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Lais Nascimento Feitosa MEDICINA Suprarrenais » As adrenais são duas glândulas achatadas com forma de meia-lua, cada uma situada sobre o polo superior de cada rim. Em humanos podem também ser chamadas suprarrenais porque se situam sobre os rins. » Cortando-se o órgão a fresco, nota-se que ele é encapsulado e dividido nitidamente em duas camadas concêntricas: uma periférica espessa, o córtex adrenal, e outra central menos volumosa, a medula adrenal. » Essas duas camadas podem ser consideradas dois órgãos distintos, de origens embriológicas diferentes, apenas unidos anatomicamente. O córtex tem origem no epitélio celomático, sendo, portanto, mesodérmico, enquanto a medula se origina de células da crista neural, isto é, tem origem neuroectodérmica. » As duas camadas apresentam funções e morfologia diferentes, embora seu aspecto histológico geral seja típico de uma glândula endócrina formada de células dispostas em cordões cercados por capilares sanguíneos. » Fluxo sanguíneo: A irrigação sanguínea advém da periferia para o centro através de dois tipos de vasos – vasos adrenocorticais(irrigam e nutrem a região do córtex, vão se tornando capilares ainda no córtex até serem drenados pra medula, isso é importante para que os hormônios secretados no córtex adrenal consigam atingir a medula adrenal e poder estimulá-la) e os medulares. Ambos vão ser coletados pela medula da adrenal » Os hormônios produzidos na medula ganham a corrente sanguínea de forma mais rápida, sendo também hormônios de meia vida mais curta; HISTOFISIOLOGIA CÓRTEX » Os hormônios secretados pelo córtex, em sua maioria, são esteroides, hormônios lipídicos formados pelas células a partir do colesterol. A síntese de colesterol é feita principalmente a partir de acetil-coenzima A e ocorre no retículo endoplasmático liso em vários locais do corpo, especialmente no fígado. » As células do córtex não armazenam os seus produtos de secreção em grânulos, pois a maior parte de seus hormônios esteroides é sintetizada após estímulo e secretada logo em seguida. Os esteroides, sendo moléculas de baixo peso molecular e solúveis em lipídios, podem difundir-se pela membrana celular e não são excretados por exocitose. » Em virtude de diferenças na disposição e na aparência de suas células, o córtex adrenal pode ser subdividido em três camadas concêntricas cujos limites nem sempre são perfeitamente definidos em humanos: a zona glomerulosa (aldosterona), a zona fasciculada (cortisol)e a zona reticulada (andrógenos). » Zona glomerulosa: se situa imediatamente abaixo da cápsula de tecido conjuntivo e é composta de células piramidais ou colunares, organizadas em cordões que têm forma de arcos envolvidos por capilares sanguíneos. A zona glomerulosa secreta o principal mineralocorticoide, a aldosterona, importante hormônio que contribui para manter o equilíbrio de sódio e potássio e de água no organismo, e consequentemente dos níveis de pressão arterial. A aldosterona age principalmente nos túbulos contorcidos distais dos rins e, também na mucosa gástrica, nas glândulas salivares e sudoríparas, estimulando a absorção de sódio pelas células desses locais. » Zona fasciculada: por causa do arranjo das células em cordões de uma ou duas células de espessura, retos e regulares, semelhantes a feixes, entremeados por capilares e dispostos perpendicularmente à superfície do órgão. As Lais Nascimento Feitosa MEDICINA células da zona fasciculada são poliédricas, contêm de gotículas de lipídios no citoplasma e aparecem vacuoladas, essas células são também chamadas espongiócitos. Os glicocorticoides, dentre os quais um dos mais importantes é o cortisol, são secretados principalmente pelas células da zona fasciculada, regulam o metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, exercendo, portanto, ações no organismo inteiro. Os glicocorticoides também suprimem a resposta imune. O sistema de defesa do organismo e o córtex adrenal estão, portanto, associados porque o cortisol tem propriedades anti- inflamatórias por meio dos leucócitos, supressão de citocinas e ação imunossupressora. » Zona reticulada: contém células dispostas em cordões irregulares que formam uma rede anastomosada. A zona reticulada produz andrógenos e, em menor grau, mineralocorticoides. » Esteroidogênese: a molécula precursora desses hormônios é o colesterol. O colesterol vai ser modificado enzimaticamente no reticulo endoplasmático ou na mitocôndria das células, vai perdendo carbonos na sua estrutura bioquímica e a depender dessas perdas eles podem virar: glicocorticoides, hormônio sexual feminino (progesterona), hormônio sexual masculino (andrógeno), aldosterona. O que vai definir o que o colesterol vai originar é a maquinaria enzimática dentro da célula. Zona glomerulosa: o que define a formação de colesterol em aldosterona é a ausência da enzima 17 alfa hidroxilase e a presença da enzima aldosterona sintase, exclusiva dessa zona, ela é estimulada pela angiotensina (SRAA). Zona fasciculada: é preciso ter uma enzima que desvie a produção de aldosterona, ausência da aldosterona sintase e presença da 17 alfa hidrolase, desviando a produção de aldosterona para de cortisol. Zona reticulada: é preciso ter também a enzima 17 alfa hidroxilase, porém na presença de um cofator que é a enzima 17, 20 liase, gerando os andrógenos. » Regulação da síntese dos hormônios - eixo H- P-A (hipotálamo, hipófise e adrenal): Glicocorticoides (zona fasciculada): O estímulo para a produção vem primeiramente do hipotálamo que