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1º Tutoria - Pediatria - Amamentação - Pós-parto

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FocoMED 1º Tutoria: Orientações pós-parto – Pediatria >>>>> By. Keila Crystini 
By. Keila Cystini 
Estudante de Medicina 
UPE-Garanhuns 
PEDIATRIA 
Pós-parto 
 
1 
1. Alta pós-parto 
 
2. Classificação do RN 
O período neonatal é o intervalo de tempo que vai do 
nascimento até o momento em que a criança atinge 
27 dias, 23 horas e 59 minutos (28 dias). 
• Período neonatal precoce: intervalo de tempo que 
vai do nascimento até o momento em que a criança 
atinge 6 dias, 23 horas e 59 minutos. 
• Período neonatal tardio: intervalo de tempo que vai 
do 7º dia até o momento em que a criança atinge 27 
dias, 23 horas e 59 minutos. A idade gestacional (IG) 
é a duração da gestação estimada a partir do 1º dia 
do último período menstrual (DUM), pela 
ultrassonografia pré-natal no início da gravidez ou 
clinicamente pelos métodos de Capurro, Dubovitz ou 
Ballard. É expressa em dias ou semanas completas. 
Quanto à IG, o recém-nascido (RN) pode ser 
classificado em: 
• RN pré-termo: crianças nascidas até 36 semanas e 6 
dias (258 dias) de gestação. 
• Pré-termo precoce: crianças nascidas até 33 
semanas e 6 dias. 
• Pré-termo tardio: de 34 semanas a 36 semanas e 6 
dias. 
• RN a termo: nascidas entre 37 e 41 semanas e 6 dias 
(ou seja, 259 e 293 dias) de gestação. 
• RN pós-termo: nascidas com 42 semanas ou mais de 
gestação (294 dias). 
O peso ao nascimento é o primeiro peso obtido após 
o nascimento com a criança totalmente despida. 
Quanto ao peso ao nascimento, o RN pode ser 
classificado em: 
• Baixo peso: todo RN com peso inferior a 2500g. 
• Muito baixo peso: RN com menos de 1500g. 
• Extremo baixo peso: RN com menos de 1000g. 
O RN pode ainda ser classificado conforme a 
adequação do peso à IG, considerando como 
referencial uma curva de crescimento adequada. Esse 
parâmetro reflete a qualidade do crescimento fetal e 
permite a determinação de risco para problemas 
neonatais. O RN pode ser classificado em: 
• Adequado para a idade (AIG): peso ao nascer entre 
os percentis 10 e 90. 
• Pequeno para a idade gestacional (PIG): abaixo do 
percentil 10. 
• Grande para a idade (GIG): acima do percentil 90. 
 
3. Escore de APGAR 
Sinal 0 1 2 
FC Ausente < 100 bpm 
> 100 
bpm 
Esforço 
Respiratório 
Ausente Choro fraco 
Choro 
forte 
Tônus 
Muscular 
Flácido 
Alguma 
flexão 
Flexão 
dos 
quatros 
membros 
Irritabilidade 
reflexa 
Ausente Careta 
Espirro, 
tosse 
Cor 
Cianose, 
palidez 
Cianose de 
extremidades 
Rosado 
 
Descreve o estado da criança ao nascimento. Deve-se 
ser obtido entre 1 – 5 minutos após o nascimento ou 
por um período mais longo, até obter-se um valor 
maior que 7. Caso a reanimação seja necessária, deve 
ser iniciada antes da avaliação desse escore. 
 
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Se o Apgar for menor que 7 no 5º minuto, recomenda-
se realiza-lo a cada 5 minutos, até 20 minutos de vida. 
É necessário documentar o Apgar conforme Anexo 4 
da Diretriz SBP 2016. 
 
Fisiologia da Amamentação 
REFLEXOS DA MÃE 
Reflexo da produção do leite: 
- Reflexo da prolactina: Quando a criança suga, 
estimula as transmissões nervosas existentes na 
aréola e mamilo, que enviam mensagens para 
liberação da prolactina pela hipófise anterior. A 
prolactina age nas células secretoras, estimulando-as 
a produzir leite. O pico máximo se dá nos 20-30 min 
após a mamada estando disponível para produção de 
leite para a mamada seguinte. (+ sucção + produção). 
Outro efeito da prolactina é a supressão das funções 
ovarianas, havendo assim a extensão do período de 
amenorreia e do período anovulatório. Para que possa 
ser efetivo tal método anticoncepcional é necessário 
que o lactentes com menos de 6 meses, amenorreia 
(lactantes sem sangramento vaginal após 56 dia pós-
parto) e aleitamento exclusivo incluindo mamadas 
noturnas. Se algum desses não for cumprido, optar 
por outro método contraceptivo (pode ser usado tanto 
elementos hormonais quanto não hormonais). 
 
