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APG 7- Hipopituitarismo

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1 
Hipopituitarismo 
A hipófise é uma glândula formada por vários 
tipos celulares, cujo hormônios que ela secreta 
estimulam outras glândulas endócrinas 
periféricas a sintetizar outros hormônios 
envolvidos em várias funções como: 
crescimento, desenvolvimento psicomotor, 
maturação sexual, fertilidade, controle do 
gasto energético, regulação do metabolismo 
de carboidratos, lipídeos e proteínas, 
manutenção do balanço hidroeletrolítico. 
A secreção hormonal hipofisária como um todo 
é regulada por outros hormônios hipotalâmicos 
e pelos hormônios produzidos pelas glândulas 
endócrinas periféricas. 
A adenohipófise é de origem ectodérmica e 
produz os seguintes hormônios: hormônio do 
crescimento (GH), as gonadotrofinas (LH e 
FSH), o hormônio estimulador da tireoide (TSH), 
o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e a 
prolactina (PRL). 
A deficiência na produção ou na ação de 
qualquer um dos hormônios da adenohipófise 
é denominada hipopituitarismo, e quando 
ocorre deficiência de mais de um hormônio é 
chamado de pan-hipopituitarismo. 
O hipopituitarismo é um evento primário 
causado pela destruição da adenohipófise 
ou um fenômeno secundário, resultante da 
deficiência de fatores estimulantes 
hipotalâmicos que normalmente atuam sobre a 
hipófise. 
Etiologia 
 Hipopituitarismo congênito: 
Ocorre a partir de anomalias estruturais da 
hipófise ou de distúrbios hereditários que 
levem a problemas na secreção de 
hormônios. 
- Anomalias estruturais: são raras e 
manifestas por aplasia (ausência), 
hipoplasia parcial ou tecidos hipofisários 
rudimentares ectópicos. Os aspectos 
anatômicos típicos de hipopituitarismo 
congênito são: glândula de volume 
diminuído, sela parcial ou completamente 
vazia, sela túrcica com formato alterado, 
haste hipofisária ausente ou 
transeccionada e sinal brilhante da hipófise 
ausente ou ectópico. 
- Distúrbios hereditários: para diferenciação 
e proliferação das células da hipófise que 
secretam e produzem hormônios é preciso 
ter a ação de vários fatores de transcrição. 
Mutações nos genes que codificam esses 
fatores, hormônios ou receptores podem 
levar a deficiência de um ou mais desses 
hormônios hipofisários. 
➢ Mutações no POU1F1: esse gene 
regula a expressão dos genes do 
GH, da PRL, do TSH e do receptor 
do GHRH, sendo responsável pelo 
desenvolvimento e proliferação dos 
somatotrofos (GH), lactotrofos (PRL) 
e tireotrofos (TSH). 
➢ Mutações no PROP1 | Profeta do 
PIT-1: esse gene é necessário para 
ativação do Pit-1 e tem função na 
diferenciação dos somatotrofos 
(GH), lactotrofos (PRL), tireotrofos 
 
2 
(TSH) e gonadotrofos (FSH e LH). 
Expressão tardia ou inadequada 
desse fator de transcrição pode 
levar a alterações no 
desenvolvimento hipofisário. 
➢ Mutações no HESX1: esse gene 
regula os estágios iniciais do 
desenvolvimento hipofisário, e sua 
expressão está restrita ao 
diencéfalo ventral. Todos os 
hormônios da adenohipófise vão 
estar deficientes. 
➢ Mutações no LHX3: a expressão 
desse gene é detectada desde o 
início da formação da hipófise até 
ela desenvolvida. Mutações nesse 
gene vão ser expressas por 
deficiência de GH, gonadotrofinas, 
TSH e PRL, preservando a função 
dos corticotrofos. 
➢ Mutações no LHX4: exerce papel 
fundamental na proliferação da 
linhagem precursora das células 
hipofisárias, além de regular a 
expressão do gene POU1F1. Logo, 
mutações nesse gene envolvem 
deficiência de GH, TSH, LH, FSH e 
ACTH. 
➢ Mutações no TPIT: mutações nesse 
gene irão causar deficiência de 
ACTH isolada e hipocortisolismo de 
início precoce. 
Doenças congênitas que causam 
hipopituitarismo: 
- Síndrome de Kallmann 
- Síndrome de Prader-Willi 
- Síndrome de Laurence-Moon-Biedl 
 
