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RESUMÃO P1- FARMACOLOGIA APLICADA . ANTIBIÓTICOS Tipos de Antibióticos: BACTERICIDAS (mata): Agem matando os microrganismos - Reduzem o número de microrganismos viáveis: erradicação da infecção depende menos do hospedeiro; Ex. Beta-lactâmicos - Tratamento mais rápido - ”Efeito pós-antibiótico”; ex: penicilina liga-se irreversivelmente à enzima ligadora de penicilina. - De escolha nas infecções graves BACTERIOSTÁTICOS (para): Agem inibindo o crescimento dos microrganismos. Precisa ter sist. imune competente. - Impedem o crescimento dos microrganismos: depende mais do hospedeiro sua erradicação; Ex. Tetraciclinas - Tratamento mais lento - Necessária manutenção de concentrações inibitórias durante todo o tratamento ▪ Atividade concentração dependente – quanto > [ ] plasmática acima da CIM = > taxa de erradicação. Ex. aminoglicosídeos, fluorquinolonas. ▪ Atividade tempo dependente – quanto + tempo a [ ] plasmática fica acima da CIM = + eficaz é o fármaco. Ex. beta-lactâmicos, macrolídeos e glicopeptídeos Conceitos sobre terapia com antibióticos -Tratamento empírico: uso inicial baseado nos agentes mais prevalentes sem ainda identificação. Diminuir assim que possível. -Tratamento específico: após identificação do agente ou quando a manifestação clínica é característica do microrganismo. -Profilaxia: pode causar resistência ou diminuir suscetibilidade. Usado em cirurgias contaminadas (colorretal, apendicectomia), cirurgias eletivas como cardíaca, torácica,vascular, neurológica, odontológica. Mais usados cefazolina e amoxicilina. -Espectro estreito: Atuam somente em um grupo único ou limitado. Ex. isoniazida em Mycobacterium tuberculosis. -Espectro estendido: eficazes contra Gram-positivos e um grande número de Gram-negativos. Ex. ampicilina, amoxicilina. -Amplo espectro: Atuam sobre uma variedade muito grande de espécies, mas podem alterar a microbiota e causar superinfecções (Clostridium difficile). Ex. tetraciclinas, fluorquinolonas, carbapenêmicos. INIBIDORES DE PAREDE BETALACTÂMICOS: Anel betalactâmico pode ser clivado por lactamases (enzima que a bactéria produz que quebra o anel), como a penicilinase do S. aureus associam com ácido clavulânico (que inibe a enzima que degrada a penicilina). Inibem a síntese da parede celular via inibição das proteínas de ligação de penicilina (PBP) entre os polímeros de peptideoglicano (mureína) RESULTADO: Bactéria com parede defeituosa sofre lise osmótica = efeito bactericida (Não associar com bacteriostáticos) ● PENICILINAS: ● Infecções ósseas, articulares, pele e dos tecidos moles, Faringite, (p. ex., Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus). ● Otite média (os microrganismos normalmente incluem Streptococcus pyogenes, Haemophilus influenzae): amoxicilina. ● Bronquite (infecções variadas comuns)/pneumonia: amoxicilina. ● Gonorreia: amoxicilina (combinada com probenecida). ● Endocardite: benzilpenicilina combinada, por vezes, com um aminoglicosídeo. ● Infecções por Pseudomonas aeruginosa: ticarcilina, piperacilina. ● Betalactâmicos e aminoglicosídeos em infecções por Pseudomonas aeruginosa. As penicilinas situam-se entre os fármacos menos tóxicos conhecidos. Causa mais comum de alergia a drogas (1 a 10% dos pacientes); principalmente Penicilina G procaína. Penicilina G Cristalina = diluída em meio aquoso (IV e IM) - Ex: Neurossífilis - EV ou infusão contínua por 14 dias (usada para neurossífilis, pois ultrapassa barreira hematoencefálica) Penicilina G procaína = - Causa bastante reação alérgica - Não faz pico, lentamente absorvida, dura 24 hrs Penicilina G benzatina = oleosa (IM) - Não faz pico, lentamente absorvida, tempo de ação de até 15 dias (de depósito) - conveniência da dose única - Faringite em crianças, infecção de tecido mole - Trata Sífilis - primária, secundária, latente recente e latente tardia. Se não puder usar penicilina (por ex. alergia), usa tetraciclina (doxiciclina) que é contraindicada para gestantes, pode causar malformação fetal (usaria ceftriaxona nesses casos, mas preferivelmente ainda se faria a dessensibilização com a penicilina). BENZILPENICILINAS: - Pneumonia e meningite (crianças) por S. pneumoniae sensível à penicilina - Meningite por Neisseria meningitidis (crianças) - Faringite, endocardite (penicilina+estreptomicina) - Infecções de tecidos moles por estreptococos (erisipela, celulite)m - Sífilis MRSA – Resistentes à meticilina ou ORSA – Resistentes à oxacilina Resistência – síntese de receptores que não tem afinidade aos beta-lactâmicos Para tratar MRSA/ORSA são usados vancomicina ou teicoplanina (glicopeptídeos), a linezolida (oxazolidinona) e a tigeciclina (tetraciclina) ● CEFALOSPORINAS - São bactericidas - Alta toxicidade seletiva: uso em gravidez, lactação e pediatria - Mecanismo: semelhante às penicilinas, inibem a formação da parede bacteriana - Espectro: varia de acordo com a classificação em cefalosporinas de primeira, segunda, terceira, quarta ou quinta geração. - Utilizada em menigite. ● CARBAPENÊMICOS Medicamentos terminam em PENEM => imipenem (+cilastatina), meropenem, ertapenem. * Cilastatina: prolonga o efeito do imipenem, pois não deixa esse ser degradado nos túbulos renais. * Espectro muito amplo de atividade antimicrobiana (gram +, gram- aeróbios e anaeróbios). * Reservado para infecções hospitalares graves causadas por bactérias altamente resistentes. ● MONOBACTÂMICOS - Aztreonam - Uso intravenoso - Chance de reação alérgica cruzada com penicilina - Usado para bactérias gram-negativas aeróbias - Não é a primeira opção de uso hospitalar - Usos: efetivo apenas contra bacilos Gram-negativos aeróbios, como as espécies de Pseudomonas, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae. GLICOPEPTÍDEOS Mecanismo de ação: altera síntese de parede (inibe a síntese dos polímeros) e a permeabilidade da membrana - Inibe síntese de polímeros de mureína (parede celular); não é um beta lactâmico - Usos: tratamento de MRSA (com frequência, nesse