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Sistemas Sensoriais e Reflexos

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AULA 6 - NEURO
Na aula passada, falamos sobre contração muscular motor espinhal. Desde o começo estávamos falando sobre o sistema nervoso pegar a informação do ambiente, processar e emitir uma resposta de modo parecido com o organismo celular. Essas informações, quando a gente fala de controle motor, vem principalmente de três sistemas:
·	Sistema vestibular, que dá o posicionamento da cabeça;
·	Sistema visual;
·	Sistema somatossensorial, que estudamos nas aulas passadas falando sobre pele, músculos, tendão, reflexos etc.
	Primeiro falamos das reações, os reflexos, que são respostas motoras muito simples, como ocorre na contração muscular. Há inúmeros tipos de reflexos, mas não chegaremos a abordar.
	Uma coisa interessante é a seguinte: a princípio aprendemos que pra ter reflexo só precisa de medula espinal e o encéfalo não participa de reflexos de estiramento e retirada, tanto que se você espetar a planta do pé de um paciente com lesão medular ele faz o reflexo de retirada. Assim, no reflexo você tem uma informação que chega do ambiente, aferente, tem uma integração no nível da medula espinal e tem uma resposta motora, eferente. No entanto, recentemente descobriu-se (por isso não está nos nossos livros de graduação atuais) que esse reflexo vai até o córtex cerebral e desce, ou seja, não acontece apenas no nível da medula espinal - apesar de depender dela -, o que é chamado de alça longa.
	Como eles descobriram que o reflexo também vai até o córtex?
Eles fizeram experimentos com pessoas saudáveis e pessoas com um tipo de síndrome do desenvolvimento do sistema nervoso:
 - Nas pessoas saudáveis, eles monitoravam, com o auxílio de um eletromiograma, o reflexo de retirada nos dois dedos polegares, direito e esquerdo, após o estiramento forçado do dedo. Se estiravam apenas o dedo direito, somente esse respondia com o reflexo de retirada, enquanto o esquerdo permanecia normal, sem responder com o reflexo de retirada, ou seja, o reflexo acontecia no sentido ipsilateral e no sentido contralateral nada ocorria.
 - Nas pessoas com a Síndrome de Klipelfel (não entendi bem o nome da síndrome - 8:24), há um anomalia do SN de modo que cada neurônio que desce do córtex motor vai inervar os motoneurônios dos dois lados do corpo, ou seja, se eu mando contrair o lado ipsilateral o lado contralateral também responde, sem que o indivíduo tenha controle sobre isso. Assim, nessas pessoas eles perceberam que quando você estira forçadamente o dedo direito, tanto o direito quanto o esquerdo fazem o reflexo de retirada em resposta, ou seja, a informação está chegando do ambiente, passando pela medula e indo até o córtex e do córtex está descendo dois motoneurônios que manda ambos os lados contrairem.
	Assim, embora isso não esteja nos nossos livros de graduação, o reflexo não está restrito à medula espinal, ele também atinge o córtex.
	
	 Além disso, os reflexos existem em vários níveis, nós não respondemos aos reflexos de maneira equivalente, ou seja, eles variam de acordo com o contexto e nós podemos condicioná-los, aumentando ou diminuindo o seu nível de resposta (embora nos livros esteja escrito que ele é sempre igual).
	Exemplo: De manhã, ao esquentar a chaleira para fazer café a alça dela esquenta demasiadamente e, ao pegar nela, o reflexo instintivo de qualquer um seria, teoricamente, largar a alça para não queimar os dedos. No entanto, temos a consciência de que isso faria um estrago ainda maior, por isso continuamos segurando pois sabemos que aguentar uma leve queimadura é uma opção melhor do que largar a chaleira e fazer um estrago enorme. Nessa situação, portanto, nós conseguimos inibir um reflexo defensivo.
	Falamos também que a informação que chega a um músculo ela vai se espalhar por vários outros músculos. O reflexo do bíceps braquial vai repercutir no braquiorradial, no tríceps braquial etc. Também há várias vias motoras que vêm do encéfalo para frenar esses reflexos e quando você tem uma lesão central perde-se o freio do reflexo e ele ficar hiperativo. Nesses casos, quando há uma lesão central, ocorre o efeito de espasticidade, que é quando há um hipertonia do músculo, tornando-o rígido. 
