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(Manual de cuidados intensivos em hepatologia – Sociedade Brasileira de Hepatologia, 2014) IndicaçõesParacentese Paracentese · Estudo diagnóstico do liquido ascético para investigação etiológica da ascite; · Avaliação da presença de peritonite bacteriana espontânea (PBE) em pacientes com suspeita da infecção (cirróticos com febre, dor abdominal e diarreia) ou em pacientes assintomáticos com alto risco de PBE em razão da hospitalização por encefalopatia, piora abrupta da ascite e sangramento digestivo; · Ascite tensa com desconforto ventilatório; · Ascite refratária ao uso de diuréticos, candidatos a tratamento com paracentese terapêutica associada à infusão intravenosa de albumina; Contraindicações Relativas (realizar paracentese com cautela): · Gravidez; · Visceromegalias; · Obstrução intestinal; · Retenção urinária; · Ascite loculada ou mínima (realizar paracentese guiada por ultrassonografia). Materiais · Precauções universais; · Luva estéril; · Campos estéreis; · Solução degermante com clorexidina; · Pacote com gaze estéril; · Esparadrapo; · Duas seringas de 20 ml; · Uma seringa de 10 ml; · Agulhas 30 x 7 mm e 13 x 4 mm; · Cateter Jelco 14 G; · Lidocaína sem vasoconstritor 1 a 2 %; · Frascos para coleta de bioquímica, leucometria e microbiologia. · Equipo de soro; · Vasilhame para descarte do liquido ascético; · Albumina a 20%, se necessário. Cuidados pré-procedimento · Assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Técnica · Posicionar o paciente em decúbito dorsal com inclinação da cabeceira até 30º a critério clínico. · Determinar o local de punção na linha média a 3 cm abaixo da cicatriz umbilical ou preferencialmente em quadrante lateral inferior esquerdo no ponto de divisão do terço distal com os dois terços proximais de uma linha entre a cicatriz umbilical e a espinha ilíaca. · Realizar lavagem e antissepsia das mãos e antebraços com solução degermante de clorexidina. · Realizar paramentação com capa e luvas estéreis, gorro e máscara. · Efetuar antissepsia do local com clorexidina no raio de pelo menos 15 cm do local de punção com colocação de campos estéreis. · Montar sistema de drenagem com conexão do equipo com uma via ligada ao cateter jelco, uma via ligada à seringa (que fará pressão negativa no momento da punção) e uma via para drenagem de líquido ascético no recipiente de descarte. · Realizar anestesia com lidocaína 1 a 2 % na epiderme com agulha 13 x 4 mm e com agulha 30 x 7 mm pra planos profundos. · Realizar punção com o cateter jelco acoplado a uma das vias do equipo com uma seringa de 20 ml acomplada a outra, de forma que a punção seja no sítio previamente determinado sob aspiração e com sistema fechado até a saída de líquido ascitico. · realizar punção a 45º ou pela técnica em Z (tracionando-se a pele 2 cm caudalmente antes da inserção da agulha de punção até a saída de líquido pelo orifício de punção após o procedimento. · Realizar coleta do líquido para análise bioquímica, microbiológica e celular com posterior abertura da via do sistema de drenagem, caso necessite de punção de alívio. · Retirar cateter jelco após a drenagem do liquido ascético. Complicações · Dor abdominal e formação de hematoma de parede abdominal; · Infecção do líquido ascítico, hemoperitônio, laceração de alça intestinal, disfunção circulatória pós-paracentese com piora de função renal (na ausência de infusão prévia de albumina na dose de 8 g/L drenado em casos selecionados). Cuidados pós-procedimento · Realizar reposição de albumina 8 g/L nas seguintes situações: (1) paracentese terapêutica e (2) retirada de líquido em volume superior a 5 litros. · Considerar reposição de albumina 8 g/L nas seguintes situações: (1) presença de insuficiência renal, pré-renal ou hepatorrenal; e (2) presença de cirrose avançada. · Realizar curativo compressivo.
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