caso, é o fármaco de último recurso) e em outras infecções graves. Também é indicada no tratamento de infecções graves por Estafilococos em pacientes alérgicos, tanto às penicilinas quanto às cefalosporinas Monitorar seus níveis séricos (vancocinemia) - ototoxicidade, nefrotoxicidade e hipersensibilidade (reação anafilactóide) - Síndrome do pescoço vermelho - infusão rápida = urticária, exantema, febre * Vancomicina: - Monitorar seus níveis séricos (vancocinemia) - Deve-se restringir seu uso para evitar resistência - Penetração limitada no SNC. Há aumento de penetração quando ocorre quebra de barreira em meninges inflamadas - Sem absorção VO. BACITRACINA • Reservada para uso tópico de infecções na pele ou oculares • Efeitos adversos: potente nefrotóxico • Em raras circunstâncias, é usada por via parenteral para tratar infecções sistêmicas causadas por estafilococos que são sensíveis a estes fármacos e resistentes a outros antibióticos FOSFOMICINA • Inibe síntese de parede (inibindo síntese de mureína) e a aderência às células uroepiteliais • Bactericida de amplo espectro, baixa toxicidade, v.o. e 1⁄2 vida longa (dose única) • Usado para infecções do trato urinário, principalmente cistite aguda. • Seguro na gravidez e lactação • Não sofre ação das beta-lactamases NITROFURANTOÍNA Inibe síntese de parede, processos bioquímicos vitais de síntese protéica, síntese de RNA e DNA, metabolismo aeróbio Amplo mecanismo de ação = ausência de resistência Específico para infecções do trato urinário, principalmente por E. coli Inibidores de membrana Polimixinas B e E (colistimetato): • Detergentes catiônicos que desestabilizam a membrana externa das Gram-negativas • Ação bactericida seletiva e rápida em bacilos Gram-negativos, principalmente Pseudomonas e enterobactérias (uso IV, IM, IT). Também neutralizam o lipídeo A do LPS • Uso clínico limitado pela toxicidade = esterilização intestinal (IV), tópico em ouvidos, olhos ou pele (sem absorção intestinal). • Efeitos adversos: Neuro (bloqueio neuromuscular) e nefrotoxicidade Daptomicina: •Liga-se amembrana – formando poros - efluxo de K+ - perda do potencial de membrana - morte bacteriana • Espectro de ação semelhante à vancomicina: S. agalactiae, MRSA e enterococos resistentes à vancomicina • Uso clínico (i.v.) para infecções complicadas de pele e tecidos moles. Também bacteremia complicada e endocardite • Efeitos adversos: lesões musculoesqueléticas – Dosar CK; colite pseudomembranosa INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA MACROLÍDEOS: Claritromicina e Azitromicina (mais usadas); Eritromicina Mecanismo de ação: inibem a síntese das proteínas bacterianas bloqueando a porção ribossômica 50S São de amplo espectro e bacteriostáticos ou bactericidas (depende da dose) ● Alternativa terapêutica em alérgicos à penicilina ● Primeira escolha no tratamento de pneumonias por bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.) EFEITOS COLATERAIS • Mais comuns: cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarreia (em até 1/3 dos pacientes). • Hepatite e icterícia colestática • Prolongamento do intervalo QT • Raramente ocorrem reações alérgicas graves. • Com azitromicina e claritromicina as alterações são bem mais discretas e em menor frequência. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA ● Diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano ● Alteração no sítio receptor da porção 50S do ribossomo (metilação) ● Inativação enzimática ● Bomba de efluxo ERITROMICINA: Amplo espectro de ação - gram +, Treponema, Micoplasma, Clamídias Inativa contra enterobactérias e Pseudomonas spp 4x/dia ● Erisipela e celulite bacteriana (Streptococcus pyogenes) - em caso de alérgicos a penicilina (resistência vem aumentando) - vo ou iv ● Difteria (Corynebacterium diphtheriae) - iv ou vo ● Coqueluche (Bordetella pertussis) - Azitromicina também pode ser usada - vo ● Oftalmia neonatal (Neisseria gonorrhoeae) - pomada ocular ● Acne - (Propionibacterium acnes) gel ou creme tópico CLARITROMICINA: Altamente ativa contra gram + (maioria dos estreptococos e estafilococos); na erradicação de H.pylori Atividade contra gram-negativas semelhante à eritromicina 2x/dia Inibição das CYPs3A4 ● PAC - típica (S. pneumoniae, H. influenzae) e atípica (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.) ➢ Menos ativa contra H. influenzae que azitromicina. vo ou iv ● Exacerbações agudas da bronquite crônica - vo ● Infecções vias aéreas superiores - faringite, amigdalite, sinusite - vo ● Erradicação da H. pylori - vo ● Erisipela e celulite bacteriana - vo ou iv ● Tratamento das infecções por Mycobacterium avium e 2a opção no Mycobacterium leprae. CLARITROMICINA TRATAMENTO DA H. pylori: 1 ou 2 semanas: Inibição das CYPs3A4 ▪ Terapia tripla: Omeprazol + claritromicina + amoxicilina Lansoprazol + claritromicina + amoxicilina Esomeprazol + claritromicina + amoxicilina Lansoprazol + levofloxacino + amoxicilina Omeprazol + metronidazol + amoxicilina ▪ Terapia quadrúpla: Omeprazol + bismuto + tetraciclina + metronidazol AZITROMICINA: Espectro ampliado: maior atividade contra gram negativas Meia-vida tecidual ampliada = menor dose 1x/dia Potencialização do efeito de prolongamento do intervalo QT ● PAC - típica (S. pneumoniae, H. influenzae) e atípica (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.) vo ou iv ● Exacerbações agudas da bronquite crônica - vo ● Otite média, faringite, sinusite (S. pneumoniae, M. catarrhalis e H. influenzae) - vo ● Clamídia (Chlamydia trachomatis) - vo ● Tratamento das infecções por Mycobacterium avium. TETRACICLINAS: Tetraciclina (vo, tópica) doxiciclina, limeciclina, minociclina (vo), oxitetraciclina (vo, tópica, iv) Tigeciclina (iv) Mecanismo de ação: • Ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossomo, bloqueando a ligação do RNA transportador e impedindo a síntese proteica • Bacteriostáticas • Amplo espectro de ação Mecanismo de resistência: • Reduz o acúmulo da droga no interior da célula usando bomba de efluxo • Alteração