Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P2 – Patologia Geral 1 Raissa Fidelis - XLVI É uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados. Consiste em recruta células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias, com a finalidade de eliminar agentes agressores. Trata-se de uma resposta protetora essencial à sobrevivência. A REAÇÃO INFLAMATÓRIA TÍPICA SE DESENVOLVE POR MEIO DE UMA SÉRIE DE ETAPAS EM SEQUÊNCIA: 1) Reconhecimento do agente agressor. 2) Recrutamento de leucócitos e proteínas do plasma para o local onde o agente agressor está. 3) Ativação dos leucócitos e proteínas para eliminarem o agente. 4) Controle e conclusão da reação. 5) Reparo do tecido lesado. Reconstituição tecidual só vai ocorrer quando tiver a eliminação do agente agressor. Quem vai eliminar esse agente agressor são os leucócitos e as proteínas que estarão presentes no plasma. Assim que houver a eliminação desses agentes agressores, eu tenho o controle, conclusão da reação e o tecido será reparado. ✓ Por isso, o processo inflamatório só ocorre em tecido vascularizado, porque tem que ter a saída das células do sangue para o local e depois que esses agentes fizerem a reconstituição das bactérias, termina o processo e o tecido será reparado. Fibroblastos: produzir a matriz, levando a reconstituição do tecido. CALOR. RUBOR. INCHAÇO/EDEMA. DOR. PERDA DA FUNÇÃO. ✓ A perda da função é temporária. Assim que terminar o processo inflamatório, o órgão volta a funcionar normalmente. ✓ A perda da função existe por causa do inchaço/edema, o que dificulta a mobilização do membro. INFLAMAÇÃO AGUDA Início rápido e duração curta; Caracterizada pela: ❖ Exsudação de fluido de proteínas plasmáticas e migração dos leucócitos. INFLAMAÇÃO CRÔNICA Duração maior; Presença de macrófagos; Proliferação de vasos sanguíneos; Fibrose e necrose tissular. ✓ A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado e os mediadores secretados são destruídos e/ou dispersos. P2 – Patologia Geral 2 Raissa Fidelis - XLVI Tem-se o mecanismo de agressão e quanto maior o tempo, mais crônica ela vai se tornando. ✓ Minutos-Horas: Superaguda. Horas-Dias: Aguda. Semanas: Subaguda. Meses-Anos: Crônica. Meses-Anos: Crônica-Ativa. O mecanismo de agressão inicial e o tempo em que ele fica no tecido vai dizer o tipo de inflamação. Principais células inflamatórias: Da inflamação aguda – neutrófilos. Da inflamação crônica – macrófagos. A célula gigante estará presente sempre quando tiver uma inflamação crônica, porque nela tem restos celulares. Então, é preciso de uma célula que faça o sistema fagocitário. P2 – Patologia Geral 3 Raissa Fidelis - XLVI Reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor levando a uma reação vascular e celular. As respostas vasculares e celulares são mediadas por mediadores químicos. Está intimamente ligada ao reparo. Duração curta. Mecanismo importante contra agressões podendo levar danos para o organismo. CALOR. RUBOR. EDEMA. DOR – compressão das terminações nervosas. PERDA DA FUNÇÃO. 1) Alteração do calibre vascular. 2) Alterações estruturais na microvascularização. 3) Migração dos leucócitos da microvascularização e seu acúmulo nos focos de agressão. AGRESSÃO (vasoconstrição arteriolar transitória) VASODILATAÇÃO AUMENTO DO FLUXO SANGUÍNEO NA REGIÃO (CALOR E RUBOR). ❖ GAPS (síndrome da resposta inflamatória). O ESCAPE DO LÍQUIDO RICO EM PROTEÍNAS E LEUCÓCITOS PARA O INTERSTÍCIO É FAVORECIDO POR: 1) Baixa da pressão osmótica intravascular. 2) Aumento da pressão hidrostática intravascular. 3) Descontinuidade da parede vascular. 4) Levando ao edema. NORMALMENTE NO SNAGUE OS ERITRÓCITOS E LEUCÓCITOS FICAM NA COLUNA CENTRAL DO VASO. QUANDO O FLUXO SE LENTIFICA (POR CAUSA DO AUMENTO DA PERMEABILIDADE) OCORRE: 1) Infecções (bacteriana, virótica, fúngica, parasitária): entre as causas mais comuns e clinicamente importantes da inflamação. 2) Necrose tecidual: independente da causa, moléculas liberadas por células necróticas propiciam inflamação. 3) Corpos estranhos (lascas de madeira, sujeira, sutura). P2 – Patologia Geral 4 Raissa Fidelis - XLVI 4) Reações imunes. 1) Reconhecimento do agente agressor. Feito através das células inflamatórias. 2) Dilatação de pequenos vasos levando a aumento no fluxo sanguíneo. 