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Aleitamento Materno

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1 Aleitamento Materno 
 DESAFIO PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE: 
→Amamentar é muito mais que alimentar a criança. 
Envolve interação complexa, multifatorial, entre duas 
pessoas, que interfere no estado nutricional da criança, 
em sua habilidade de se defender de infecções, em 
sua fisiologia, no seu desenvolvimento cognitivo e 
emocional e em sua saúde no longo prazo. Envolve 
também aspectos relacionados à saúde física e psíquica 
da mãe. 
*Alimenta para o futuro. 
ATRIBUTOS DO PROFISSIONAL: 
 Atitude; 
 Conhecimento; 
 Habilidades – competência técnica. 
ATITUDE: 
→Acolhimento 
Postura do profissional: 
Ser empático 
Aceitar os sentimentos do outro 
Não julgar 
Elogiar 
Ouvir 
-Visão ampliada do AM 
Não exagerar no volume de informações; 
Aconselhar – não dizer o que a mãe deve fazer; 
ajudá-la a tomar decisões. 
*Aconselhar, mas não determinar/impor. 
CONHECIMENTO: 
• Importância da amamentação 
• Recomendações atuais 
• Anatomia e fisiologia da lactação 
• Características do leite materno 
• Técnica da amamentação 
• Desmame 
FATORES COMUMENTE ASSOCIADOS COM MENOR DURAÇÃO 
DO AME: 
 Primigesta – inexperiência; 
 Uso de chupeta – confusão de bicos; 
 Prematuridade e/ou baixo peso ao nascimento – 
reflexo da sucção/dificuldade para sugar; 
 Gemelaridade; 
 Experiência prévia desfavorável com amamentação; 
 Menor escolaridade materna; 
 Trabalho materno fora de casa; 
 Falta de informação adequada; 
 Mães adolescentes. 
BENEFÍCIOS DO AME – RN: 
• Reduz a mortalidade em crianças menores de 5 anos; 
• Reduz a incidência e a gravidade de infecções como 
diarreia e infecções respiratórias; 
• Reduz a morbidade por otite média aguda, rinite 
alérgica, asma e sibilância; 
• Reduz a probabilidade de sobrepeso/obesidade, 
diabetes tipo 1 e 2 e leucemia; 
• Promove o desenvolvimento orofacial adequado, 
reduzindo a probabilidade de mal oclusão dental, 
problemas na mastigação e deglutição, e respiração oral; 
• Promove o desenvolvimento cognitivo; 
• Promove uma microbiota intestinal saudável, com 
reflexos positivos em diversos órgãos, inclusive o 
cérebro. 
BENEFÍCIOS DO AME- MULHER: 
• Aumenta o período de amenorreia lactacional; 
• Reduz a probabilidade de câncer de mama, ovário e 
endométrio, diabetes tipo 2 e depressão pós-parto; 
PARA A FAMÍLIA: 
 
