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RESUMO JUIZ DAS GARANTIAS - Renato Brasileiro

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Prévia do material em texto

Juiz das Garantias 
- Renato Brasileiro- 
 
Introdução 
➢ O Código de processo penal tem inspiração do modelo fascista, com advento da CF/88, o 
código sofreu algumas alterações pontuais, porém a estrutura básica foi mantida. 
➢ Sendo necessário que o processo penal se adeque a constituição garantista foi criados os 
artigos referentes ao juiz das garantias, em 2019. 
➢ Após dispor que o processo penal terá estrutura acusatória, veda expressamente a iniciativa 
do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de 
acusação. 
➢ Não foi feita através do pacote anticrime, e sim por meio de emenda. 
➢ Maior revolução já experimentada pela legislação processual penal pátria desde 1942, que 
poderá, enfim, se ver livre de uma estrutura marcantemente inquisitorial que sempre a 
orientou. 
 
Estrutura acusatória do processo penal 
➢ O art. 3º -A, apenas ratifica a estrutura acusatória do nosso processo penal, em fiel 
observância ao art. 129, I, CF. 
 
1. Gestão da prova pelo magistrado: a vedação da iniciativa acusatória do juiz das garantias e 
da iniciativa probatória do juiz da instrução e julgamento. 
▪ A produção de provas é tarefa das partes e se está diante de um modelo acusatório 
(princípio dispositivo – juiz espectador), ou é do juiz (juiz ator/inquisidor), e se está então 
diante de modelo diverso, qual seja, o inquisitório. 
 
2. Da vedação da iniciativa acusatória do juiz das garantias na fase investigatória 
▪ Antes, no art. 156, I, CPP, passou a prever que o juiz seria permitido de ofício, mesmo 
antes do inicio da ação penal, determinar a produção antecipada de provas consideradas 
urgentes e relevantes. 
▪ Com a separação de funções, objetiva-se a preservação da imparcialidade do magistrado, 
afastando-o da fase investigatória, a qual deve ter como protagonistas tão somente a 
autoridade policial e MP. 
▪ O juiz não está impedido de agir na fase investigatória, mas só pode ocorrer mediante 
provocação das partes. (ex. mandado de buscar domiciliar ou prisão temporária), o que 
não pode é atuação de ofício. 
▪ O art. 3º-A revogou tacitamente o art. 156, I, do CPP. 
 
3. Da vedação da iniciativa probatória do juiz da instrução e julgamento no curso do processo 
penal 
▪ Há consenso sobre a vedação da iniciativa acusatória do juiz em investigação preliminar, 
entretanto não há o mesmo consenso quando se trata no curso da instrução (vide, art. 
156, II, CPP) 
 
 
▪ A doutrina admite-se de modo subsidiário, e exclusivamente durante a fase processual da 
persecução penal, possa o juiz determinar a produção de provas que entender pertinentes 
e razoáveis, a fim de dirimir dúvidas sobre pontos relevantes (art. 156,II,CPP) 
▪ Porém é imperioso o respeito ao contraditório e á garantia de motivação das decisões 
judiciais. 
▪ NUNCA DESENCADEANTE DA COLHETA DE PROVAS (somente de forma subsidiária) 
▪ Pode ser exercida em crimes de ação penal públicas e privadas 
▪ Após a produção das provas, o juiz deve dar oportunidade para as partes se manifestarem 
ou criarem contraprova. 
▪ JUIZ ATIVO NÃO É SINONIMO DE JUIZ PARCIAL 
▪ Art. 212 do CPP, “as perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, 
não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a 
causa ou importarem na repetição de outra já respondida”. O parágrafo único do art. 212 
do CPP, por sua vez, prevê que “sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá 
complementar a inquirição”. 
▪ Revogou-se tacitamente o inciso II, do art. 156, CPP. Bem como todos os demais dispositivos 
constantes no CPP que atribuíam ao juiz da instrução e julgamento iniciativa probatória. 
▪ Convém destacar que o art. 3º-A do CPP, introduzido pela Lei n. 13.964/19, deixou uma 
margem perigosa para a sobrevivência do sistema inquisitorial. Isso porque, ao vedar a 
iniciativa probatória do juiz no curso do processo penal, fez referência à impossibilidade de 
substituição da atuação probatória do órgão de acusação. Ou seja, interpretando-se a 
contrario sensu o referido dispositivo, ter-se-ia como válida a iniciativa probatória do juiz no 
curso do processo penal quando o fizesse em favor da defesa. 
 