secreta CRH, hormônio liberador de corticotrofina, que estimula as células da adeno-hipófise que secretam ACTH, hormônio adrenocorticotrofo. O ACTH é um hormônio proteico, ao ser liberado cai na corrente sanguínea e vai para o córtex da adrenal. Ele tem um trofismo muito grande para a zona fasciculada para estimular a produção de glicocorticoides como cortisol, o cortisol faz a contra regulação do eixo com feedback negativo. Sendo o hormônio do estresse os maiores picos do cortisol são notados próximo ao horário prestes a acordar. Os menores níveis são no período do sono. O cortisol basicamente é estimulado pelo estresse para gerar respostas para isso. Todos os tipos de estresse estimulam a liberação de Lais Nascimento Feitosa MEDICINA cortisol em diferentes tecidos de diferentes formas; Físico: febre, cirurgia, queimadura, hipotensão e hipoglicemia. Imunológico : citocinas inflamatórias – IL-1, IL-6 e TNF. Emocional agudo ou crônico: núcleos amigdaloides → PVN. Mineralocorticoides: A aldosterona é produzida na zona glomerulosa, quem comanda a sua secreção, principalmente é a angiotensina 2 e as alterações de potássio e de sódio. A baixa perfusão dos rins e a baixa perfusão arterial reflete no menor volume sanguíneo estimulando as células justa glomerulares a liberar renina. A renina converte angiotensinogênio em angiotensina 1, que vai para capilares para ser convertida em angiotensina 2 e esta vai na zona glomerulosa do córtex a estar secretando aldosterona, através da ativação da aldosterona sintase. A aldosterona vai reabsorver sódio e junto com a aldosterona água. O ACTH tem uma pequena contribuição na liberação de aldosterona convertendo o colesterol em na enzima; Peptídeo natriurético atrial: tem um efeito contrário da aldosterona, então quando ANP é liberado ocorre a inibição na liberação da aldosterona; Andrógenos (zona reticulada): tem a maior produção dos andrógenos adrenais. Nas mulheres esse hormônio é importante para a produção de hormônios masculinos. Os quais contribuem para a libido, para menarca e pu. Já no homem nem tanto pois sua produção de hormônio nos testículos é mais intensa; »Excesso de corticosteroides: Glicocorticoides: Sindrome de Cush – hipercortisolismo, destruição do colágeno, hiperglicemia. Mineralocorticoides: aumenta a atividade do SRAA localmente, fibrose, aumento da pressão. Andrógenos: hirsutismo, características sexuais. » Disfunções na regulação do eixo H- P- A: alterações do eixo de feedback buscamos a glândula responsável pela alteração. 1. Quando o problema patológico acontece diretamente na supra renal: por ex. paciente tem um tumor na supra renal, que é produtor de cortisol, quais os achados nesse paciente? Aumento do cortisol sérico. Esse aumento do cortisol sérico por mecanismo de feed back diminui a produção de ACTH na hipófise e a de CRH no hipotálamo. Assim um paciente com hipercorticolismo, ACTH baixo e CRH baixo, o problema está na glândula adrenal. 2. Agora o tumor produtor de cortisol está na adenohipofise, o excesso de ACTH vai estimular a adrenal a produzir mais cortisol, mas o tumor adquire uma característica de independência perde o mecanismo de feedback e na adenohipofise como temos um tumor produtor de ACTH perde-se o mecanismo inibitório e o ACTH aumenta, mas o hipotálamo tenta ter algum controle sobre essa alça, o CRH não consegue e acaba reduzindo. Porque os níveis de cortisol estão aumentados, então o cortisol vai ao hipotálamo e manda reduzir a produção hipotalâmica de CRH. Assim se eu tenho um paciente com CRH BAIXO, ACTH alto e cortisol alto a glândula que está com problema é a adenohipofise; 3. Tumores hipotalâmicos – muito raro – iremos encontrar a produção de CRH, CRH alto por estímulo teremos ACTH alto e cortisol alto, a origem do problema é hipotalâmico. MEDULA » A medula adrenal é composta de células poliédricas organizadas em cordões ou aglomerados arredondados sustentados por uma rede de fibras reticulares. Além das células do parênquima, há células ganglionares parassimpáticas. Todas essas células são envolvidas por uma abundante rede de vasos sanguíneos. » O citoplasma das células da medular têm grânulos de secreção que contêm epinefrina ou norepinefrina, pertencentes a uma classe de substâncias denominadas catecolaminas. » As células que produzem as catecolaminas são chamadas de células cromafins tem esse nome devido aos seus grânulos secretores de catecolaminas terem afinidade ao cromo, então ficam corados. Lais Nascimento Feitosa MEDICINA » Células ganglionares com função de aumentar o fluxo sanguíneo das adrenais. » Diferente do que acontecia no córtex com as células produtoras de esteroides temos na medula as células cromafins que possuem grânulos de secreção ricos em adrenalina e noradrenalina. Há também presença de vasos sanguíneos, nervos esplênicos (essa zona tem grande influência da atividade simpática devido à presença desse nervo). Durante o período embrionário, a atuação do cortisol nos neurônios fez com que eles se especializassem em células cromafins e perderem os axônios. Logo, um dos efeitos do cortisol é inibir o aparecimento de axônios; » Biossíntese de catecolaminas: é um hormônio derivado de aminoácido, a tirosina por via enzimática é convertida em alguns metabolitos. O cortisol é quem estimula a etapa final de transformação da noradrenalina em adrenalina, por isso a adrenal secreta mais adrenalina que noradrenalina; A etapa que é limitante é a transformação da tirosina na dopamina. » Efeitos biológicos:
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