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VIGÍLIA E SONO - Cronobiologia: Disciplina que estuda os ritmos biológicos Ritmos: - Circadianos: vigília-sono (peridiocidade em torno de 24h) - Ultradianos: batimento cardíaco (peridiocidade < 24h) - Infradianos: ciclo menstrual (peridiocidade > 24h) Marcapassos: - Osciladores primários, que exibem ritmicidade geneticamente determinada, auto-sustentada, endógena, mesmo na ausência de pistas temporais externas (= relógio biológico). Ritmo circadiano: - Processo biológico complexo, próximo de 24 horas, que permite ao organismo reagir de maneira apropriada a mudança de luz no ambiente causada pela rotação diurna da Terra - Ciclo sono-vigília: mais óbvio ritmo circadiano, se alinha ao ritmo de luz-escuridão Obs.: Nosso organismo gasta na verdade, 24h e 12 min p/ completar o ciclo - Obs.: Quando estamos dormindo a atividade cerebral é tão complexa quanto a atividade de quando estamos acordados Zeitgerbers: Os ''doadores'' do tempo. - O propósito do sono é incerto, o cérebro está envolvido em uma variedade de ações tão complexas, quanto as diárias. Potenciais funções do sono: - Teoria restauradora do sono * Restaura os tecidos e prepara os tecidos e o cérebro para o próximo dia * Liberação neuro-humoral adequada (GH / cortisol) - Teoria adaptativa do sono *Aumenta a sobrevida animal ao imobilizá-lo durante a parte mais perigosa do dia - Teoria da conservação de energia *Preservar o gasto energético do organismo para as funções essenciais para a sobrevivência Fisiologia do sono: - Estruturas envolvidas no ciclo sono-vigília *Tronco encefálico: Formação reticular (núcleos da rafe e locus ceruleus) e o sistema reticular ativador ascendente (SARA) Núcleo do trato solitário * Epitálamo: glândula pineal e a produção cíclica de melatonina * Hipotálamo: área pré-óptica e núcleo supraquiasmático (relógio biológico interno) # Formação Reticular: Aglomerado de neurônios que se estendem da região caudal do bulbo à região rostral do mesencéfalo e são contínuos com a zona incerta do subtálamo e com os núcleos medianos, intralaminares e reticular do tálamo; Influência em diversos sistemas vegetativos do organismo: sono e vigília, regulação autônoma, consciência e estado de alerta. *Organização -> Dividida em núcleos: Grupo reticular mediano (Núcleos da Rafe) Grupo reticular paramediano Grupo reticular medial Grupo reticular lateral Formação Reticular - Sistema Noradrenérgico - Modulação da atenção, estado sono-vigília e humor Formação Reticular - Sistema Serotoninérgico: Desempenha papel no sono Fisiologia do Sono: - Núcleos da rafe secretam serotonina, fundamental na indução do sono normal - Produção de serotonina direcionada ao tálamo, hipotálamo, sistema límbico e córtex cerebral *Papel indutor do sono (animais com bloqueio da síntese de serotonina são incapazes de dormir) - Atualmente acredita-se que o sono seja um processo inibitório ativo - Secção do tronco encefálico ao nível médio-pontino gera um córtex que nunca dorme *Centro do sono abaixo desse nível - Núcleos da rafe na metade inferior da ponte e bulbo *Formação reticular ponto-bulbar *Neurônios serotoninérgicos - Estímulos do núcleo do trato solitário também geram sono *Estímulos sensoriais estimulando os núcleos da rafe a produzir serotonina - Estímulos da área supra-quiasmática também estimulam o sono * Lesões dessas estruturas podem causar vigília extrema, chegando a morte por exaustão-> gerando um córtex que ''nunca dorme'' - Glândula pineal * Produção cíclica de melatonina (deflagrada pela ausência da luz) * Projeções de neurônios fotorreceptores da retina e envia conexões para o sistema límbico e córtex * Síntese de melatonina: Triptofano > 5-Hidroxi-Triptofano> Serotonina > N-Acetil-Serotonina> Melatonina Obs.: A serotonina secretada pelos Núcleos da Rafe e liberada no tálamo/hipotálamo funciona como substrato para a síntese