2 Aleitamento Materno 
 • Reduz gastos da família com a compra dos 
“substitutos” do leite materno, doenças da criança e 
falta dos pais ao trabalho; 
• Promove o vínculo afetivo mãe-filho, com reflexos 
positivos para toda a família. 
*Leite de vaca no primeiro ano não é indicado. 
PARA O ESTADO: 
• Reduz os gastos com fórmulas infantis nas 
maternidades; 
• Reduz os gastos associados a doenças da criança: 
consultas, medicamentos, internações, absenteísmo dos 
pais no trabalho. 
PARA O MEIO AMBIENTE: 
• Protege o meio ambiente: o leite materno é um 
alimento natural, sustentável, produzido e levado ao 
consumidor sem desperdício, desmatamento, efeito 
estufa, poluição do ar e das águas e produção de lixo. 
SBP – DEZ PASSOS PARA O PEDIATRA FAZER A DIFERENÇA NO 
ALEITAMENTO MATERNO: 
-Mês de agosto – agosto dourado. 
Passo 1: 
→Reconhecer que o aleitamento materno é a melhor 
forma de alimentação da criança pequena, sendo 
inigualável. Todas as evidências científicas apontam para 
a superioridade do leite materno sobre qualquer outro 
leite. O leite humano é uma substância viva, 
“personalizada”, que nutre e protege a criança contra 
doenças; e o ato de amamentar promove o vínculo 
afetivo entre mãe e filho. 
Passo 2: 
→Ter uma visão ampliada do aleitamento materno, 
acreditando que amamentar é muito mais que alimentar 
a criança. 
→A amamentação deve ser vista como um processo 
inserido em um contexto, em que atuam diferentes 
fatores de ordem estrutural (socioculturais e 
mercadológicos), ambiental (sistema e serviços de 
saúde, família e comunidade, e trabalho materno) e 
individual (atributos da mãe e da criança e a relação 
entre elas), exercendo diferentes níveis de influência. 
Passo 3: 
→Praticar o aconselhamento em todas as consultas 
envolvendo o aleitamento materno, auxiliando mulheres 
e famílias a tomarem decisões informadas. 
→O aconselhamento em aleitamento materno (que não 
significa dar conselhos) favorece uma boa comunicação, 
indispensável para um atendimento eficiente. São 
técnicas utilizadas no aconselhamento, entre outras: 
ouvir muito, mostrar empatia, não julgar, aceitar e 
respeitar os sentimentos e opiniões de outros, dar 
sugestões em vez de ordens e elogiar. 
Passo 4: 
• Respeitar e apoiar as opções das mulheres; 
• Cabe à mulher tomar as suas decisões; cabe ao 
profissional empondera-la, fornecendo elementos 
para que ela adote as melhores opções. As decisões 
devem ser respeitadas e apoiadas, inclusive às 
relacionadas ao desmame. 
Passo 5: 
→Acolher e confortar as mulheres que, por alguma 
razão, não amamentam ou amamentam menos do que o 
recomendado. 
→Em vez de serem julgadas, essas mulheres merecem 
ser compreendidas e confortadas, para que continuem 
exercendo a maternidade da melhor forma possível. 
Manter-se atualizado, adotando práticas baseadas nas 
melhores evidências científicas disponíveis. O avanço 
científico sobre vários aspectos do aleitamento materno 
fez com que muitas práticas adotadas por muito tempo 
se tornassem obsoletas. É dever do pediatra manter-se 
atualizado para exercitar as boas práticas vigentes. 
Passo 6: 
→Manter-se atualizado, adotando práticas baseadas nas 
melhores evidências científicas disponíveis. 
→O avanço científico sobre vários aspectos do 
aleitamento materno fez com que muitas práticas 
adotadas por muito tempo se tornassem obsoletas. É 
dever do pediatra manter-se atualizado para exercitar as 
boas práticas vigentes. 
Passo 7: 
→Ter habilidades clínicas necessárias para apoiar as 
mulheres nas dificuldades relacionadas à amamentação; 
→Além de conhecimento sobre anatomia e fisiologia da 
lactação e fisiopatologia das doenças relacionadas a esse 
processo, é preciso ter habilidades específicas para 
poder apoiar uma mulher com dificuldades na 
amamentação. Por exemplo, saber observar uma 
mamada para verificar se a técnica está adequada, saber 
avaliar o frênulo lingual de um recém-nascido e saber 
extrair manualmente o leite da mama. 
Passo 8: 
 Adotar as boas práticas hospitalares em 
amamentação, compatíveis com os “Dez Passos para 
o Sucesso do Aleitamento Materno” da Iniciativa 
Hospital Amigo da Criança. 
 O início da amamentação na maternidade é muito 
importante para o seu sucesso. O uso de fórmulas 
infantis nesse período deve ser muito criterioso, pois 
afeta negativamente a amamentação. Mesmo que o 
hospital não seja credenciado na Iniciativa Hospital 
Amigo da Criança, cabe ao pediatra atuar de acordo 
com os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento 
Materno, ou seja: auxiliar no treinamento de toda a 
equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para 
executar as rotinas que favorecem a amamentação; 
ajudar as mães a fazer o contato pele a pele com o 
seu recém-nascido e iniciar o aleitamento materno 
na primeira hora após o nascimento; 
 Mostrar às mães como amamentar e como manter a 
lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus 
filhos; não prescrever a recém-nascidos nenhum 
outro alimento ou bebida além do leite materno, a 
 
