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Ana Laura Octávio – TXXII PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO QUARTO E QUINTO DIA: - Ocorre a penetração de líquido uterino na mórula através da zona pelúcida. - A zona pelúcida desaparece entre o 4º e 5º dia (permitindo a implantação). OBS.: Zona pelúcida – barreira de proteína que não permite que as células do trofoblasto penetrem no epitélio. - Forma-se uma cavidade única (blastocele – confluência dos espaços intracelulares). BLASTOCISTO INICIAL - é constituído por: • Embrioblasto – massa celular interna concentrada em um dos polos. • Trofoblasto – massa celular externa de células achatada que forma uma parede epitelial. SEXTO DIA: - O blastocisto adere ao epitélio endometrial por ação de enzimas proteolíticas. - As células do trofoblasto que estão sobre o polo embrionástico penetram entre células epiteliais da mucosa uterina (em fase secretória). Ana Laura Octávio – TXXII SEGUNDA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO CONTINUAÇÃO DA FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO OITAVO DIA: BLASTOCISTO TARDIO: - O blastocisto está parcialmente implantado no endométrio. - O trofoblasto diferencia-se em duas camadas (na região acima do embrioblasto): • Citotrofoblasto - camada interna de células providas de um núcleo. Apresenta figuras mitóticas (células dividem-se, migram para o sinciciotrofoblasto e fundem-se, perdendo a membrana plasmática e, assim, sua individualidade. • Sinciciotrofoblasto - zona externa multinucleada, sem limites celulares definidos. - O embrioblasto diferencia-se em duas camadas: • Epiblasto – possui células altas, colunares e adjacentes à cavidade amniótica. • Hipoblasto – possui células baixas, cuboides e adjacentes à cavidade do blastocisto. - Surge a cavidade amniótica: pequena cavidade acima do epiblasto. (Amnioblastos são células do epiblasto adjacentes ao citotrofoblasto que revestem superiormente a cavidade amniótica). - São observadas duas cavidades no blastocisto: • Cavidade amniótica – dará origem ao embrião. • Cavidade do blastocisto - dará origem ao saco vitelino. Ana Laura Octávio – TXXII NONO DIA: - O blastocisto está mais profundamente implantado. - Forma-se um coágulo de fibrina no ponto de entrada do endométrio. - Vacúolos no sinciciotrofoblasto unem-se para formar lacunas (estágio lacunar do trofoblasto). - Forma-se a membrana exocelômica: células achatadas do hipoblasto que revestem internamente o citotrofoblasto. - A membrana celômica junto com o hipoblasto delimitam o saco vitelino primitivo. OBS.: Os eventos do nono dia continuam no 10º. DÉCIMO PRIMEIRO E DÉCIMO SEGUNDO DIA: - Surge o mesoderma extraembrionário: tecido conjuntivo frouxo formado a partir do hipoblasto. - Esse mesoderma extraembrionário preenche todo o espaço entre o citotrofoblasto, a membrana exocelômica e o âmnio. - Surgem cavidades no mesoderma extraembrionário denominadas cavidades extraembrionárias. - Essas cavidades extraembrionárias se unem, formando o celoma extraembrionário ou cavidade coriônica. - O mesoderma extraembrionário se divide em: • Mesoderma extraembrionário esplâncnico – envolvido na formação do saco amniótico. • Mesoderma extraembrionário somático – formação da placenta. - Blastocisto está completamente implantado no endométrio. - Epitélio superficial do endométrio está quase completamente cicatrizado. - Formam-se lacunas no sinciciotrofoblasto, as quais se unem formando uma rede lacunar (rede de intercomunicações visível no polo embrionário). - Blastocisto produz protrusão na luz do útero. - Lacunas do sinciciotrofoblasto tornam-se contínuas com sinusoides (capilares maternos congestos e dilatados - bem cheios de sangue). - Formação da circulação uteroplacentário: comunicação entre o útero e a futura placenta. Resumo do início da circulação uteroplacentário: formação de lacunas no sinciciotrofoblasto que se tornam cada vez maiores