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1 INTRODUÇÃO Os músculos esqueléticos estão unidos aos ossos do esqueleto, o que capacita es- ses músculos a controlarem os movimen- tos corporais. Os músculos esqueléticos estão ligados aos ossos pelos tendões, estruturas consti- tuídas por colágeno. Um músculo é chamado de flexor se a porção central dos ossos conectados se aproximam quando o músculo contrai, e o movimento é chamado de flexão. Se os ossos se afastam quando o mús- culo contrai, o músculo é chamado de ex- tensor, e o movimento associado é cha- mado de extensão. Os pares de músculos extensores e flexo- res são denominados músculos antagonis- tas, pois exercem efeitos opostos. A con- tração muscular é capaz de puxar um osso, mas não é capaz de empurrar. HISTOLOGIA DO TECIDO MUSCULAR ESQUELETICO Um musculo esquelético é um conjunto de fibras musculares (células musculares). Cada fibra muscular esquelética está en- volvida por tecido conectivo. O tecido co- nectivo também envolve grupos de fibras musculares adjacentes, as quais formam conjuntos,chamados de fascículos. Fibras colágenas e elásticas, nervos e vasos sanguíneos dispõem-se entre os fascículos. O musculo é recoberto por um tecido conjuntivo chamado epimisio, e dentro desse musculo há vasos sanguíneos, fibras nervosas e fascículos, que também são re- cobertos por uma camada de tecido con- juntivo chamado de perimísio. 2 ANATOMIA DA FIBRA MUSCULAR Dentro da fibra muscular tem as miofibri- las que são compostas por várias proteínas que formam os miofilamentos. O retículo sarcoplasmático envolve cada miofibrilas e é formado por túbulos longi- tudinais com porções terminais alargadas, chamadas de cisternas terminais. O retículo sarcoplasmático concentra e sequestra Ca2+ com o auxílio de uma Ca2+- ATPase presente na membrana do RS. A liberação de cálcio do RS produz um sinal de cálcio que desempenha um papel-chave na contração de todos os tipos de músculo. As cisternas terminais são adjacentes e in- timamente associadas a uma rede ramifi- cada de túbulos transversos, também cha- mados de túbulos T. O conjunto formado por um túbulo T e pelas duas cisternas ter- minais associadas a cada um de seus lados, constitui uma tríade. Os túbulos T permitem que os potenciais de ação se movam rapidamente da superfí- cie para o interior da fibra muscular, de forma a alcançar as cisternas terminais quase simultaneamente, tendo uma despo- larização quase imediata. O citosol entre as miofibrilas contém muitos grânulos de glicogênio e mitocôn- drias. A mitocôndria é a organela respon- sável pela produção da maior parte de ATP necessário para a contração muscular. As fibras musculares são compostas por vários tipos de proteínas: PROTEÍNAS CONTRATEIS Miosina- Cada cabeça de miosina possui duas cadeias proteicas: uma cadeia pesada e uma cadeia leve, menor. A cadeia pesada é o domínio motor capaz de ligar o ATP e utilizar a energia da ligação fosfato de alta energia do ATP para gerar movimento. Como o domínio motor funciona como uma enzima, ele é considerado uma mio- sina-ATPase. A cadeia pesada também contém um sítio de ligação para a actina. No músculo esquelético, cerca de 250 mo- léculas de miosina unem-se para formar um filamento grosso. Cada filamento grosso está organizado de modo que as ca- beças da miosina fiquem agrupadas nas ex- tremidades do filamento e a região central seja formada por um feixe de caudas da mi- osina. Actina- proteína que forma os filamentos finos da fibra muscular. PROTEÍNAS REGULATORIAS Tropomiosina Troponina- exerce efeito inibitório sobre a tropomiosina para que essa mantenha es- condidos os sítios de ligação da miosina na molécula de actina. PROTEÍNAS ACESSÓRIAS Tinina- responsável para que a fibra volte para o seu local quando há o relaxamento. Nebulina-auxilia no alinhamento dos fila- mentos de actina no sarcômero. SARCÔMEROS: O sarcômero vai de um disco Z a outro disco Z. Disco Z é uma comunicado longitudinal de todos os filamentos finos de actina. No meio do sarcômero há a Linha M, que representa o ponto de comunicação entre o filamento expesso superior e o filamento excesso abaixo. Assim você liga 3 longitudinalmente todos os filamentos de miosina. Quando o disco Z da direita e o disco Z da esquerda se aproximam da linha M ocorre a contração muscular e quando se afastam ocorre o relaxamento. Quando o disco Z esta distante da linha M, a fibra muscular esta relaxada e quando aproximo o disco Z, a fibra muscular