4. Juiz das garantias 
4.1 – Conceito 
→ Art. 3º-B, Caput. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da 
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha 
sido reservada à autorização previa do Poder Judiciário. 
→ Competência funcional por fase do processo (dependendo da fase a competência 
será de um ou outro juiz) 
→ Entre a instauração criminal e recebimento da denúncia (ou queixa), a competência 
será do juiz das garantias, que ficará impedido após o recebimento da peça 
acusatória e em tese até o trânsito em julgado de sentença condenatória (ou 
absolutória) a competência será do juiz da instrução e julgamento (art. 3º -D) 
→ Não há condições mínimas de imparcialidade num processo penal que autoriza que 
o mesmo julgador que interveio na fase investigatória tenha competência, mais 
adiante, para apreciar o mérito da imputação, condenando ou absolvendo o 
acusado 
→ BLINDAGEM DA GARANTIA DA IMPARCIALIDADE 
 
4.2 – (In) constitucionalidade formal e material do juiz das garantias (ainda será julgado pelo 
STF) 
→ Formal: ofensa à competência dos Tribunais para criação de órgãos do Poder 
Judiciário. (art. 96, I e II e art. 110, CF) 
 STF → reconheceu constitucional o art. 33 da lei maria da penha que 
determina que varas criminais poderão cumular as competências cível e 
criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de 
violência doméstica, enquanto não estruturadas as varas especializadas. 
 
 
→ Material: Violação da regra de autonomia financeira e administrativa do poder 
judiciário (99, CF) – Houve suspensão dos artigos pelo ministro Luiz Fux, porém 
não há novidades em especialização de varas, pois já ocorria antes. 
→ Formal do 3º -D: Desrespeita a autonomia da organização judiciária. 
 
4.3 – Distinção entre o juiz das garantias, juizado de instrução e “centrais de inquérito” 
→ Juiz de garantias não tem funções de instrução, limitada ao controle da legalidade 
e à garantia dos direitos fundamentais. 
→ Já o Juizado de instrução (adotado em diversos países) consiste na existência de 
um julgador que representa a máxima autoridade, sendo responsável pelo impulso 
e direção oficial. 
→ Centrais de inquérito concentra todos os atos relativos aos inquéritos policiais e 
seus incidentes, bem como pedido de habeas corpus, em caso que o juiz que 
atuou em determinado inquérito como membro da DIPO/TJSP venha a atuar 
também na fase processual da persecução penal. 
 
4.4 – Fundamento: a necessária preservação da imparcialidade do magistrado à luz da 
teoria dissonâmica cognitiva 
→ A imparcialidade subdivide-se em: 
→ Subjetiva: intimo da convicção do Juiz, impede que seja julgado por alguém que 
já tenha convicção prévia 
→ Objetiva: Não basta ser imparcial, tem que aparentar imparcialidade. (teoria da 
aparência) 
→ Teoria da dissonância cognitiva: 
▪ Em relação ao juiz que interveio na fase investigatória e mais adiante seria 
chamado para julgar o mesmo feito 
▪ Essa teoria traz a ideia de que os seres racionais tendem a sempre buscar 
uma zona de conforto, um estado de coerência entre suas opiniões. 
a) Desvalorização de elementos cognitivos dissonantes (desvalorizar 
pesquisa) 
b) Busca involuntária por informações consonantes com a cognição pré-
existente 
c) Evitação ativa do aumento de elementos cognitivos dissonantes (evitar 
contato com informações não condizentes com sua opinião) 
▪ Risco da imparcialidade diante a tendencia involuntária do individuo de 
manutenção de uma decisão anteriormente tomada. 
 
4.5- A figura do juiz das garantias no direito comparado 
→ Tribunal Europeu de Direitos humanos tem questionado desde 1980, a 
incompatibilidade entre exercício de investigação (não mera supervisão) e 
julgamento por um mesmo juiz.→ Portugal, Itália, Paraguai, Chile, Colômbia, Argentina (Implementaram o juiz das 
garantias) 
 
46 – Inicio da eficácia do juiz das garantias 
→ 30 dias de vacatio 
→ Necessidade de prazo maior para adequação do sistema judiciário 
→ Toffoli suspendeu a eficácia até efetiva implementação do juiz das garantias pelos 
tribunais, o que deverá ocorrer até 180 dias após a decisão 
 
 
→ Luiz Fux revogou a decisão monocrática proferida pelo min. Toffoli 
 
4.7- Aplicação imediata da nova sistemática do Juiz das garantias às investigações e aos 
processos em andamento por ocasião da entrada em vigor da lei 13. 964/19 
→ Art. 748 → O impedimento previsto no art. 16, que versa sobre competência do 
juiz das garantias não se aplicará aos processos em andamento no início da vigência 
deste código. 
→ Nova espécie de competência funcional 
→ Os processos que estão em andamento deveriam ser redistribuídos a outro juiz, 
porém esse raciocínio entra em colisão com o princípio do juiz natural 
→ Não seria aplicável a nova causa de impedimento do art. 3º-D do CPP, sob pena 
de lhe emprestarmos efeitos retroativos, o que viola o princípio tempus regit 
acutm. 
→ Luiz Fux Implantou imediatamente o juiz das garantias. 
 