Reflexo de ejeção do leite 
- Reflexo da ocitocina: os impulsos nervosos sensoriais 
quando a criança suga, induz a descarga de ocitocina 
na corrente sanguínea pela parte posterior da 
pituitária. Tal hormônio faz as células mioepiteliais se 
contraírem e ejetarem o leite já produzido nos alvéolos 
em direção aos mamilos. 
A criança não consegue retirar o leite só pela sucção, 
é necessário o reflexo da ocitocina, forçando o leite na 
direção do mamilo. Esse reflexo pode ser afetado pelo 
cansaço excessivo, estresse ou dor, no caso de 
fissuras. 
A ocitocina também age na musculatura uterina, 
auxiliando no controle do sangramento pós-parto na 
volta do tamanho normal do útero e na própria 
partição da placenta. Em algumas mulheres, tais 
contrações podem ser dolorosas, mas são benéficas e 
duram poucos dias, o médico pode ajudar com a 
prescrição de analgésicos. 
O reflexo da ejeção está também relacionado com os 
reflexos sexuais. Estimulação sexual pode causar 
secreção de ocitocina pela pituitária posterior e haver 
a ejeção de leite. Há, ainda, a possibilidade de ocorrer 
o contrário, ou seja, algumas mulheres têm sensações 
sexuais ao amamentar, mostrando-se ansiosas e com 
sentimento de culpa. Levar informação é fundamental 
para ajuda-las a entender o que acontece. 
 
FATOR INIBIDOR DA LACTAÇÃO (FIL) 
FIL é conhecido como o fator local responsável pelo 
controlo autócrino da glândula mamária. O FIL é um 
peptídeo identificado no leite humano e no de outros 
mamíferos. Quando o bebé mama, extrai o inibidor e 
desencadeia a produção de mais leite. Se, pelo 
contrário, não mamar ou mamar pouco, o inibidor 
permanece na mama e frena a produção. 
 
REFLEXOS DO RN 
As crianças a termo e prematuros maiores nascem 
com 5 reflexos: 
• Busca 
• Procura ou dos pontos cardeais 
• Extrusão da língua / sucção 
• Preensão 
• Deglutição 
 
OBS.: Na aréola são ainda observáveis pequenas 
papilas com 1 ou 2 milímetros de diâmetro 
constituídas por uma glândula sebácea e algum tecido 
mamário, que correspondem às glândulas de 
Montgomery, que se hipertrofiam na gravidez e 
lactação e produzem secreções oleosas e antissépticas 
que se acredita serem protetoras da aréola e do 
mamilo. 
Numa mama em repouso funcional, os ácinos são 
praticamente inexistentes. Durante a gravidez ocorre 
 
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uma significativa neoformação de ácinos, responsável 
pelo aumento de volume da glândula mamária. 
 
FASES 
Lactogênese Fase I: durante a gravidez 
Estrogênio – ramificação dos ductos lactíferos; 
Progestogênio – formação dos lúbulos; 
Lactogênio placentário – inibe a secreção do leite 
 
Lactogênese Fase II: com o nascimento do bb 
Após o parto descida do leite independe da sucção do 
bebe, com a saída da placenta cai a progesterona e há 
a estimulação da secreção de dois hormônios: 
(prolactina – secreção do leite; ocitocina expulsão do 
leite) 
 
Lactogênese Fase III: galactopoiese – é controlada 
principalmente pela descida do leite, que costuma 
ocorrer entre o 3º e 4º dia pós-parto. Depende da 
sucção do bebê, prolactina, ocitocina. 
 