esta contraída. Isso ocorre pela interação exclusiva da miosina com a actina. A miosina quando entrar em contato com a actina, vai tracionando as actinas em direção a linha M. A miosina possui uma estrutura fixa, que é a cauda da miosina. Ha uma região flexível que chamamos de braço de miosina ou pescoço de miosina, essa estrutura é móvel. A cabeça da miosina representa a região que quando entra em contato com a actina cria a contração muscular. A cabeça da miosina há a atividade enzimática da ATPase. Significa que pode haver quebra de ATP nessa região. Isso vai ser essencial para que a miosina se movimente em direção a actina. A actina não se movimenta, ela é tracionada para a linha M. Essa tração é promovida pela miosina. A actina é fixa. O filamento de actina é formado por 3 proteinas. Formado por dimeros de actina, uma bolinha em cima uma bolinha embaixo. Esses dimeros estão ligados covalentemente. A actina tem um sitio de ligação, onde a cabeça da miosina entra em contato, ocorrendo automaticamente a contração muscular. Porem esse sitio de ligação não estão livres. Todos os sítios de ligação estão coberto pela proteína tropomiosina. Se esses sítios de ligação estivessem liberados, automaticamente a miosina entraria em contato com a actina e a contração muscular seria mantida, sem haver um relaxamento. Isso não é fisiológico. Ha também as troponinas, são 3. A troponina I esta ligada diretamente a actina. A troponina T se liga a tropomiosina. A troponina C não se liga a nada, estando livre. As 3 troponinas estão ligadas umas as outras. Se eu movimentar uma delas, as demais também se movimentam. Se eu movimento uma troponina, também consigo movimentar uma tropomiosina indiretamente. A actina não se move porque possui a nebulina passando por cima dela. A nebulina fixa a actina para que ela não rode no próprio eixo. A etapa de liberar o sitio de ligação é muito importante, pois é quando se aciona a função muscular. No filamento espesso, composto por miosina, no centro não ha cabeça de miosina e sim apenas cauda (estruturas fixas). Essa região central é chamada de Zona H, ela forma uma linha mais clara dentro de uma linha escura. Há um trecho onde ha sobreposição de miosina e actina, chamada de banda A. No centro da banda A esta a zona H. É escuro porque há sobreposição de miosina e actina. Esses pontos mais claros (zona H) e mais escuros (banda A) da o aspecto estriado para as fibras. A nebulina passa por dentro da estrutura do filamento de actina, ela auxilia no alinhamento da actina, não deixando a actina girar ou sair desalinhando-se no momento da contração muscular. Se a actina girar ela esconde novamente o sitio de ligação. A titina passa transversalmente por toda a estrutura de miosina. Ela proporciona estabilidade e elasticidade da miosina. 4 CONTRAÇÃO MUSCULAR É um processo que permite a geração de força para mover ou resistir a uma carga. A força produzida pela contração muscular é chamada de tensão muscular. A contração, a geração de tensão pelo músculo, é um processo ativo que necessita de energia fornecida pelo ATP. O relaxamento é a liberação da tensão que foi produzida durante a contração. TEORIADA CONTRAÇÃO PELOS FILAMENTOS DESLIZANTES Os filamentos sobrepostos de actina e de miosina, de comprimen-to fixo, deslizam uns sobre os outros em um processo que requer energia e que produz a contração muscular. No estado de relaxamento, o sarcômero possui uma banda I grande (somente filamentos finos) e uma banda A, cujo comprimento equivale ao comprimento dos filamentos grossos. Quando o músculo contrai, os filamentos grossos e finos deslizam uns sobre os outros. Os discos Z aproximam-se à medida que o sarcômero encurta. A banda I e a zona H – regiões onde não há sobreposição de actina e de miosina no estado de repouso –praticamente desaparecem. Apesar do encurtamento do sarcômero, o comprimento da banda A permanece constante. Essas modificações são consistentes com o deslizamento dos filamentos finos de actina sobre os filamentos grossos de miosina, à medida que os filamentos finos se movem em direção à linha M, no centro do sarcômero. O movimento das ligações cruzadas da miosina fornece a força que move o filamento de actina durante uma contração. No músculo, as cabeças de miosina ligam-se às moléculas de actina. Um sinal de cálcio inicia o movimento de força, produzido quando as ligações cruzadas da miosina mudam de conformação, movendo-se para a frente e empurrando os filamentos