3 Aleitamento Materno 
 não ser que tal procedimento tenha indicação 
médica; incentivar o alojamento conjunto, 
permitindo que mães e bebês permaneçam juntos 
24 horas por dia; encorajar o aleitamento materno 
sob livre demanda *não existe berçário, o bebê fica 
junto da mãe, para facilitar o aleitamento materno, 
que deve ser de livre demanda; não dar bicos 
artificiais ou chupetas a crianças amamentadas 
*copinho; e, encorajar o estabelecimento de grupos 
de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão 
ser encaminhadas por ocasião da alta, no hospital ou 
ambulatório. 
→Leite ordenhado: pode ser armazenado na geladeira 
24h, pode ser congelado durante 15 dias; na hora deoferecer à criança, aquecer em banho maria, não 
devendo colocar no micro-ondas, nem ferver. 
-Banco de leite – pasteurizado. 
Passo 9: 
→Conhecer e cumprir a Lei Nº 11.265/NBCAL, que 
protege a amamentação contra o marketing abusivo dos 
“substitutos” do leite materno, e outras leis de proteção 
da amamentação. 
→Existem várias leis no Brasil que, direta ou 
indiretamente, protegem a amamentação. 
• Estabilidade de emprego, desde a concepção até a 
criança completar 5 meses de idade. 
• Licença-maternidade de 120 dias para todas as 
trabalhadoras, e expandida para 6 meses para servidoras 
públicas federais (optativa para servidoras estaduais e 
municipais) e trabalhadoras de empresas do setor 
privado que fazem parte do “Empresa Cidadã”. 
• Licença-paternidade de 5 dias para todos os pais, e 
expandida para 20 dias para servidores públicos federais 
e trabalhadores de empresas do setor privado que fazem 
parte do “Empresa Cidadã”. 
• Garantia de local/creche para deixar seu filho para 
trabalhadoras de empresas com mais de 30 mulheres 
com mais de 16 anos. 
• Dois intervalos de 30 minutos no seu horário de 
trabalho até 6 meses após o parto. Esse período poderá 
ser dilatado mediante justificativa médica relacionada à 
saúde da criança. 
• Salas de apoio à amamentação no local de trabalho, o 
que é facultativo. 
• Lei nº 11.265/2006, também conhecida como NBCAL 
(Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para 
Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, 
Chupetas e Mamadeiras), que regula a promoção 
comercial e a rotulagem de alimentos e produtos 
destinados a recém nascidos e crianças até 3 anos de 
idade, como leites, papinhas, bicos, chupetas e 
mamadeiras. 
• É um importante instrumento de controle da 
publicidade indiscriminada dos alimentos e produtos de 
puericultura que podem interferir negativamente na 
amamentação. Atualmente, é composta pelos seguintes 
atos normativos: 
 Portaria MS no. 2051, de 8/11/2001, Resolução RDC 
no. 221, de 5/08/2002, Resolução RDC no. 222, de 
08/2002, Lei no.11.265, de 3/01/2006, e Decreto no. 
9.579, de 22/11/2018. 
→Essa lei proíbe: 
1. promoção comercial em qualquer meio de 
comunicação, incluindo merchandising, divulgação 
por meios eletrônicos, escritos, auditivos e visuais; 
2. estratégias de marketing para induzir vendas ao 
consumidor no varejo, tais como exposições 
especiais, cupons de descontos, preços abaixo dos 
custos, destaque de preço, prêmios, brindes, vendas 
vinculadas e apresentações especiais; 
3. atuação de representantes comerciais nas unidades 
de saúde, salvo para a comunicação de aspectos 
técnico-científicos dos produtos aos pediatras e 
nutricionistas; 
4. fornecimento de amostra (uma unidade), exceto por 
ocasião do lançamento do produto, e apenas a 
pediatras e nutricionistas; 
5. distribuição de amostras de mamadeiras, bicos, 
chupetas e suplementos nutricionais indicados para 
recém-nascidos de alto risco, sem exceção; 
6. conceder patrocínios financeiros e/ou materiais a 
pessoas físicas. 
Passo 10: 
• Acreditar que a amamentação é um processo que 
precisa ser compartilhado, valorizando a rede de 
apoio da mulher (família, trabalho, profissionais de 
saúde etc.). 
• A rede de apoio é fundamental para o sucesso do 
aleitamento materno. Fazem parte da rede de apoio: 
a família ou pessoas que convivem com a família, 
compartilhando as tarefas domésticas e cuidando da 
saúde física e mental da mulher; os profissionais de 
saúde; o chefe e os colegas de trabalho ou escola; os 
profissionais das creches; o Estado, propondo e 
implementando leis que protegem a amamentação. 
→O aleitamento materno é responsabilidade de todos. 
RECOMENDAÇÃO ATUAL: 
→O aleitamento materno (AM): é fundamental, pois 
atende às necessidades nutricionais, metabólicas e 
imunológicas do bebê 
→Recomendações do Ministério da Saúde e da OMS 
são: AME até 6 meses de vida, AMC após 6 meses e 
mantendo o AM até os 2 anos de idade. 
TERMINOLOGIAS: 
➢ AME: aleitamento materno exclusivo; 
 