4.8 – Juiz das garantias: atuação como garantidor e não instrutor 
→ Logica nenhum haveria se admitisse que o juiz das garantias pudesse agir de ofício, 
transformando-se em um juiz das garantias inquisidor 
→ Não pode ser investigador 
→ A intervenção do juiz das garantias na fase investigatória deve ser contingente e 
excepcional. Isso porque, na dicção da doutrina, “o inquérito policial pode iniciar, 
desenvolver-se e ser concluído sem a intervenção do juiz. Ele não é um sujeito 
necessário na fase pré-processual e será chamado quando a excepcionalidade do 
ato exigir a autorização ou controle jurisdicional ou ainda quando o sujeito passivo 
estiver sofrendo restrições no seu direito de defesa, à prova, acesso aos autos, 
etc, por parte do investigador”. 
 
4.9 – Competência do Juiz das garantias 
a) Receber comunicação imediata da prisão 
b) Receber o auto de prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão 
observado o disposto 310 CPP 
c) Zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que esse seja 
conduzido à sua presença, a qualquer tempo. 
d) Ser informado sobre instauração de qualquer investigação criminal 
e) Decidir sobre requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar 
f) Prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bom como substitui-las ou 
revoga-las, assegurando, no primeiro caso, o exercício do contraditório em 
audiência pública e oral 
g) Decidir sobre requerimento de produção antecipada de provas urgentes e não 
repetíveis, assegurado o contraditório e ampla defesa em audiência publica 
h) Prorrogar prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista 
das razoes apresentadas pela autoridade policial 
i) Determinar o trancamento do inquérito quando não houver fundamento razoável 
para sua instauração ou prosseguimento 
j) Requisitar documentos, laudos e informações de policia sobre andamento da 
investigação 
k) Decidir sobre : interceptação telefônica ou outras formas de comunicação, quebra 
de sigilo, busca e apreensão, acesso a informações sigilosas, outros meios de 
obtenção de prova que restrinjam direito fundamentais 
 
 
l) julgar habeas corpus antes da denúncia, 
m) determinar instauração de incidente de insanidade mental, 
n) decidir sobre recebimento da denúncia ou queixa 
o) Assegurar o direito outorgado e seu defensor de acesso a todos elementos 
informativos e provas produzidos na investigação, salvo diligencias em andamento. 
p) Deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar produção de 
pericia 
q) Decidir sobre homologação de acordo de não persecução penal ou de coboração 
premiada quando formalizado durante a investigação 
 
Abrangência da competência do juiz das garantias 
➢ Art. 3º-C 
➢ Abrange todas infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo 
 
1. Não abrangência das infrações de menor potencial ofensivo 
▪ Infrações de menor potencial ofensivo → Infrações penais (contravenções e crimes) 
com pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa, sujeitas ou não 
a procedimentos especial, ressalvada envolvendo violência domestica e familiar contra 
a mulher. 
▪ Desnecessário a implementação do juiz das garantias nesses casos. 
 
2. (in) existência de juiz nos Tribunais 
▪ Não existe na lei 13.964/19 
▪ Toffoli esclareceu que a nova sistemática não seria aplicável aos processos de 
competência originária dos tribunais 
▪ Porém, se admitir a aplicação do juiz das garantias apenas para a primeira instância, 
tem evidente violação ao princípio da isonomia 
 
3. (In) existência de juiz de garantias no Tribunal do Júri 
▪ Toffoli → Deve ser afastada a aplicação do juiz das garantias dos processos de 
competência do tribunal do júri, visto que, a decisão fica a cargo de um órgão coletivo, 
o conselho de sentença 
▪ Semelhante aos tribunais 
▪ O Conselho de sentença já não tem contato com a investigação, devendo discutir 
sobre o afastamento do juiz “da investigação” 
▪ “O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências 
do art. 3º-B ficará impedido de funcionar como juiz sumariante no sumário da culpa 
ou como juiz-presidente no plenário do júri”. 
 