	Exemplo: Um paciente com Parkinson tem uma forma de hipertonia plástica/ridigez em roda dentada, ou seja, quando você tenta alongar o braço dele ele contrai de volta e vai cedendo aos poucos à extensão forçada do músculo. Já o paciente com AVE tem um hipertonia diferente, quando você tenta alongar o braço dele ele primeiro resiste e depois cede de uma vez só à entensão forçada do músculo. Em ambos os casos houve uma lesão central que causou a hipertonia do músculo.
	Lesão na medula espinal:
Quando a pessoa tem uma lesão na medula espinal, dependendo do nível, além de afetar a locomoção, você vai perder determinadas funções:
·	Se a lesão é acima da vértebra C4: a respiração do paciente é comprometida e ele vai depender de ventilação mecânica.
·	Se a lesão é entre as vértebras C4 e C6: haverá uma alteração de regulação térmica e pressão arterial.
·	Se for até a vértebra S2: haverá alteração no controle involuntário da bexiga, intestinos e função sexual.
Portanto, dependendo do nível da lesão haverá comprometimentos distintos.
	Fase de choque medular: Logo após o paciente sofrer uma lesão ele entra numa fase em que redução ou ausência de todos os reflexos abaixo do nível da lesão. Conforme o tempo após a lesão vai passando, o trauma psicológico e o edema vão diminuindo, começam a reaparecer os reflexos e às vezes ficam até exacerbados. Por isso algumas mulheres não menstruam logo após sofrer uma lesão medular, mas depois o ciclo vai se reorganizando.
	Reflexos no nível da medula espinal que auxiliam na marcha
	Para estudar isso, fizeram um experimento com um gato, lesaram sua medula para perder o controle do encéfalo, e colocaram-o numa esteira. Ao colocá-lo numa esteira perceberam que ele tinha o reflexo de caminhada mesmo com a lesão medular, ou seja, na medula espinhal há centros de controle que ajudam a reflexamente realizar a caminhada. Em humanos também há esses centros de controle, mas não tanto quanto o dos quadrúpedes. Assim, se você colocar um lesado medular com órteses que o deixe ereto na água em cima de uma esteira rolante ele apresentará reflexos de uma caminhada. Obviamente há complicações se ele tem hipertonia ou não, mas esse tipo de tratamento é eficaz para manter a tonicidade dos músculos e a densidade óssea do paciente, prevenir aderência e o depósito de cálcio etc, embora não o faça voltar a andar porque não reverte a lesão na medula.
		=> Sintomas de lesão no neurônio motor inferior:
	- Fraqueza ou paralisia: se a lesão do neurônio que inerva determinado músculo a contração fica comprometida.
	- Hiporreflexia ou arreflexia: diminuição da intensidade do reflexo.
		=> Sintomas de lesão no neurônio motor superior:
	- Perda da qualidade do controle, mas não é impossível fazer o músculo contrair.
	- Espasticidade ou hiperreflexia: aumento da intensidade do reflexo (causa da hipertonia).
	* Esclerose lateral amiotrópica ou doença de Lou Gehrig: Por princípio ela começa acometendo neurônio motor inferior, causando hiporreflexia, perda de força, diminuição dos reflexos etc. É a doença do Stephen Hawking.
	Existem respostas que nós não controlamos completamente, mas que envolvem o corpo inteiro, são as chamadas reações reflexas ou defensivas. 
	O que determina o que você faz numa situação dessa é, principalmente, a distância a que o perigo está e se há ou não rota de fuga.
	=> Mostra um vídeo de guepardo caçando um cervo. O babuíno coloca o guepardo para correr para tentar predar o cervo, que fica estático, como se tivesse morto, até o babuíno sair de perto. Essa é uma reação natural do cervo, ele não está fazendo isso conscientemente, é automático. Ela também acontece em humanos porque para a maior parte dos predadores o sistema visual é sensível ao movimento. Essa reação aumenta a nossa chance de sobreviver e acontece em etapas, de acordo com o contexto (distância do perigo e rotade fuga):
	- Em um primeiro momento, quando o perigo está longe, o corpo fica completamente alerta, paralizado e o coração desacelera (bradicardia) - mobilidade atenta.