4 Aleitamento Materno 
 ➢ AMP: aleitamento materno predominante (+ água, 
chá, fórmula); 
➢ AMC: aleitamento materno complementar (+ água, 
frutas, papinha salgada); 
➢ AMM: aleitamento materno misto ou parcial (+ 
fórmula ou outros leites). 
FISIOPATOLOGIA DA LACTAÇÃO: 
• A produção de leite materno decorre de complexa 
interação neuro-psico-endócrina; 
• O que promove produção láctea é a sucção; 
• Terminações nervosas alveolares levam estímulos 
para a adeno-hipófise que secreta prolactina, que 
atuará nas células alveolares mamárias produzindo o 
leite; 
• A ocitocina liberada na hipófise posterior em 
vigência do estimulo de sucção é responsável pelo 
reflexo de descida do leite. 
 
*Os ductos ficam localizados na aréola, por isso é 
importante quando o bebê estiver sugando, ele 
abocanhar toda a aréola, para comprimir os ductos, para 
que esse leite seja ejetado. 
 
 
-As células alveolares são “abraçadas” pelas células 
mioepiteliais. A ocitocina faz com que as células 
mioepiteliais se contraiam e essa contração aperta o 
alvéolo, fazendo com que o leite seja ejetado. 
 
A PRODUÇÃO DE LEITE MATERNO DEPENDE DE: 
→Níveis hormonais adequados. 
➢ PROLACTINA – produzida pela hipófise anterior. 
➢ OCITOCINA – produzida pela hipófise posterior. 
→Esvaziamento completo ou adequado das mamas. 
*Importante quando a mãe volta trabalhar que, a cada 
3h, ela vá ordenhar leite, esse leite é armazenado em um 
local próprio e depois transportado em um recipiente 
térmico, para que essa produção se mantenha. 
PROLACTINA: 
 Os níveis sobem cerca de 20 minutos após o início da 
sucção do bebê, levando à produção de leite para a 
próxima mamada; 
 Os níveis devem ser mantidos altos para que os 
alvéolos produzam leite. 
 
→A prolactina inibe a ovulação, por isso a mulher que 
amamenta apresenta esse efeito anticoncepcional. 
→Prolactina é mais produzida no período noturno, por 
isso à noite as mães têm mais leite. 
 
