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Patologia Cirúrgica Testicular PATOLOGIA TESTICULAR TESTÍCULO NÃO NEOPLÁSICO Anomalias congênitas; Alterações de fertilidade; Inflamação; Alterações vasculares; Alterações da túnica vaginal. TESTÍCULO NEOPLÁSICO Tumores de células germinativas (95%): Seminomatosos: Seminoma clássico; Seminoma espermatocítico. Não seminomatosos: Carcinoma embrionário; Tumor do saco vitelínico; Coriocarcinoma; Teratoma (maduros e imaturos). Tumores de estroma/cordão sexual (5%): Tumor de células de Leydig; Tumor de células de Sertoli. TESTÍCULO NÃO NEOPLÁSICO MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS Com exceção dos testículos não descidos (criptorquidia), as anomalias congênitas são raras e incluem a ausência de um ou dois testículos e a fusão dos testículos (sinorquia). CRIPTORQUIDIA: Falha completa ou parcial dos testículos intra-abdominais em descer para dentro da bolsa escrotal. Associada à disfunção testicular e maior risco de câncer testicular. 1% dos meninos de 1 ano de idade. Unilateral na maioria dos casos (25% é bilateral). Rara associação à um distúrbio hormonal definido. Costuma ser uma anomalia isolada, mas pode estar acompanhada de outras malformações do trato gêniturinário, como hipospádias. Os testículos podem ficar presos em qualquer lugar ao longo de seu trajeto de descida, mas o local mais comum é o canal inguinal. Criptorquidia intra-abdominal: Incomum (5% a 10%). Fases da descida testicular: Fase transabdominal: O testículo vem ficar situado no abdômen inferior ou na borda pélvica, sob influência do hormônio chamado substância inibidora mülleriana. Fase inguinoescrotal: Os testículos descem pelo canal inguinal até a bolsa escrotal. É dependente de andrógenos e mediada pela liberação induzida por andrógenos do peptídio relacionado ao gene de calcitonina, a partir do nervo genitofemoral. Aspectos Histológicos: As alterações histológicas surgem a partir dos 2 anos de idade. Caracterizadas por parada no desenvolvimento de célula germinativa associado a uma hialinização acentuada e espessamento da membrana basal dos túbulos espermáticos. Os túbulos podem aparecer como cordões densos de tecido conjuntivo hialino contornados por membranas basais proeminentes. Há aumento do estroma intersticial. Uma vez que as células de Leydig são poupadas, elas parecem proeminentes. A atrofia tubular progressiva resulta em um testículo pequeno e de consistência firme. Alterações histológicas similares podem também ser vistas no testículo contralateral (descido) em homens com criptorquidia unilateral, sugerindo que o criptorquidismo é um marcador de algum defeito intrínseco no desenvolvimento ou função testicular. Testículo normal mostrando túbulos com espermatogênese ativa. Atrofia testicular na criptorquidia: Os túbulos mostram as células de Sertoli, mas sem a espermatogênese. Há espessamento das membranas basais e um aparente aumento nas células intersticiais de Leydig. Aspectos Clínicos: A criptorquidia é assintomática, sendo suspeitada ao perceber-se que o saco escrotal encontra-se vazio. É associada a esterilidade, câncer testicular e outras morbidades. Quando situado no canal inguinal, o testículo fica mais exposto à traumas e esmagamentos. Hérnias inguinais acompanham o testículo não descido em 10% a 20% dos casos. No 1º ano de vida, a maioria dos testículos criptorquídicos inguinais desce de forma espontânea para o escroto. Os que não descem requerem manejo cirúrgico, preferencialmente antes dos 2 anos de idade (recomendações atuais são para correção na idade de 6 a 12 meses). A orquidopexia (colocação na bolsa escrotal) não garante a fertilidade. Não é clara qual a % de redução do risco de câncer após a orquidopexia. O câncer também pode se desenvolver no