Buscar

tipos de suturas, tipos de feridas de pele, antibioticoterapia, vacina antitetanica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conhecer as diretrizes básicas para a realização da sutura. 
Algumas diretrizes básicas são utilizadas com a finalidade de se obter uma linha de 
sutura eficaz, tais com o: 
1. Manipulação a apresentação dos tecidos. As bordas teciduais devem ser 
elevadas e apresentadas para se efetuar a sutura. Para isto, deve-se evidenciar primeiro uma 
borda, depois a outra, fazendo uso de pinças elásticas que as mantenham reparadas, uma de 
cada vez, de modo que possam ser comodamente transfixadas pela agulha. Geralmente, se 
utilizam uma pinça delicada com dentes delicados, tipo Adson (sem dentes), para suturas de 
tecidos friáveis, e uma pinça dente de rato mais robusta para os tecidos mais resistentes (com 
o a própria pele). Quando se faz a síntese da pele, deve - se, sempre, o melhor resultado 
possível. Para isto, não se deve pinçar a pele de fato, mas apenas apoiá-la com o um aparato 
para a transfixação da agulha. 
2. Colocação da agulha no porta- agulha. Comumente, a agulha é presa em 
sua parte média (ou pouco atrás) pelo porta-agulha (a preensão muito próxima a ambas as 
extremidades, isto é, na ponta ou n o olho, pode quebrá-la). 
3. Direção da linha de sutura. Quando cirurgiões destros realizam suturas 
com agulhas curvas ou retas, contínuas ou descontínuas, comumente as iniciam da 
direita a esquerda, com a pinça que mantém as bordas a serem suturadas sendo 
sustentada por sua mão esquerda; com agulhas curvas, o sentido da sutura é da borda 
distal para a proximal, em relação ao seu posicionamento; com agulhas retas, o sentido 
se inverte, indo da borda proximal para a distal. 
4. Transfixação das bordas. A passada de agulha pelas duas bordas do tecido 
pode ser feita em um ou dois tempos (sendo esta preferível para tecidos muito 
rígidos). A quantidade de tecido a ser englobada em cada passada da agulha deve ser a 
menor possível para que se consiga propiciar firme apoio ao fio cirúrgico. Dessa forma, 
além de propiciar bom resultado estético, estaremos seguindo um dos principais 
postulados da técnica operatória: englobar o mínimo possível de tecido em ligaduras e 
suturas, de modo a manter o máximo de vitalidade tecidual. Para um a boa sutura e um 
bom efeito estético, deve- se seguir os seguintes parâmetros: 
 Inserir a agulha (curva) na pele em um ângulo de 90º. 
 Adotar um c aminho curvilíneo através dos tecidos. 
 Ter certeza quanto à simetria entre os extremos da agulha inseridos no 
tecido, tanto dos lados como na profundidade. A profundidade da agulha deve ser maior 
que a distância entre cada extremo da agulha e a ferida. 
5. Extração das agulhas. As agulhas devem ser extraídas dos tecidos em 
que foram passadas com a sua forma e com a direção de suas pontas. Assim, uma 
agulha curva deve ser tracionada para cima, de modo a completar um semicírculo 
semelhante à sua forma; similarmente, uma agulha reta deve ser tracionada para 
adiante, e, somente após transfixar totalmente as duas bordas, deve ser aponta da para cima. 
Preconiza-se que também as agulhas retas sejam manuseadas com o porta- 
agulha, haja vista o grande risco de ferimento inadvertido que a carretam para toda a 
equipe cirúrgica. Entretanto, muito mais comumente, elas são utilizadas com as mãos. 
Nesses casos, também, ou o auxiliar as pega com uma pinça forte, ou o próprio 
cirurgião com uma pinça dente de rato. 
 