5 Aleitamento Materno 
 
 
→Contração das células mioepiteliais e contração do 
útero. *Diminui a hemorragia pós parto. Quando está 
amamentando sente uma cólica, que é a ocitocina 
agindo no útero/contraindo. 
REFLEXO DE EJEÇÃO OU DESCIDA DE LEITE: 
→A ocitocina contrai as células ao redor dos alvéolos e 
faz o leite descer pelos ductos até os seios lactíferos, 
onde ficará armazenado. 
Fatores que podem inibir a liberação de ocitocina: 
• Dor, estresse; 
• Dúvida, vergonha ou ansiedade; 
• Nicotina, álcool e alguns medicamentos. 
Fatores que podem estimular a liberação de ocitocina: 
• Relaxar e acomodar-se confortavelmente para 
amamentar; 
• Evitar situações embaraçosas ou estressantes 
durante a mamada; 
• Realizar expressão de um pouco de leite, 
estimulando suavemente o mamilo; 
• Massagear a parte superior das costas. 
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO: 
→Lactogênese I (metade da gravidez até 2 dias pós-
parto): 
• Início da síntese do leite; 
• Diferenciação das células alveolares em secretoras; 
• Prolactina estimula a produção de leite. 
→Lactogênese II (dias 3 a 8 pós-parto): 
• Início da produção abundante de leite; 
• Mudança do controle endócrino para autócrino – a 
produção depende da sucção. 
→Galactopoese (dia 9 até o final da lactação): 
• Manutenção da secreção do leite; 
• Controle por sistema autócrino (produção-demanda). 
COMPOSIÇÃO: 
-Leite materno: é um fluido biológico complexo, 
dinâmico, espécie-específico, adaptado para satisfazer 
às necessidades nutricionais, garantir o crescimento e 
desenvolvimento adequado de seres humanos em curto 
e longo prazo. 
-O leite materno não é uniforme em sua constituição. 
Cada mãe produz um leite especial para seu filho. 
-O conteúdo de gordura é maior no final da mamada, 
sendo fundamental para o ganho calórico do lactente. O 
leite posterior é 2-3x mais rico em lipídeos que o leite 
anterior permitindo que o lactente fique mais saciado, 
aumente o intervalo entre as mamadas e chore menos 
*por isso, orienta-se que aoamamentar, deve-se deixar 
o máximo de tempo possível em uma mama, p/ depois 
passar para outra – vai estar oferecendo dessa forma o 
primeiro leite que é o anterior (que se acumulou de uma 
mamada para outra) e o segundo leite, que é o que vai 
dar saciedade, que faz com que o recém-nascido ganhe 
peso. 
-Isto também acontece no decorrer do dia: à tarde e à 
noite o teor de gordura é maior do que pela manhã. 
-Depende da fase de lactação, da dieta materna, idade 
do bebê, idade gestacional, idade materna e estado 
nutricional materno. 
FASES DA LACTAÇÃO: 
→COLOSTRO 
→LEITE DE TRANSIÇÃO (7 a 21 dias) 
→LEITE MADURO 
COLOSTRO: 
✓ Secretado nos 1º - 5º dias após o parto; 
✓ Valor energético: 67-70Kcal/100ml (leite maduro); 
✓ Composição: em relação ao leite maduro apresenta 
maior conteúdo de eletrólitos, proteínas, vitaminas 
lipossolúveis (vit. A dá coloração amarelada), 
minerais e imunoglobulinas (IgA, lactoferrina), por 
outro lado possui menos gordura, lactose e 
vitaminas hidrossolúveis que o leite maduro; 
✓ Basicamente é um exsudato plasmático; 
✓ Facilita a eliminação do mecônio; 
✓ Nos 1º dias de vida e facilita a proliferação de 
lactobacilos bífidus intestinais 
 
✓ Produzido pela glândula mamaria nos primeiros dias 
após o parto; 
✓ Comparado ao leite maduro, possui maior 
concentração de proteínas, minerais e vitaminas 
lipossolúveis. Maior quantidade de IGA, 
oligossacarídeos, citocinas, lactoferrina e outros 
fatores antibacterianos; 
✓ Rico em fatores de crescimento que estimulam o 
amadurecimento do sistema digestivo do lactente. 
 
6 Aleitamento Materno 
 
 
LEITE DE TRANSIÇÃO: 
→Produzido aproximadamente do 6º dia até a segunda 
semana após o parto. 
LEITE DE MADURO: 
• Produzido a partir da segunda quinzena pós-parto. 
• Maior quantidade de lipídios e lactose e menor de 
proteínas. 
• O leite anterior é ralo e doce (solução), ocorrendo 
predomínio de proteínas do soro e lactose. No meio 
da mamada é maior a quantidade de caseína 
(suspensão). O leite posterior tem grande 
quantidade de gordura (emulsão). 
MACRO E MICRONUTRIENTES DO LEITE HUMANO: 
✓ Proteínas; 
✓ Carboidratos; 
✓ Lactose; 
✓ Oligossacarídeos; 
✓ Galactose; 
✓ LF pufas; 
✓ Minerais e vitaminas; 
✓ Cálcio e fósforo; 
✓ Vitamina D; 
✓ Micronutriente – ferro, zinco, taurina. 
 