e mais unidas, formando uma rede lacunar que se comunica com os vasos sanguíneos (sinusoide). Com isso, tem-se todo um sistema de comunicação entre os vasos sanguíneos e a rede lacunar do sinciciotrofoblasto. Ana Laura Octávio – TXXII DÉCIMO TERCEIRO DIA: - A superfície do endométrio está cicatrizada (o epitélio já se regenerou). - Aumenta o fluxo sanguíneo nos espaços lacunares (dilatação dos vasos sanguíneos. Esse aumento de fluxo sanguíneo pode acarretar sangramentos. Esses, por sua vez, muitas vezes confundidos pelas mulheres com menstruação; assim, as mulheres erram a contagem da gravidez. Ana Laura Octávio – TXXII - A rede lacunar, com o aumento do fluxo sanguíneo, toma a volta toda do embrioblasto (principalmente o polo oposto ao do embrião). - O trofoblasto começa a apresentar estruturas vilosas no polo embrionário. Estruturas vilosas: surgimento de vilosidades primárias → colunas celulares de citotrofoblasto revestidas por sinciciotrofoblasto (células do citotrofoblasto proliferam- se localmente e penetram/invadem o sinciciotrofoblasto). - Surgem células adicionais no hipoblasto, por mitose. Essas células adicionais migram ao longo da parede interna da membrana exocelômica, formando o saco vitelino definitivo ou secundário. - Grande parte do saco vitelino primitivo é pinçado para fora do saco vitelino definitivo, formando os cistos exocelômicos, encontrados na cavidade coriônica (resquícios sem função). Essa porção pinçada para fora explica o porquê o saco vitelino definitivo ser menor que o saco definitivo primário. - A cavidade extraembrionária expande-se formando a cavidade coriônica. - Existência de um pedículo de conexão ou pedúnculo embrionário: único local/região onde o mesoderma embrionário permanece sem se dividir em duas lâminas (somática e esplâncnica). Essa região une o embrioblasto aos envoltórios: sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto. - Ao final a segunda semana, os vasos sanguíneos que estão no pedículo de conexão se desenvolvem, formando o condão umbilical. Ana Laura Octávio – TXXII TERCEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO INTRODUÇÃO - A terceira semana do desenvolvimento embrionário enquadra-se como a primeira semana do período embrionário. - Essa semana é caracterizada pela formação: • Do disco embrionário trilaminar. • Da linha primitiva. • Da notocorda. GASTRULAÇÃO - DEFINIÇÃO → formação das três camadas germinativas; as quais darão origem a todos tecidos e órgãos do organismo. - Característica do período embrionário. - Processo de conversão do disco embrionário bilaminar em disco embrionário trilaminar (INÍCIO DA MORFOGÊNESE). - As camadas germinativas formadas darão origem a tecidos e órgãos específicos: • ECTODERMA – epiderme, SNC e SNP. • MESODERMA – órgãos do sistema genital e urinário, derme, músculos e tecidos conjuntivos (o mesoderma é a última camada germinativa a ser formada). • ENDODERMA – revestimentos epiteliais dos tratos respiratórios e gastrointestinal, incluindo as glândulas associadas. OBS.: MESÊNQUIMA - Mesênquima é o nome dado a um tecido próprio do mesoderma, formado durante o desenvolvimento embrionário. - É um tecido indiferenciado do embrião (somente do embrião) com capacidade de se diferenciar em qualquer tecido muscular ou conjuntivo. - Esse tecido origina TODOS os tecidos musculares e conjuntivos do organismo. Ana Laura Octávio – TXXII FORMAÇÃO DA LINHA PRIMITIVA - A linha primitiva surge no início da terceira semana de desenvolvimento. - Está localizada na extremidade caudal do embrião (apresenta uma dilatação na extremidade cefálica). - É resultado da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. - É o primeiro sinal da gastrulação. - Com essa linha, torna-se possível a identificação do eixo embrionário (lado direito/esquerdoe região cefálica/caudal). - Após o processo de formação da linha primitiva, ocorre a invaginação de células do epiblasto, originando o