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Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Bacteriologia Gênero Streptococcus Características gerais • Cocos gram-positivos • Na lâmina corada: Pares e/ou Cadeias • Caldo: cadeias Longas • Possuem cápsula: relacionada à patogenicidade Dentro da região amarela tem-se a colônia bacteriana (pequenas e sensíveis). • 102 espécies e 20 subespécies • Causa mastites, septicemias (principalmente em pequenos), quadros respiratórios e infecções genitais principalmente em fêmeas de pequenos, equinos e bovinos. Diferenciação entre estreptococos Aspecto da colônia • Colônias translúcidas • pequenas e mucoides ou não (cápsula ác hialurônico X enzima hialuronidase). • Hemolíticas ou não hemolíticas Tipo de Hemólise: • Beta: hemólise completa (mais patogênicos p/ animais) • Alfa: hemólise parcial – zona esverdeada • Gama: hemólise que não gera alteração visível Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Bacteriologia Testes bioquímicos • Fermentação de açúcar Testes moleculares • Genes de virulência • Genes marcadores de espécies Habitat • Comensal • Microbiota das mucosas, trato respiratório superior e urogenital (regiões com a umidade em comum) • Sensíveis à dessecação • Não resistem longos períodos fora do hospedeiro (cuidado com meios de transporte para amostras) Patogenicidade • 1) Adesinas • 2) Proteínas ligadoras a fibronectina: piogênicas (supuração e abcessos). • 3) Atividade antifagocítica (evasão): - Cápsula polissacarídica (S. pneumoniae, S. agalactiae) ou ácidohialurônico (S. equi): tem um potencial elétrico distinto que inibe a fagocitose e também gera uma superfície lisa para a bactéria dificultando que o macrófago fagocite. O ácido hialurônico dificulta também o reconhecimento pelo macrófago, pois esse ácido também está presente na parede celular das células do hospedeiro. Esse mecanismo pode falhar devido às vezes a cápsula não estar bem formada. - Proteínas de superfície (proteína M – S. equi, S. pyogenes): são imunogênicas pois ficam expostas. Ou seja, acabam “alertando” o sistema imune para fagocitar. Então, a bactéria modifica essa estrutura conforme ela se multiplica, fazendo com que o sistema imune não reconheça mais essa estrutura. Ao reconhecer essa estrutura novamente (desenvolvendo uma resposta) ele fagocita, porém já tem novas células com estruturas diferentes para driblar o sistema e assim formando um ciclo. - Citotoxinas (hemolisinas: inibem chegada de células do sistema imune – principalmente neutrófilos – reduzindo a atividade do sistema imune) e enzimas ➢ Toxinas: estreptococos beta hemolíticos – possuem a hemolisina que degrada completamente as hemácias (são mais patogênicos pois conseguem obter ferro ao degradar as hemácias) ➢ Não são consideradas invasivas (salvo uma excessão que não se sabe como ocorre a invasividade). ➢ O principal fator de virulência é a evasão através de uma atividade antifagocítica. Essas bactérias não produzem catalase, ou seja, elas morrem se são fagocitadas. Ou seja, a grande arma dessas bactérias é não deixar serem fagocitadas. Diagnóstico • Histórico clínico, sinais e patologia são indicativos de infecção. • Exame direto: corar por gram os exsudatos • Cultivar rapidamente pois são sensíveis - transporte adequado - PCR útil para detectar bactérias mesmo inviáveis • Cultivos em AS e AM - 37°c por 24-48h Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Bacteriologia • • • Streptococcus canis • Cães e gatos • Oportunista • Parte da microbiota orofaríngea, anal e genital • Causa: infecções de pele, feridas, septicemias, otite externa, infecções respiratórias (faringites, amidalites), infecções genitais (vaginites, metrites, abscessos prostáticos), abortos, mamites, infecções urinárias, endocardites. Caso invasivo • Hialuronidase: degrada e fascia • Necrose, fasciolite, sinusite, sepse e choque Streptococcus suis • Zoonose – doença severa/ invasiva em humanos. O humano se contamina ao entrar em contato com excretas dos animais (incluindo aerossóis). Começa como um quadro respiratório e evolui de acordo com o quadro. A contaminação com carga bacteriana baixa não trás riscos. O risco ocorre quando a granja tiver quadros clínicos apresentados. • Suínos são portadores assintomáticos: tonsilas, cavidade nasal, genital e digestiva. - porca → leitões. • Doença: cepa + status imune suíno (stress) • Suínos e homem: pneumonias, endocardites, artrites, abortos, meningite e septicemia. Streptococcus agalactiae, dysgalactiae e uberis • Mastite bovina • S. agalactiae: parasita obrigatório dos ductos galactófaros, causa mastite crônica (mais lento, agente já estava se multiplicando a bastante tempo) e inflamação (fibrose, agalactina). Por conta da [bacteriana] precisa cuidar o contágio entre vacas. - Cães e gatos: infecções uterinas e septicemia neonatal • S. dysgalactiae subsp. dysgalactiae: habita a pele, cavidade oral, trato genital, causa mastite subclínica e casos agudos esporádicos, causa injúria no teto (entrada de mco). - Cães: bacteremia - Ovelhas: poliartrite supurativa Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Bacteriologia • • • S. uberis: comensal de tonsilas, gastroinstestinal e mucosa intestinal. Sistema imune responde muito rápido à infecções no úbere por bactérias que vem de outro local! Streptococcus equi subespécie equi • Famoso garrotilho • Fixa nas células epiteliais da mucosa nasal e oral, invadindo as mucosas nasofaríngeas. • Ocorre faringite aguda e rinite (nesse momento o animal excreta a bactéria, porém em quantidade menor do que no abcesso). Essa forma inicial é o que mantém a bactéria no ambiente. • Animal não consegue impedir o processo inflamatório. S. equi invade a mucosa e o tecido linfático faríngeo. • Abscessos (linfonodos retrofaríngeos e submandibulares) e obstrução local devido à compressão • Fistulam (7 a 14 d) – drenam = liberam o pus contaminando o ambiente. • Causa febre, depressão, tosse, espirros e linfadenomegalia. • Pode evoluir para uma forma fatal. • Vacinas comerciais não são eficientes por conta da variação antigênica (mudança das estruturas das proteínas que driblam o sistema imune) das cepas. S. equi subsp. zooepidemicus • Septicemias • Quadros urogenitais • metrites
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