*A proteína que prevalece no leite de vaca é a caseína, 
já a proteína que prevalece no leite humano é a proteína 
do soro → lactoalbumina. A lactoglobulina, presente no 
leite de vaca, mas não no leite humano, é a proteína 
envolvida nos processos alérgicos. No leite humano tem 
ainda a lisozima, não presente no leite de vaca, e a 
lactoferrina – importantes na imunidade. 
FATORES PROTETORES DO LEITE MATERNO: 
Oligossacarídeos: 
➢ São encontrados mais de 200 oligossacarídeos; 
➢ Alimenta a microbiota (bifidobactérias); 
➢ Estimulam as células intestinais a produzir proteínas 
que “selam” o intestino e anti-inflamatórios que 
calibram o sistema imunológico; 
➢ Protegem contra bactérias patológicas; 
➢ Liberam metabólitos que nutrem a célula intestinal; 
➢ B. infantis faz parte do leite humano, embora não 
seja fabricado pela mama (David Mills); 
➢ Está implicado no desenvolvimento cerebral. 
*O leite materno é insubstituível. 
IGA secretória: 
➢ Não é digerida pelas secreções gástricas e intestinais, 
portanto não é absorvida. Atua contra patógenos os 
quais a mãe é exposta. Reveste a mucosa intestinal 
impedindo a agressão por bactérias, toxinas e 
antígenos estranhos. É uma imunidade natural 
passiva. 
Lisozima: 
➢ É produzida por macrófagos e neutrófilos e age 
através da lise da parede celular de bactérias Gram - 
e +. 
Lactoferrina: 
➢ É uma proteína carreadora de ferro que, por 
quelação, diminui a biodisponibilidade de ferro para 
os patógenos e aumenta para o RN. 
Lactobacilos bifidus: 
➢ Fator bífido: é um carboidrato nitrogenado, 
substrato para o crescimento do Lactobacillus 
bífidus, bacilos anaeróbios que compõem a 
microbiota intestinal, presente em crianças em AME. 
São flora saprófita que impede a proliferação de 
microrganismos patogênicos. 
BIOQUÍMICA DO LEITE MATERNO: 
✓ A concentração proteica <LV, o que é adequado para 
o crescimento normal do lactente e não provoca 
sobrecarga renal; 
✓ A relação caseína/proteínas do soro do LV é cerca de 
80/20, ocorrendo a formação de um coalho mais 
duro, dificultando a digestão e aumentando o tempo 
de esvaziamento gástrico *sensação de que o leite 
de vaca sustenta porque a criança mama e demora a 
querer mamar de novo, porque a digestibilidade é 
mais lenta; 
✓ O LM > digestibilidade, pois tem lipase ativada com 
os sais biliares no duodeno; 
✓ A proteína do soro com maior concentração no LM é 
a alfa-lactoalbumina humana, com potencial 
alergênico praticamente nulo (LV é beta-
lactoalbumina); 
✓ Contém ácidos graxos de cadeia longa que têm ação 
primordial no desenvolvimento neuropsicomotor e 
na formação da retina; 
 
7 Aleitamento Materno 
 ✓ A lactose é o principal CHO do LM que por hidrólise 
fornece glicose e galactose, importante para 
formação dos cerebrosídeos; 
✓ A < concentração de sódio no LM impede sobrecarga 
renal e diminui o risco de desidratação hipertônica 
frente a qualquer tipo de agravo; 
✓ O ferro está em baixa concentração em ambos os 
leites, mas a biodisponibilidade do ferro do LM 
alcança 50%, sendo apenas 10% do ferro do LV 
absorvido. 
PREPARO DA MAMA PARA AMAMENTAÇÃO: 
→Evitar sabonetes nos mamilos para evitar rachaduras 
e retirada da oleosidade natural da pele ainda no pré-
natal; 
→Expor a mama ao sol pode diminuir a sensibilidade do 
mamilo; 
→Para mamilos planos ou invertidos, um orifício no 
sutiã, durante o terceiro trimestre, facilita a protusão. 
TIPOS DE MAMILO: 
• Mamilos protuso – saliente, apresenta delimitação 
marcante entre mamilo e mama; 
• Mamilo invertido ou umbilicado – malformado, 
após o estímulo não se exterioriza; 
• Mamilo pseudo-invertido – quando estimulado é 
exteriorizado possibilitando a amamentação; 
• Mamilo Plano/semi-protuso – pouco saliente e não 
há delimitação precisa entre mamilo e aréola. 
 