	- Conforme o predador vai chegando mais perto e a distância com a presa vai diminuindo podem ocorrer duas coisas:
		- Se houver rota de fuga, a presa vai fugir. Então é fuga e depois luta, pois a luta é muito mais desvantajosa. Quando chega muito perto chega ocorre a imobilidade pré-ataque - é muito perceptível em gatos e ratos, por exemplo, quando ele se "ouriça" pra causar medo no predador, é por isso que muitas vezes o rato pula em cima da gente quando chegamos muito perto. Se não houver outra maneira a luta vai acontecer.
		- Se não houver rota de fuga, acontece a mesma coisa que com o cervo, a paralisia quando há extremo risco de vida, o que é chamado de imobilidade tônica. Não é um quadro de fingir-se de morto porque isso não é pensado, nem para os cervos e nem para os humanos, é uma reação incontrolada por nós, que nos deixa estáticos. É por isso que muitas vezes quando somos assaltados nós "congelamos".
		Todos os animais respondem igual, incluindo o ser humano, e é na mesma distância do predador e da presa que ele muda a sua resposta de paralisia pra fuga. É isso que acontece quando somos assaltados, por exemplo.
	=> Explicação do estudo sobre esse tipo de reação no ser humano, com monitoramento da área de variação do centro de pressão da pessoa de acordo com as fotos a que elas eram expostas, simulando diferentes contextos (com rota de fuga, sem rota de fuga, variando a distância das fotos etc). No experimento eram monitoradas a oscilação corporal e as frequências respiratória e cardíaca do indivíduo, a percepção, a retina etc.
MINUTO 38 EM DIANTE - Marcelle
·	Quando uma pessoa está com uma arma apontada para você, há uma diminuição da oscilação corporal e uma baixa frequência cardíaca;
·	Quanto mais traumas de violência urbana uma pessoa tem, mais imóvel ela fica (há uma maior sensibilidade);
·	Em uma situação de risco considerada grave, o ser humano entra num estado chamado imobilidade tônica, ou seja, a pessoa paralisa completamente e não tem controle sobre esse estado;
·	No exemplo que a professora está dando, quando uma arma está direcionada para o lado, a área de oscilação do corpo é maior do que quando a arma está apontada para a pessoa;
·	Em um trauma como o abuso sexual, muitas pessoas paralisam, não reagindo e, se a pessoa for para a delegacia e não houver sinal de luta, é tido como sexo consentido; 
·	Por exemplo, um policial quando está em conflito, pode ver um amigo sob a mira da arma ou ele estar pela mira da arma e não reagir/congelar e se ele sobreviver, se culpará pela vida inteira;
·	83% dos estudantes universitários já passou por crime violento;
·	A arma, no que tange os videogames, tornou-se uma “recompensa”, pois, se você parar para pensar, a cada nível conquistado há uma arma melhor, ou seja, jogar jogos violentos aumenta a agressividade, tanto no comportamento, quanto na cognição (pensar em coisas violentas), quanto afetivas e se alguém passa por violência, talvez não haja uma sensibilização. Por outro lado, diminui a empatia, e diminui seu comportamento social;
·	A mídia influencia de forma negativa no quesito consumo, como por exemplo: beber refrigerantes e/ou fumar cigarros;
·	O comportamento é modulado porque o nosso encéfalo irá modular a atividade dos motoneurônios que estão na medula espinhal;
·	Existe um neurônio que parte do córtex motor primário e vai até a medula espinhal (primeiro neurônio), passando pela cápsula interna (fica entre o tálamo e os núcleos da base) e desce e cruza na decusação das pirâmides para enervar o outro lado do corpo;
·	No giro pré-central, temos neurônios cujo corpo celular vão descer para controlar os músculos;
·	Cada região do córtex motor primário tem regiões que controlam uma parte do corpo (sabe-se isso pelos choques dados no giro pré-central);
·	Na frente do córtex motor primário temos a area motora suplementar e a área pré motora.