disco trilaminar. CONSTITUIÇÃO DA LINHA PRIMITIVA • NÓ PRIMITIVO – situado na extremidade cefálica da linha primitiva. • FOSSETA PRIMITIVA – depressão localizada no centro do nó primitivo. As células que adentram na fosseta primitiva formam a notocorda. • SULCO PRIMITIVO – formado ao longo da linha primitiva. As células que adentram no sulco primitivo espalham-se entre o hipoblasto e o epiblasto e, após organização, formam o mesoderma. Ana Laura Octávio – TXXII FORMAÇÃO DO PROCESSO NOTOCORDAL e NOTOCORDA - Processo notocordal → células mesenquimais migram em direção cefálica do nó/fosseta primitiva formando um cordão celular mediano (futura notocorda). - Esse processo notocordal que segue em direção cefálica, adquire uma cavidade/um espaço, denominada canal notocordal. - Após a formação desse canal notocordal, o mesmo cresce em direção cefálica até atingir a placa precordal. Essa placa é formada por células do epiblasto e do hipoblasto, as quais estão aderidas muito firmemente. - A placa precordal é uma região na qual as células do epiblasto não conseguem penetrar, logo, não haverá formação de mesoderma nessa região. - Quando se forma o mesoderma, a placa precordal (hipoblasto e epiblasto) evolui para membrana bucofaríngea (endoderma e ectoderma), a qual originará a boca. - Outra região que o canal notocordal atinge, dessa vez por causa de seu crescimento caudal, é a membrana cloacal (também formada pelo disco bilaminar – epiblasto e hipoblasto). Essa membrana dará origem ao ânus. OBS.: Antes da formação do mesoderma, as camadas celulares são denominadas epiblasto e hipoblasto. Já com a formação do mesoderma, essas camadas passam a se chamar ectoderma e endoderma, respectivamente. SURGIMENTO DA NOTOCORDA - A notocorda surge a partir do bastão de células que migraram logo a frente da linha primitiva (processo notocordal). - Esse bastão ganha uma cavidade que se organiza e forma uma pequena cavidade no meio/centro (ESSA PEQUENA CAVIDADE É A NOTOCORDA). - A notocorda é definida como a indutor da diferenciação celular e de tecidos. - Ela define o eixo do embrião e é a base para formação do esqueleto axial. - Resquício da notocorda: núcleo pulposo do disco intervertebral (região mais macia do disco). Ana Laura Octávio – TXXII NEURULAÇÃO - Formação do tubo neural. - A notocorda induz o espessamento e diferenciação do ectoderma neural (ectoderma localizado logo acima da notocorda). - Com isso, forma-se a placa neural. Ela, por sua vez, evolui para tubo neural e, em seguida, origina o SNC. - Já as bordas dessa placa neural, formam as cristas neurais, futuro SNP. DIVISÃO DO MESODERMA INTRA-EMBRIONÁRIO - O mesoderma intraembrionário está localizado ao lado da notocorda e é dividido em: • Mesoderma paraxial – essa porção está paralela a notocorda e dará origem aos somitos através de segmentações (blocos de mesoderma). Os somitos, por sua vez, darão origem aos ossos, cartilagem e aos músculos estriados esqueléticos (exceto os da cabeça). • Mesoderma intermédio ou intermediário – dará origem ao sistema urinário e sistema genital. • Mesoderma lateral – dará origem ao sistema circulatório e a pele. Ana Laura Octávio – TXXII - Mesoderma lateral esplâncnico: mesoderma lateral que se une ao endoderma. Dará origem ao sistema cardiovascular. - Mesoderma lateral somático: mesoderma lateral que se une ao ectoderma. Dará origem a pele. QUARTA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO - Nessa Semana, o embrião encontra-se ligeiramente encurvado, uma vez que as extremidades do disco trilaminar se dobraram. - Esse dobramento ocorre porque houve um rápido crescimento do SNC, principalmente do cérebro. - Com o dobramento das extremidades, passa a ser possível visualizar pregas (cefálica, caudal e laterais). - Além disso, o primeiro arco faríngeo também passa a ser visualizado. Esse arco formará a mandíbula e a maxila. - Os primórdios dos órgãos estão desenvolvidos. - O coração