto
do capitalismo e somente existe nele. Dessa forma, retoma novamente o caráter
histórico das relações, e a práxis como agente da mudança. O materialismo de Karl
Marx, portanto, difere-se por levar em conta o homem em sociedade, a vida como
realmente é vivida.
3) Segundo o item 4 do primeiro capítulo de O Capital, “O caráter fetichista
da mercadoria e seu segredo”, o que está escondido na mercadoria?
Disserte sobre este ponto e, com base nas aulas expositivas, defina o que é
“mais-valor” segundo Marx.
Resposta:
Em “O Capital” no item sobre o caráter fetichista da mercadoria Karl Marx apresenta
o valor de uma mercadoria associada à quantidade de trabalho na sua produção.
Diferente de outros sistemas, no capitalismo a produção não segue a necessidade
da sociedade, o que ocorre é a lógica do capital. Dessa forma, a finalidade não está
na utilidade das coisas para uso, mas sim na utilidade da troca, venda e geração de
valor. A continuidade do investimento precisa da obtenção de um mais valor para
financiar o capital. O sistema, portanto, incorre em ciclos de crises de
superprodução.
As mercadorias se apresentam como se fossem fetiches: coisas com vida própria e
não como produto do trabalho humano. Na aparência há uma abundância de
produtos nas vitrines que dão a ideia de somente uma relação de troca entre coisas,
o que mascara as inúmeras relações sociais embutidas nos produtos. Inclusive a
própria força de trabalho é mercadoria, também faz parte dessa estrutura.
O trabalhador não recebe o que produz, a remuneração é dada de acordo com o
necessário para sua reprodução assim como todas as demais mercadorias. O
excedente dessa relação é chamado de mais valor. Somente uma parte de jornada
de trabalho seria suficiente para pagar salário do empregado, as demais horas
entram como apropriação feita pelo capitalista. Essa condição é inerente ao
capitalismo, ou seja, necessária para expansão do capital.
O trabalho está dividido na quantidade de mercadorias produzidas, e seu valor
encontra-se aqui. Quando há uma melhora técnica ocorre um aumento da produção
e por consequência o mesmo trabalho divide-se em mais mercadorias. O preço do
produto final diminuiu, visto que agora a quantidade de trabalho por unidade também
diminuiu. O valor do trabalho também foi reduzido no processo.
O capitalismo então tem como lógica a concentração da riqueza nas mãos dos
donos de meio de produção, essa mesma realidade leva a ciclos de crises de
excesso de produção. O livre mercado, portanto, não leva ao equilíbrio como
presumia Adam Smith para Karl Marx o que há são constantes crises.
4) Com base no capítulo 24 de O Capital, “A assim chamada acumulação
primitiva do capital”, discuta as origens históricas do modo de produção
capitalista, dando ênfase para o item sobre a “expropriação da terra
pertencente à população rural” (item 2).
Resposta:
Karl Marx no capítulo 24 do “O Capital” discorre sobre a acumulação de capital inicial que
possibilitou a criação do modelo capitalista. A estrutura desse sistema só pode funcionar
com a presença de assalariados, ou seja, de pessoas que não detém os meios de produção
e somente podem vender a sua força de trabalho. Em contrapartida, é também preciso que
do outro lado um grupo acumulasse capital e obtivesse os meios de produção para iniciar a
expansão. Essa acumulação primitiva não tem origem na lógica capitalista por si própria,
mas sim em um processo histórico. Os economistas acreditavam que esse processo era
natural e se deu porque alguns trabalham mais, por isso foram capazes de acumular e
iniciar o processo do capital. Ao contrário disso, Karl Marxdemonstra que o verdadeiro
agente para acumulação primitiva do capital foi a violência. Exemplo disso são: a
colonização da América, o domínio europeu na África. Já dentro do continente europeu
ocorreu os cercamentos dos campos: os camponeses que até então tinham posse da terra
e eram auto sustentáveis são expulsos formando uma massa de trabalhadores. Após isso,
alguns continuavam trabalhando na terra, mas agora sem a posse e outras se tornaram
mão de obra das manufaturas das cidades.Os senhores feudais, donos de terra, viram
capitalista da terra. Uma nova lógica surge, menos trabalhadores e mais eficiência
produtiva.Dessa forma, a terra torna-se mercadoria e os camponeses assalariados. Todo
esse processo é artificial, tem apoio do Estado e a utilização de violência. Esse fenômeno
no campo possibilitou a inundação de trabalhadores, “livres”, nas cidades como força
produtiva para as tecelagens, manufaturas. A exploração da América e da África também
possibilitou a formação de um amplo mercado consumidor para os novos produtos
europeus. Os modos de produção anteriores não davam conta de suprir uma nova
realidade, abrindo espaço para os métodos técnicos mais eficientes acelerando ainda mais
as novas organizações do campo e cidade.

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