nas proteínas da membrana externa dificultam penetração • São quelantes de cátions divalentes: menor absorção; deposição em matriz óssea, dentes. • Atravessam a barreira transplacentária e são excretadas no leite materno. Evitar o uso concomitante com alimentos, antiácidos, preparações com ferro Amplo espectro - bactérias gram-positivas, gram-negativas, aeróbias e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns protozoários. • Alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, N. gonorrhea, Chlamydia trachomatis, Treponema pallidum e em pacientes com traqueobronquites e sinusites. • Doxiciclina – alternativa para MRSA e Treponema pallidum Contra-indicações: gestantes, lactantes e menores de 8 (12) anos EFEITOS COLATERAIS: • Efeitos gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia; colite pseudomembranosa • Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia do esmalte dentário e crescimento ósseo anormal, principalmente se utilizadas durante a gestação; • Reações alérgicas: urticárias, exantemas, edema periorbital , reações anafiláticas; fotossensibilidade • Cefaléia, incapacidade de concentração e, em raros casos, hipertensão intracraniana. AMINOGLICOSÍDEOS Estreptomicina, Gentamicina, Amicacina (iv) Neomicina (tópico), Tobramicina (iv, tópico) Mecanismo de ação: • Ligam-se à subunidade 30S dos ribossomos inibindo a síntese proteica ou produzindo proteínas defeituosas. • Espectro de ação maior para Gram-negativos • O transporte do fármaco pela membrana plasmática bacteriana depende de oxigênio – ineficazes contra anaeróbios ou em condições de anaerobiose • Cátions polares; baixa absorção por v.o.; não atravessa BHE • Bactericidas • Administração 1x/dia = efeito pós-antibiótico EFEITOS COLATERAIS: • Acumulam-se no ouvido interno e no córtex renal: ○ Ototoxicidade vestibular a auditiva; Nefrotoxicidade • Bloqueio Neuromuscular/apnéia: infusões rápidas ou doses i.p. Ou paciente curarizados com succinilcolina, com miastenia, hipocalcemia, outros. Revertido com sais de cálcio MECANISMOS DE RESISTÊNCIA (raros): ● alteração dos sítios de ligação no ribossomo; ● alteração na permeabilidade da droga; ● modificação enzimática da droga. Rara resistência bacteriana, pouca alergia e baixo custo = uso mantido ANFENICÓIS Cloranfenicol (v.o., tópico, i.v.) Mecanismos de ação semelhante aos macrolídeos • Bacteriostáticos de amplo espectro - Gram positivas e negativas • Usos terapêutico: conjuntivites e otites bacterianas; feridas ou queimaduras na pele (tópico); epiglotite aguda em crianças; febre tifóide (v.o.); bacteremias e infecções graves no SNC (i.v.). Efeitos adversos: • Alterações hematológicas: pancitopenia; • Síndrome do bebê cinzento: distensão abdominal, emese ocasional, progressiva palidez cianótica, colapso vasomotor e respiratório e morte. USO RESTRITO LINCOSAMINAS Clindamicina (vo, gel, creme, iv, im), lincomicina (iv, im) • Mecanismos de ação semelhante aos macrolídeos • Bacteriostáticos ou bactericidas • Boa atividade contra S. pneumoniae, S. pyogenes, S. viridans • Alguma atividade contra S. aureus, Bacteroides outras produtoras de penicilinases, Toxoplasma • Boa penetração em abscessos, porém baixa no SNC Efeitos adversos: • Distúrbios gastrointestinais – diarréia, colite pseudomembranosa (raramente) Indicações principais: Infecções causadas por anaeróbios gram-positivos e negativos, incluindo produtores de penicilinases (v.o, parenteral) ➔ Abscesso pulmonar (parenteral) ➔ Faringite estreptocócica (v.o, parenteral) ➔ Infecções de ossos, articulações e tecidos moles por S. aureus (v.o, parenteral) ➔ Síndrome compartimental por S. pyogenes (v.o, parenteral) ➔ Tratamento de acne (gel) ➔ Vaginose bacteriana (creme vaginal) OXAZOLIDINONAS LINEZOLIDA , TEDIZOLIDA (V.O./I.V) • Mecanismos de ação: inibe o ribossomo 70S (RNAt) • Espectro: Grande variedade de gram +: MRSA e VRSA; pneumococo resistente à penicilina; enterococos resistente à vancomicina, C. difficile. • Gram negativos mais comuns não são suscetíveis • Bacteriostática contra enterococos e estafilococos, bactericida contra estreptococos.• Indicações principais: pneumonia, sepse, infecções de pele e tecidos moles, tuberculose para organismos multirresistentes Efeitos adversos: • Trombocitopenia, diarreia, náuseas, raramente eritema e tonturas • Inibidor não seletivo da MAO ALTO CUSTO INIBIDORES METABÓLICOS SULFONAMIDAS ANTIMETABÓLICOS - SULFONAMIDAS Sulfametoxazol, Sulfadiazina, Sulfadoxina, sulfacetamida • Prontosil® : 1o quimioterápico eficaz (sulfonamidas) na década de 1930:; • Inibem a síntese de folato no interior da bactéria - Podem ser definidos como falsos-substratos ● São bacteriostáticos; ● Amplo espectro - contra Gram-positivas e negativas; protozoários e fungos – uso reduzido devido a resistência ● Ácidos fracos, com hidrossolubilidade limitada; problema para excreção em urina ácida; PABA - Essencial na síntese de Ácido Fólico TRIMETOPRIMA: Inibe a diidrofolato redutase -reduz a síntese de tetraidrofolato. As enzimas bacterianas são mais sensíveis à trimetoprima, enquanto as humanas mais ao metotrexato SULFONAMIDAS- Competem com o PABA e interrompem a biossíntese do folato sulfametoxazol + trimetoprima (Cotrimoxazol) Amplia o espectro de ação Reduz concentração necessária Gera ação bactericida Bloqueio sequencial da mesma via biossintética • Sulfadiazina Toxoplasmose (+pirimetamina) - v.o; Feridas infectadas ou queimaduras (sulfadiazina de prata) - tópica • Sulfadoxina (+pirimetamina) - v.o. = Malária • Sulfacetamida (tópica) – Queimaduras, feridas ou infecções na pele e mucosas; conjuntivites Resistência: ● Produção excessiva de PABA para competir com as sulfonamidas na síntese de ácido fólico. ● Desenvolvimento uma via metabólica alternativa para a síntese de ácido fólico. ● Redução da captação bacteriana desses fármacos. INIBIDORES DE ÁCIDOS NUCLEICOS FLUORQUINOLONAS: Mecanismo de ação: Inibem a topoisomerase bacteriana II e/ou IV Topoisomerase II (DNA girase) – responsável pelo relaxamento