PONTOS CHAVES DA AMAMENTAÇÃO: 
 
SINAIS INDICATIVOS DE TÉCNICA INADEQUADA: 
➢ Bochechas encovadas em cada sucção; 
➢ Ruídos da língua; 
➢ Mamas aparentando estar esticadas ou deformadas 
durante a mamada; 
➢ Mamilos com estrias vermelhas ou áreas 
esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a 
mama; 
➢ Dor na amamentação (nos primeiros dias, é comum 
ter dor, mas depois quando a mãe continua tendo 
dor, é sinal de que está havendo alguma 
complicação). 
PEGA ADEQUADA: 
-Bebê abocanha além do mamilo parte da aréola 
(pressão nos ductos lactíferos); 
-Pode-se observar mais aréola acima do que abaixo da 
boca do bebê; 
-Lábios do bebê evertidos – boca de peixe; 
-O mamilo e parte da aréola são comprimidos e 
alongados pela língua e levados até a região do palato 
duro; 
-A língua eleva suas bordas provocando um vedamento 
e formando um canal central (canolamento); 
-Queixo encosta na mama. 
 
 
REFLEXO DA BUSCA E APREENSÃO: 
-O recém-nascido apresenta os reflexos da 
sobrevivência. Não é a mãe que vai no bebê, é o bebê 
que vem na mãe. 
→Quando encosta próximo ao lábio, abocanha. 
 
8 Aleitamento Materno 
 
 
 
REFLEXO DA SUCÇÃO: 
→Quando algo toca em seu palato suga. 
 
REFLEXO DA DEGLUTIÇÃ0: 
→Quando o leite está em sua boca, engole. 
 
POSIÇÕES DE AMAMENTAÇÃO: 
 
 
 
Errado. 
 
Certo. 
 
9 Aleitamento Materno 
 TÉCNICA INADEQUADA: 
 Dor; 
 Ingurgitamento mamário; 
 Fissura mamária; 
 Mastite; 
 Baixo ganho ponderal; 
 Diminuição da produção de leite; 
 Desmame precoce. 
*Pega incorreta e posição incorreta → levam ao 
desmame precoce. 
DOR NA AMAMENTAÇÃO: 
 Muito frequente na 1º semana (79%); 
 Persistente/aumentada após a 1ºsem. Anormal; 
 Importante causa de desmame precoce; 
 Frequente razão de busca de ajuda no AM; 
 Experiência sensorial e emocional desagradável; 
 Efeitos para além do AM (MUDANÇA DE HUMOR,ALTERAÇÃO DE SONO, INTERFERÊNCIA COM 
ATIVIDADES DIÁRIAS E DEPRESSÃO); 
 Deve-se identificar a causa, gerenciar a dor e 
acelerar a cura. 
INGURGITAMENTO MAMÁRIO: 
• Congestão vascular + quantidade de leite retido na 
mama – quando não consegue extrair todo o leite 
produzido; 
• Clínica: mamas quentes, dolorosas, brilhantes e 
pode ocorrer febre; 
• Orientações: massagem e ordenha, compressas 
frias; 
• Fatores causais: má posição, higiene desnecessária e 
principalmente da técnica incorreta de sucção. 
• Intumescimento das mamas na fase da lactogêne II – 
ativação secretória; 
• Maior volume de LM produzido que o demandado 
pelo bebê; 
• Estase láctea e /ou edema; 
• Dificuldade nas mamadas 
• Dor; 
• Febre baixa na nutriz. 
“Peito empedrado”. 
Fatores de risco: 
 Início tardio do AM; 
 Pega incorreta; 
 Mamadas pouco frequentes; 
 Ausência de mamadas noturnas; 
 Curta duração das mamadas; 
 Excesso de fluidos EV. 
 
FISSURA MAMÁRIA: 
Prevenção: 
• Boa pega e posicionamento ao seio adequado; 
• Exposição dos mamilos ao sol; 
• Aumentar frequência das mamadas. 
 