Para se realizar uma boa sutura, algumas normas básicas são necessárias: 
 Assepsia adequada: infecções podem fazer deiscência de sutura, por que 
enfraquecem e destroem os tecidos. 
 Bordas regulares: facilita a exposição das suturas e sua execução. 
 Boa captação das bordas: bordas bem alinhadas e coaptadas facilitam o 
processo de cicatrização, reduz formação de queloides e contribui para uma melhor estética. 
 Hemostasia: hematomas dificultam a cicatrização e favorece infecções (meio 
de cultura para os microrganismos). Cuidado! Excesso de hemostasia pode fazer isquemia e 
promover necrose tecidual. 
 Evitar espaço morto: pode haver acúmulo de líquidos e afastar os tecidos. 
 Realizar por planos: promove bom confrontamento das bordas e evita o 
espaço morto. 
 Realizar a técnica adequadamente: adequar a sutura ao tecido, com relação a 
tensão, tipo de fio e espaçamento correto entre os pontos. 
 Evitar isquemia e corpos estranhos 
 Utilizar material apropriado 
Conhecer os tipos de suturas. 
Sutura pode ser definida como o ato de aproximar estruturas (tecidos histológicos), 
mediante a utilização de instrumental cirúrgico. 
Todas as suturas promovem em maior ou menor grau três efeitos básicos nos tecidos 
vivos onde são aplicadas. Há o efeito de síntese (aproximação), em que a tensão da sutura terá 
o efeito de propiciar a cicatrização primária da ferida. Secundariamente, ocorrerá o 
recobrimento das estruturas em planos anatômicos imediatamente abaixo dessa, estejam eles 
adequadamente tratados ou não. E associado aos anteriores, há o efeito hemostático da 
sutura, decorrente da tensão dos pontos, da aproximação dos tecidos e do recobrimento dos 
planos. A interação apropriada desses efeitos, resultando em tratamento adequado das 
feridas, dependerá do material a ser utilizado e de correta técnica cirúrgica a ser empregada. 
 
Condições para uma Boa Sutura 
Algumas condições contribuem para o sucesso do procedimento de sutura dos 
tecidos: lavagem com solução salina para retirada de corpos estranhos; a antissepsia ao redor 
da lesão evitará a deiscência da sutura devido a processos infecciosos; apresentação adequada 
das bordas da ferida permite uma sutura sem irregularidades ou falhas de aproximação a 
hemostasia prévia diminui a possibilidade de infecções e infiltração dos tecidos, além de evitar 
a perda da sutura por formação de coleções (hematomas); a ausência de tensão entre as 
bordas, por aproximação de planos profundos, quando necessário, evita deiscências por erro 
técnico e propicia cicatrizes com melhor qualidade; evitar espaços mortos e remover corpos 
estranhos ou tecidos desvitalizados previne complicações e necessidade de reintervenções; 
anestesia local diminuirá a dor e tratá mais conforto para o paciente, permitindo a realização 
da técnica corretamente; a escolha do material adequado (instrumental, fios, agulhas) 
contribui substancialmente para o sucesso do procedimento. Deve-se escolher o instrumental 
mais delicado possível para cada tipo de sutura, porém que cumpra sua utilidade de maneira 
eficaz. 
Além disso, deve ser observado o tipo de ferida, e se há ou não possibilidade de 
suturá-la, considerando o tamanho e a gravidade da lesão, e o risco de infecção. Nem toda 
lesão é passível de sutura imediata, muitas vezes será necessário lançar mão do uso de 
retalhos, por exemplo, ou realizar profilaxias infecciosas. 
Tipos de suturas: 
Ponto Simples Separado: é a técnica mais utilizada, pois é fácil e rápida. É o ponto 
ideal para uma aproximação correta das bordas de uma ferida. Utiliza-se agulha curva, 
portanto sua introdução na pele deve acompanhar seu círculo. 
 
 
Técnica para o ponto simples invertido: para sua execução, é revertida a sequência listada 
anteriormente, começando com a borda de saída e terminando com a ponta de entrada (de 
cima para baixo), de modo que as duas extremidades do segmento serão amarradas dentro da 
ferida. 
 
 
Ponto Donati (“longe-longe, perto-perto”): Permite aproximação uniforme das 
bordas mesmo quando for uma incisão incorreta ou quando as bordas forem irregulares, 
apesar de ter uma execução mais trabalhosa. Ele começa de forma semelhante ao ponto 
simples, mas uma vez completado o ponto simples a agulha é voltada no sentidodo início do 
ponto, pegando uma pequena porção de derme e epiderme, dos dois lados da ferida, de tal 
forma que, quando o nó é atado, as bordas serão suspensas. 
 