testículo contralateral normalmente descido, apoiando a ideia de que a criptorquidia sinaliza a presença de um defeito no desenvolvimento testicular e na diferenciação celular e que não está relacionada à posição anatômica. ATROFIA E ALTERAÇÕES DA FERTILIDADE ATROFIA TESTICULAR: Pode ter várias causas:; Estreitamento aterosclerótico progressivo do suprimento sanguíneo na idade avançada; Estágio final de uma orquite inflamatória; Criptorquidia; Hipopituitarismo; Desnutrição generalizada ou caquexia; Irradiação; Administração prolongada de antiandrogênicos (tratamento para carcinoma de próstata avançado); Atrofia por exaustão, por estimulação persistente de altos níveis de FSH. As alterações macro e microscópicas seguem o padrão já descrito para criptorquidia. A atrofia ocasionalmente ocorre como falha primária de origem genética, como na síndrome de Klinefelter. INFLAMAÇÕES INFLAMAÇÕES: Mais comuns no epidídimo do que no testículo. Gonorreia e tuberculose costumam surgir no epidídimo, enquanto a sífilis costuma afetar primeiramente o testículo. Epididimite e orquite inespecíficas: Relacionadas a infecções do trato urinário, como cistite, uretrite e prostatite. Atingem o epidídimo e o testículo através do ducto deferente ou dos vasos linfáticos do cordão espermático. Rara na infância, é associada a anormalidade geniturinária congênita e infecção por bastonetes gram-negativos. Homens < 35 anos: Clamídia e Neisseria gonorrhoae (transmitidos sexualmente). Homens > 35 anos: E. coli e Pseudomonas. Orquite granulomatosa (autoimune): Surge na meia-idade como uma massa testicular moderadamente macia, de início súbito, algumas vezes associada à febre. Pode ser de início insidioso, como uma massa testicular indolor que mimetiza tumor testicular. Histologicamente, é distinguida por granulomas restritos aos túbulos espermáticos. As lesões lembram muito os tubérculos, porém diferem pelo fato de a reação granulomatosa estar presente difusamente em todo o testículo, sendo confinada aos túbulos seminíferos. Apesar da suspeita de uma base autoimune, a causa dessas lesões permanece desconhecida. INFLAMAÇÕES ESPECÍFICAS: Gonorreia: Consiste na evolução de uma infecção gonocócica negligenciada, que se estende da uretra para a próstata, vesículas seminais e epidídimo. Em casos graves, pode formar abscessos (epidídimo) e orquite supurativa (testículos). Caxumba: Doença viral sistêmica que acomete principalmente crianças em idade escolar, embora o envolvimento testicular seja raro nesse grupo. Após a puberdade, ocorre em 20% a 30% dos casos. A orquite intersticial aguda surge cerca de 1 semana após o acometimento da glândula parótida. Tuberculose: Geralmente começa no epidídimo, podendo se disseminate para o testículo. A inflamação apresenta o padrão clássico de granulomatose caseosa. Sífilis: Pode acometer testículo e epidídimo tanto na sífilis adquirida quanto na congênita, mas geralmente acomete inicialmente o testículo, sendo poupado o epidídimo. Padrão morfológico da reação: Produção de gomas; 2. Inflamação intersticial difusa, produzindo a marca histológica das reações sifíliticas (endarterite obliterante envolta por denso agregado de linfócitos e plasmócitos). ALTERAÇÕES VASCULARE TORÇÃO DO CORDÃO ESPERMÁTICO: drenagem venosa do testículo, podendo levar a infarto testicular (emergência urológica). Pode haver congestão vascular intensa seguida de infarto hemorrágico. Torção neonatal: Ocorre dentro do útero ou pouco após o nascimento, sem qualquer defeito anatômico que lhe justifique. Torção em adultos: Costuma ocorrer na adolescência, com dor testicular súbita, sem lesão desencadeante. Resulta de defeito anatômico bilateral q mobilidade testicular (deformidade em badalo de sino). Se o testículo for destorcido manualmente em até 6h, há