de actina em direção ao centro do sarcômero. Ao final do movimento de força, cada cabeça de miosina solta-se da actina, inclina-se para trás e liga-se a uma nova mo-lécula de actina, ficando pronta para dar início a um novo ciclo. Durante a contração, nem todas as cabeças de miosina se soltam ao mesmo tempo – se isso ocorresse, as proteínas deslizariam de volta para a posição inicial. O Ca2+ inicia a contração muscular unindo-se à troponina C, pois desloca a tropomiosina e expõe os sitios de ligação de miosina na actina. Quando o Ca2+ do citosol diminui, ele desliga-se da troponina e a tropomiosina retorna a sua posição cobrindo os sitios de ligação da miosina na molécula de actina. 5 Ciclos de pontes cruzadas causam deslizamento dos filamentos e contração muscular. O ATP é necessario para contração muscular e para o relaxamento muscular. Quando o Ca2+ se liga a troponina C e expõe o sitio de ligação da actina com a cabeça de miosina, a cabeça de miosina se liga a actina, o ATP é hidrolizado, transformando em ADP e fosfato inorganico. Quando o fosfato inorganico é liberado, o angulo de 90° se transforma em um angulo de 45°, provocando um deslizamento. Quando ele provoca esse deslizamento, o ADP se desliga fazendo com que ele fique novamente na posição 90°. Então chega um novo ATP e se liga, ocorrendo um desprendimento da cabeça de miosina da actina. EVENTOS QUE OCORREM NA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR A acetilcolina liberada na fenda sináptica da junção neuromuscular liga-se aos receptores ionotrópicos (canais) de ACh da placa motora terminal da fibra muscular. Quando esses canais dependentes de ACh se abrem, ocorre o fluxo de Na e K através da membrana plasmática. Entretanto, o influxo de Na supera o efluxo de K químico é maior para o Na , pois a força motriz do gradiente eletroquimico é maior para o Na. A adição efetiva de carga positiva despolariza a membrana da fibra muscular, gerando um potencial da placa motora (PPM). Normalmente, os potenciais da placa motora sempre atingem o limiar, levando à geração de um potencial de ação muscular. O potencial de ação desloca-se pela superfície da fibra muscular, e para o interior dos túbulos T, devido à abertura sequencial de canais de Na dependentes de voltagem. Quando o PA penetra nos túbulos T, ocorre a liberação de Ca2+, a partir do reticulo sarcoplasmatico. Em um músculo em repouso, os níveis citosólicos de Ca2+ normalmente são muito baixos. Entretanto, esses níveis aumentam cerca de 100 vezes após um potencial de ação. Como discutido anteriormente, quando os níveis citosólicos de Ca2+ estão altos, o Ca2+ liga- se à troponina, a tropomiosina move-se para a posição “ligada” e a contração ocorre. No nível molecular, a transdução do sinal elétrico em um sinal de cálcio necessita de duas proteínas de membrana. A membrana do túbulo T contém uma proteína sensível à voltagem, um canal de cálcio do tipo L, chamado de recep-tor de di-hidropiridina (DHP). No músculo esquelético, exclusivamente, esses receptores de DHP estão acoplados mecanicamente aos canais de Ca2 do retículo sarcoplasmático adjacente. Estes canais de liberação de Ca2 do RS são conhecidos como receptores de rianodina (RyR). Quando a despolarização produzida por um potencial de ação alcança um receptor de DHP, o receptor sofre uma alteração conformacional. Essa alteração confor- macional causa a abertura dos canais RyR para a liberação de Ca2 do retículo sarcoplasmático. O Ca2 armazenado flui para o citosol, a favor do seu gradiente eletroquímico, iniciando o processo de contração. 6 ANOTAÇÃO DA AULA: As fendas subneurais é o local onde são lançadas as vesiculas com acetilcolina. Essas vesiculas farão com que quando a ACh caia dentro dessa fenda subneural seja ligada a um canal de sodio-acetilcolina dependente. Esse canal irá se abrir, ocorrendo um influxo de sódio para dentro da fibra e um efluxo de potassio para fora. Entra mais sodio porque o gradiente de concentração do sodio é maior do que o de potassio. Isso faz com que essa parte da membrana da celula muscular comece a ficar menos negativa e quase invariavelmente vai atingir o limiar de exitabilidade para gerar um PA, percorrendo toda a membrana plasmatica da fibra motora e irá a despolarizar completamente, incluindo os túbulos T, provocando uma contração muscular. Quando o PA percorrer os túbulos T, que é ligado ao RS por um canal de calcio chamado de receptor di-hidropiridine, esse canal de calcio na