 
 
Ponto em U Horizontal: Na sutura em U horizontal, ou ponto de Gillies, a agulha 
penetra a pele de forma intradérmica na fase inicial, em uma das bordas. Na borda contralate-
ral a passagem do fio é totalmente intradérmica, de forma horizontal, em U. O fio não é 
exteriorizado nesta borda. Após a confecção do U horizontal intradérmico, a agulha retorna 
verticalmente e ao lado de sua entrada, também intradérmica. 
 
 
Ponto em X: Utilizada em regiões com grandes resistências submetidas à tensão. O 
fio é passado em um lado da incisão e, após, a um nível abaixo nas duas bordas, iniciando pela 
borda contrária à inicial. Ao final, para finalizar a sutura, o fio é passado em mesmo nível ao 
inicial, em borda oposta. 
 
Suturas Contínuas 
Este tipo de sutura tem maior indicação nos casos em que há grandes extensões para 
suturar e é necessário ganhar tempo, porém seus resultados deixam a desejar. 
Ponto Simples Contínuo (chuleio simples): consiste na confecção de pontos simples, 
seriados e sem interrupção. O nó é realizado no início e no final da sutura. Possui técnica 
rápida e de fácil execução. 
 
 
 
Ponto Contínuo Ancorado (chuleio festonado): Realizado da mesma forma que a 
sutura simples contínua, porém com o cruzamento do fio entre os nós. É utilizado para dar 
firmeza à sutura, principalmente nas suturas longas, conferindo maior fixação dos lábios da 
sutura. 
 
Ponto em U Horizontal Contínuo (barra grega ou colchoeiro): Sutura realizada em U, 
horizontalmente, transfixando a pele em suas bordas. A entrada e saída dos fios são realizadas 
lado a lado, de forma contínua. 
 
Sutura Intradérmica: É realizada por passagem do fio de forma horizontal, em plano 
mais superficial possível. A passagem do fio contra lateral deve ser realizada no mesmo nível 
do término da passagem imediatamente anterior. O fio deve ser cruzado. O fio pode ser 
exteriorizado, com ou sem nó externo, nas duas extremidades. Tem excelente confrontamento 
anatômico e efeito estético. 
 
 
Sutura em bolsa: A sutura em bolsa é aplicada com o intuito de inversão das bordas 
e de seu conteúdo. Realizada por sutura circunferencial, transfixando os planos parcialmente e 
espaçada entre 0,3 e 0,5 cm. Reparar e manter folga no fio em 0/360º e 180º permite que, ao 
realizar o nó cirúrgico, o auxiliar possa invaginar através de pinça o seu conteúdo. 
 
Suturas especiais: 
Suturas de mucosas: mucosa oral e lábio 
Fios absorvíveis; Pontos separados. 
 
 
Sutura gastrintestinal 
Bordas mucosas invertidas; Plano seromuscular; Fios absorvíveis de longa duração 
(polidioxanona); Fios inabsorvíveis(polipropileno/algodão); Pontos invaginantes: 
Schimieden(dentro-fora/dentro-fora); Sem tensão; Sem isquemia. 
 
 
Bexiga 
Fio absorvível multifilamentar(poliglactina); Sonda vesical de demora (7 a 14 dias). 
 
 
 
 
 
Pulmão 
Geralmente 2 planos: barra grega e chuleio; Uso de grampeadores. 
 
