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COLITE PSEUDOMEMBRANOSA É uma doença inflamatória causada por toxinas produzidas pela proliferação em excesso de Clostridium difficile. Clostridium difficile: ⦁ Bacilo gram-positivo anaeróbio; ⦁ Transmissão fecal-oral; mãos dos profissionais de saúde é o principal vetor de transmissão entre os pacientes internados; ⦁ Esporos resistentes a calor, ácido e antibióticos; ⦁ Produtores de toxinas: Toxina A (Enterotoxina), toxina B (citotoxina)- 10 vezes mais potente que a toxina A; As toxinas são responsáveis por fazer a quimiotaxia dos neutrófilos e demais células de defesa e desenvolver todo o processo inflamatório. Fatores de risco: Antibioticoterapia recente, idade avançada, doença renal crônica, endoscopia digestiva,sondas gastroenterais, cirurgia gastrointestinal, uso de antiácidos prolongado, termômetros retais, cirrose hepática. Antibióticos mais frequentemente associados: ⦁ Frequentemente: fluoroquinolonas, clindamicina, cefalosporina de amplo espectro, penicilinas de amplo espectro. ⦁ Ocasionalmente: Macrolídeos, sulfametoxazol-trimetoprim. ⦁ Raramente: Tetraciclinas, aminoglicosídeos, metronidazol, vancomicina. QUADRO CLÍNICO: Assintomáticos (20%)- Para esses pacientes, o tratamento de rotina não é recomendado. Cuidado: funcionam como reservatório para contaminação do ambiente e de outros pacientes. Sintomático: Diarreia aquosa (+ de 10 episódios por dia), dor abdominal tipo cólica, febre baixa, leucocitose; tem início durante o tratamento com antibiótico ou 5-10 dias após o término. Diarréia com colite é caracterizada por dor abdominal, diarréia e distensão abdominal, febre, íleo-paralitico, hipovolemia, acidose lática, hipoalbuminemia e leucocitose. Pode evoluir com megacólon tóxico ou perfuração. Achados na colonoscopia: Placas amareladas ou esbranquiçadas confluentes ( ou não), com diâmetro maior que 2 cm, aderidas a parede do intestino. Mais prevalentes no reto e cólon distal. DIAGNÓSTICO: presença de diarréia moderada a grave ou ileo-paralitico + pesquisa positiva nas fezes para toxinas A e B( ELISA) ou PCR para clostridium difficile , ou apenas achados endoscópicos ou histológicos de colite pseudomembranosa. Diagnóstico diferencial: colite isquêmica ( pct idosos com fatores de risco para aterosclerose); outros agentes infecciosos como klebisiella oxytoca, salmonela, staphylococcus aureus. Indicações de colonoscopia: Alta suspeita clínica, com pesquisa nas fezes negativa; necessidade de diagnóstico imediato ou dificuldade na realização dos testes laboratoriais; falência de terapia antibiótica; apresentação atípica. Cuidado: evitar a colonoscopia em pacientes com colite fulminante. CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE: ⦁ Não grave- leucocitose≤15000, creatinina< 1,5. ⦁ Grave- leucocitose>15000, creatinina≥1,5, múltiplas evacuações, sanguinolentas, pseudomembranas, dor abdominal intensa, febre e hipoalbuminemia. ⦁ Fulminante- pode se apresentar com megacólon tóxico, insuficiência respiratória, peritonite, instabilidade hemodinâmica. Tratamento: ⦁ Leves a moderados- metronidazol 500 mg, vo, 3xd/ 10 dias ou vancomicina 125 mg, vo, 4xd/ 10 dias ou fidaxomicina 200mg, vo, por dez dias. ⦁ Graves- vancomicina 125 mg, VO, 4xd/10-14 dias. ⦁ Colite fulminante- vancomicina 500mg, sng, 4xd + metronidazol 500mg, EV, 3xd. ⦁ Íleo-paralítico- vancomicina retal 500 mg 4xd. Profilaxia: evitar uso de ATB indiscriminadamente, lavagem das mãos com sabão (álcool não elimina os esporos), evitar supressão ácida desnecessária.
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