do DNA superenovelado Topoisomerase IV – responsável pela separação do DNA na célula filha Resultado: inibição da síntese de ácidos nucléicos = bactericida As enzimas semelhantes dos mamíferos são várias centenas de vezes menos sensíveis a essas drogas. • 1a geração: ácido nalidíxico (v.o.) – apenas para ITU (quinolona) • 2a geração: ciprofloxacino (v.o., i.v., intra-ocular), norfloxacino (v.o.) e ofloxacino (intra-ocular) • 3a geração: levofloxacino (v.o., i.v.), moxifloxacino (v.o., i.v.) • 4a geração: gemifloxacino (v.o): cerca de 32x mais potente que levofloxacino contra pneumococo. • Amplo espectro de ação As quinolonas de 3a geração são conhecidas como quinolonas respiratórias: boas opções de tratamento para infecções respiratórias altas e pneumonias adquiridas na comunidade EFEITOS COLATERAIS Gastrintestinais: anorexia, náuseas, vômitos e diarréia. SNC: cefaléia, tontura, insônia e alterações do humor. Alucinações, delírios e convulsões (raras - mais em idosos) Alergias e reações cutâneas: Reações fototóxicas (evitar exposição excessiva ao sol) Artropatias e erosões de cartilagem: tendinite, mialgia, dores articulares e ruptura de tendão. Prolongamento do intervalo QT (moxifloxacino) e dissecção da aorta CONTRA-INDICADAS em gravidez, lactação, insuficiência renal e hepática e em menores de 17 anos (artropatia) “risco suplanta o benefício de seu uso em pacientes com sinusite aguda, exacerbação aguda de bronquite crônica e infecções urinárias não complicadas, onde outras opções terapêuticas, como os antibióticos betalactâmicos, estão disponíveis” Mecanismos de resistência: • Alteração na enzima DNA girase • Mutação cromossômica nos genes que são responsáveis pelas enzimas alvo (DNA girase e topoisomerase IV) • Alteração da permeabilidade à droga pela membrana celular bacteriana (porinas). • Bomba de efluxo RIFAMICINA: Mecanismo de ação: liga-se e inibe a enzima RNA-polimerase DNA dependente das bactérias = inibe a síntese de RNAm = efeito bactericida Uso restrito por conta da resistência • Tratamento da tuberculose associada a outros antibióticos • Quimioprofilaxia de meningite por N. meningitidis e H. influenzae • Tratamento da osteomielite • Urina, suor e lágrimas ficam alaranjadas ANTIVIRAIS ANTIVIRAL INFLUENZA 1. Inibidores do desnudamento 2. Inibidores da liberação Inibidores do desnudamento Amantadina e Rimantadina Mecanismo de ação: Inibição do canal iônico viral M2. Este canal permite a passagem de íons H+, acidificando o nucleocapsídeo e liberando as proteínas e o RNA viral no citoplasma. Administração VO, porém pouco usada atualmente Amantadina: T1/2 12-18 h; Rimantadina: T1/2 24-36 h. Toxicidade: Agitação, insônia, perda da concentração, náuseas. Doses altas podem causar convulsões, delírios, alucinações Indicação: Profilaxia e tratamento de Influenza A (não tem ação sobre Influenza B). Também têm indicação para Parkinson Resistência: Todos os vírus da epidemia de 2009 eram resistentes Inibidores da neuraminidase Oseltamivir e Zanamivir São análogos do ácido siálico Para Influenza A e B Mecanismo de ação: Vírion liberado por brotamento quando quebra, por ação da neuraminidase, a ligação entre a hemaglutinina viral e o ácido siálico da célula hospedeira. O oseltamivir e o zanamivir inibem a neuraminidase viral e impedem essa quebra Oseltamivir (tamiflu) é um pró-fármaco. Farmacocinética: Absorvido VO (biodisponibilidade 80% ) T1/2 6-10 h. Eliminação renal do metabolito ativo do oseltamivir Toxicidade: Náusea, desconforto abdominal (leves) Resistência: Mutação da neuraminidase viral Zanamivir (relenza) Farmacocinética: Uso via nasal do pó; T1/2 2- 5 h Toxicidade Causa irritação das vias aéreas superiores. Não deve ser usado em asmáticos. ANTIVIRAIS PARA HERPES Inibidores da DNA polimerase São estruturas parecidas com o nucleosídeo guanosina Mecanismo de ação: A enzima timidina quinase viral não nota a falta de metade do anel da ribose na estrutura do aciclovir e fosforila o falso nucleosídeo, posteriomente a célula hospedeira continua a fosforilação. Este nucleotídeo defeituoso é então incorporado ao DNA pela DNA polimerase viral gerando uma fita incompleta e interrompe a cadeia. A enzima timidina quinase humana percebe que o aciclovir não é um nucleosídeo completo e não inicia a fosforilação, portanto o aciclovir é inativo para as células não infectadas ACICLOVIR E VALACICLOVIR Resistência: mutações nas enzimas virais timidina quinase ou na DNA polimerase Toxicidade: Náusea, diarréia, prurido, dor de cabeça (raro insuficiência renal ou neurotoxicidade) Farmacocinética: Administração VO, IV ou tópica Biodisponibilidade VO do aciclovir é de 10-30% já do valaciclovir é de 40-70%. Pacientes com insuficiência renal devem sofrer ajuste (redução) de dose Indicação: HSV, varicela e herpes zoster. Não indicado para CMV Não oferece cura, apenas profilaxia e controle de infecção, principalmente em pacientes imunocomprometidos (HIV+) Penciclovir, Fanciclovir (pró-fármaco) Perfil semelhante ao do aciclovir. Apenas para administração tópica de lesões Ganciclovir, Valganciclovir (pró-fármaco) Perfil semelhante ao do aciclovir. Pode causar mielossupressão, por isso é usado principalmente para CMV Cidofovir Análogo da citidina. Promove interrupção de cadeia de DNA Usado para HSV resistente à aciclovir; contra CMV, poxvírus, papilomavirus, adenovírus e HIV Efeito colateral: nefrotoxicidade (proteinúria, glicosúria, acidose). Uso IV ou tópico. Foscarnet Inibidor reversível da DNA polimerase viral pois bloqueia o sítio de ligação Usado para CMV resistente à ganciclovir, ou HSV resistente à aciclovir Efeito colateral: nefrotoxicidade (necrose tubular, glomerulopatia, nefrite) Uso IV. Não sofre metabolismo e é excretado intacto via renal. ANTIVIRAIS HEPATITE C • O tratamento era reservado a pacientes com doença avançada ou manifestações extra-hepáticas, porém com os novos antivirais, com taxas de cura acima de 90%, e pouco efeitos adversos foi ampliado, em 2018, para qualquer estágio da