 
Conhecer os principais tipos de feridas da pele. 
Ferida – ou lesão - é quando ocorre a perda da continuidade dos tecidos. Ela modifica 
a estrutura normal da pele, o maior órgão de nosso corpo, cuja função é proteger de atritos, 
ajudar no controle da nossa temperatura corporal, dentre outras. A pele é formada por três 
camadas: a) epiderme, a camada mais externa, formada por várias camadas de células, cada 
uma com uma função; b) derme, composta de colágeno, que proporciona elasticidade à pele e 
onde há os vasos sanguíneos e linfáticos e as terminações nervosas; c) tecido subcutâneo, 
onde estão as células adiposas e é a parte que une a pele a outros órgãos. Dependendo de 
quais camadas uma ferida atinge, ela pode ser apenas superficial ou pode ser profunda. 
Normalmente, uma ferida fecha em até seis semanas. 
 Agudas: são as feridas recentes e que estão nas camadas mais próximas à 
superfície (epiderme e derme). São normalmente causadas por fatores externos, como 
traumas biológicos, químicos ou físicos. Elas podem ainda serem causadas por cirurgias – neste 
caso, se não tratadas de forma adequada, podem ser transformar em crônicas. 
 Crônicas: são as feridas cuja cicatrização demora mais do que o esperado, levando 
o tecido a demorar em se restabelecer, porque atingem camadas mais profundas, além das 
camadas mais externas, que são a epiderme e a derme. São, normalmente, causadas por 
fatores internos como infecções ou doenças vasculares ou metabólicas. Outro motivo pode 
transformá-las em crônicas: a falta de cuidados adequados, que as deixam expostas a 
organismos externos e acabam complicando a cicatrização. 
Classificação das feridas 
As feridas são classificadas de acordo com os mesmos fatores que as causam, 
divididos nas seguintes propriedades: cirúrgicas, patológicas e traumáticas. 
Feridas cirúrgicas: São normalmente causadas de forma premeditada e se originam 
de algum tratamento específico. Devem ser feitas de forma asséptica (livre de contaminação), 
e empregando os cuidados corretos, através de profissionais da área médica. 
Feridas patológicas: São as resultantes de fatores sistêmicos: deficiências proteicas 
ou doenças pré-existentes, como Diabetes Melito (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica 
(HAS). O "pé diabético" é um exemplo de ferida patológica. 
Úlceras de Pressão: 
A úlcera de pressão é uma área localizada de necrose celular, que resulta da 
compressão do tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um 
período prolongado de tempo. Outros termos também são usados com freqüência como 
úlcera de decúbito, escara, escara de decúbito, porém, por ser a pressão o agente principal 
para a sua formação, o termo recomendado é úlcera de pressão. O termo “escara” não deve 
ser utilizado para a definição, porque ele é usado para designar apenas a parte necrótica ou 
crosta da ferida. A região sacral e os calcâneos são os locais mais freqüentes de 
aparecimento da úlcera de pressão. 
Os indivíduos mais propensos à formação desse tipo de ferida são aqueles: 
- Com alterações da mobilidade; 
- Com alterações da percepção sensorial; 
- Com alterações da circulação periférica; 
- Com alterações do nível de consciência; 
- Incontinentes; 
- Mal nutridos; 
- Imunodeprimidos. 
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_do_pe_diabetico.pdf
Os tecidos recebem oxigênio e nutrientes, eliminando os produtos tóxicos por via 
sangüínea. Qualquer fator que interfira neste mecanismo, afeta o metabolismo celular e a 
função ou vida da célula. O dano no tecido ocorre quando a pressão exercida contra o mesmo 
é suficiente para fechar os capilares (> 32 mmHg) e permanece por tempo prolongado até 
provocar a lesão isquêmica. Quando a pressão é retirada a tempo (alívio antes do ponto 
crítico), a circulação é restaurada através de um mecanismo fisiológico compensatório 
chamado hiperemia reativa. 
 
Úlceras Vasculares 
As úlceras vasculares, mais conhecidas como úlceras de perna, podem ser definidas 
como sendo a perda da continuidade da pele nos membros inferiores, abaixo dos joelhos, e 
cujo processo de cicatrização se prolonga por mais de seis semanas. Elas são altamente 
recidivantes, acometem principalmente pessoas idosas e estão freqüentemente associadas a 
outras doenças, tais como: diabetes mellitus, artrite, hipertensão arterial, hanseníase, entre 
outras. Estas feridas são uma das principais causas pelas quais as pessoas procuram as 
unidades de saúde, pois cerca de 80% delas podem ser tratadas ambulatorialmente. 
Elas podem causar dor, depressão, redução da movimentação, incapacidade para o 
trabalho, perda da auto-estima e isolamento social, ou seja, graves transtornos tanto 
individuais quanto coletivos. As úlceras vasculares apresentam etiologia de origem venosa, 
arterial ou mista. As úlceras de origemvenosa (maioria) são basicamente resultantes da 
hipertensão venosa crônica, que produz a estase venosa e edema. As úlceras de origem 
arterial são produzidas quando o fluxo sanguíneo para os membros inferiores está diminuído, 
resultando em isquemia e necrose. As úlceras de origem mista resultam da combinação da 
hipertensão venosa crônica com patologias arteriais periféricas. 
Uma maneira fácil de proceder a elevação dos membros, sem dobrar a perna na 
altura da cabeça do fêmur, é colocando tijolos ou blocos de madeira sob os pés da cama. É 
importante a continuidade do uso das meias compressoras após a cicatrização da úlcera 
venosa, para evitar as recidivas. Os exercícios também são indicados, com a finalidade de 
melhorar o retorno venoso, que está prejudicado na presença de patologias vasculares 
venosas. Importante lembrar que usar adequadamente meias e bandagens, aliando-se esta 
prática ao tratamento tópico adequado, existe a possibilidade de 97% de cicatrização nas 
úlceras venosas. Mesmo após a cicatrização, as orientações quanto à prevenção de recidivas 
devem ser meticulosas e o acompanhamento do paciente deverá ser constante. 
 