boa chance de viabilidade. Para prevenir a recorrência catastrófica de torçãono testículo contralateral, o testículo não afetado pe torção é cirurgicamente fixado ao escroto (orquidopexia). ALTERAÇÕES DA TÚNICA VAGINAL TÚNICA VAGINAL: Superfície revestida por mesotélio exterior ao testículo. A transiluminação define o aspecto claro e translúcido do líquido contido. Raramente, mesoteliomas malignos podem surgir na tunica vaginal. Hidrocele: Acúmulo de líquido seroso. Pode acometer testículo e epidídimo tanto na sífilis adquirida quanto na congênita, mas inicialmente o testículo, 2. Inflamação intersticial difusa, produzindo a marca histológica das reações sifíliticas (endarterite obliterante envolta por denso os e plasmócitos). ALTERAÇÕES VASCULARES TORÇÃO DO CORDÃO ESPERMÁTICO: Interrompe a drenagem venosa do testículo, podendo levar a infarto Pode haver congestão vascular intensa seguida de Ocorre dentro do útero ou pouco após o nascimento, sem qualquer defeito anatômico Costuma ocorrer na adolescência, com dor testicular súbita, sem lesão desencadeante. Resulta de defeito anatômico bilateral que aumenta a mobilidade testicular (deformidade em badalo de sino). Se o testículo for destorcido manualmente em até 6h, Para prevenir a recorrência catastrófica de torção no testículo contralateral, o testículo não afetado pela cirurgicamente fixado ao escroto VAGINAL Superfície revestida por mesotélio claro e translúcido mesoteliomas malignos podem surgir na Hematocele: Presença de sangue na tú Incomum, é encontrada após trauma ou torção testicular ou em distúrbios hemorrágicos. Quilocele: Acúmulo de l elefantíase e filariose. Espermatocele: Acúmulo cístico de sêmen em ductos eferentes dilatados ou ductos da rete testis. Varicocele: Veia dilatada no cordão espermático, podendo ser assintomática ou contribuir para a infertilidade, necessitando de cirurgia. TESTÍCULO NEOPLÁSICO Tumores de células germinativas Seminomatosos Não seminomatosos Tumores de estroma ou cordão sexual Presença de sangue na túnica vaginal. Incomum, é encontrada após trauma ou torção testicular ou em distúrbios hemorrágicos. Acúmulo de linfa na túnica, comum na Acúmulo cístico de sêmen em ductos eferentes dilatados ou ductos da rete testis. Veia dilatada no cordão espermático, podendo ser assintomática ou contribuir para a infertilidade, necessitando de cirurgia. STÍCULO NEOPLÁSICO Seminomatosos Seminoma clássico Seminoma espermatocítico Não seminomatosos Carcinoma embrionário Tumor de saco vitelínico Teratomas maduros e imaturos Coriocarcinoma de células de Sertoli de células de Leydig TUMORES TESTICULARES: Podem ser divididos em duas categorias: Tumores de células germinativas (95%): A maioria dos tumores de células germinativas consiste em tipos de câncer agressivos capazes de disseminação ampla e rápida, embora a maioria possa ser curada com a terapia atual. Seminomas; Não seminomas. Tumores do estroma gonadal e dos cordões sexuais: Em contraste, geralmente são benignos. Predisposição familiar: Risco relativo em pais e filhos: 4x maior. Risco relativo entre irmãos: 8 a 10x maior. Apresentação Inicial: Aumento do volume testicular (ou nódulo), indolor ou pouco doloroso; 10% com sintomas metastáticos (dor abdominal ou lombar intensa, desconforto respiratório, massas cervicais, convulsões); 4% com ginecomastia; Infertilidade; 10% como descoberta casual; Pico de incidência (geral) – 2ª e 3 décadas. Investigação de massa testicular: Ecografia (?); Marcadores séricos: AFP: Células do saco vitelino (<16ng/ml 1 ano após nascimento): Tumor do saco vitelino, carcinoma embrionário. Beta-HCG: Sinciciotrofoblasto: Seminoma, carcinoma embrionário, coriocarcinoma. AFP e HCG elevados em mais de 80% dos não- seminomatosos. LDH: Relaciona-se com volume