MASTITE: 
• Processo inflamatório de um ou mais segmentos da 
mama; 
• Mastite infecciosa: Staphylococcus aureus. 
 
*Antibiótico. 
ABSCESSO MAMÁRIO: 
-Evolução da mastite. 
 
*Não pode amamentar durante este processo infeccioso 
ativo. 
 
PATOLOGIAS MATERNAS E AM: 
 
10 Aleitamento Materno 
 ➢ HANSENÍASE: LM adiado em mães com hanseníase 
virchowiana (em que há transmissão do bacilo pelo 
LM), Mães não tratadas ou tratadas c/<3 m com 
sulfona. 
➢ HERPES SIMPLES: LM adiado se vesículas na mama, 
se apenas nos lábios indicado uso de máscara. 
➢ VARICELA: se início 5 dias antes do parto ou até 2 
dias depois deverão ser isoladas do RN durante a 
fase contagiante, pois este poderá desenvolver 
forma grave de varicela. O leite deverá ser 
ordenhado e oferecido ao bebê. O contato mãe/filho 
deve ocorrer apenas na fase de crostas. Deve-se 
administrar imunoglobulina específica (VZIG)ao RN. 
➢ TUBERCULOSE: LM é liberado, pois o BK não é 
excretado no leite. Se TB pulmonar em atividade a 
mãe bacilífera deve amamentar com máscara em 
ambiente arejado. Deve ser administrada 
quimioprofilaxia primária no RN (isoniazida 10 
mg/kg/dia) e não realizar a vacinação com BCG. Aos 
3 m realiza-se o teste tuberculínico (PPD), para 
avaliar a possibilidade de infecção. Se o PPD for NR, 
o lactente não foi infectado, logo se interrompe o 
uso de isoniazida e vacina-se a criança com BCG. Se 
o PPD for reator (> 5 mm), deve-se procurar por 
sinais de adoecimento, pois a criança, muito 
provavelmente, foi infectada. Se assintomática, o 
uso de isoniazida deve continuar até os 6m. 
➢ DOENÇA DE CHAGAS: o LM será suspenso apenas na 
fase aguda da doença (alta parasitemia) OU se 
houver lesões sangrantes na pele do mamilo. 
➢ LEPTOSPIROSE, BRUCELOSE, LISTERIOSE: lactantes 
na fase aguda da doença poderão transmitir estes 
agentes bacterianos à criança, e, portanto, 
recomenda-se que neste período o leite seja 
ordenhado e pasteurizado. 
➢ COVID-19: mães positivas podem amamentar desde 
que o estado geral permita. O vírus não foi 
encontrado no leite materno. Amamentar com 
máscara*. 
CONTRAINDICAÇÕES LM/BEBÊ: 
1. GALACTOSSEMIA – doença autossômica recessiva. 
1/40 .000 – 1/85 000. Alteração no metabolismo da 
galactose-1-fosfato. 
2. SÍNDROME DO XAROPE DE BORDO OU LEUCINOSE 
– não degrada leucina, valina e isoleucina. 
Deficiência da enzima hepática alfa-cetoácido-
desidrogenase. *Teste do pezinho ampliado. 
3. FENILCETONÚRIA – deficiência da fenilalanina. 
Hidroxilase que converte a fenilalanina em tirosina. 
1/15000. Se a dosagem da fenilalanina for > 17 
mg/dl o leite materno deve ser substituído por 
fórmulas isenta de fenilalanina por 5 dias. 10 – 17 
mg/dl. LM livre demanda+ 30 ml de fórmula 5x dia. 
6-10 mg/dl. LM livre demanda + 30 ml de fórmula 
isenta de fenilalanina 3x/dia. 
POSSÍVEIS DEFICIÊNCIAS: 
✓ Vitamina K (baixa concentração no LM, porém vit. K 
injetável ao nascer); 
✓ Vitamina D (baixa concentração LM, SBP orienta 
reposição do nascimento ao 2º ano de vida 400 
ui/dia); 
✓ Ferro (maior biodisponibilidade no LM, porém ainda 
em baixa concentração, SBP recomenda reposição 
após 3m de vida até 2 anos de 1mg/kg/dia). 
 
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