 
Úlceras Neuropáticas 
 Úlcera Plantar na Hanseníase 
Uma das características da Hanseníase é o comprometimento dos nervos periféricos, 
com diminuição ou perda da sensibilidade nos membros. Também ocorre o comprometimento 
dos filetes nervosos, com a infiltração nos folículos pilosos, glândulas sudoríparas e 
glândulas sebáceas localizadas na derme, fazendo com que a pele fique sem umidade 
(anidrose). Assim sendo, a hidratação e a lubrificação da pele são cuidados que devem ser 
ensinados ao paciente, para que o mesmo os realize no domicílio, pois são indispensáveis ao 
cuidado preventivo. 
 Úlcera Diabética: 
A úlcera diabética é uma ferida que pode acometer pessoas com Diabetes Mellitus. 
Seu surgimento pode ocorrer por dois mecanismos: 
A) Perda da sensibilidade 
O aumento do açúcar no sangue (hiperglicemia) pode afetar os nervos periféricos das 
pernas e pés, levando à diminuição ou perda da sensibilidade térmica, táctil e dolorosa.A 
pessoa diabética pode não perceber um sapato apertado, um objeto quente ou a dor após um 
corte inadequado das unhas.Esta deficiência de sensação é denominada neuropatia diabética. 
Características do pé neuropático: 
- Pontos de pressão anormais (calos); 
- Dedos deformados em garra; 
- Pé quente, rosado, com veias dilatadas; 
- Peito do pé saliente - pé encurvado; 
- Pele seca – rachaduras. 
 
B) Doença vascular 
A hiperglicemia também pode acarretar um endurecimento e estreitamento das 
artérias e conseqüentemente uma diminuição do fluxo sanguíneo para os membros inferiores. 
 
Feridas traumáticas 
1. Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, 
lâminas, etc.; suas características são o predomínio do comprimento sobre a profundidade, 
bordas regulares e nítidas, geralmente retilíneas. Na ferida incisa o corte geralmente possui 
profundidade igual de um extremo à outro da lesão, sendo que na ferida cortante, a parte 
mediana é mais profunda. 
 
 
2. Corto-contusa - o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do 
traumatismo é que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado. 
3. Perfurante - são ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, 
alfinete. Pode ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na 
importância deste órgão. 
4. Perfuro-contusas - são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois 
orifícios, o de entrada e o de saída. 
5. Lacero-contusas - Os mecanismos mais frequentes são a compressão: a pele é 
esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração: por rasgo ou arrancamento 
tecidual. As bordas são irregulares, com mais de um ângulo; constituem exemplo clássico as 
mordidas de cão. 
6. Perfuro-incisas - provocadas por instrumentos perfuro-cortantes que possuem 
gume e ponta, por exemplo, um punhal. Deve-se sempre lembrar, que externamente, 
poderemos ter uma pequena marca na pele, porém profundamente podemos ter 
comprometimento de órgãos importantes como na figura abaixo na qual pode ser vista lesão 
no músculo cardíaco. 
7. Escoriações - a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com 
arranchamento da pele. 
8. Equimoses e hematomas - na equimose há rompimento dos capilares, porém sem 
perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma 
cavidade. 
 Também as feridas podem ser classificadas de acordo com o GRAU DE 
CONTAMINAÇÃO. Esta classificação tem importância, pois orienta o tratamento antibiótico e 
também nos fornece o risco de desenvolvimento de infecção. 
1. Limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos 
sistema como o digestório, respiratório e gênito-urinário. A probabilidade da infecção da ferida 
é baixa, em torno de 1 a 5%. 
2. Limpas-contaminadas – também são conhecidas como potencialmente 
contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo, nas ocasionadas por faca de 
cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados 
descritos anteriormente. O risco de infecção é de 3 a 11%. 
3. Contaminadas – há reação inflamatória; são as que tiveram contato com material 
como terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passou 
seis horas após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%. 
4. Infectadas - apresentam sinais nítidos de infecção. 
 
