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Princípios do art 5° da Constituição Federal Princípio do Devido Processo Legal LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal - É o principal princípio processual - Garantia das pessoas para com o Estado - Submissão do próprio Estado a lei (impedimento a tirania/arbitrariedades do Estado) - Primeiro momento ocorreu na Carta Magna de 1215 e tem inspiração no direito norte americano “due process of law” - Um exemplo é a possibilidade de se manifestar no processo e apresentar recursos - Existe uma assimilação da ideia de devido processo legal a de processo justo - É visto como superprincípio, pois, abarca dentro dele as demais normas - Existência de devido processo legal em outros segmentos (devido processo legislativo e devido processo administrativo) Se divide em dois aspectos: 1. Formal/instrumental: visão clássica do devido processo legal. Aqui o Estado não pode modificar a sequência dos atos, e, se esse aspecto é violado, estará diante de uma inconstitucionalidade e com isso, sujeito a NULIDADE 2. Material/substancial: ideia do Processo justo. O Devido Processo Legal no seu aspecto material é quando o processo atende a CF PROCESSO JUSTO - DOUTRINA “é o processo que se desenvolve respeitando os parâmetros fixados pelas normas constitucionais e pelos valores consagrados pela coletividade. E tal é o processo que se desenvolve perante um juiz imparcial, em contraditório entre todos os interessados, em tempo razoável, como a propósito estabelece o art. 111 da Constituição” OBS: o princípio da instrumentalidade das formas diz que, não se pode privilegiar a forma se isso vier prejudicar o resultado Princípio do Contraditório LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes - Garantia das partes de manifestação e oposição de argumentos a qualquer tempo - Derivado do Devido Processo Legal - Um exemplo seria a contestação e interposição de recursos Se divide em dois aspectos: 1. Formal (participação): é a garantia de manifestar-se a qualquer tempo do início ao fim (poder de audiências e ser informado dos atos) 2. Substancial (influência): é a garantia do poder influenciar as decisões judiciais e interferir com argumentos Art 9° - Código de Processo Civil (decisão de ofício) “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida” OBS: possibilidade de decisões sem contraditório (tutela de urgência e tutela de evidência) - Requisitos para tutela provisória é a urgência e a plausibilidade do direito - O contraditório é postergado (deixado para frente) Princípio da Ampla Defesa LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes - Ligada a produção de provas de um processo - É a possibilidade de utilizar de todos os meios e recursos previstos em lei (manifestações, recursos processuais, meios de prova) - Todas as provas obtidas por meio LÍCITO são admitidas - Íntima ligação com o contraditório (se mistura com seu aspecto substancial) - Provas que não são pertinentes aos fatos, não obrigatoriamente deve ser deferida pelo juiz OBS: o Devido Processo Legal, Contraditório e Ampla Defesa são os três princípios principais da CF voltados ao Processo. Todo processo judicial do seu início ao fim, deve-se observar esses três princípios. Princípio da Verdade Real - O juiz de direito tem o dever de perseguir as verdades do fato tal como aconteceram no caso concreto - Colabora ao princípio do devido processo legal em seu aspecto substancial - Fenômeno da “aquisição da prova pelo processo” (não importa quem produziu) Verdade ficta: É presumir certos fatos como verdadeiros, independentemente de provas. Um exemplo é a revelia, acontece quando um réu citado não apresenta defesa/contestação no processo. Nesse caso, se o réu no prazo da defesa não apresente sua contestação, serão presumidos verdadeiros os fatos alegados pelo autor na petição inicial. Existem dois limites: - 1° é o dever de fundamentação - 2° é que o juiz só poderá se valer dos fatos e provas constantes no processo DOUTRINA O juiz ao sentenciar deve formar seu convencimento valorando os elementos de prova segundo critérios lógicos e dando a fundamentação de seu decisório (NCPC, art. 371) a) sua conclusão deverá basear-se apenas “na prova constante dos autos”; e b) a sentença necessariamente deverá conter “as razões da formação de seu convencimento”. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição - Garante a revisão de toda a decisão judicial por um outro órgão julgador que não o primeiro - O Princípio do duplo grau de jurisdição é um princípio implícito na CF do devido processo legal - Juízos de primeiro grau (juiz singular) → juízos da causa (a quo/anterior) - Juízos de segundo grau (Tribunais) → juízos de recursos (ad quem/posterior) Subprincípio da recorribilidade: O duplo grau de jurisdição é exercido pelo recurso. Recurso é o ato processual que tem a finalidade de tirar o processo de um órgão julgador e levar para outro, esses recursos têm um modo de fazer e um prazo previsto em lei para interpor (15 dias). Se não seguir o modo, o recurso não é reconhecido/ julgado (é uma rigidez que garante a ordem ao processo). Princípio da Publicidade LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem - Processo devido é processo público Norma que tem função dupla (interna e externa): Publicidade interna: proteger as partes contra atos secretos do Estado no curso do processo Publicidade externa: a terceiros (nem autor e nem réu), de modo a permitir o controle pela opinião pública - Possibilidade de restrição da publicidade externa - Não se fala em eliminação, mas sim, restrição - Não se aplica a publicidade interna, mas existem exceções, como por exemplo, interceptação telefônica do réu (a publicidade aqui é postergada) - Processos que tramitam em segredo de justiça, conforme o art. 189° do CPC Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. OBS: é cada vez maior a publicitação dos atos processuais (ex: julgamentos televisionados e acesso pela internet) Princípio da Duração Razoável do Processo Art. 5°, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (CF/88) Art. 4°. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa (CPC) - Sua origem se deu no Pacto de San José da Costa Rica - Incorporado ao ordenamento brasileiro em 1992 - EC 45/2004 incorporou norma semelhante a CF - O não cumprimento da duração razoável do processo gera consequências - Juiz que injustificadamente exceder os prazos, existe a possibilidade de sua substituição (CPC, 235°) - Responsabilidade civil do Estado em face dos danos causados pela inércia Princípio da Isonomia Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito àvida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes - Princípio geral aplicado também ao processo - Interesse em garantir tratamento igualitário às partes Formas de garantir a isonomia: - O que é garantido a uma parte, deve ser garantindo a outra também (paridade de armas) - Imparcialidade do juiz (equidistante em relação às partes) - Igualdade no acesso à justiça sem discriminação pessoal Redução das desigualdades que impedem uso do processo: - Questões financeiras → gratuidade processual (até 3 salários mínimos) - Geográfica → sustentação por videoconferência - Comunicação → uso de língua de sinais e testemunha OBS: sempre que se tratar de ente público, o prazo é contado em dobro (CPC, 183) Princípio da Boa-fé Processual Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé - Princípio implícito na CF, porém, explícito no Código de Processo Civil de 2015 (art 5°) - Esse princípio trata-se da boa-fé objetiva - Boa fé objetiva é diferente de boa-fé subjetiva (é o que se passa na cabeça do sujeito) - Boa-fé objetiva é norma princípio e boa-fé subjetiva é norma regra Tramitação de processo - Método Inquisitorial: quem conduz esse processo é exclusivamente o Estado - Método Adversarial: as partes que conduzem, argumentam e vão atrás de provas no processo (existem situações no Brasil que os processos são adversarial) OBS: ao impor a boa-fé objetiva, se espera que TODOS os sujeitos envolvidos no processo cooperem (partes, juiz, terceiros) - Padrão de comportamento ético que se espera das partes (quem coopera no processo, somente fala a verdade) - Litigância de má fé é quando o indivíduo quebra o princípio da boa-fé objetiva e o dever de cooperação, sendo assim, será penalizado com uma multa sob o valor da causa (CPC, 80°) Princípio de Dispositivo (infraconstitucional) - Significa que a busca pelo Poder Judiciário é uma escolha das pessoas, ou seja, uma possibilidade que depende da vontade - É um direito disponível, o processo só se inicia por iniciativa da parte - O autor pode exigir desistência a qualquer momento, porém, após a citação é necessário a concordância do réu Princípio do Impulso Oficial (infraconstitucional) - Quem conduz o trâmite, impulsiona, garante a marcha do processo é o Estado - O princípio de dispositivo e o princípio do impulso oficial estão interligados (o processo se inicia pelas partes, mas, é impulsionado pelo Estado)
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