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Unidade II CURSO LATO SENSU LÍNGUA INGLESA E LITERATURA CRÍTICA LITERÁRIA CONTEMPORÂNEA: DIFERENTES ABORDAGENS EM CONTRAPONTO Profa. Cielo Festino Crítica Psicanalista/Psychoanalysis Analogia entre sonhos e obras literárias. Sigmund Freud: The Interpretation of Dreams (1900). O inconsciente (unconscious) desejos reprimidos, sentimentos, memórias, instintos, muitos dos quais estão diretamente relacionados com a sexualidade e a violência. O segundo ser (second self), o estranho que levamos dentro de nós; o que não pode ser liberado ou expressado. “Uncanny feelings”, o sentimento de que aquilo que é mais familiar para nós sempre convive com o que é mais estranho. Crítica Psicanalista/Psychoanalysis Sigmund Freud: A abordagem psicanalítica da narrativa literária. Críticas literárias de Freud: “The Relation of a Poet to Daydreaming” (1908) e “The Uncanny” (1919). Ernst Jones: Hamlet e o complexo de Édipo. Carl Gustav Jung: O inconsciente coletivo. As grandes obras literárias: manifestação dos desejos alguma vez almejados pela raça humana, reprimidos pela civilização. Crítica Psicanalista/Psychoanalysis A crítica psicanalista: termos e procedimentos desenvolvidos por Freud para analisar sonhos: O psicanalista analisa a figura do sonho, contido na história do paciente. O crítico literário dessa abordagem tenta expor o conteúdo profundo da narrativa literária. Antes de 1950: psicanalisar o autor, poemas e romances lidos como expressões dos desejos reprimidos do autor. Seguinte geração: análise das personagens: projeções do autor. Crítica Psicanalista/Psychoanalysis Termos freudianos para processos mentais por meio dos quais a mente disfarça seus desejos e temores na história de sonhos (dream stories). Condensação, alguns pensamentos ou pessoas são condensados em uma imagem na história de sonhos. Metáforas como se fossem sonhos condensados. Deslocamento, uma ansiedade, um desejo ou uma pessoa são deslocados para uma imagem que somente o analista compreende. Metonímias como se fossem sonhos deslocados. Crítica Psicanalista/Psychoanalysis When one looks at a poem psychoanalytically one considers it as though it were a dream or as though some ideal patient were speaking from the couch in iambic pentameter [...] One looks for the general level or levels of fantasy associated with language. (HOLLAND, 1970, p. 136-139 apud MURFIN, 1996, p. 507-508). Foco: da psique do autor para a psicologia do leitor. Crítica Psicanalista/Psychoanalysis Object Relations: Leva em conta a maneira como o indivíduo se relaciona com a sociedade: Exemplo: a relação entre a criança e a mãe no período anterior ao Complexo de Édipo. Paralelismo na relação: Autor/texto; leitor/texto; audiência/obra Paciente/psicanalista Crítica Psicanalista/Psychoanalysis Jacques Lacan (1901-1981) O impulso instintivo e o inconsciente: mais essenciais para o trabalho psicanalítico do que o ego. Os sonhos não como sintomas da repressão, mas como sendo formas do discurso. Estudar os sonhos a partir da psicanálise para saber mais sobre a literatura. Estudar a literatura para saber mais do inconsciente. Crítica Psicanalista/Psychoanalysis Teoria do Complexo de Édipo O estágio pré-Édipo (pre-oedipal): a criança se comunica sem a linguagem. O período do espelho: a criança enxerga a si mesma e a sua mãe como sendo seres independentes. O terceiro estágio do Édipo: a criança se enxerga e enxerga o pai e a mãe como seres independentes; ciente das diferenças de gênero. Entrada na linguagem: ordem linguística é essencialmente figurativa ou simbólica; as palavras sempre representam ou são substitutos de coisas. Crítica Psicanalista/Psychoanalysis Importância das teorias de Lacan Críticas feministas: atenção à relação linguagem e gênero, linguagem e desigualdade. Desconstrucionistas e Pós-estruturalistas: consideram o Ego como um construto. O Ego unificado: uma ficção. A tarefa do psicanalista lacaniano: Unir os fragmentos do Ego Mostrar as continuidades e contradições do Ego Crítica Psicanalista/Psychoanalysis “Jane Eyre Makes the Cut for Sexual Liberation” by Angela Marie Hall-Godsey Victorians programmed woman to suppress mental life as a way to foster the regulations of her physical