doença. • Tratamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde ✔ Sofosbuvir – inibidor nucleosídeo da RNA polimerase✔ IFN-alfa + Ribavirina – citocina e inibidor da RNA polimerase ✔ Dasabuvir – inibidor não nucleotídeo da RNA polimerase ✔ Daclatasvir, Ombitasvir – Inibidores da proteína 5A (NS5A) - transcrição ✔ Simeprevir, Paritaprevir, Ritonavir – inibidores de protease • Todos muito caros, entretanto mais baratos que um transplante de fígado. • Usados em combinação para evitar o aparecimento de resistência. Terminados em “previr” = inibidor de protease; “buvir”= análogos ou não de nucleotídeos; “”asvir” = inibidor da transcrição Sofosbuvir Inibidores nucleosídico da RNA polimerase - Análogo da uracila • Usado em combinação com ribavirina, interferon peguilado, simeprevir, ledipasvir, daclatasvir, ou velpatasvir. • Cura até 97% dos casos • Usado via oral, tem t1/2 de 27 h. Tratamento dura 12 semanas • Efeitos colaterais: fadiga, cefaléia, náusea, insônia CARO Ribavirina Inibidor nucleosídico da RNA polimerase e da transcrição – análogo da guanosina • Em monoterapia tem efeito mínimo, porém combinado com IFN peguilado com outros tem ótima resposta • Administração v.o. 2x/dia • Efeito adverso: anemia hemolítica dose-dependente Também usada para Influenza, VSR, rinovírus, caxumba, sarampo. Dasabuvir Inibidor não nucleosídico da RNA polimerase • Usado em combinação com parataprevir, ombitasvir e ritonavir • Usado v.o. por 12 semanas junto às refeições para melhorar a absorção Efeitos colaterais: fadiga, náusea Daclatasvir, Ombitasvir, Pibrentasvir, Velpatasvir, Ledipasvir, Elbasvir Inibidor da proteína viral NS5A que promove a transcrição viral • Usado em combinação do sofosbuvir, ribavirina e interferon • O aparecimento de resistência é muito rápido quando usado como monoterapia Uso via oral, por 12 semanas • Efeitos colaterais: fadiga, cefaléia, náusea • É metabolizado pela CYP3A4 e não deve ser usado com indutores desta enzima ou ajustes de dose devem ser feitos. Simeprevir, Glecaprevir, Paritaprevir, Grazoprevir Inibidores da protease viral NS3/4A, impedindo a maturação viral • Usado em combinação do sofosbuvir ou ribavirina e interferon peguilado • Cura até 90% • Usado também para HIV/AIDS • Usado v.o. por 12 semanas. A dose é dependente da condição hepática e renal do paciente (tem cirrose ou não). • É um substrato da CYP3A4, e a associação com inibidores ou indutores dessa enzima é contra-indicada: fenobarbital, fenitoína, claritromicina... Efeitos colaterais: fadiga, cefaléia, prurido, rash cutâneo, fotossensibilidade Interferon-alfa ✔ É uma citocinas produzida por macrófagos ✔ Promove mudanças celulares que ativam um estado “antiviral” contribuindo para a resistência aos vírus ✔ Associado a Ribavirina ✔ Também usada para Hepatite B ✔ IM ou SC. T1/2 3-8 h, entretanto o efeito é duradouro. Quando associado à PEG (Polietilenoglicol) a t1/2 aumenta para 50 h Efeitos colaterais: (limitantes de tratamento) ✔ Influenza-like: febre, calafrios, cefaléia, mialgia, náusea, vômitos ✔ Depressão, pensamentos suicidas, confusão, sonolência ✔ Mielossupressão (trombocitopenia, granulocitopenia) • Imunomodulação: Aumento da expressão de MHC I e II e Estimulação de linfócitos • Anti-proliferativo: Mielossupressão ANTIVIRAIS HIV TERAPIA HIV - TARV Programa IST-AIDS • MS fornece gratuitamente qualquer TARV disponível no mercado para portadores do vírus • Redução de 33 % de novas infecções e 30 % da mortalidade • Como o vírus pode permanecer inativo por anos (> 20) o tratamento é para a vida toda • TARV - terapias combinadas de no mínimo três fármacos diferentes: • No Brasil, o início do tratamento de um adulto: lamivudina (3TC) +tenofovir (TDF) + dolutegravir (DTG) • Evidências mostram que o uso de 4 ou mais fármacos não aumentam a eficácia do tratamento, mas evitam (retardam) o aparecimento d resistência • A principal causa de resistência é a não adesão do paciente ao tratamento • Devido a disponibilidade de um grande número de tratamentos eficientes, a ênfase hoje é encontrar terapias toleráveis, convenientes e seguras no longo prazo. • Tentativas de promover o aumento dos linfócitos T do hospedeiro não surtiram efeito clínico • O início e escolha da terapia é determinado pela contagem de LT na circulação. CD4 ≤ 350 células/mm3 • A falha do tratamento = aumento da carga viral (previamente indetectável) mesmo em uso de alguma terapia antiviral. • Neste caso é indicada a troca de todos os fármacos do tratamento. • Não deve ser feita a simples adição de outro fármaco ao tratamento • Efeito colateral importante do uso crônico da TARV é a síndrome metabólica (10-40% dos pacientes) • Resistência à insulina • Hiperlipidemia • Lipodistrofia Lipoacumulação gibocervical (concurda de gordura) Lipoatrofia facial (face mais esquelética) Receptores chamariz: Receptores solúveis que se ligam ao vírus impedindo a adsorção ✔ CD4 solúvel que se liga ao gp120 do HIV, prevenindo a ligação deste ao receptor CD4 do linfócito auxiliar Inibidores da adsorção: Maraviroque Bloqueia o correceptor CCR5 importante para a ligação do gp120 do HIV ao LTCD4 ✔ Administração v.o., 2x/dia ✔ Não funciona se forem cepas que utilizam o CXCR4 como correceptor Inibidores da penetração ou fusão: Enfuvirtida: Se liga às glicoproteínas gp41 do HIV e inibe a fusão vírus-célula ✔ Administração subcutânea cada 12 h – reações dolorosas no local e até nódulos subcutâneos ✔ Mutações na gp41 reduzem suscetibilidade do fármaco em até 100x Inibidores da transcriptase reversa (TR) Inibidores nucleosídicos/nucleotídicos (INTR): Zidovudina (AZT), Lamivudina* (3TC), Abacavir (ABC), Tenofovir* (TDF), Entricitabina (FTC) ✔Análogos da purina – competindo com os nucleotídeos pela síntese do DNA pró-viral feita pela transcriptase reversa = término da cadeia ✔ Precisam ser fosforilados, o que fixa o fármaco dentro da célula = [ ] intracelular > [ ] plasmática ✔ Não inibe a DNA polimerase do hospedeiro, mas pode acontecer com a mitocondrial = efeitos colaterais: ▪ Anemia, granulocitopenia, miopatia, neuropatia periférica, pancreatite, acidose láctica, lipodistrofia * Também usados para HBV Inibidores de integrase (INI): Raltegravir (RAL), Elvitegravir (EVG), Dolutegravir (DTG) ✔ Formam um complexo com a enzima e impedem a fusão entre o DNA viral e o DNA do hospedeiro ✔ Não existe integrase na célula hospedeira = efeitos colaterais mínimos: ✔ cefaléia, náuseas e fadiga. ✔São absorvidos via oral. Não são indutores ou inibidores de CYPs, portanto interações medicamentosas não são importantes. ✔Podem promover o aparecimento de resistência ✔ Dolutegravir é contraindicado em mulheres que buscam a concepção devido ao risco de malformação congênita. Inibidores de protease (IP): Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, Lopinavir, Ritonavir, Saquinavir, Tipranavir ✔ São inibidores competitivos da protease viral que cliva os peptídeos precursores das proteínas virais essenciais para maturação ✔São potentes inibidores da replicação viral (100-1000x) ✔As aspartil proteases do hospedeiro não são significativamente inibidas por estes inibidores. ✔ Efeitos colaterais são mínimos: náusea, vômito e diarréia ✔ Uso prolongado associado com síndrome metabólica = resistência à insulina e lipodistrofia ✔ É comum a associação de uma dose subclínica de ritonavir com outros inibidores de protease para aumentar a biodisponibilidade oral e a meia vida dos demais fármacos ✔São todos substratos e inibidores da CYP3A4 - interações medicamentosas podem gerar toxicidades importantes ✔ Aparecimento de resistência é rápido, porém não tão rápido quanto os INTR ✔Interações com fármacos para tuberculose (rifampicina), anticonvulsivantes, estatinas, anticoncepcionais orais, antifúngicos, benzodiazepínicos ANTIVIRAIS COVID Remdesivir ⦿ Inibidor da RNA-Polimerase-dependente-de-RNA viral ⦿ Amplo espectro contra vírus de RNA ⦿ Desenvolvido para tratar Ebola, testado para MERS-CoV e SARS-Co ⦿ adultos e crianças ≥ 12 anos ou mais e que 40 quilos com pneumonia e necessidade de oxigenioterapia ⦿ Reduziu o tempo de recuperação com poucos efeitos colaterais Banlanivimabe+etesevimabe e casirivimabe+imdevimabe(anticorposmonoclonais) ⦿ Se ligam às proteínas spike (S)do SARS-CoV-2, impedindo a ligação aos receptores ACE2 nas células humanas ⦿ Dose única, IV, uso hospitalar ⦿ Tratamento da Covid-19 leve a moderada, em adultos e crianças ≥ 12 anos ou mais e que 40 quilos que apresentem alto risco de progressão da doença ⦿ Não usar em pacientes hospitalizados, que necessitem de oxigênio ou ventilação mecânica. ⦿ Efeitos adversos: hipersensibilidade, angioedema, anafilaxia, febre, dispnéia e redução da saturação, arritmia, fraqueza, náusea, cefaleia Paxlovid = nirmatrelvir (150 mg) + ritonavir (100 mg) ➢ 2 inibidores de protease (nirmatrelvir e ritonavir). ➢ nirmatrelvir - bloqueia a multiplicação do coronavírus SARS-CoV-2. ➢ ritonavir retarda a decomposição da nirmatrelvir. ANTIFÚNGICOS Inibidores de membrana - Poliênicos Anfotericina e Nistatina Mecanismo de ação: Ligam-se ao ergosterol – formação de poros na membrana - extravasamento de íons = rompimento – efeito fungicida Resistência (rara): Diminuição da quantidade de ergosterol e Acúmulo de outro esterol com baixa afinidade pelos poliênicos Anfotericina B: Administração: I.V. ou tópica (cremes e pomadas). Sem absorção oral , mas podem ser usados para infecções TGI Espectro de ação: Fungicida - Candida spp, Crytococcus, Aspergillus, Fusarium spp, Fungos dimórficos (Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Paracoccidiodes braziliensis) Fungos negros. Alguns protozoários Infecções refratárias ou potencialmente fatais (i.v.) Resistência: Pouca resistência Efeitos colaterais: Alta toxicidade = febre, calafrios, hipotensão, vômitos, cefaléia, nefrotoxicidade, anemia hemolítica, cardiotoxicidade, hipocalemia (principalmente quando i.v.) Toxicidade: reação cruzada com colesterol Nistatina: Administração: Tópica – cremes, pomadas, pastilhas. Solução oral e comprimidos para candidíase oral e esofágica. Micoses mucocutâneas Espectro de ação: Fungicida - Tratamento de dermatofitoses (tíneas) e infecções mucocutâneas – Candida Efeitos colaterais: Altamente tóxico: Gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarréia em doses elevadas Inibidores de membrana - Azóis Imidazóis (ex.: Miconazol); Triazóis (ex.: Itraconazol) Inibe a síntese de ergosterol: Inibição da enzima 14-α-lanosterol desmetilase – inibe conversão de lanosterol a ergosterol - Fungistático ou fungicida (dose) Mecanismos de resistência: Bomba de efluxo; Mutação do gene ERG 11 (C14-alfa-lanesterol desmetilase) Aumento da expressão da C14-alfa-lanesterol desmetilase Inibidores de membrana - Alilaminas Terbinafina e Amorolfina Inibe a síntese de ergosterol: Inibição da enzima esqualeno-epoxidase = acúmulo de esterol esqualeno – tóxico para o fungo - fungicida Administração: Uso oral e tópico Efeito sinérgico aos azóis Usos: Dermatofitoses (tíneas) e onicomicoses. Com azóis para esporotricose, Trichophyton. Amorolfina: Uso tópico para onicomicose Efeitos colaterais: Os efeitos adversos mais comuns: distúrbios TGI (diarreia, dispepsia e náuseas), cefaleia e urticária. Foram relatados distúrbios de paladar e visão. Terbinafina não pode ser utilizada por lactantes Inibidores de parede - Equinocandinas Caspofungina, micafungina, anidulafungina, aminocandina Inibem a síntese da beta (1, 3)-beta-glucana da parede celular Inibe a 1,3 beta glucana sintase = fragilidade osmótica = ruptura e morte - fungicida Uso exclusivo i.v., 1x/dia Candida – candidíase esofágica, invasiva e candidemia Aspergillus – aspergilose pulmonar, invasiva e refratária Micoses resistentes aos azóis Pouca interações com outros fármacos Efeitos adversos: gastrointestinais, febre, flebite, náusea, cefaléia Inibidores de mitose - Griseofulvina Griseofulvina Inibe a mitose por se ligar a tubulina e inibir a polimerização dos microtúbulos – fungistática Administração: Uso oral e tópico Substituídos pelos