apresenta uma grande saliência ventral (dobramento cardíaco). - Na quarta semana, o tubo neural apresenta aberturas em suas extremidades, as quais são chamadas neuróporos: • Neuróporo cefálico – já se encontra fechado. • Neuróporo caudal – fecha-se ao final da quarta semana. - O embrião apresenta um dobramento característico em forma de C, em razão do aumento do prosencéfalo (região mais anterior do tubo neural, que dará origem ao cérebro). Ana Laura Octávio – TXXII - Os brotos dos membros superiores tornam-se reconhecíveis no 26º dia e os dos membros inferiores no 28º dia (final da quarta semana). - Os primórdios do bulbo ocular são visíveis (fossetas ópticas e placoides cristalinos). - Característica marcante do final da quarta semana → cauda delgada. QUINTA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO - Nessa semana, há um rápido crescimento do encéfalo e das proeminências faciais: • O crescimento da cabeça excede o crescimento de outras regiões. • A face fica em contado com a eminência cardíaca. - Os brotos dos membros adquirem formas: • Membros superiores – remos. • Membros inferiores – nadadeiras. - Surge o primórdio dos rins (metanefro). Porém, ele só se torna funcional a partir da 9ª semana do desenvolvimento. Ana Laura Octávio – TXXII SEXTA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO - Na sexta semana, as placas das mãos se desenvolvem. - Os raios digitais, primórdios dos dedos, começam a se desenvolver também. OBS.: Os membros inferiores desenvolvem-se um pouco mais tarde que os membros superiores. - Os embriões nessa semana apresentam: • Movimentos espontâneos como contrações bruscas do tronco e dos membros. • Resposta reflexa ao toque. - Os dois primeiros arcos de unem, formando saliências articulares. - O sulco faríngeo formará o meato acústico externo e as saliências se fundem para formar o pavilhão auricular. - Os olhos já estão bem evidentes e pigmentados (retina). - A cabeça está maior que o tronco e se dobra sobre a grande saliência cardíaca, resultando no encurvamento da região cervical. SÉTIMA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO - Formam-se as depressões entre os raios digitais que separam os futuros dedos. - A aurícula e o meato acústico externo estão claramente visíveis. - A orelha encontra-se em posição baixa. - Os raios digitais das placas dos pés estão visíveis. - O embrião apresenta uma saliência abdominal, em razão do grande tamanho do fígado. - O intestino primitivo invade a porção proximal do cordão umbilical, entrando no celoma extraembrionário. - Pela cavidade abdominal ser muito pequena para acomodar o intestino, fígado e baço em crescimento, forma-se uma hérnia umbilical fisiológica. Ana Laura Octávio – TXXII OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO - Essa semana é considerada a última do desenvolvimento embrionário (3ª – 8ª). - Os dedos das mãos estão separados, porém ainda apresentam membranas entre. - As depressões entre os raios dos pés podem ser visualizadas. - O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica em torno da cabeça. - Ocorrem os primeiros movimentos propositados dos membros. - Os membros inferiores começam a sofrer ossificação. - Todos os sinais da cauda desaparecem. - Ao final dessa semana: • Todas as regiões dos membros estão aparentes e os dedos se alongam e se separam completamente. • O embrião tem feições nitidamente humanas. Entretanto, a cabeça é proporcionalmente grande, correspondendo metade do corpo do embrião. - A pálpebras estão fechadas por fusão epitelial. - O intestino ainda está na porção proximal do cordão umbilical (hérnia fisiológica). - As aurículas estão adquirindo sua formafinal; porém, com implantação numa região mais baixa da cabeça. OBS.: Ainda não é possível fazer diferenciação sexual por observação da genitália externa (somente a partir da 12ª semana). Ana Laura Octávio – TXXII
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