body. Jane creates a narrative in which she stimulates the interior through narrative articulation to show the disruption of the body. Jane’s interiority is no longer amorphous, it has a material existence because it is part of the text – it gains form through textual expression. In narrating the mental space, Jane threatens her own body with disease. Interatividade Uma das teorias psicanalíticas, derivada das teorias de Sigmund Freud, é chamada de “Object Relation”. Essa teoria: a) Se baseia nos instintos. b) Leva em conta a maneira como o indivíduo se relaciona com a sociedade. c) Considera que o impulso instintivo e o inconsciente são mais essenciais para o trabalho psicanalítico do que o Ego. d) Não reconhece a independência da criança da mãe. e) Considera que a identidade do pai depende da palavra da mãe. Feminismo/Feminism Virginia Woolf, A Room of One´s Own. Genocrítica (Gynocriticism): estudo da escrita das mulheres. (1840-80) imitaram a tradição masculina. (1880-1920) criticaram seus valores. (1920 até o presente) criaram sua própria perspectiva. Sandra Gilbert e Susan Gubar: The Madwoman in the Attic (1979) estudo das escritoras do século XIX Elaine Showalter: A Literature of their Own (1977) Historiografia de mulheres Feminismo/Feminism Estados Unidos: 1960 e 1970: Estudos Feministas: Crítica ao sistema patriarcal. 1970 e 1980: Feminismo e questões étnicas. Feministas afro-americanas: Mary Helen Washington, Barbara Smith e Bell Hooks. Narram a história da mulher afro-americana a partir dos eixos de raça e gênero. A categoria mulher continua sendo seu dominante principal para explorar questões de gênero. Problematizam as categorias construídas pelas suas antecessoras americanas e francesas. Gloria Anzaldua, em Borderlands: La Frontera = The New Mestiza (1987). Feminismo/Feminism França 1980: Julia Kristeva, Luce Irigaray, Hélène Cixous. Nos passos dos pós-estruturalistas: a feminidade não é uma essência, mas um construto linguístico. Estrutura da linguagem falocêntrica: a linguagem está baseada em uma lógica binária que opõe pares ativo-passivo, masculino-feminino, pai-mãe. Estudos de Gênero/Gender Studies 1960-1970: Movimento de Liberação Gay e Lésbico: sexualidade e identidade de gênero. Mulher masculina: mulher identificada masculinamente. 1980: Diferença entre identidade sexual biológica e identidade de gênero. Mulher masculina: uma forma possível de gênero, uma intersecção possível entre biologia e cultura ou psicologia. Definições de Sexo Essencialista: o gênero mostra uma diferença que não é psicológica ou linguística, mas biológica. A mulher é capaz de uma ética diferente da masculina, no sentido de preservar a terra da destruição causada pelo homem. Isso se deve a que, ao adquirir sua identidade de gênero, elas não se separam da mãe. Construcionista: o gênero é um produto cultural e histórico. O que precisa mudar não são os mecanismos pelos quais a identidade da mulher é sufocada, mas a maneira como as identidades, masculina e feminina, são construídas. Performativo: Para Judith Butler, o gênero é uma imitação de um código que não é natural, mas um construto. Estudos de Gênero/Gender Studies 1970-1980 Acadêmicos Gays e Lésbicas: historiografia da escrita gay e lésbica; analisa como suas vidas tinham sido distorcidas nas diferentes culturas. Michel Foucault: History of Sexuality (1978) 1990: Teoria Queer. O termo queer, caráter pejorativo; refere-se aos homossexuais e às lésbicas; foi escolhido de propósito por essa comunidade e foi usado para atacar os embates da sociedade “normal”. Estudos de Gênero/Gender Studies Jane Eyre by Sandra Gilbert. Jane's first meeting with Rochester is a fairy-tale meeting. Bronte deliberately stresses mythic elements: an icy twilight, a rising moon, a great “lion-like” dog gliding through the shadows like “a North-of-England spirit” followed by "a tall steed, and on its back a rider". The romanticized images seem to suggest a universe of male power. Yet what are we to think of the fact that the prince's first action is to fall on the ice, together with his horse, and exclaim prosaically, ‘What the deuce is to do now?’ ‘Clearly the master's mastery is not universal. Jane offers help, and Rochester, leaning on her shoulder, admits that’ ‘necessity compels me to make you useful.’” Interatividade Sobre os estudos Queer, pode-se afirmar que: a) Foi uma reação aos muitos casos de AIDS acontecidos na década de 1990. b) Estuda a historiografia da escrita gay e lésbica e analisa como suas vidas tinham sido distorcidas nas diferentes culturas. c) Coincidiu com o trabalho dos Estudos Feministas que se interessavam por temas como a sexualidade e a identidade de gênero. d) Permite que as mulheres sejam identificadas como “não sendo homens”. e) Desenvolveu a crítica pessoal e autobiográfica. Pós-colonialismo/Post-colonialism O termo “Pós-colonialismo”: Referência de lugar e não de tempo. Revisão e problematização dos saberes ocidentais, e particular do Iluminismo, tidos como universais, essenciais e válidos em qualquer parte do mundo. Pós-colonialismo/Post-colonialism Edward Said: Orientalism (1978). Orientalismo: discurso por meio do qual o Ocidente produz (inventa, cria) e manipula o Oriente política, econômica, social, militar e cientificamente. A “palavra” é tão poderosa como uma arma mortal; ela nos ajuda a dominar e subjugar culturas, segundo a nossa conveniência. A literatura teve um papel muito central durante o período da colonização. Pós-colonialismo/Post-colonialism As tradições literárias de língua inglesa, indiana, africana, irlandesa, caribenha, canadense, neozelandesa, australiana. Embora escritas em língua inglesa, elas não são “galhos” da literatura inglesa, mas cada uma delas conforma uma literatura nacional, relacionada com a história política, social e literária de cada país. Diferentes maneiras de se relacionar com o colonizador: Bhabha (1994), o terceiro espaço. Pós-colonialismo/Post-colonialism Franz Fanon: a estética do colonizado Primeira Etapa: o colonizado assimila a estética do colonizador e rejeita a própria, em seu desejo de ser aceito como em um pé de igualdade. Segunda etapa: o colonizado percebe que o colonizador nunca vai tratá-lo como igual, tenta recuperar sua estética pré-colonial em toda sua pureza. Se antes tinha desvalorizado sua cultura, agora a superestima. Terceiro etapa: no final do período colonial, o colonizado desenvolve uma estética “híbrida”, no sentido que terá traços de sua cultura e a do colonizador: produz-se uma colisão entre o imaginário do colonizador e o imaginário do colonizado, que nunca é pacífica, muito pelo contrário. Pós-colonialismo/Post-colonialism O tropo da diferença: a revalorização das crenças e dos processos de significação locais denegridos pela colonização, o que leva à reformulação da identidade nacional. Chinua Achebe (1988): O Romancista como Professor, o objetivo do romancista pós-colonial seria “[...] ajudar sua sociedade a recobrar a confiança nela mesma e deixar de lado os complexos dos anos de degradação e humilhação. Isso é essencialmente uma questão de educação”. Transculturalismo/Transculturalism Identidade, nação ou cultura nacional têm perdido sua relevância para as culturas diaspóricas, transnacionais e migratórias, produto do momento de descolonização. Deslocamento geográfico: os conceitos de lugar, etnia e instituições políticas nacionais são construtos imaginários. Twoness: duas identidades: ex-colonizados na metrópole. Identidades plurais nas quais há vários modelos culturais envolvidos, em que nem um nem outro são considerados como mais apropriados. Pós-colonialismo/Post-colonialism A Novel in Rotten English (1985) by the Nigerian writer Ken Saro-Wiwa (Jeffrey Gunn). Saro-Wiwa recognizes the political role of his work: ‘literature in a critical situation such as Nigeria’s cannot be divorced from politics; literature must serve society; writers must play an interventionist role’ (PEGG, 2000, p. 703). Sozaboy is an empowering voice for suffering ethnic minority groups in the ‘fractured reality’ created by the nation-state in postcolonial Nigeria (WALSH, 2002, p. 112). Saro-Wiwa creates a voice for the voiceless by inventing a language which he terms ‘Rotten English’ and defines as ‘a mixture of Nigerian pidgin English, broken English and occasional flashes of good, even idiomatic English’ (SARO-WIWA, 1994, p. Author’s Notes). Interatividade Sobre os Estudos Transculturais, pode-se afirmar que: a) Esconde