azóis e terbitafina Usos clínicos: oncomicoses causadas por dermatófitos: Tíneas da cabeça, pele e unhas Tratamento de longa duração: 6-12 meses contra onicomicose - acumula-se na gordura Efeitos adversos: cefaléia, fototoxicidade . Contraindicado em gestante ANTIPARASITÁRIOS Antiprotozoários - Amebíase, giardíase e tricomoníase Metronidazol (1a geração), Tinidazol, Secnidazol (2a geração) Pró-fármaco que é ativado após absorção pelos trofozoítos – liga-se ao DNA inibindo sua síntese e a divisão celular Também inibe a função respiratória dos trofozoítos Tratamento da amebíase: metronidazol pode ser administrado com um amebicida luminal, como iodoquinol ou paromomicina. Espectro de ação: Também usado para Clostridium spp e Bacteroides spp Vias de administração: Usado via oral, tópico (creme, gel intravaginal) Efeitos adversos: cefaléia, diarréia, náuseas, vômitos, boca seca, alterações do paladar (gosto metálico), anorexia e ataxia. Menor com tinidazol e secnidazol Interações medicamentosas: Interage com álcool, produz acetaldeído = cãibras abdominais, náuseas, vômitos e cefaléia Nitazoxanida Protozoários - inibe a Piruvato-ferredoxina óxido redutase que converte piruvato em acetil CoA em protozoários e bactérias anaeróbia. A nitazoxanida é hidrolisada ao metabólito ativo, tizoxanida (aceptor de elétrons): altera a polimerização da tubulina = inibe divisão celular, citoesqueleto, formação de cílios e flagelos Helmintos – inibe a polimerização da tubulina destes parasita Uso oral Efeitos adversos: náusea, vômito, dor abdominal Antiprotozoários - Doença de Chagas (Tripanossomíase) Nifurtimox Nifurtimox sofre redução e gera radicais de oxigênio (EROS) intracelulares, como superóxido e H2O2. Esses radicais altamente reativos são tóxicos ao T. cruzi. Efeitos adversos: náusea, vômito, dor abdominal, cefaléia, tontura, reações de hipersensibilidade e neuropatia periférica Benznidazol Derivado do Nifurtimox (menor toxicidade) – quando ativado pelo tripanossoma produz EROS: ↑citotóxico e mutagênico que danifica o DNA, inibe síntese de proteínas e de RNA Fármaco de escolha na fase aguda e crônica – melhor eficácia e segurança Taxa de cura 80 % na fase aguda Administração oral Efeitos adversos limitam o uso crônico: anorexia, vômitos, cefaléia, ataxia, insônia e convulsões - revertidos pela interrupção do uso ou redução de dose. Antiprotozoários - Toxoplasmose Sulfadiazina + pirimetamina Inibidores metabólicos – inibem a síntese do folato Sufas: falso substrato - inibem a diidropteroato sintase Pirimetamina: Inibem a diidrofolato redutase Uso oral Efeitos adversos: náusea, diarréia, cristalúria, febre, cefaléia, tremores, flebite, anafilaxia (suspender), fotossensibilidade. Antiprotozoários - Malária - Agentes sanguíneos (fase aguda) Cloroquina, hidroxicloroquina, mefloquina, quinina, lumefrantrina Impedem a polimerização do heme da hemoglobina (hemozoína) nos vacúolos digestórios do plasmódio: ↑ heme: toxicidade e morte do parasita. Ativa contra todas as formas eritrocitárias, mas não hepática = Cloroquina + primaquina Escolha para tratamento e profilaxia de plasmódio não resistente Eliminação do parasita no plasma entre 48 e 72 Comuns: cefaléia, vômito, visão turva, tontura, fadiga e confusão mental, cardiotoxicidade, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade (administrar junto às refeições ou reduzir de dose) Quinina = gosto amargo, hipoglicemia. Mefloquina T1/2 vida 30 dias, alterações psiquiátricas Artesunato e arteméter – derivados da artemisinina Ativados pelo ferro do parasita, ativa endoperóxidos (EROS) e inibe a enzima Ca2+ ATPase que bombeia Ca2+ para as organelas do parasita. Inibição da síntese protéica e ácido nucléico Usados para tratar P. falciparum resistentes (não devem ser usados sozinhos) Combinações: Artesunato + mefloquina / Arteméter + lumefantrina Potencializam efeitos da mefloquina, primaquina e tetraciclina, usados em combinação com outros fármacos antimaláricos Efeitos colaterais mínimos: febre e neutropenia Atovaquona Inibe cadeia de transporte mitocondrial de elétrons do parasita Usada para casos resistentes e de forma profilática Usada em associação com proguanil Usado v.o. Sulfadoxina + pirimetamina, proguanilInibidores metabólicos – inibem a síntese do folato Sufas: falso substrato - inibem a diidropteroato sintase Pirimetamina: Inibem a diidrofolato redutase Proguanil: inibe a dihidrofolato redutase do plasmódio Usados para tratamento e evitar transmissão Associados ao artesunato. Primaquina e tafenoquina (só para P. vivax e P. ovale) É convertida em mediadores oxirredutores, gera EROS = citotoxicidade Afetam a glicose-6-fosfato desidrogenase: hemólise pela metemoglobinemia = toxicidade. Ativa contra as formas teciduais, sexuadas (gametocíticas) e latentes hepáticas (hipnozoítos) = cloroquina + primaquina Usado no tratamento e para evitar transmissão (destroem os gametócitos evitando a transmissão pelo mosquito) Efeitos adversos: cefaléia, náusea, cólicas (atenuados por administração junto às refeições ou redução de dose) Contraindicado para gestantes e menores de 6 meses Anti-helmínticos Ascaridíase, tricuríase, teníase, enterobiose, ancilostomose Albendazol, mebendazol Ligam-se à beta-tubulina, inibe a polimerização do microtúbulo, impede a divisão celular. Inibem o transporte de glicose e a fumarato redutase, enzima mitocondrial envolvida na síntese de ATP, afetando o metabolismo do parasita = morte Atuam localmente no intestino contra larvas e vermes adultos: Impedem o movimento do verme, ↓ sua fixação na parede intestinal Albendazol: uso na neurocisticercose Efeitos colaterais: distensão e dor abdominal, diarréia, tontura e cefaléia Contra-indicados: gestantes e crianças menores de 2 anos Pamoato de pirantel Bloqueador neuromuscular despolarizante e anticolinesterásico de amplo espectro, seguro e eficaz = paralisia no parasita. Verme se solta de sua fixação no trato intestinal e é expelido Ivermectina Ativa canais de cloro regulados por glutamato (presentes nos invertebrados). A hiperpolarização gera paralisia muscular, comprometendo a fixação do parasita no intestino. Agonista de receptores GABAérgicos, potencializando o efeito de paralisia muscular e contribuindo para a morte do parasita Tontura, náusea, vômito, diarréia, dor abdominal, prurido. taquicardia, hipotensão ortostática, artralgia, alterações séricas de enzimas hepáticas e convulsão (dose dependente) Anti-helmínticos Teníase Niclosamida Inibe a fosforilação oxidativa mitocondrial, tornando o cestódeo suscetível às enzimas proteolíticas do hospedeiro: promove a digestão parcial do escólex e dos proglotes que são eliminados pelas fezes. Não promove a morte ou paralisa do parasita: aumenta o risco de cisticercose em caso de infestação por T. solium. Anti-helmínticos Teníase, Cisticercose e Esquistossomose Praziquantel Baixas concentrações: captado pelo parasita adulto, ↑ atividade muscular, contração e paralisia espástica. O parasita afetado é deslocado da parede das veias mesentéricas para o fígado. Altas concentrações: promove dano tegumentar (influxo de cálcio e geração de ROS) expondo antígenos e tornando o parasita suscetível ao sistema imune do hospedeiro Dor abdominal, náusea, diarréia, cefaléia e tontura. Febre, prurido, urticária, rash cutâneo, artralgia e mialgia (provavelmente em função da morte do parasita e da liberação de antígenos) ANTINEOPLÁSICOS ● Objetivo: matar células ● Neoplasia - 2 componentes básicos: ○ Células neoplásicas proliferantes = parênquima ○ Estroma de suporte - tecido conjuntivo e vasos sanguíneos ● Células tumorais perdem a habilidade de entrar em apoptose. Só vão morrer se não tiverem angiogênese adequada ● Diferente dos antibióticos que tem toxicidade seletiva, os agentes citotóxicos matam o que estiver na frente ● Terapias antineoplásicas (cut, burn and poison) ● G0 a célula não se multiplica, então o fármaco não tem efeito nessa fase Quimioterapia ● Curativa: controle completo do tumor ● Adjuvante: após a cirurgia ● Neoadjuvante: antes da cirurgia ● Paliativa: sem finalidade curativa = melhora a qualidade de sobrevida Agentes Alquilantes - causam dano no DNA ● Mostardas nitrogenadas: ciclofosfamida ● Nitrosureias ● Dacarbazina - Linfoma de Hodgkin ● Interfere replicação e transcrição ● Incapacidade de fazer reparos - p53 promove apoptose ● Ativos em tecidos de alta taxa de proliferação ● Eficazes em tecidos com baixas taxas de mitose ● Geram metabólitos ativos ● Toxicidade: ○ Efeitos TGI ■ Emese aguda (trata com ondansetrona = antiemético) ■ Ulceração oral ○ Mielossupressão ■ Trombocitopenia, anemia, neutropenia, leucopenia (Filgrastim - estimulador do G-CSF) ■ Imunossupressão humoral e celular (útil em doenças autoimunes e transplantes) ■ Infecções oportunistas ○ Neurotoxicidade ■ Coma, convulsões, ataxia cerebelar ○ Outros: alopecia Derivados de plantas - Inibem topoisomerase - causam estresse torcional ● Etoposídeo: atua nas fases S e G2 do ciclo celular ● Derivado da raiz da mandrágora (Podophyllum peltatum) ● Mecanismo de ação: ○ Inibição da topoisomerase II = causa ruptura do DNA durante a síntese (ciclo S e G2 específico) ○ Inibição da função mitocondrial e transporte de nucleosídeo ● Alcaloides da vinca ● Taxanos ● Campotecinas - inibe topoisomerase I ● Análogos da campotecina Principais efeitos colaterais dos fármacos citotóxicos ● Toxicidade ● Mielosupressão ○ Neutropenia, trombocitopenia, anemia ○ Pode-se tratar com filgrastin (6-CSF) ou transfusão ● Emese intensa ● Úlceras (devido à impossibilidade de síntese de mucosas) ● Diarreia/Constipação ● Problemas de pele e unha ● Alopécia ● Disfunção gonadal: azoospermia, anovulação ● Neuropatias Síndrome da Lise Tumoral (SLT) Emergência oncológica em que a maciça destruição de células tumorais (espontânea ou causada pelo tratamento oncológico) acarreta liberação no sangue periférico de grande quantidade de eletrólitos intracelulares e produtos do metabolismo dos ácidos nucleicos Terapia alvo: inibidores de proteína quinase ● (Filadelfia + = Hiperativação na transcrição de proteína quinase faz ativar vias de multiplicação celular) ● Imatinibe (ti = tirosinaquinase /nibe = inibição) ● Inibidores da proteína quinase - Inibidores da via Bcr/Abl ○ Bcr-Abl é um oncogene ○ Bcr-Abl induz proteínas tirosina quinase permanentemente ativados ○ Associada à leucemia mieloide crônica ● Anticorpos monoclonais ○ Brentuximabe (utilizado em tipos de linfoma (Hodgkin) = fármaco citotóxico ligado a um anticorpo que se une ao CD30 Antibióticos citotóxicos Doxorrubicina (adriamicina) – classe: antraciclinas Grupo de fármacos com ação direta no DNA. Via de regra devem ser administrados em conjunto com a radioterapia (em decorrência da ↑ toxicidade). Não ciclo-específicos. doxorrubicina Mecanismo de ação: Liga-se ao DNA e inibe tanto asíntese de DNA quanto de RNA; Intercala-se no DNA, forma uma ligação com a helicase e a topoisomerase II, impedindo a replicação e a transcrição. Administração: Infusão I.V. (pode causar necrose local) Efeitos colaterais: (os mesmos da classe dos antimetabólitos) + dano cardíaco cumulativo (arritmias e ICC) Resistência: ↑ Transporte ativo efluxo, resistência cruzada com Vinca, ↑ metabolismo de inativação (Glutationa, Mutação na topoisomerase II, ↑ Mecanismos de reparo de DNA Bleomicina Em geral atua em diversas fases do ciclo celular, mas é mais ativa em G2 Mecanismo de ação: - Antibióticos glicopeptídeos quelantes de metal que degradam o DNA pré-formado, causando fragmentação da cadeia e liberação de bases livres. - Quelação de ferro ferroso (Fe2+) e interação com oxigênio, resulta na oxidação do ferro (Fe3+) e na geração de radicais superóxido e/ou hidroxila Efeitos colaterais: ↓mielossupressão, ↑% fibrose cística e reações alérgicas mucocutâneas Toxicidade restrita aos pulmões e pele Toxicidade pulmonar principal problema e se manifesta como uma pneumonite intersticial subaguda ou crônica e, nas fases finais, fibrose.
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