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Capítulo 1 A autocracia burguesa e o mundo da cultura Ditadura e Serviço Social, José Paulo Netto

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Relatório Seminário – FHTMSS III - 3º período do Serviço Social - 2021 
Grupo 01 – Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o “mundo da cultura” – Ditadura e Serviço Social, José Paulo Netto
Nunca se escapou aos analistas da ditadura brasileira que sua emergência inseriu-se num contexto que transcendia largamente as fronteiras do país. Inscrevendo-se num mosaico internacional em que má sucessão de golpes do Estado era somente o sintoma de um processo de fundo. A finalidade da contra-revolução preventiva era a tríplice com os seus objetivos particulares Íntima e necessariamente vinculados a adequar os padrões de desenvolvimento nacionais e de grupos de países a novo quadro do inter-relacionamento econômico capitalista.
O desfecho de abril foi a solução política que a força bateu o campo da democracia estabelecendo um pacto contra revolucionário e inaugurando o que Florestan Fernandes qualificou como “um padrão” compósito e articulado de denominação burguesa. Seu significado imediatamente político e econômico foi alivio e expressou a derrota das forças democráticas nacionais e populares.
A autocracia burguesa “modelo” do monopólios, trata-se de uma funcionalidade econômica e política o que importa acentuar, depois do golpe de abril é que ela determinava, simultaneamente as suas bases sociais de apoio de recusa. A funcionalidade o Estado pós 64, nesta ótica introduz um curioso complexo de tensões no pacto contra-revolucionário, refrata-se na divisão do poder, este é concentrado nas mãos de uma burocracia civil e militar que visa aos interesses consociados dos monopólios imperialistas e nativos integrando o latifúndio e deslocando a camada burguesa nacional. 
Entendemos que o processo da autocracia burguesa que o ciclo autocrático burguês recobre de abril de 1964 a março de1979: do golpe a posse do general Figueiredo, o governo que demarcou, claramente e de modo inédito no bojo dos instantes finais do ciclo autocrático foi a incapacidade de a ditadura reproduzir-se como tal, em face do acumulo de forças da resistência democrática e da ampla vitalização do movimento popular, esta base estreita experimentou um rápido processo de erosão que compeliu a empreender negociações a partir de uma posição defensiva. É no governo Figueiredo que o projeto da auto reforma do regime ditatorial, a sua mais ambiciosa proposta de institucionalização, fracassa.
No seu processo a autocracia burguesa enfrentou-se com o “mundo da cultura”. Ao longo de sua vigência desenvolveu em face dele um conjunto de procedimento que variando ao largo de três lustros procurou sempre, colimar um objetivo preciso de controlar a vida cultural no país.
A política cultural supõe a erradicação do analfabetismo. O combate à miséria e a exploração, o acesso a meios de comunicação livres de censura, padrões de participação social efetiva etc. ou seja na definição e implementação de uma política qualquer comparecem necessariamente problemas que diz respeito a reprodução social como processo macroscópico e abrangente. E somente como simultâneo equacionamento destes problemas que se pode caminhar as questões culturais específicas. Trata-se nesta angulação de ensinar a política cultural no tecido social e político vivo o requerimento de colocar as especificidades da questão cultural simultaneamente ao equacionamento de problemas cadentes da vida social, a partida do dilema da congruência da política cultural com o conjunto das políticas sociais de que ela faz parte.

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