SEGUNDA PARTE DA AULA - RENATA
Então a gente entendeu que como o músculo contrai, como o SNC manda o músculo contrair, como o encéfalo vai controlar a contração desses músculos. Vimos o papel do córtex motor primário como execução do movimento e do córtex pré motor e área motora suplementar como planejamento.
Epilepsia: Grupos de neurônios que disparam sozinhos, do nada, sem controle.
Tem um neurônio aqui que desce e faz sinapse com o neurônio motor da medula, só que na verdade não é bem assim, é o seguinte. Então a primeira coisa que se sabe é que cada neurônio do córtex motor primário faz sinapse com vários moto neurônios da medula espinhal e vai controlar vários músculos diferentes. Então se tem um neurônio controlando vários músculos, isso se chama de divergência. É importante porque ativando um neurônio do córtex consigo controlar vários músculos para um padrão de movimento. Então tem poucos neurônios que vão inervar vários músculos, que vão agir juntos para produzir um tipo de movimento, isso que chamamos de divergência. E tem outra coisa que é a seguinte, cada neurônio da medula espinhal vai receber inervação de vários neurônios do córtex que a gente chama de convergência, então são grupos de neurônios que participam de padrões de movimentos.
O que acham que vai acontecer para eu preservar o movimento desse músculo se eu perder algum desses moto neurônios? Eu perco totalmente o movimento desse musculo? Não, porque em outros moto neurônios. De modo que eu possa depois, por um fenômeno chamado de plasticidade fazer com que aquele movimento seja recuperado usando os neurônios que sobraram, então tenho como treinar esses neurônios para fazer os movimentos que eu perdi.
Então o padrão de divergência x convergência é muito importante pois ajuda a gente a ter flexibilidade de modo que esse neurônio aqui possa passar a controlar esse músculo para outro padrão de movimento.
Plasticidade cerebral: Treinar determinados neurônios que sobraram para fazer movimento que o paciente perdeu. Seu SNC se modifica desde a barriga, até a morte, está aprendendo e se modificando a todo momento.
Há um mosaico de neurônios que controlam músculos diferentes para movimentos diferentes.
Técnica experimental de laboratório que faz similar a abrir a cabeça do macaco e dar um choque:
Estimulação magnética transcraniana (tms): Tem uma máquina que tem uma bobina que passa corrente elétrica muito rápida na bobina, uma corrente elétrica induz campo magnético e campo magnético induz corrente elétrica, quando induzo corrente elétrica aqui, induz campo magnético que é perpendicular e esse campo magnético induz corrente elétrica nos neurônios do córtex motor primário, então pega e coloca a bobina no córtex motor primário da pessoa e registra a atividade do musculo. Vai dando várias estimulações no córtex, então tem como mapear os controles do movimento no cérebro de uma pessoa, sem precisar abrir a cabeça. Aplico corrente elétrica que gera campo magnético que gera corrente elétrica aqui no córtex motor primário e aí vai despolarizar o neurônio que desce do córtex e vai até a medula espinhal e o da medula espinhal faz sinapse no neurônio motor inferior que manda o musculo contrair. Coloca um eletrodo em cima do músculo da pessoa e dá um “tec” e a pessoa contrai. Registra e olha um padrão eletromiograma. Por exemplo, pacientes que fazem lesão de plexo braquial, faz a tms e vê voltar a contrair o bíceps porque com a cirurgia conseguiu reinervar o bíceps.
Há um tempo atrás tinha aquela ideia, que não é verdade, que tinha faixinha de tecido do córtex que controlava cada pedaço do corpo, cada musculo. E a gente sabe cada vez mais que a organização do córtex é muito mais complicada, tem faixa pra braço, faixa pra mão.
Córtex pré motor: Planeja.
Experimento no macaco: Será que quando penso em fazer um movimento, mas não faço, será que o cérebro está ativo naquela região? Será que consigo ativar o córtex motor sem fazer o movimento? Eles estavam estudando planejamentode movimento, chegou alguém e pegou o objeto que o macaco tinha que pegar, e o macaco só ficou olhando, não estava planejando movimento, mas os neurônios dispararam, mesmo o macaco não feito o movimento, estudaram e viram que no córtex pré motor tem neurônios que estão ativos, disparam potencial de ação quando o próprio macaco está planejando o movimento ou quando vê uma pessoa ou outro macaco fazendo aquele movimento, então o neurônio participa do movimento que o macaco faz e do movimento que está vendo alguém fazer, por isso chamaram de neurônios espelhos.