4. Tipo de Aleitamento 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o 
aleitamento materno é classificado em: 
• Aleitamento materno – quando a criança recebe leite 
materno (direto da mama ou ordenhado), 
independentemente de receber ou não outros 
alimentos. 
• Aleitamento materno exclusivo – quando a criança 
recebe somente leite materno, direto da mama ou 
ordenhado, ou leite humanode outra fonte, sem 
outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou 
xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, 
suplementos minerais ou medicamentos. 
• Aleitamento materno predominante – quando a 
criança recebe, além do leite materno, água ou 
bebidas à base de água (água adocicada, chás, 
infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. 
• Aleitamento materno complementado – quando a 
criança recebe, além do leite materno, qualquer 
alimento sólido ou semissólido com a finalidade de 
complementá-lo, e não de substituí-lo. 
• Aleitamento materno misto ou parcial – quando a 
criança recebe leite materno e outros tipos de leite. 
 
Extra: Duração da Amamentação 
A OMS, endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, 
recomenda aleitamento materno por dois anos 
ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis 
meses. Não há vantagens em se iniciar os alimentos 
complementares antes dos seis meses, podendo, 
inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, pois a 
introdução precoce de outros alimentos está associada 
a: 
• Maior número de episódios de diarréia; 
• Maior número de hospitalizações por doença 
respiratória; 
• Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos 
forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, 
como, por exemplo, quando os alimentos são muito 
diluídos; 
• Menor absorção de nutrientes importantes do leite 
materno, como o ferro e o zinco; 
• Menor eficácia da amamentação como método 
anticoncepcional; 
• Menor duração do aleitamento materno. 
No segundo ano de vida, o leite materno continua 
sendo importante fonte de nutrientes. Estima-se que 
dois copos (500 mL) de leite materno no segundo ano 
de vida fornecem 95% das necessidades de vitamina 
C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% 
do total de energia. Além disso, o leite materno 
continua protegendo contra doenças infecciosas. Uma 
análise de estudos realizados em três continentes 
concluiu que quando as crianças não eram 
amamentadas no segundo ano de vida elas tinham 
uma chance quase duas vezes maior de morrer por 
doença infecciosa quando comparadas com crianças 
amamentadas. 
 
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5. Benefícios da Amamentação 
para o Bebê e para a Mãe 
PARA O BEBÊ 
Evita morte infantil – a proteção do leite materno é 
maior quanto menor é a criança. Estudos indicam que 
13% das mortes de crianças menores de 5 anos em 
todo o mundo poderiam ser evitadas se a 
recomendação de aleitamento exclusivo até 6 meses 
e complementado até os 2 anos fosse seguida. 
OBS.: A amamentação na primeira hora de vida pode 
ser um fator de proteção contra mortes neonatais. 
Evita diarreia – contudo, quando o aleitamento deixa 
de ser exclusivo nos primeiros meses 6 meses, essa 
proteção diminui. 
Previve infecções respiratórias – pneumonia / otite / 
diminui a gravidade dos episódios de infecção 
respiratória. Os índices mostram que o internamento 
por pneumonia nos 3 primeiros meses foi de 61 x 
maior que em crianças não amamentadas, por 
bronquiolite foi 7x maior do que nas crianças 
adequadamente amamentadas. 
Diminui risco de alergia – amamentação exclusiva 
diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, 
de dermatite atópica e uoutras como asma e sibilos 
recorrentes. A exposição precoce a leite de vaca 
aumenta o risco de APLV. 
Diminui risco de HAS, dislipidemia e diabetes – 
benefício a longo prazo. Não só o individuo que é 
amamentado, mas também a mulher adquire proteção 
contra diabetes. 
OBS.: a exposição precoce ao leite de vaca (antes dos 
4 meses) é considerada um importante determinante 
para Diabetes Mellitus do Tipo I, podendo aumentar o 
risco em 50%. Estima-se que 30% dos casos poderiam 
ser prevenidos se 90% das crianças até 3 meses não 
recebessem leite de vaca. 
Reduz risco de obesidade – segundo a OMS, quanto 
maior o tempo em que o indivíduo foi amamentado, 
menor será a chance de ele vir a apresentar 
sobrepeso/obesidade. 
Entre os possíveis mecanismos implicados a essa 
proteção, encontra-se um melhor desenvolvimento da 
auto-regulação de ingestão de alimentos das crianças 
amamentadas e a composição única do leite materno 
participando no processo de “programação 
metabólica” alterando, por exemplo o número de 
células gordurosas ou induzindo o fenômeno de 
diferenciação metabólica. Foi constatado que o leite 
de vaca altera a taxa metabólica durante o sono da 
criança, podendo esse fato estar associado com a 
“programação metabólica” e o desenvolvimento de 
obesidade. 
Melhor nutrição – Contem nutrientes essenciais, 
melhor digerido, supri sozinho as necessidades 
nutricionais nos primeiros 6 meses e continua sendo 
uma importante fonte de nutrientes no segundo ano 
de vida, especialmente de proteínas, gorduras e 
vitaminas. 
Efeito positivo na inteligência – Há evidencias de que 
o aleitamento materno contribui para um melhor 
desenvolvimento cognitivo. Mecanismos ainda não 
definidos. 
Melhor desenvolvimento da cavidade bucal – 
proporciona o desenvolvimento adequado do palato 
duro, que é fundamental para o correto alinhamento 
dos dentes e uma boa oclusão dentária. 
Quando o palato é empurrado para cima, o que ocorre 
com o uso de chupetas e mamadeiras, o assoalho da 
cavidade nasal se eleva, com diminuição do tamanho 
do espaço reservado para a passagem do ar, 
prejudicando a respiração nasal. 
Assim, o desmame precoce pode levar à ruptura do 
desenvolvimento motor-oral adequado, podendo 
prejudicar as funções da mastigação, deglutição, 
respiração e articulação dos sons da fala, ocasionar 
má-oclusão dentária, respiração bucal e alteração 
motora-oral. 
Proteção contra câncer de mama – risco da doença 
diminui 4,3% a cada 12 meses de duração de 
amamentação. 
Evita nova gravidez – atua com excelente método 
contraceptivo nos primeiros 6 meses após o parto, 
desde que a mãe esteja amamentando 
exclusivamente ou predominantemente e ainda não 
tenha menstruado. (Relação entre o número de 
 