4. (In) existência de juiz das garantias na Justiça militar e Eleitoral 
▪ Nenhum dispositivo expresso acerca da impossibilidade de aplicação do juiz das 
garantias na Justiça militar. 
▪ O CPPM admite aplicação subsidiária do Código de Processo Penal 
▪ Os tribunais já tem precedentes utilizando código da justiça comum na especializada, 
até mesmo derrogando norma em sentido contrário desde que a norma penal ou 
processual se mostre mais condizente aos direitos e garantias fundamentais. 
▪ Já na justiça militar, por causa do art. 121, Caput, CF → “Lei complementar disporá 
sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas 
 
 
eleitorais”. O juiz das garantias deveria ser feito por Lei complementar e não por mera 
ordinária, como é o caso. 
▪ Toffoli → O juiz das garantias não se aplica aos processos criminais de competência 
da Justiça Eleitoral 
 
5. (In) existência de juiz das garantias no contexto da violência doméstica e familiar contra a 
mulher 
▪ Toffoli → “O juiz de garantias não seria aplicável aos casos de violência doméstica e 
familiar contra a mulher” – Argumentando pelo dinamismo do fenômeno de violência 
contra a mulher, devendo o juiz ter pleno conhecimento. 
▪ Transforma em direito penal do inimigo (trata-se de uma legislação de luta ou guerra 
contra o inimigo, cujo único fim é a exclusão e inocuização deste) 
 
6. (in) existência de juiz das garantias colegiado 
▪ Com as mudanças, subsistem duas espécies de juízos colegiados no 1º grau de 
jurisdição: 
a) Juízo colegiado pelo juiz do processo e outros dois juízes 
→ Em processo ou procedimento em que tenham crimes praticados por 
organizações criminosas, o juiz poderá decidir pela formação de colegiado 
para a prática de qualquer ato processual 
→ Para isso o juiz deve indicar motivos e circunstâncias que acarretam risco 
a sua integridade física. 
→ As decisões desse colegiado são devidamente fundamentadas por todos 
seus membros, sem qualquer referência de voto divergente. 
 
b) Varas criminais colegiadas 
→ Pacote anticrime 
→ Possibilidade de os Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais 
instalarem, nas comarcas sedes de Circunscrição ou Seção, mediante 
resolução, varas criminais colegiadas, para processos e julgamentos de 
organizações criminosas armadas, do crime do 288-A CP e infrações 
penais conexas aos crimes anteriores. 
→ SE NÃO HOUVER INSTALADO ESSAS VARAS NA CIRCUNSCRIÇÃO, 
UTILIZA-SE O DISPOSTO NO “A” 
 
▪ Inicialmente, cumpre lembrar que o entendimentoé que não é necessário o juiz de 
garantias no órgão colegiado, por acreditar na imparcialidade nesse modo. 
▪ Mas o Autor entende que mesmo o órgão sendo colegiado, não impede de haver 
parcialidade nas decisões proferidas nas primeiras fases, contaminando as demais. 
 
7. (in) existência do MP das garantias 
▪ Parquet → órgão do Estado que tem atribuição de promover a persecução penal. 
▪ Quando intervém como fiscal da lei nos crimes de ação pública privada, o MP atua 
como imparcial. 
▪ Há quem entenda que o MP é imparcial (não procede) 
▪ Não há logica em se conceber a ideia de um Promotor das garantias, pois não exige-
se a este, imparcialidade 
 
 
 
Cessação da competência do juiz das garantias com o recebimento da peça 
acusatória 
➢ A competência do juiz de garantia se estendia até o oferecimento da denúncia 
➢ Cabe ao juiz de garantias, o recebimento da denuncia ou queixa (art. 3-B, XIV) 
➢ Cessa a competência com o recebimento da denúncia ou queixa 
 
Recebimento da peça acusatória e apreciação das questões pendentes pelo juiz da 
instrução e julgamento 
➢ Deve-se ter muito cuidado, pois a apreciação do juiz de instrução e julgamento a atos 
tipicamente investigatórios dentre aqueles listados pelo art.º 3º-B pode contaminar a 
imparcialidade do juiz. 
➢ Deve o Juiz de garantias proceder o recebimento de denúncia quando concluídas as 
diligencias investigatórias. 
 