 Hipopituitarismo adquirido: 
As condições que comprometem a hipófise 
e/ou o hipotálamo causando hipopituitarismo 
são: tumor hipofisário ou consequência de seu 
tratamento, traumatismos, tumor extra 
hipofisário, idiopático, doenças inflamatórias e 
infiltrativas, síndrome de Sheehan. 
- Tumor hipofisário: grandes adenomas 
hipofisários causam hipopituitarismo por 
destruição da hipófise ou núcleos 
hipotalâmicos, ou ainda interrompendo a 
comunicação entre hipotálamo e hipófise. Os 
microadenomas não causam insuficiência 
hipofisária diretamente. 
- Doenças vasculares: a apoplexia hipofisária 
é um distúrbio que resulta de destruição 
abrupta do tecido hipofisário, devido a infarto 
agudo ou hemorragia da glândula. Em geral, 
está associada à tumores hipofisários. 
Contudo, pode aparecer espontaneamente 
em uma glândula normal após hemorragia 
obstétrica (Síndrome de Sheehan), em 
hipertensão intracraniana, em complicações 
de anticoagulação sistêmica, na HAS, no DM, 
na gravidez, etc. 
- A sarcoidose é uma doença granulomatosa 
multissistêmica que raramente é combinada 
com a deficiência na adenohipófise, 
decorrendo de processo infiltrativos no 
hipotálamo, reduzindo assim a secreção dos 
regulares da adenohipófise. 
- Traumatismo cranioencefálico: lesão 
traumática no cérebro tem emergido como 
uma das causas mais importantes de 
hipopituitarismo. 
- Doenças infecciosas: algumas doenças 
infecciosas podem acometer a região 
hipotalâmico-hipofisária e provocar 
 
3 
inflamação, seguida de necrose, hemorragia e 
fibrose. Ex: neurocisticercose, tuberculoma 
intrasselar, sífilis e infecções fúngicas. 
- Doenças autoimunes: a hipofisite linfocítica é 
uma doença rara, caracterizada por 
infiltração difusa de linfócitos e plasmócitos, 
mais comum em mulheres associadas à 
gestação. 
Manifestações Clínicas 
Pacientes com lesões hipotalâmico- 
hipofisárias podem apresentar sintomas 
compressivos, caracterizados por cefaleia 
(compressão da dura-máter ou hipertensão 
intracraniana), alterações no campo visual 
(compressão do nervo óptico), paralisias de 
nervos periféricos (extensão lateral da lesão) 
ou relativos à deficiência hormonal. 
 Deficiência de GH: (DGH) 
A DGH é a deficiência mais comum no 
hipopituitarismo. Na criança se manifesta por 
diminuição na velocidade de crescimento, 
baixa estatura, implantação anômala dos 
dentes, micropênis, hipoglicemia, lipodistrofia 
abdominal, hipotrofia muscular, icterícia 
conjugada prolongada, nistagmo, voz aguda 
e nariz em sela. No adulto se manifesta por 
fadiga fácil, distúrbios do sono, depressão, 
ansiedade, labilidade emocional, 
osteoporose, redução da massa magra e 
aumento da gorda (com distribuição 
predominante no tronco), aumento do LDL e 
do risco de doenças cardiovasculares. 
 Deficiência de gonadotrofinas: 
Quando surge antes da puberdade ocorre 
ausência de desenvolvimento puberal, atraso 
na maturação óssea e nos meninos, micropênis 
e criptorquidia. 
Nas mulheres adultas, se manifesta por 
amenorreia, diminuição da libido, dispareunia, 
atrofia mamária, infertilidade, distúrbios do 
sono, perda de massa muscular e óssea e 
hiperlipidemia. 
Nos homens, ocorre diminuição da libido, 
impotência, infertilidade, hiperlipidemia, 
distúrbios do sono, perda de massa muscular e 
óssea, depressão e anemia. 
 Deficiência de TSH: 
Também chamado de hipotireoidismo central 
é causada por redução da capacidade de 
produção de TSH pelos tireotrofos hipofisários 
ou pela redução da secreção de hormônio 
regulador de tireotrofina (TRH). 
Os sintomas mais frequentes são fadiga, 
sonolência, indisposição, intolerância ao frio, 
pele ressecada, constipação, rouquidão, 
ganho de peso, anemia, parada de 
crescimento, astenia, voz arrastada e 
hiporreflexia profunda. 
 Deficiência de ACTH: 
Essa deficiência leva à perda da estimulação 
das camadas fasciculada e reticular da 
adrenal, o que prejudica a secreção de 
glicocorticoides e androgênios. Os principais 
sinais e sintomas são: anorexia, náuseas, 
vômitos, perda de peso, astenia, cefaleia, dor 
abdominal, hipotensãopostural, palidez 
cutânea, hipopigmentação da aréola 
mamária, diminuição de pelos axilares e 
pubianos, hiponatremia. 
 Deficiência de prolactina: 
É muito rara e só ocorre quando a adehiposife 
é completamente destruída ou em pacientes 
com deficiência congênita de PRL. O principal 
sinal clinico é a incapacidade de lactação. 
 