Conhecer as condutas a serem adotadas no tratamento dos ferimentos, incluindo o 
uso de antibióticos e profilaxia anti-tetânica. 
O tratamento, tanto de feridas crônicas quanto de agudas, deve ser realizado a partir 
da orientação de um profissional da saúde, de forma individualizada e holística. Para isso, 
devem ser consideradas a evolução do quadro, as características físicas da ferida e o estado de 
saúde do paciente de forma geral. O acompanhamento da equipe de enfermagem, 
principalmente do enfermeiro estomaterapeuta (especialista em feridas), é essencial, pois o 
tratamento de feridas está diretamente relacionado com a qualidade de vida do paciente, 
podendo influenciar fortemente no aumento da morbilidade e mortalidade, principalmente de 
idosos. 
A detecção precoce de infecção nas feridas irá limitar a quantidade de tecido local 
destruído e minimizar a interrupção do processo de cura. Os objectivos do tratamento das 
feridas infectadas são: 
- Identificação do organismo infectante; 
- Eliminação da infecção da ferida através de agentes antimicrobianos; 
- Remoção de tecido desvitalizado e de exsudado em excesso do leito da ferida; 
- Protecção da pele circundante dos efeitos da maceração. 
O tratamento das feridas infectadas deve ter como objetivo providenciar condições 
de cicatrização ideais. Isto pode ser conseguido pela remoção de tecido necrosado (células 
mortas) pus e exsudado excedente, que, em si mesmo, providenciam um ambiente propício à 
multiplicação de bactérias e interrupção de atividade de "limpeza" dos glóbulos brancos, 
prolongando a fase inflamatória do processo de cura. 
Existem hoje no mercado aproximadamente 2.500 itens que se destinam ao 
tratamento de feridas agudas e crônicas, desde a mais simples cobertura, soluções para 
higienização e anti-sepsia até os mais complexos tipos de curativos, chamados "curativos 
inteligentes" ou "bioativos", que interferem de forma ativa nas diversas fases do processo 
cicatricial, dos vários tipos de feridas. 
Os produtos para tratamentos de feridas podem ser reunidos em dois grandes 
grupos: agentes tópicos e curativos. 
Agentes tópicos são aqueles aplicados diretamente sobre o leito da ferida ou 
destinados à limpeza ou proteção da área em seu redor. Curativo, também chamado por 
alguns autores de cobertura, é o recurso que cobre uma ferida, com o objetivo de favorecero 
processo de cicatrização e protegê-la contra agressões externas, mantendo-a úmida e 
preservando a integridade de sua região periférica. 
O tratamento da ferida envolve, após verificação dos sinais vitais e de uma anamnese 
sucinta sobre as condições em que ocorreram as lesões os seguintes tópicos: 
1. Classificação das feridas: se existe perda de substância, se há penetração da 
cavidade, se há perda funcional ou se existem corpo estranho e a necessidade de exames 
auxiliares. 
2. Anti-sepsia: básicamente a irrigação vigorosa e intensa com soro fisiológico é 
bastante eficaz para a diminuição da infecção. 
Limpeza das feridas: Limpar de cima para baixo ou de dentro para fora simplesmente 
redistribui as bactérias na ferida, para além de o ato mecânico de limpeza poder desalojar 
tecido solto e desvitalizado, embora não remova os agentes patogénicos ativamente. 
Materiais tradicionais usados para limpar as feridas, como o algodão em rama ou gaze, 
introduzem fibras na superfície da ferida que podem ser responsáveis por reações a corpos 
estranhos, resposta inflamatória prolongada e um risco acrescido de infecção. Hoje 
recomenda-se algodão não filamentado, gaze ou espumas para a limpeza de feridas. 
3. Anestesia 
4. Hemostasia, exploração e desbridamento: a hemostasia deve ser muitas vezes 
realizada antes de qualquer outro procedimento, até em via pública. 
5. Sutura da lesão. 
As soluções mais utilizadas nos curativos são: soro fisiológico para limpeza e como 
emoliente; soluções anti-sépticas como polvidine tópico ou tintura a 10% (PVPI – Polivinil 
Pirrolidona) ou cloro-hexidine a 4%; álcool iodado com ação secante e cicatrizante e 
o éter que remove a camada gordurosa da pele, sendo útil na retirada de esparadrapos e 
outros adesivos. 
Existem alguns tipos de ferida que devem ser particularizadas: nas lesões 
por mordeduras, em princípio, as mesmas não devem ser suturadas, pois são potencialmente 
infectadas; apenas naquelas que são profundas, com comprometimento do plano muscular, 
este deve se aproximado. Nas feridas por arma de fogo, a decisão da retirada do projétil deve 