Desvinculação do juiz de instrução e julgamento em relação às decisões proferidas 
pelo juiz das garantias e desnecessidade de reexame das cautelas em curso. 
➢ Art. 3º-C §2º CPP 
➢ Não se pode exigir a subordinação de decisões proferidas pelos juízes de garantias ao juiz 
de instrução e julgamento, sob evidentemente violação da imparcialidade 
➢ É possível, entretanto, que o juiz da causa revogue a cautelar por entender que seus 
pressupostos não estariam presentes 
➢ Desde que recebida a denúncia ou queixa, o juiz da instrução e julgamento, terá que se 
manifestar obrigatoriamente quanto à necessidade de manutenção da medida, no PRAZO 
DE 10 DIAS 
➢ Interpretação por analogia do art. 316 → Se decorrido o tempo, o juiz não revisou as 
medidas cautelares, acarreta na ilegalidade da prisão. 
➢ O juiz da causa não poderá reexaminar eventuais medidas cautelar indeferida pelo juiz de 
garantias, pois é apreciado apenas as CAUTELARES EM CURSO. 
 
Não apensamento dos autos que compõe as matérias de competência do juiz das 
garantias aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento 
➢ Em regra, os autos que compõe as matérias de competência do juiz das garantias não 
deverão ser juntados aos autos futuros. 
Exceção (prevista na lei): 
a) Provas irrepetíveis 
b) Medidas de obtenção de provas (busca e apreensão) 
c) Medidas de antecipação de provas 
 
(Des) necessidade de exclusão física da investigação preliminar dos autos do futuro 
processo judicial 
➢ Sempre prevaleceu nos Tribunais o entendimento de que, de modo isolado, elementos 
produzidos na fase investigativa não poderiam servir de fundamento para um decreto 
condenatório, pela falta de ampla defesa e contraditório. (convencimento do juiz) 
➢ Porém tais elementos poderiam ser utilizados de modo subsidiário, complementando a 
prova sob crivo do contraditório 
➢ O art. 3º-C §3º trouxe uma controvérsia → Os autos ficarão na secretária do juízo de 
garantias e não serão apensados aos autos do processo do juiz da causa. 
 
 
 Efeito primazia → revela que as informações posteriores a respeito 
de um indivíduo, são, em geral, consideradas no contexto da informação 
inicial recebida, sendo esta, então, a responsável pelo direcionamento da 
cognição formada a respeito da respectiva pessoa e pelo comportamento 
que se tem para com ela. 
➢ Com o juiz de garantias, não deve mais o inquérito fazer parte dos autos do futuro 
processo, exceto nas situações comentadas anteriormente. 
➢ Devendo o juiz ter acesso, apenas quando disposto no processo, juntamente com o 
contraditório e ampla defesa 
➢ Há um obstáculo à sistemática da exclusão física da investigação 
a) Absolvição sumária (art. 397 CPP) 
b) Obrigatoriedade de reexame das medidas cautelares (3º-C, §2º) 
c) Obrigatoriedade de revisar a necessidade de prisão preventiva a cada 90 dias 
(art. 316) 
 Solução de apenas nesses casos, o juiz ter acesso aos autos do inquérito. 
 
Impedimento para atuação do juiz de garantias na fase de instrução e julgamento 
➢ Art. 3º-D 
➢ Dão ensejo a incapacidade objetiva do juiz (há presunção absoluta de parcialidade) 
➢ Causas de suspeição são externas ao processo (endoprocessuais) – atuação de juiz 
suspeito em determinado processo é causa de nulidade absoluta (art. 564, I, CPP) 
➢ Decisões proferidas por juiz impedido são tidas como inexistentes e, portanto, insanáveis. 
➢ Além dos impedimentos dispostos no art. 252 e do pacote anticrime, no art. 157 §5º → 
“o juiz que conhecer conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a 
sentença ou acordão” e Art. 3º-D → “o juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer 
ato incluído nas competências dos art. 4º e 5º ficará impedido de atuar no processo. 
➢ Juiz de garantias trata-se de impedimento funcional, logo absoluta. 
 
 
(In) subsistência da prevenção como critério residual de fixação de competência 
diante da criação da figura do juiz das garantias 
➢ Prevenção ocorre quando, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou 
com competência cumulativa, um deles tiver antecedido aos demais na prática de algum 
ato de caráter decisório, mesmo antes de oferecida a denúncia ou queixa. (CPP, art. 83) 
➢ “Regra de desempate “ 
 
 
Criação de um sistema de rodízio de magistrados nas comarcas de vara única de 
modo a atender à sistemática do juiz das garantias 
➢ A ideia esbarra em garantia constitucional inerente à magistratura: a inamovibilidade 
➢ Vedação de remoção ou promoção do magistrado sem seu consentimento de 
determinada unidade jurisdicional ou cargo, salvo motivo de interesse público, na forma do 
art. 93, VIII, CF 
➢ O interesse público fundar-se em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo 
tribunal ou do CNJ, assegurada ampla defesa. 
➢ A inamovibilidade é garantida aos juízes titulares e substitutos

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