fibra muscular estriada esqueletica é ligado a um outro canal de calcio diretamente no RS. Quando ocorre a despolarização do tubulo T, abre esse canal de calcio ligado diretamente ao canal de receptor di- hidropiridine no túbulo T e então o calcio que estava armazenado no reticulo sarcoplasmatico, irá cair dentro do citoplasma da célula uma grande quantidade de cálcio. Esse cálcio será importante para a contração muscular pois irá expor o sitio de ligação da actina para ligar a miosina. O PA irá fazer a liberação do calcio do RS para o sarcoplasma, e esse cálcio ira participar da contração muscular. O PA percorre todo o sarcolema e os túbulos T. Os túbulos T vão chegar no receptor dihidropiridine (receptor volta- gem dependente) e com a despolarização esse receptor é estimulado, o canal de calcio e RS se abrem e o calcio sera lançado do RS para o citosol. Ao terminar o PA, existe uma bomba de calcio no RS que captaram esse Ca2+ novamente para dentro do reticulo, aumentando sua concentração no mesmo e reduzindo sua concentração no citosol da célula. Isso tudo ocorre atraves do transporte ativo. O nome dessa bomba é Calcio-ATPase, pois trabalha gastando ATP. ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO- CONTRAÇÃO A acetilcolina é liberada na junção neuromuscular, dentro da fenda subneural, na placa motora, o canal de sodio-acetilco- lina dependentes é aberto, tem efluxo de potassio e mais influxo de sodio, gerando uma redução na negatividade da célula até atingir o limiar de exitabilidade da placa motora e gerar um PA, estimulando o 7 receptor dihidropiridinico que esta ligado a um canal de calcio ser aberto e o calcio que estava dentro do reticulo é jogado no citosol. Isso é importante pois o calcio vai ser fundamental para liberar o sitio de ligação da actina para se ligar a cabeça de miosina. O Ca2+ vai tirar a troponianque estava na célula e vai liberar a cabeça de miosina, para que ela cause um movimento de contração ao puxar a actina. Um unico PA em uma fibra muscular evoca uma unica contração muscular chamado de abalo muscular. Quando esse PA despolariza varias fibras ao mesmo tempo, terá a contração completa do musculo com uma força de contração maior. FADIGA Termo fisiologico que descreve uma condição reversivel na qual um musculo é incapaz de produzir ou sustentar a potencia esperada. Fadiga Central: inclui sentimentos subjetivos de cansaço e um desejo de cessar a atividade. Essa fadiga parece preceder à fadiga fisiológica As causas neurais da fadiga podem surgir tanto de falhas de comunicação na junção neuromuscular quanto de falha dos neuronios de comando do SNC. É influenciada por: intensidade e duração da atividade contrátil; se está usando metabolismo aeróbico ou anaeróbico; composição do músculo; nível de condicionamento físico do indivíduo FORÇA DE CONTRAÇÃO SOMAÇÃO O intervalo de tempo entre os potenciais de ação for reduzido, a fibra muscular não terá tempo para relaxar completamente entre os dois estímulos subsequentes, resultando em uma contração mais vigorosa TETANIA Se os potenciais de ação continuarem a estimular a fibra muscular repetidamente a curtos intervalos de tempo (alta frequência), o período de relaxamento entre as contrações diminui até que a fibra muscular atinja um estado de contração máxima, denominado Tetania incompleta Se os potenciais de ação continuam em alta frequência o relaxamento entre as contra- ções diminui até que as fibras alcancem um estado de contração máxima. Tetania completa Se a taxa de estímulo é alta suficiente para que a fibra muscular não tenha tempo de relaxar. 8 TIPOS DE CONTRAÇÃO CONTRAÇÃO ISOTÔNICA O músculo encurta durante a contração e sua tensão permance constante. Contração com redução maxima do musculo. CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA O músculo não se encurta durante a contração havendo registro da força (tensão) gerada pela contração Quando a contração produz tensão muscular, não conseguindo reduzir o tamanho do músculo. A Contração do Músculo depende dos tipos e do número de Unidades Motoras Unidade Motora constitui-se de 1 neurônio motor e o conjunto de fibras musculares por ele inervadas. O número de fibras iner- vadas por um neurônio é variável, mas são do mesmo tipo. Aumento gradual na tensão muscular são mediados por recrutamento ordenado de diferentes tipos de unidades motoras como pelo aumento na frequência de disparo dos motoneurônios.
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