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Hemorragia digestiva alta

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Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
Hemorragia digestiva alta 
 
 
Definição 
A hemorragia digestiva alta (HDA) é 
definida como sangramento intraluminal 
resultante de uma lesão proximal ao ligamento de 
Treitz, podendo envolver o esôfago, estômago ou 
duodeno. 
A incidência é maior em homens do que 
em mulheres e aumenta com a idade. 
 
Classificação 
 Didaticamente a HDA é dividida em 
varicosa e não-varicosa: 
- Hemorragia digestiva alta varicosa 
Quando há Ruptura de varizes. Esse tipo de 
hemorragia é uma das complicações mais graves 
da cirrose hepática, associada a importante 
morbidade e mortalidade. A incidência em 
pacientes cirróticos varia de 25 a 35%. A formação 
das varizes ocorre quando a pressão portal está 
acima de 10 mmHg. 
- Hemorragia digestiva alta não-varicosa 
Quando tenho lesão da mucosa com 
ulceração ou erosão de um vaso subjacente. Esse 
tipo de hemorragia tem como etiologia mais 
frequente a úlcera gastroduodenal que representa 
40 a 70% dos casos. Em cerca de 80% das vezes, o 
sangramento é autolimitado, sem a necessidade de 
terapêutica específica. A presença de choque 
hipovolêmico, idade maior que 60 anos, 
comorbidades e uso de anti-inflamatórios não 
hormonais são alguns dos critérios prognósticos de 
maior gravidade. 
 
Principais etiologias 
- Úlcera péptica 
- Varizes esofagogástricas 
- Mallory-Weiss (laceração mucosa de esôfago pelo 
esforço ao vomitar) 
- Úlceras de estresse 
- Gastropatia portal hipertensiva 
- Esofagite 
- Lesão de Dieulafoy 
- Angiodisplaslas e teleangiectasias 
 
Achados clínicos 
A apresentação inicial da HDA pode ser 
uma hematêmese, melena (apresentação mais 
comum) ou hematoquezia (acontece em 11 % dos 
casos). 
A anamnese e o exame físico são 
importantes para tentar definir a etiologia e a 
gravidade da HDA. 
Na avaliação clínica inicial do paciente, 
deve-se, durante a anamnese, caracterizar a forma 
de exteriorização do sangramento, duração do 
evento, antecedentes patológico. 
Dados como infecção por vírus C e etilismo 
significativo podem sugerir o diagnóstico de varizes 
esofágicas. Já a presença de síndrome dispéptica e 
o uso de anti-inflamatórios não esteroidais 
podem sugerir o diagnóstico de doença ulcerosa 
péptica. 
O toque retal é indicado em todos os 
pacientes e pode demonstrar sangue em dedo de 
luva. 
Já a presença de linfonodos 
supradaviculares é sugestiva de doença neoplásica 
maligna. 
Teleangiectasias em lábios e língua 
sugerem o diagnóstico de síndrome de Osler-
Weber-Rendu. 
A queda da pressão arterial sistólica em 
mais de 1O mmHg ou o aumento do pulso em mais 
de 1O bpm, quando o paciente passa da posição de 
decúbito para ortostase, indica perda de pelo 
menos 1.000 mL de sangue. 
Ao exame físico, palidez cutâneo-mucosa, 
hipotensão e taquicardia são sinais que se 
correlacionam com a magnitude da perda 
sanguínea. Sinais como telangiectasias, ascite, 
ginecomastia e eritema palmar sugerem uma 
hepatopatia crônica.

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