tumoral. Cirurgia (inguinal/clampeamento/congelação). TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS: Entre 15 a 34 anos de idade, constituem o tipo mais comum de tumor em homens, causando cerca de 10% de todas as mortes por câncer. São associados principalmente à criptorquidia, mas também à caucasianos, exposição intrauterina a pesticidas e estrógenos não esteroides, Síndrome de Klinefelter (tumores de células germinativas mediastinais), história familiar e câncer prévio no testículo contralateral. Síndrome de Disgenesia Testicular (SDT): Criptorquidia, hipospádia e qualidade do esperma. Loci genéticos relacionados ao risco familiar: Genes que codificam o ligante para o receptor de tirosina- cinase KIT e BAK (induzem morte celular por apoptose e atuam no desenvolvimento gonadal). Podem apresentar um único componente tecidual, mas geralmente apresentam combinações seminomatosas e não seminomatosas, além de múltiplos tecidos. Neoplasia de Células Germinativas Intratubulares (in situ): Origem da maioria dos tumores de células germinativas, inicia na vida intrauterina e permanence latente até a puberdade, progredindo para seminoma ou não seminoma. Periferia de neoplasias invasoras de células germinais. Seu dx consiste em biópsia e o tratamento é com radioterapia em baixas doses. Exceções a essa regra: Tumores pediátricos do saco vitelino e teratomas, e seminomas espermatocíticos em adultos origem incerta. Apresenta células germinativas primordiais atípicas com núcleos grandes e citoplasma claro, que têm aproximadamente o dobro do tamanho das células germinativas normais. Principal mutação: Duplicação do braço curto do cromossomo 12 (12p) na forma de um isocromossomo. i (12p). Há, ainda, relação com mutações ativadoras do gene que codifica o receptor tirosina-cinase KIT. Cerca de 50% dos indivíduos com ITGCN desenvolvem tumores de células germinativas invasivos dentro de 5 anos após o diagnóstico, e pode ser que praticamente todos os pacientes com ITGCN desenvolvam tumores invasivos. Prevalência no testículo contralateral de 5-6%, correspondendo ao risco de desenvolver neoplasia de células germinais no testículo contralateral. TUMORES SEMINOMATOSOS: Compostos por células que lembram as células germinativas primordiais ou os gonócitos primordiais. Estadiamento: Permanecem localizados ao testículo por longo período (70% estádio I). Metástases inicialmente para linfonodos. SEMINOMAS SEMINOMAS: Forma histológica pura mais comum de tumor de células germinativas (cerca de 50%). Incidência máxima na 2ª/3ª década e rara na infância. Associados à bilateralidade ou criptorquidia. 10% Produzem β-HCG. Aumento de volume global. Contêm isocromossomo 12p e expressam OCT3/4 e NANOG. Podem ter mutações ativadores de KIT. Seminomas Clássicos: Produzem massas volumosas, podendo chegar a 10x do tamanho normal. Superfície de corte lobulada, cinza-esbranquiçada, homogênea, geralmente isenta de hemorragia ou necrose. Geralmente a túnica albugínea não está infiltrada. TUMORES SEMINOMATOSOS Composto por lençóis de células uniformes, divididos por finos septos de tecido fibroso, contendo infiltrado linfocítico, formando lóbulos pouco delimitados. A célula do seminoma clássico é grande, redonda a poliédrica, possuindo uma membrana celular nítida, citoplasma claro ou de aspecto hidrópico, e um núcleo central volumoso com um ou dois nucléolos proeminentes. Imuno-histoquímica positiva para KIT, OCT4 e fosfatase alcalina placentária (PLAP). 