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mamadas e a ovulação, geralmente mulheres que 
amamentam menos ovulam antes dos 6 meses). 
Outros benefícios – 
Prevenção do câncer de mama, ovário, útero; diabetes 
tipo 2, hipercolesterolemia, hipertensão e doença 
coronariana; obesidade, doença metabólica, 
osteoporose e fratura de quadril; artrite reumatoide, 
depressão pós-parto, diminuição do risco de recaída 
de esclerose múltipla pós-parto. 
Redução de enxaqueca - Um estudo mostrou que as 
mulheres portadoras de enxaqueca antes da gestação, 
se praticarem o aleitamento materno exclusivo, têm 
menor chance de retorno das crises de enxaqueca, 
tanto na avaliação aos 7 dias, como aos 30 dias após 
o parto. 
Redução de Fratura óssea por osteoporose - 
Promoção do vínculo afetivo mãe e filho – benefícios 
psicológicos, quando a amamentação é prazerosa. É 
um modo de comunicação de promove o 
conhecimento do que é afeto e confiança. 
Melhor custo financeiro 
Melhora na qualidade de vida do bebê e da família 
 
OBS.: Colostro (leite nos primeiros 3-5dias de vida) 
Fatores imunológicos : IgA secretora promove a 
imunidade de infecções do meio da mae ; IgM e IgG, 
lactoferrina, lisozima, fator bífedo. 
 
6. Diferença na composição do leite 
materno para o leite de vaca 
COLOSTRO 
Leite produzido por aproximadamente 7 dias após o 
parto' difere do leite materno maduro por apresentar: 
a) Maior quantidade de proteína, pois contém mais 
anticorpos e outras proteínas anti-infecciosas. 
b) Muito maior quantidade de lgA secretória, 
lactoferrinae leucócitos, importantes para a defesa 
contra infecções. 
c) Maior quantidade de fatores de crescimento que são 
mediadores de funções biológicas, modulando o 
crescimento e o desenvolvimento de órgãos e 
sistemas, principalmente os gastrointestinais e 
respiratórios, e aumentando a eficiência da utilização 
dos nutrientes, principalmente após doença (proteínas 
de baixo valor molecular). 
d) Menos gordura e lactose. 
e) Maior quantidade de vitamina A. (2x+ que no leite 
maduro) 
f) Mais sódio e zinco. 
g) Efeito laxante que favorece a eliminação do 
mecônio, prevenindo, assim, a icterícia. 
A concentração de gordura no leite aumenta no 
decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da 
mamada (chamado leite posterior) é mais rico em 
energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a 
importância de a criança esvaziar bem a mama. 
O leite humano possui numerosos fatores 
imunológicos que protegem a criança contra 
infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo, 
atuando contra microrganismos presentes nas 
superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no leite 
humano são um reflexo dos antígenos entéricos e 
respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos 
contra agentes infecciosos com os quais já teve 
contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à 
criança contra os germes prevalentes no meio em que 
a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno 
diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo 
relativamente constante a partir de então. 
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de 
proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, 
macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, 
lisosima e fator bífido. Esse favorece o crescimento do 
Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que 
acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias 
que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e 
Escherichia coli (formação de biofilme). 
Os níveis do Fator de Crescimento Epidérmico são 
mais altos em mães que tem bebês prematuros, o que 
reduz drasticamente a taxa de Enterocolite Necrosante 
(ECN) e inflamação intestinal. 
 
