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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, EXATAS E DA SAÚDE DO PIAUÍ INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA- IESVAP ALUNO(A): AYANA ROCHA PORTO MOUSINHO- 3º PERÍODO PROFESSORA: ANA RAQUEL DISCIPLINA: TIC’S ATIVIDADE SOBRE A DEFINIÇÃO DA SÍNDROME DE LOFFLER E OS POSSÍVEIS PARASITAS RELACIONADOS ( 12° semana) Na Família Ascarididae, Subfamília Ascaridinae, são encontradas espécies de grande importância médico-veterinária representadas principalmente pelo Ascaris lumbricoides (Linnaeus, 1758) e A. suum (Goeze, 1882), que parasitam, respectivamente, o intestino delgado de seres humanos e de suínos. Seu ciclo biológico é do tipo monoxênico, isto é, possui um único hospedeiro. Os ovos férteis quando eliminados no solo pelo hospedeiro, demoram certo tempo 16 no meio ambiente para que tornem-se infectantes em torno de 15 dias, necessitam de temperatura em torno de 30 a 35°C, umidade mínima e oxigênio em abundância. Estando o ovo embrionado, forma-se a primeira larva (L1) rabditóide, que no período de uma semana, essa larva sobre mutação e se transforma em L2, posteriormente sofre mutação e se transforma em L3, considerada como forma infectante. A transmissão da ascaridíase ocorre da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo a forma larvária infectante. Crianças que possuem contato com o solo também podem infectar-se. Os ovos ingeridos contendo a forma L3, passam pelo trato digestivo e dá-se a eclosão no intestino delgado. A eclosão é desencadeada por fatores fornecidos pelo hospedeiro, no qual se destaca a concentração CO2, o pH, a presença de agentes redutores, a temperatura e os sais. Após a eclosão, as larvas, atravessam a parede do intestino, chegam até o ceco, penetrando na circulação por meio dos vasos linfáticos e alastram-se pelo fígado. O coração é atingido em dois a três dias após a infecção e quatro a cinco dias são encontradas nos pulmões. As larvas sofrem mudanças após oito dias da infecção para L4, rompem os capilares, permanecendo nos alvéolos por alguns dias, onde mudam para L5. Sobem, então, aos bronquíolos e posteriormente a traquéia, chegando até a faringe, podendo ser eliminadas com a saliva ou serem deglutidas. Se forem deglutidas, vão para o esôfago, estômago e fixam-se no intestino delgado, onde sofrem uma quarta mudança, transformam-se em adultos jovens 20 a 30 dias após a infecção. Em seguida, aproximadamente 60 dias, as larvas alcançam a maturidade sexual, fazem a cópula e seus ovos vão estar presentes nas fezes do hospedeiro, então estão aptas para a reprodução. Quando os vermes se tornam adultos possuem uma longevidade de um a dois anos. O conjunto de sintomas da ascaridíase denomina-se síndrome de Loeffler, ocorre febre, tosse, eosinofilia sanguínea elevada, manifestações alérgicas, dispinéia, dor torácica, bronquite, algia abdominal, as quais que são decorrentes da presença das larvas no sistema respiratório. Esses sintomas ocorrem principalmente em crianças e estão associadas ao estado nutricional e imunitário das mesmas. Síndrome de Löffler é uma pneumonia eosinofílica, caracterizada por infiltrados pulmonares migratórios associados, geralmente, com um aumento do número de eosinófilos no sangue e escarro. Causada por uma infecção parasitária, associada a uma resposta alérgica mediada por eosinófilos geralmente, aumentados no sangue periférico, que infiltram o parênquima pulmonar, e configuram uma alteração radiológica que auxilia o diagnóstico da síndrome. O dano ao tecido pulmonar na síndrome de Loeffler é causado pela liberação de citocinas dos eosinófilos, células envolvidas em infecções parasitárias, de um perfil de resposta inflamatória modulada por linfócitos Th2, que medeia a ativação, diferenciação, sobrevivência e migração de mais eosinófilos, através de citocinas específicas (IL-4, IL-5), um processo característico de uma reação de hipersensibilidade do tipo I em resposta ao Ascaris lumbricoides. Os parasitas intestinais estão entre os patógenos mais encontrados em humanos. Entre os helmintos, são mais comuns os nematelmintos Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura e os ancilostomídeos Necator americanus e Ancylostoma duodenale. Dentre os agentes etiológicos parasitários da síndrome, o Ascaris lumbricoide figura como o mais frequente e foi eleito por Loeffler como o principal causador da síndrome. Existe uma estreita relação entre más condições de saneamento básico; inadequadas práticas de higiene pessoal e doméstica e os principais mecanismos de transmissão dos parasitas intestinais. Aproximadamente, um terço da população das cidades dos países subdesenvolvidos vive em condições ambientais propícias à disseminação das infecções parasitárias. A infecção humana por esta espécie de helminto está relacionada com a interação de diversas características da tríade envolvida nas doenças parasitárias (parasito, hospedeiro, e meio ambiente). Dessa forma, alguns fatores interferem na prevalência da infecção por A. lumbricoides, são eles: a grande quantidade e alta viabilidade (até um ano contendo larvas L3 infectantes) de ovos produzidos e eliminados pela fêmea; concentração de indivíduos vivendo em condições precárias de saneamento básico; temperatura e umidade com médias anuais elevadas e os hábitos de higiene da população; Os principais sintomas do Loeffler são dispneia asmatiforme, tosse seca, febre baixa e desconforto retroesternal. As alterações radiológicas somadas a crepitações evidenciadas em ausculta pulmonar, à eosinofilia sanguínea, altos níveis de IgE são os achados clínicos e laboratoriais mais comuns no diagnóstico da síndrome, o qual ainda é pouco frequente, devido à baixa associação pelos médicos entre parasitoses e complicações pulmonares. O tratamento para o Loeffler causado por parasitas é feito a base de anti-helmínticos, principalmente da classe dos benzimidazóis, e, na maioria das vezes, utiliza-se também glicocorticoides, os quais agem atenuando a inflamação suprimindo a migração leucocitária e por meio da inibição da produção de eicosanoides como prostaglandinas e leucotrienos. REFERÊNCIAS: NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. In: Parasitologia humana. 2016. Ed 13. p. 102-130 PATRIARCHA, AMANDA PUCCI. PARASITISMO POR Ascaris lumbricoides: ABORDAGEM TEÓRICA. 2012. Sávionixonpassosluz et al.. Síndrome de loeffler sob prisma da parasitologia, imunologia e bioquímica. Anais II CONBRACIS... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/29644>. Acesso em: 14/05/2021 11:55
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