3) Aumento da permeabilidade da microvasculatura, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação. 4) Emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor. O agente agressor que está levando o processo inflamatório. Quanto mais células, quanto mais proteínas saírem do plasma para aquele local, maior vai ser o seu mecanismo de ativação e mais fácil será eliminar esse agente agressor. Eliminando esse agente agressor cessa o processo inflamatório. O deslocamento de fluidos, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das cavidades corporais é conhecido como exsudação. EXSUDATO: fluido extravascular com elevada concentração proteica. TRANSUDATO: fluido extravascular com baixa concentração proteica. EDEMA: excesso de fluido no tecido intersticial, podendo ser exsudato ou transudato. O extravasamento de líquido ocorre entre uma célula e outra. Quando ocorre inflamação e exsudato, o espaço interendotelial que está entre uma célula e outra vão ficar aumentados (abrem um orifício). Então tem uma saída muito maior de líquido e proteína. As mudanças no fluxo e no calibre vascular se iniciam logo após a lesão e consistem no seguinte: ❖ Vasodilatação induzida pela ação de vários mediadores (principalmente histamina) nos músculos lisos vasculares. ↑ fluxo sanguíneo ↑ eritema P2 – Patologia Geral 5 Raissa Fidelis - XLVI ❖ Aumento da permeabilidade da microvasculatura. ↑ exsudato. ❖ Obstrução de pequenos vasos com hemácias se movimentando lentamente, chamado de ESTASE. ↑ congestão vascular ↑ eritema ❖ Acúmulo de neutrófilos no endotélio vascular. MECANISMOS RESPONSÁVEIS PELO AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR (EXTRAVASAMENTO) A contração das células endoteliais resultando no aumento dos espaços interendoteliais é o mecanismo mais comum do extravasamento. Deflagrada por: histamina, bradicinina, leucotrienos e outros mediadores químicos. Chamada de resposta transitória imediata, pois ocorre rapidamente após a exposição ao mediador e tem vida curta (15 a 30 minutos). Extravasamento atrasado e prolongado: início com atraso de 2 a 12 horas. exemplo: queimadura de sol. ❖ A lesão endotelial, resultando em necrose e separação das células endoteliais. A lesão endotelial por ser ocasionada por queimaduras e algumas toxinas bacterianas. O extravasamento é rápido e pode ter longa duração. ❖ Transcitose: aumento do transporte de fluidos e proteínas. Processo estimulado pelo fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), promovendo o extravasamento vascular. Esse processo na inflamação ainda passa por estudos para ser comprovado. ***Quando se tem lesão endotelial, o espaço entre uma célula endotelial e outra é maior e ocorre maior saída das proteínas plasmáticas. P2 – Patologia Geral 6 Raissa Fidelis - XLVI O sistema linfático e os linfonodos filtram e policiam os fluidosextravasculares. ✓ Na inflamação, o fluxo linfático é aumentado e ajuda a drenar o fluido do edema que se acumula devido ao aumento de permeabilidade vascular. Pode haver inflamação de forma secundária: linfangite (vasos linfáticos) e linfadenite (linfonodos). Para os clínicos, a presença de estrias vermelhas perto de uma ferida na pele é um sinal revelador de infecção. Essas estrias seguem o curso dos canais linfáticos e são diagnósticas de LINFANGITE, podendo estar acompanhadas de aumento doloroso dos linfonodos de drenagem, indicando LINFADENITE. Toda vez que se tem um processo inflamatório devido à drenagem linfática, os linfonodos acabam aumentando de tamanho. Então, se eu tiver que apalpar um linfonodo a nível de região axilar, e ele estiver aumentado, provavelmente o paciente está tendo um processo inflamatório próximo a essa cadeia de linfonodos. MARGINAÇÃO: localização periférica dos leucócitos, ao longo da superfície endotelial. ROLAGEM: rolamento e aderência transitória à superfície endotelial (selectinas). ADESÃO: adesão firme dos leucócitos ao endotélio. TRANSMIGRAÇÃO: travessia da parede vascular pelos leucócitos. PCAM-1 ajuda o afastamento da célula endotelial. • Houve a transmigração, essas células vão para o tecido, para o local onde está acontecendo o processo inflamatório, para tentar fazer a defesa desse processo, porque até o momento ele estava dentro do plasma. Após sair da circulação, os leucócitos vão para os tecidos em direção ao local da lesão por meio de um processo chamado QUIMIOTAXIA, definida como a locomoção seguindo um gradiente químico. ***Vai sair de um local de alta concentração, para um de baixa concentração. A natureza do infiltrado de leucócitos varia de acordo com o tempo da resposta inflamatória e com o tipo de estímulo. • Neutrófilos: predomínio durante as primeiras 6 a 24h. • Monócitos: substituem os neutrófilos em 24 a 48h. Os leucócitos podem eliminar os microrganismos e as células mortas através da fagocitose: 1) Reconhecimento do agente agressor através de proteína de superfície. 