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Leite de vaca tem 3x mais proteínas do que o leite 
materno, sendo a maior parte dessa proteína a caseína 
(80%), de difícil digestão, pela formação de coágulo. 
Leite humano, apesar de ter menos proteínas, trata-
se da lactoalbumina e só 30% de caseína, formando 
um coágulo maciço e facilmente digerido. Leite 
humano tem cistina e taurina, fundamental para o 
desenvolvimento cerebral (leite de outros mamíferos 
não tem). 
Carboidratos – lactose em maior proporção no LM do 
que no LV. 
Gordura – no LM vem associado a lipase, o que facilita 
a digestão, não estando presente em LV. 
Minerais – LM tem menos cálcio/fosforo e outros , mas 
estão nas proporções ideias para absorção do bb. 
Vitaminas – Vit A em maior quant no LM, assim como 
o ácido fólico, ascórbico 
 
7. Técnica de amamentação 
A sucção é um ato reflexo, mas é necessário que haja 
a pega adequada, garantindo a formação de um 
vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se 
mantenham dentro da boca do bebê. A língua eleva 
suas bordas laterais e ponta, forma uma concha que 
leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ativando 
o reflexo de deglutição. 
O ciclo de movimentos mandibulares (p/ baixo, frente, 
cima e trás) promove o crescimento harmônico da face 
do bebê. 
Posição adequada + Pega adequada = Técnica correta 
POSIÇÃO – mãe bem confortavelmente posicionada 
para evitar a dor, corpo do bebê junto a mãe, cabeça 
do bb alinhado, pescoço levemente estendido, não 
deve estar com os dedos em tesoura (impede a 
secreção), os dedos devem estar em C. 
PEGA ADEQUADA – bebê vai à mama (não a mama 
vai até o bebê); a mãe deve esperar o bb abrir bem a 
boca e baixar a língua antes de coloca-lo no peito. 
Bebê com boca bem aberta permite abocanhar além 
da mamilo, parte da aureola, lábios curvados para fora 
com boca em formato de peixe, nariz livre para 
respirar, queixo encostado na mama, ruído de 
deglutição. 
 
TÉCNICA INADEQUADA 
• Bochechas encovadas a cada sucção 
• Ruído de língua 
• Mama esticada ou deformada na mamada 
• Dor na amamentação 
• Mamilos com estrias vermelhas ou áreas 
esbranquiçadas quando o bb solta 
IMPORTANTE: mamas muito cheias, a aréola pode 
estar tensa, endurecida, dificultando a pega. 
Recomenda-se, então, antes da mamada, retirar 
manualmente um pouco de leite da aréola ingurgitada. 
 
 
 
IMPORTANTE - 
Aleitamento em livre demanda 8-12 vezes ao dia 
Não existe “leite fraco” 
Esvaziar a mama 
Não ofertar água ou chá (pois diminui a ingesta de 
leite materno) 
Não utilizar mamadeira (mais fácil) ou chupeta 
P/ a Lactante (moderar no café, consumir 3 porções 
de leite por dia, dieta variada) 
Retorno ao trabalho: ordenhar e armazenar 15 dias 
antes, 
Amamentar enquanto em casa, evitar mamadeira 
oferecer o leite em colher) 
 
Anotações ...
 
 
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FALSAS CONTRA-INDICAÇÕES 
- tuberculose 
- hanseníase 
- hepatite B 
- tabagismo 
- consumo de álcool 
 
Referências 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à 
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da 
criança : aleitamento materno e alimentação 
complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 
– 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

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