de melatonina pela glândula pineal. # Ações da melatonina - Redução da produção de catecolaminas (neurotransmissor que nos mantém acordados) - Redução da temperatura corporal - Ligação a receptores específicos exercendo efeito inibitório sobre o hipotálamo e córtex cerebral: * Hipotálamo posterior (núcleos histaminérgicos, indução da vigília) * Hipotálamo lateral (sistema de hipocretinas, indução da vigília) # Ausência de melatonina (hipotálamo desestimulado) - Elevada concentração de acetilcolina, noradrenalina e histamina - Manutenção do estado de vigília Obs.: De manhã tem ausência de melatonina, quando vê a luz (luz do sol inibe a produção de melatonina) #Impulsos luminosos excitam os neurônios da retina que fazem conexão com o núcleo supraquiasmático - Trato retinohipotalâmico, fibras glutamatérgicas * Aferência do núcleo supraquiasmático Projeções para o núcleo supraventricular (GABA - inibitório): · Núcleo dorsomedial do hipotálamo (sono-vigília, atividade locomotora, alimentação e síntese de corticosteróides) · Neurônios pré-ganglionares da medula, gânglio cervical e glândula pineal (noradrenalina) # Pinealócitos · Aumento dos níveis intracelulares de AMP-cíclico · Produção de melatonina # Período de luminosidade - NSQ ativo > inibição (GABA) do n. supraventricular > ausência de estímulo da pineal (noradrenérgico) -> ausência da produção de melatonina # Baixa luminosidade - NSQ inativo > “liberação” do n. supraventricular > estímulo da pineal > produção de melatonina # Ciclo sono-vigília: - Fatigabilidade e feed back positivo entre os neurônios da formação reticular responsáveis pela vigília e o sono - Influência moduladora pelo hipotálamo e estímulos externos (ciclo de luminosidade e escuridão) - Drive de sono homeostático * Processo “C” e processo “S” da regulação do sono # Durante o sono a produção de serotonina diminui, devendo haver outros mecanismos em associação - Peptídeo muramil: aumento no líquor durante a vigília prolongada – manutenção do sono · CICLO DE SONO - VIGÍLIA: - Ciclo de sono e vigília ocorre em paralelo a secreção de melatonina e a oscilação da temperatura corporal central (TCC) - Melatonina começa a aumentar ao escurecer * Aproximadamente 2 horas antes do início do sono - Aumento da melatonina é associada com a queda da TCC * Coincide com a redução do grau de alerta - Pico da produção de melatonina ocorre logo antes do nadir da TCC (mínima) * 7 horas após o escurecer, habitualmente 4 horas após o início do sono *A falta de sinais de alerta circadiano ajuda a manter o sono homeostático - Na manhã a melatonina cai a níveis indetectáveis e a TCC se eleva *Aumento dos sinais de alerta circadiano ajudam a manter a vigília # Ciclo de sono e vigília ocorre em paralelo a secreção de melatonina e a oscilação da temperatura corporal central (TCC) - Melatonina começa a aumentar ao escurecer * Aproximadamente 2 horas antes do início do sono - Aumento da melatonina é associada com a queda da TCC * Coincide com a redução do grau de alerta #Pico da produção de melatonina ocorre logo antes do nadir da TCC (mínima) - 7 horas após o escurecer, habitualmente 4 horas após o início do sono - A falta de sinais de alerta circadiano ajuda a manter o sono homeostático #Na manhã a melatonina cai a níveis indetectáveis e a TCC se eleva - Aumento dos sinais de alerta circadiano ajudam a manter a vigília # O sistema circadiano embora geneticamente determinado pode ser modificado: - Zeitgebers, os doadores do tempo - Alinham o relógio interno de 24.2 horas para 24 horas diárias - Principais Zeitgebers: luminosidade, exercício físico, alimentação, contato social # O efeito da luminosidade depende do tempo de exposição em referência a fase do ciclo - Luz brilhante após o nadir/pico da TCC (manhã) avança o ritmo circadiano – vai ter sono mais cedo (adianta o sono) - Luz brilhante antes do nadir da TCC (noite) atrasa o ritmo circadiano – perder o sono # O uso da melatonina exógena também altera o ritmo circadiano - Efeito oposto ao da luminosidade - Usada no final da tarde/ início da noite, avança o ritmo circadiano - Usada na manhã, atrasa o ritmo circadiano #A alteração do ciclodo relógio biológico interno não ocorre imediatamente após a mudança do ciclo de luz-escuridão # O grau de dessincronia depende do número de fusos-horários cruzados Estágios do sono: - Sono REM: consolidação da memória, fase onírica, Obs.: Sono REM: quando você sonha - Sono não-REM: divididos em estágios N1, N2 e N3 - Dividido em períodos de 30 segundos, que podem ser REM ou não-REM (época) * Eletroencefalografia * Eletromiografia * Eletro-oculografia · Sono REM: - Representa 20-25% do total de sono e ocorre em 4-5 discretos episódios - Ocorre normalmente a cada 90-120 minutos - Associada com sonhos vívidos, fase onírica - Existem 3 características principais - Existem 3 características principais: * Padrão ao EEG com baixa voltagem e alta frequência (similar ao acordado) Sono paradoxal * Movimentos oculares rápidos * Padrão de atonia muscular ao EMG, mostrando inatividade de todos os mm. voluntários, com exceção dos da MOE * Inibição direta dos moto-neurônios α - Pode ser classificado em REM fásico e tônico * REM fásico: explosões fásicas da MOE e em alguns casos também na EMG e/ou súbitos aumentos na atividade simpática * REM tônico: períodos que ocorrem entre as “explosões fásicas” Obs.: Sono REM é de atividade parassimpática e tem essas fases de fase simpática (fase de explosão simpática) - O sono REM é de predomínio parassimpático (vagal) com ‘picos’ de atividade simpática, durante as quais pode ocorrer: HAS ; Isquemia miocárdica; Taquicardia; Ereção; Arritmias; Apneia; Assistolias - Vários distúrbios do sono são associados à atividade REM * Narcolepsia (sonolência diurna excessiva) * Apneia obstrutiva do sono (atonia) * IRpA em quem precisa da musculatura acessória (atonia) * Distúrbio comportamental do sono REM (atonia insatisfatória) # Modificações no sono REM: * Atraso / supressão: álcool, sedativos, barbitúricos, DAE, β-agonistas, IMAO, IRSS, estimulantes do sistema nervoso central e ADT * Aumento: retirada do álcool, benzodiazepínicos, IMAO, ADT · Sono NÃO REM: - Nova classificação reconhece 3 estágios: N1, N2 e N3 # Estágio N1 * Transição do acordado sono * Atividade teta de baixa amplitude e alta frequência (4-7 Hz) * Mais leve de todos: quando são acordados nem percebem que estavam dormindO * Ocorrem em 2-5% do total do sono Aumento desse percentual indica fragmentação do sono # Estágio N2 - Intermediário, com diminuição da frequência e aumento da amplitude - Dois marcadores ao EEG: spindle e complexos K * Spindle: 12-14 Hz, ≥ 0,5 segundos, proeminentes no vertex * Complexos K: onda negativa seguida por positiva, ≥ 0,5 segundos, com amplitude máxima frontal # Estágio N3 - Sono profundo ou sono de ondas lentas - Baixa frequência (0,5-2 Hz), alta amplitude delta - 20% do total de sono Estágio da função reparadora Arquitetura do Sono: - Os estágios ocorrem em ciclos de 90-120 minutos, com 4-5 ciclos durante uma noite de sono - Com a idade, aumenta a quantidade de sono N1 e diminui o N3 # 1ª metade da noite * 1º ciclo: transição entre vigília e estágio N1, seguido de N2 e N3 * Ciclos subsequentes: estágios N2, N3 e REM # 2ª metade da noite * Alternância de estágios N2 e REM * Alerta, N1 e N3 normalmente são ausentes na 2ª metade da noite Distúrbios do sono: # International Classification of Sleep Disorders - 2014 (ICSD-3) - Sete categorias principais de distúrbios do sono Distúrbios do Sono (ICSD-3) Insônia Parassonias Distúrbios do sono relacionadas a respiração Distúrbios do movimento relacionados ao sono Distúrbios centrais de hiperssonolência Outros distúrbios do sono Distúrbio do ritmo circadiano de sono-vigília
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