E aí, isso foi muito estudado. Esse aqui, eles treinaram o macaquinho, ficavam registrando a atividade do pré motor e aí tinham 4 condições:
Amendoim que tem a casquinha, dava o amendoim e deixava o macaco pegar e via que o neurônio está ativo. E se o macaco via alguém pegar o amendoim e quebrar também estava ativo, ou seja, neurônios espelhos. E se o macaco não via, mas ouvia alguém quebrar o amendoim, o neurônio também dispara. Então o neurônio dispara para ideia de movimento, que ele está realizando ou outra pessoa.
Imagética: Imaginar o movimento sem realizar.
Então tem duas formas de ativar o córtex pré motor sem fazer o movimento ver alguém fazer o movimento ou imaginar.
Quando imagina não é o neurônio espelho? Não posso dizer que é exatamente o neurônio espelho, porque tem neurônios espelhos também no córtex sensorial, ou seja quando eu sinto dor, ou vejo você sentindo dor os neurônios disparam, mas que não tem nada a ver com movimento.
Neurônios espelhos: Processam informação sua e do outro. Ajudam na imitação do outro, tipo pegar sotaque de outro estado para aceitação em grupos e na aprendizagens de movimentos.
Tem um monte de teorias sobre neurônios espelhos, por exemplo, tem pessoas que acham que como tem neurônios espelhos para parte sensorial, acreditam que os sociopatas falham em perceber o que acontece com o outro, como se machucasse o outro, não tivesse noção do que o outro está sentindo.
E a outra coisa é imaginar o movimento, quando imagina ativa as áreas de planejamento. Esses dois fenômenos, a imagética e o funcionamento de neurônios espelhos é usado como base de treinamento de atleta, para melhorar o desempenho, imagina ou assiste. A imagética e a visualização treinam o planejamento não a execução.
 Até agora estávamos falando da forma que o córtex primário, a região motora vai conseguir trocar o movimento. Então a gente viu o motor primário executar o e pré motor e motor exemplar planejam. Ali tem pré neurônios e neurônios expressos na área pré motora, e essas regiões são ativas quando a gente imagina o movimento. E isso é trato que chamamos de cortico espinhal lateral e medial.
Trato corticoespinhal lateral e medial 
 Também chamamos de via direta do córtex motor porque sai direto do córtex motor para a medula espinhal, já que tem algumas vias indiretas, ou seja, saem neurônios do córtex motor e fazem sinapse em núcleos (núcleo do nervo vestibular, núcleos reticulares). Logo, tem várias regiões que recebem projeções do córtex e desses núcleos descem neurônios pra medula espinhal. Então lembra que eu falei pra vocês que tem vias que freiam os reflexos? São essas vias aqui, que não vem direto do córtex motor primário, vem de áreas subcorticais. Mas vamos falar da área do trato vestíbulo espinhal, que vem do núcleo vestibular. O sistema auditivo é composto pelo tímpano, ossículos do ouvido médio (estribo, martelo e bigorna) e cóclea( onde o som é processado) e seus estímulos são levado do nervo auditivo ao córtex auditivo primário. Junto a esse sistema, temos o sistema vestibular, que é formado pelos canais semicirculares, sáculo e o utrículo. Ambos que estão dentro do osso temporal. O nervo vestíbulo coclear vai levar a informação até o córtex auditivo primário. A cóclea vai levar a informação auditiva. Os canais semicirculares do sistema vestibular têm regiões ocas e que contém líquido, e os neurônios que estão ali possuem vilosidades(cílios), de modo que em cima dessa região, esses cílios estão imersos em uma camada de gel, onde em cima desse gel tem cristais chamados otólitos (cristais de cálcio). Isso ajuda na percepção do movimento, como por exemplo em giro: toda vez que você girar para um lado, o líquido vai para o lado oposto e nisso ele vai inclinar esses cristais e os cílios também vão juntos. Esses cílios tem entre eles um filamentos que os ligam entre outros de modo de que quando um cílios inclina para um lado, ele puxa os cílios e abrem um canal mecanorreceptor para entrada de cargas positivas, ele despolarização e libera o potencial de ação. Então toda vez que esse líquido mexer, a ampola também vai mexer e gera potencial de ação, levando essa informação até o cérebro e informa que o corpo girou. Então, são estruturas que localizam o movimento da cabeça no espaço. O sáculo e o utrículo sinalizam os deslocamentos horizontais e os canais semicirculares sinalizam rotações, essas informações são super importantes para sabermos onde está o corpo no espaço. Essas informações que saem dessa estruturas eles vão assistir o núcleo do vestibulococlear e de lá vai descer o que chamamos de trato vestíbulo espinhal, ou seja, sai do núcleo vestibular e vai pra medula espinhal. Ele ajusta a postura de acordo com a movimentação da cabeça. Na labirintite é uma alteração do funcionamento do sistema vestibular, a primeira sensação que se tem é que o mundo está girando, visto que a informação levada está errada, como se você estivesse girando. 