diferenças entre as mulheres a respeito da escolha de objeto sexual, práticas sexuais e identidade psicológica, que podem ser consideradas como sendo masculinas. b) Seu foco foi o aspecto “formal” das narrativas. c) Decidiram voltar seus estudos à análise do texto, ignorando qualquer tipo de contextualização da obra literária no seu contexto social, para assim evitar confrontos políticos. d) Certos conceitos como identidade, nação ou cultura nacional têm perdido sua relevância para as culturas diaspóricas, transnacionais e migratórias. e) Em vez de somente considerar o texto literário, como objeto de estudo, considera a perspectiva do leitor e o tipo de relação que este estabelece com as narrativas literárias, conforme sua subjetividade. Materialismo Cultural/Cultural Materialism A incidência da política nos estudos literários. 1950: A Guerra Fria. 1960 e 1970: Fim da Época Colonial interesse na relação entre literatura e política. Fazer uma leitura puramente literária de algumas narrativas literárias, levando em conta somente, por exemplo, o uso da ironia, implica ignorar os temas políticos que essas narrativas discutem abertamente. Materialismo Cultural/Cultural Materialism Marxismo pensa que uma obra literária somente pode ser entendida no seu contexto histórico, político, econômico, social e cultural. Crítica literária e política: Feminismo Marxismo Pós-estruturalismo Pós-colonialismo Materialismo Cultural/Cultural Materialism Para os Estudos Marxistas, a literatura contribui para reproduzir o status quo da sociedade. a literatura pode promover a “luta de classes” e subverter a ordem da sociedade. Para Marx, todos estamos situados histórica e socialmente e, por isso, somos o produto do nosso contexto, o que determina as nossas vidas. A literatura fenômeno social não pode ser estudada independentemente das relações sociais e das realidades políticas do tempo e lugar nos quais foram concebidas. Crítica literária Marxista estudar a relação entre a obra literária e seu contexto histórico, social e econômico. Materialismo Cultural/Cultural Materialism O Marxismo Britânico: Raymond Williams: ajudou a afirmar a crítica literária marxista, levando em conta a relação entre a literaturae as mudanças sociais, políticas e econômicas. Terry Eagleton: literatura e ideologia. Alan Sinfield: todas as estruturas de poder são contingentes, ou seja, não têm uma base natural. Por isso, precisam das narrativas culturais para se afirmar. Materialismo Cultural/Cultural Materialism Terry Eagleton’s reading of Emily Bronte’s Wuthering Heights The primary contradiction is the choice posed for Catherine between Heathcliff and Edgar Linton. That choice seems to me the pivotal event of the novel, the decisive catalyst of the tragedy; and if this is so, then the crux of Wuthering Heights must be conceded by even the most remorselessly mythological and mystical of critics to be a social one. In a crucial act of self-betrayal and bad faith, Catherine rejects Heathcliff as a suitor because he is socially inferior to Linton; and it is from this that the train of destruction follows. Materialismo Cultural/Cultural Materialism “Why did you betray your own heart, Cathy? I have not one word of comfort. You deserve this. You have killed yourself. Yes, you may kiss me, and cry; and ring out my kisses and tears: they’ll blight you – they’ll damn you. You loved me – then what right had you to leave me? What right – answer me – for the poor fancy you felt for Linton? Because misery and degradation, and death, and nothing that God or Satan could inflict would have parted us, you, of your own will, did it. I have not broken your heart – you have broken it; and in breaking it, you have broken mine”. Interatividade A respeito do Materialismo Cultural, pode-se afirmar que: a) Enfatiza a maneira como a literatura reproduz a sociedade de classe. b) Evoca aqueles locais considerados como “marginais”. c) Se interessa na construção da diferença cultural. d) Foi um “produto” do imperialismo ocidental, que “construía” a margem como inferior para autorizar sua subjugação. e) Todas as estruturas de poder são contingentes, ou seja, não têm uma base natural. ATÉ A PRÓXIMA!
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