2) Englobamento. 3) Formação do fagossomo (fusão e degradação). 4) Degranulação. 5) Exocitose. P2 – Patologia Geral 7 Raissa Fidelis - XLVI As bactérias são englobadas através de fagossomos, depois os fagolisossomos levam à divisão. Depois que as bactérias forem digeridas, elas vão para o vacúolo digestivos, depois para o corpo residual, seguida de eliminação. Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias. 1. AMINAS VASOATIVAS HISTAMINA e SEROTONINA: principais aminas vasoativas. Primeiros mediadores liberados na inflamação. Origem da Histamina → mastócitos, basófilos e plaquetas. A histamina causa dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade das vênulas. Origem da Serotonina → plaquetas e em certas células neuroendócrinas. A serotonina é um vasoconstrictor, mas sua função na inflamação não está definida. 2. METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO 3. CITOCINAS E QUIMIOCINAS 4. SISTEMA COMPLEMENTO O sistema complemento é uma coleção de proteínas solúveis e de receptores de membrana que funcionam principalmente na defesa do hospedeiro contra os microrganismos e nas reações inflamatórias patológicas. C3a e C5a (anafilatoxinas): estimulam a liberação de histamina dos mastócitos e, assim, aumentam a permeabilidade vascular e causam vasodilatação. C5a: também é um potente agente quimiotático para neutrófilos, monócitos, eosinófilos e basófilos. 5. FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA (PAF) Foi descoberto como fator que causava agregação plaquetária, mas agora é conhecido por apresentar múltiplos efeitos inflamatórios. FUNÇÃO: agregação plaquetária, vasoconstrição e broncoconstrição. Em concentrações mais baixas causam vasodilatação e aumento da permeabilidade venular. 6. CININAS As cininas são peptídeos vasoativos derivados de proteínas plasmáticas, chamadas de cininogênio, pela ação de proteases específicas denominadas calicreínas. A enzima calicreína cliva o cininogênio para formar a BRADICININA. P2 – Patologia Geral 8 Raissa Fidelis - XLVI Função da bradicinina: aumenta a permeabilidade vascular e causa contração do músculo liso, dilatação dos vasos sanguíneos e dor quando injetada na pele. INFLAMAÇÃO SEROSA É marcada pela exsudação de fluidos com poucas células nos espaços criados por lesão celular ou em cavidades corporais revestidas pelo peritônio, pleura e pericárdio. • Fluido tipicamente não infectado por organismos destrutivos e não contém muitos leucócitos. • A bolha na pele resultante de uma queimadura ou infecção viral representa acúmulo de fluido seroso, dentro ou abaixo da epiderme. INFLAMAÇÃO FIBRINOSA Com o aumento da permeabilidade vascular, moléculas como o fibrinogênio passam para fora do vaso, formam a fibrina e depositam no espaço extracelular. Um exsudato fibrinoso se desenvolve quando ocorre grandes extravasamentos ou na presença de um estímulo pró-coagulante local, como as células neoplásicas. • Característico de inflamação no revestimento das cavidades do corpo, tais como meninges, pericárdio e pleura. INFLAMAÇÃO PURULENTA (SUPURATIVA) – ABSCESSO A inflamação purulenta é caracterizada pela produção de pus, um exsudato constituído de neutrófilos, resíduos liquefeitos de células necróticas e fluido de edema. • Causa mais comum: infecção bacteriana. ABSCESSOS: coleções localizadas de tecido inflamatório purulento. A apendicite aguda é um exemplo comum de inflamação supurativa aguda. ÚLCERAS Defeito local ou escavação da superfície de um órgão ou tecido, que é produzida por perda de tecido necrótico inflamado. Localizações mais comuns: • Mucosa da boca, estômago, intestinos ou trato genitourinário. • Pele e tecido subcutâneo das extremidades inferiores em pessoas mais velhas com distúrbios circulatórios que predispõem a uma extensa necrose isquêmica. APENDICITE AGUDA: P2 – Patologia Geral 9 Raissa Fidelis - XLVI PNEUMONIA BACTERIANA: PUS: ASMA: Lesão pode levar a uma inflamação aguda, a qual pode ter resolução/abcesso e também pode levar a cura (regeneração, cicatrização). Se não tem estes 3, ela pode vir a ser uma inflamação crônica que pode levar de meses a anos.
Compartilhar