4 
Diagnóstico 
A avaliação diagnóstica deve conter: a 
presença, o tipo e o grau de deficiência 
hormonal; a etiologia; e a presença de 
alterações visuais. 
- Deficiência de GH: GH basal, IGF-1 e IGF-BP3 
baixos ou normais. Realiza o Teste de 
tolerância à insulina (ITT), se o pico de GH for 
<5ng/ml em crianças e < 3 ng/ml em adultos 
confirma diagnóstico de hipopituitarismo. 
A idade óssea está atrasada em pacientes 
com DGH de longa duração. 
Na ressonância magnética, o paciente 
apresenta alteração anatômica a região 
hipotalâmica-hipofisária. 
Ocorre também, colesterol total, LDL e 
triglicerídeos aumentados, bem como fatores 
trombogênicos, como o fibrinogênio e o PAI-1. 
- Deficiência de ACTH: ACTH basal: baixo ou 
normal (< 10 pg/ml). Cortisol basal < 3 μg/dl. 
Durante ITT, pico de cortisol < 18 mg/dl. 
O ITT tem por objetivo provocar um estresse 
(hipoglicemia) e observar a elevação do 
cortisol sérico. 
 - Deficiência de TSH: T4 livre sérico baixo ou 
no limite inferior da normalidade. T3 normal ou 
baixo. 
TSH pode estar normal, baixo ou discretamente 
elevado. 
- Deficiência de gonadotrofinas: LH e FSH 
basais: baixos ou normais. 
Testosterona baixa em homens e estradiol 
baixo em mulheres. 
Padrão ouro: teste de estimulo com infusão 
endovenosa de GnRH. No hipopit a reposta 
de LH, principalmente, está diminuída, 
diferenciando se a etiologia é de origem 
hipofisária ou hipotalâmica. 
No exame físico nota-se o paciente acima do 
peso, com pele fina, lisa, pálida com finas rugas 
na face. A pilificação corporal pode ser 
deficiente ou ausente, pode ocorrer 
hipotensão postural, bradicardia, redução da 
força muscular e reflexos profundos tendíneos 
retardados. 
Tratamento 
Os principais objetivos da terapia do 
hipopituitarismo são o alívio dos sintomas, a 
melhoras nos diferentes aspectos relacionados 
à qualidade de vida, e a normalização ou 
redução das comorbidades e da taxa de 
mortalidade. 
 Deficiência de GH 
O objetivo do tratamento é corrigir as 
alterações clínicas, usando os níveis de IGF-1 
como marcador de tratamento. 
Indicação: a terapia de reposição de GH está 
indicada para pacientes com evidencia de 
comprometimento da região hipotálamo-
hipofisária. 
Dose: nos adultos, a dose inicial de rhGH é de 
0,1 a 0,3 mg/dia, via subcutânea ao deitar. A 
dose é reajustada a cada 4 a 6 semanas. 
Cuidados especiais: no hipopituitarismo com 
deficiência de mais de 1 hormônio, o ideal é 
começar a reposição com rhGH só quando os 
outros déficits estiverem tratados. 
Benefícios do rhGH: a terapia de reposição 
possibilita melhora na qualidade de vida, no 
perfil lipídico e na função cardíaca. No 
entanto, ele tende a piorar a sensibilidade 
insulínica. 
 
5 
Efeitos colaterais: cefaleia, artralgias, mialgias, 
síndrome do túnel do carpo, edema de 
extremidades, retinopatia, hipertensão 
intracraniana benigna e ginecomastia. 
 Deficiência de ACTH 
O objetivo do tratamento é repor de modo 
mais fisiológico possível a menor dose de 
glicocorticoides que mantenha o paciente 
livre dos sintomas de insuficiência adrenal e 
sem os riscos de hipercortisolismo. 
Indicados para casos agudos como 
apoplexia hipofisária, com hidrocortisona via 
intravenosa para prevenir a morte por crise 
adrenal. Em casos mais leves, a reposição 
pode ser feita só em situações de estresse. 
Dose: mais comumente utilizado é com 
hidrocortisona por via oral na dose de 20 mg 
administrada da seguinte maneira: 10 mg ao 
acordar pela manhã, 5 mg ao meio-dia e 5 mg 
ao fim da tarde. 
 Deficiência de TSH. - 
Consiste na administração de levotiroxina (L-
T4) em dose única ao acordar, pelo menos 30 
a 60 minutos antes de se alimentar. 
Dose: iniciar o tratamento com doses variando 
entre 50 e 100 μg/dia. 
 Deficiência de FSH e LH. - 
Nos homens o tratamento do hipogonadismo 
central consiste na reposição de testosterona. 
Nas mulheres ocorre a reposição 
estroprogestogênica, incluindo estrogênios 
naturais (estradiol, 17βestradiol e estrogênios 
conjugados), estrogênios sintéticos 
(etinilestradiol) e progestógenos.

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