ser avaliado caso à caso; caso haja apenas um orifício, este não deve ser suturado, devendo-se 
lavar bem o interior do ferimento, sendo que quando houver dois orifícios, um deles poderá 
ser suturado. As lesões por prego devem ser limpas e não suturadas, tomando-se o cuidado 
com a profilaxia do tétano. 
A seguir, citaremos algumas das substâncias mais utilizadas em curativos de feridas 
abertas e infectadas, principalmente no tocante de indicação, mecanismo de ação e maneira 
de utilização. 
PAPAÍNA - é uma enzima proteolítica extraída do látex da caricapapaya. 
Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com crosta Mecanismo de 
ação: ação antiinflamatória, bactericida e cicatricial; atua como desbridante Modo de usar: 
preparar a solução em frasco de vidro, irrigar a lesão e deixar gaze embebida na solução 
Observações: a diluição é feita de acordo com a ferida: 10% em tecido necrosado, 6% nas com 
exudato purulento e 2% naquelas com pouco exudato. 
HIDROCOLÓIDE - partículas hidroativas em polímero inerte impermeável Indicação - 
lesões não infectadas com ou sem exudato, áreas doadoras e incisões cirúrgicas Mecanismo 
de ação - promove barreira protetora, isolamento térmico, meio úmido, prevenindo o 
ressecamento, desbridamento autolítico, granulação e epitelização Modo de usar - irrigar a 
lesão com soro fisiológico, secar as bordas e aplicar hidrocolóide e fixar o curativo à pele 
Observações - não devem ser utilizados para feridas infectadas 
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIA (TCM) - ácidos graxos essenciais, lipídios 
insaturados ricos em ácido linolêico. Indicação - todos os tipos de lesões, infectadas ou não, 
desde que desbridadas previamente. Mecanismo de ação - promove quimiotaxia para 
leucócitos, facilita a entrada de fatores de crescimento nas células, promove proliferação e 
mitose celular, acelerando as fases da cicatrização. Modo de usar - irrigar a lesão com soro 
fisiológico, aplicar AGE por toda a área da ferida e cobrir. Observações - não é agente 
desbridante, porém estimula o desbridamento autolítico. 
Outras substâncias 
Carvão ativado - nas feridas infectadas exudativas 
Alginato de cálcio - nas lesões exudativas com sangramento 
Filme com membrana de poliuretano - para proteção de lesões profundas não 
infectadas. 
Antibióticos 
É comum o uso empírico de antibióticos em feridas crônicas, porém, eles devem ser 
restritos aos casos com sinais clínicos evidentes de infecção, como edema, hiperemia, calor, 
empastamento, supuração e dor até que se conheça o resultado da cultura. A cultura deve ser 
coletada através de biópsia, visto que o swab pode identificar apenas microorganismos de 
superfície não necessariamente patogênicos. Os agentes mais encontrados nas úlceras 
crônicas entre os gram positivos são o Staphylococcus aureus e entre os gram-negativos a 
Pseudomonas aeruginosa e Proteus mirabilis. Os antibióticos mais utilizados podem ser 
incluídos em quatro grandes grupos: penicilinas, cefalosporinas, aminoglicosídeos, quinolonas. 
1. Penicilinas atuam na membrana celular bacteriana e interferem na ligação 
cruzada. As ampicilinas e amoxicilinas são de largo espectro porém são inativadas pela 
penicilinas e produzida pelo S.aureus e E.coli. A associação amoxixilina-ácido clavulinico 
aumenta o espectro de ação e é eficaz tanto contra o S.aureus como contra a E.coli. 
2. Cefalosporinas atuam de modo semelhante às penicilinas e têm amplo espectro 
de ação contra germes gram-positivos e negativos, porém, os altos índices de resistência das 
cepas de P.aeruginosa às cefalosporinas de 1a e 3a geração limitam o seu uso. A cefalexina, 
uma cefalosporina de 1a geração mostrou-se eficaz para mais de 70% das amostras positivas 
para S.aureus. 
3. Aminoglicosídeos têm amplo espectro de ação mas são potencialmente 
nefrotóxicos e ototóxicos, necessitando de monitoração de seus níveis séricos. 
4. Quinolonas impedem a formação do DNA no núcleo das células. São eficazes 
contra cepas grampositivas e negativas, mas há alta taxa de resistência de S.aureus. É ineficaz 
contra S. aureus meticilino-resistentes (MRSA). 
Profilaxia antitetânica: Devemos considerar a profilaxia para qualquer paciente 
ferido. Nunca devemos nos esquecer do paciente queimado. A profilaxia do tétano pode ser 
fundamental para o bom prognóstico do paciente. A história vacinal em conjunto com o tipo 
de lesão irá determinar a intervenção. 
 