15% dos seminomas contêm sinciciotrofoblastos. Nesse subgrupo, os níveis séricos de gonadotrofina coriônica humana (HCG) estão elevados, porém menos que a nos pacientes com coriocarcinoma. Podem apresentar reação granulomatosa pouco definida, em contraste com os granulomas distintos e bem formados observados na tuberculose. Seminomas Espermatocíticos: Tumor raro (1 a 2%)de células germinativas de crescimento lento, que afeta predominantemente homens mais velhos (> 65 anos). Não está associado à neoplasia intratubular de células germinativas (ITGCN). Por ser um tumor de crescimento lento que não produz metástases, o prognóstico é excelente. Apresenta superfície de corte mole, acinzentada e pálida, que algumas vezes revela cistos mucoides. Três populações celulares, misturadas: 1. Células médias, as mais numerosas, contendo um núcleo redondo e citoplasma eosinófilo; 2. Células menores, fina borda de citoplasma eosinófilo semelhante aos espermatócitos secundários; 3. Células gigantes dispersas, uni ou multinucleadas. Em contraste com os seminomas típicos, os seminomas espermatocíticos não possuem linfócitos, granulomas, sinciciotrofoblastos, locais de origem extratesticular, mistura com outros tumores de células germinativas e associação com ITGCN. TUMORES NÃO-SEMINOMATOSOS: Podem ser compostos por células não diferenciadas que lembram células-tronco embrionárias, como no caso do carcinoma embrionário, porém as células malignas podem se diferenciar em várias linhagens, gerando tumores de saco vitelino, coriocarcinomas e teratomas. Estadiamento: Avançados (60% em estádio II ou III) quando da apresentação. Metástases precoces, principalmente por via hematogênica. CARCINOMA EMBRIONÁRIO CARCINOMA EMBRIONÁRIO: Mais agressivos, surgem geralmente entre 20 a 30 anos de idade. Pode produzir -feto e β-HCG. Clínica: Nódulo testicular, < que o seminoma, não substitui o testículo inteiro. Metástases em 1/3 dos casos. A expansão para a túnica albugínea, epidídimo ou cordão é frequente. Macroscopia: Versicolor, margens pouco demarcadas, pontilhado por focos de hemorragia ou necrose. Microscopia: As células crescem em padrão alveolar ou tubular, algumas vezes formando convoluções papilares. Mitoses são frequentes. Lesões indiferenciadas lençóis celulares. Glândulas bem formadas estão ausentes. Células de aspecto epitelial, grande, anaplásicas, com núcleos hipercromáticos e nucléolos proeminentes. Bordas indistintas e variação considerável no tamanho e na forma das células e dos núcleos (pleomorfismo). IHQ: Compartilham alguns marcadores com os seminomas, como OCT3/4 e PLAP, porém diferem por serem + para citoqueratina e CD30, e - para KIT. TUMOR DO SACO VITELINO TUMOR DO SACO VITELINO: Também chamado de tumor do seio endodérmico, é o tumor testicular + comum em lactentes e crianças até 3 anos de idade. Bom prognóstico na infância. Em adultos, a forma pura desse tumor é rara; ocorrendo frequentemente em combinação com o carcinoma embrionário. Macroscopia: Não encapsulados, de aspecto mucinoso, branco-amarelado, homogêneo. Microscopia: Compostos de uma trama rendada (reticular) de células cuboides ou aplanadas de tamanho médio. Estruturas papilares, cordões sólidos de células e vários outros padrões podem ser encontrados. Em cerca de 50%, são vistas estruturas semelhantes aos seios endodérmicos (corpos de Schiller-Duval) - grupamento mesodérmico com um capilar central envolto por camadas de células viscerais e parietais, semelhantes a glomérulos primitivos. IHQ: Dentro e fora do citoplasma há glóbulos eosinófilos, de aspecto hialino, no qual α-fetoproteína (AFP) e α1- antitripsina podem ser positivas. AFP + nas células tumorais é característica e destaca sua semelhança com células do saco vitelino. TUMORES NÃO-SEMINOMATOSOS CORIOCARCINOMA CORIOCARCINOMA: Maligno, raro em sua forma pura (> 1% dos tumores de céls germinativas), + misto. Clínica: Pequeno nódulo palpável, ginecomastia, padrão muito agressivo, produz β-HCG. São pequenos, raramente > 5 cm de diâmetro. Hemorragia e necrose são extremamente comuns. Contêm dois tipos celulares: Sinciciotrofoblastos: Céls grandes, multinucleadas, citoplasma vacuolado, eosinófilo, contendo HCG. Citotrofoblastos: Mais regulares, poligonais, com bordas nítidas e citoplasma claro. Crescem em cordões/ massas, com núcleo único, uniforme. TERATOMA TERATOMA: Possui vários componentes celulares ou organoides derivados de + uma camada germinativa. Qualquer idade, + comum nas 3 primeiras décadas. Mais comuns na infância (maduro > benigno), raro em adultos (> maligno). Sua frequência mesclada com outros tumores de células germinativas corresponde a cerca de 45%. São grandes, variando de 5 a 10 cm de diâmetro. Aspecto macroscópico heterogêneo, com áreas sólidas, cartilaginosas e/ou císticas. Hemorragia/necrose indicam combinação com carcinoma embrionário, coriocarcinoma ou ambos. Podem apresentar tecido neural, feixes musculares, ilhas de cartilagem, agrupamentos de epitélio escamoso, estruturas que lembram glândula tireoide, epitélio brônquico ou bronquiolar e partes da parede intestinal ou substância cerebral. Maduros: Lembram os diversos tecidos adultos Imaturos: Compartilham características histológicas com o tecido fetal ou embrionário. Teratoma com transformação maligna: Tumores malignos de células não germinativas que se originam em um teratoma. Resistentes à quimioterapia, a única esperança de cura reside na possibilidade de ressecção do tumor. Essas malignidades de células não germinativas possuem um isocromossomo 12p, provando uma relação clonal ao teratoma que o precede. Na infância, teratomas maduros diferenciados costumam ter curso benigno. Em homens após a puberdade, todos os teratomas são considerados malignos, capazes de comportamento metastático, independentemente de ser maduro ou imaturo. TUMORES MISTOS TUMORES MISTOS: Cerca de 60% dos tumores testiculares são mistos, incluindo teratomas, carcinomas embrionários e tumores do saco vitelino; seminoma com carcinoma embrionário; e carcinoma embrionário com teratoma (teratocarcinoma). O prognóstico costuma ser agravado pela presença de um elemento mais agressivo. 40% dos tumores de células germinativas. Teratoma + Ca embrionário + Saco vitelino. Seminoma + Ca embrionário. Ca embrionário + Teratoma. TUMORES DO CORDÃO SEXUAL ESTROMA GONADAL TUMORES DE CÉLULAS DE LEYDIG TUMORES DE CÉLULAS DE LEYDIG: Podem produzir andrógenos, estrógenos e corticosteroides. Surgem em qualquer idade, +comum entre 20-60 anos. Clínica: Tumefação testicular, ginecomastia, precocidade sexual, perda da libido, disfunções eréteis e infertilidade. Pré-puberes: Puberdade precoce – Androgênios. Pós-puberes: Sinais feminilizantes – Estrogênio. Nódulos circunscritos, < 5 cm de diâmetro, com superfície de corte homogênea, marrom-dourada. As células de Leydig neoplásicas são semelhantes às células de Leydig normais: grandes, redondas ou poligonais, de abundante citoplasma eosinófilo granular com núcleo central redondo. O citoplasma costuma ter gotículas lipídicas, vacúolos ou pigmento de lipofuscina, e cristaloides de Reinke, vistos em cerca de 25% dos tumores. 10% dos tumores em adultos são invasivos e produzem metástases; a maior parte é benigna. TUMORES DE CÉLULAS DE SERTOLI TUMORES DE CÉLULAS DE SERTOLI: A maioria dos é hormonalmente silenciosa e se apresenta como uma massa testicular. Clínica: Ginecomastia e impotência. Surgem como nódulos pequenos, firmes, branco acinzentados/amarelados, homogêneos. Células tumorais organizadas em trabéculas nítidas que tendem a formar estruturas cordonais e túbulos. A maioria é benigna, mas aproximadamente 10% seguem um curso maligno. PROGNÓSTICO Risco de metástases: Invasão de albugínea, cordão ou epidídimo, invasão linfovascular, presença de outros tipos histológicos como carcinoma embrionário ou coriocarcinoma. Sinciciotrofoblasto Citotrofoblasto