 
Núcleos da base
Os núcleos da bases é composto pelo caudado, o putâmen, globo pálido externo e globo pálido interno, substância branca e substância nigra, tálamo e subtálamo.
Os núcleos da base funcionam da seguinte maneira:
Imagina um cabo de guerra, dessa forma, temos um circuito que favorece o movimento e outro que freiam o movimento e o controle é feito através do movimento comandado pelos estímulos. Dependendo da alteração que têm nesses circuitos, podemos ter: distúrbios hipocinéticos, pessoas que se movimentam menos, que são a acinesia (ausência de movimento), bradicinesia (movimento lento), rigidez muscular e tremor, e os distúrbios hipercinéticos, que tem uma atividade motora excessiva, como a doença de Huntington e o Hemibalismo.
O núcleo caudado e o putamen são núcleos que recebem aferências para a regulação temporal do movimento. Já o globo pálido, vai mandar informações para o núcleo lateral do tálamo que vai regular se terá movimento ou não. 
O núcleo subtalâmico tem neurônios excitatórios e inibitórios. Tem um circuito que faz o seguinte: núcleo subtalâmico excita o globo pálido interno - globo pálido interno inibe núcleo subtalâmico, ou seja, ele não deixa os neurônios subtalâmico estimularem a área motora suplementar e deixar o movimento acontecer. Portanto, para ocorrer o movimento, os neurônios do núcleo ventrolateral do tálamo precisam excitar a área motora suplementar. Sendo que, tem um grupo de neurônios que fazem parte do globo pálido interno que inibe essa excitação, ou seja, está bloqueando o movimento. 
A substância nigra já faz o contrário, ela estimula a produção do movimento, excita o putamen e este inibe o inibidor. 
Pra eu ter movimento, o núcleo ventrolateral do tálamo tem que excitar a área motora suplementar, mas ele está sendo bloqueado pelo núcleo subtalâmico, porque esse excita o inibidor. Por outro lado, a substância nigra está excitando o putamen, que tá inibindo o inibidor, ou seja, eu deixo o movimento acontecer. Então, esses dois circuitos estão equilibrados, mas quando desejamos iniciar o movimento o seu córtex pré frontal vai excitar o putamen, vai aumentar a força do circuito do movimento. 
A substância nigra é a principal fonte de dopamina pro encéfalo, se projetando para todo o córtex, relacionando a regulação do humor. O excesso de dopamina leva a um quadro clínico psiquiátrico de manias, devido ao excesso de estímulos excitatórios, já a falta leva a depressão ou ao Parkinson.
Doenças associadas aos núcleos da base:-Parkinson: é quando perde a influência da substância nigra, perda de neurônios que dificultam o início do movimento, o que acarreta o aumento da excitação do putamen.
-HemiBalismo: é quando perde o núcleo subtalâmico, normalmente por trauma, o que dificulta no bloqueio do movimento, ocasionando o excesso de movimento. 
Cerebelo
Coordena os controles motores. 
Espinocerebelo: neurônios que saem do cerebelo e vão até a medula espinhal.
Vestíbulo cerebelo: recebe informações do sistema vestibular para controlar os movimentos.
Cérebro cerebelo: controla os movimentos mais complexos de coordenação.

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