 
 
 
 
Conhecer as etapas do processo de cicatrização das feridas. 
Fases da cicatrização 
São 3 as fases da cicatrização: inflamatória, proliferativa e de reparo. 
 – Fase Inflamatória: Pode durar de 1 a 4 dias, variando de acordo com a extensão e o 
tipo da lesão. É caracterizada pela presença de secreção (exsudato). Nessa fase pode haver 
edema, vermelhidão e dor porque ocorre a liberação de mediadores químicos e a ativação do 
sistema de coagulação sanguínea. 
– Fase Proliferativa: É a fase da regeneração, que pode durar de 5 a 20 dias. Como o 
nome diz, as células se proliferam, resultando em rica vascularização e infiltração de 
macrófagos. Somados, esses processos formam o tecido de granulação, parte essencial da 
cicatrização da pele. 
https://www.vuelopharma.com/cicatrizacao-cutanea/%E2%80%A2%09https:/www.vuelopharma.com/entenda-as-fases-do-processo-de-cicatrizacao/
4 fatos importantes sobre o tecido de granulação 
1 – É resistente à infecções; 
2 – O epitélio migrará sobre sua superfície; 
3 – Dá suprimento para os fibroblastos produzirem colágeno; 
4 – Ajuda no processo de contração da ferida (redução do tamanho da lesão). 
 – Fase de Reparo: Essa última fase pode durar meses. O tecido formado na fase 
anterior é remodelado para aumentar sua resistência. Para amenizar o aspecto da cicatriz, as 
fibras são realinhadas, o que melhora progressivamentesua tonalidade, passando do 
vermelho escuro ao tom rosa claro. 
As feridas são eventos que podem afetar a fisiologia da pele, em especial aquelas que 
acometem a camada dérmica. O processo de cicatrização que se segue com a finalidade de 
cura das feridas pode ser dividido didaticamente em três fases que se superpõem: 
inflamatória, proliferativa e de remodelação. 
 
 FASE INFLAMATÓRIA 
Inicia-se no exato momento da lesão. O sangramento traz consigo plaquetas, 
hemácias e fibrina, selando as bordas da ferida, ainda sem valor mecânico, mas 
facilitando as trocas. O coágulo formado estabelece uma barreira impermeabilizante que 
protege da contaminação. Com a lesão tecidual, há liberação local de histamina, serotonina e 
bradicinina que causam vasodilatação e aumento de fluxo sanguíneo no local e, 
conseqüentemente, sinais inflamatórios como calor e rubor. A permeabilidade capilar 
aumenta causando extravasamento de líquidos para o espaço extracelular, e conseqüente 
edema. 
 
A resposta inflamatória, que perdura cerca de três dias,e na qual ocorre a migração 
seqüencial das células para a ferida é facilitada por mediadores bioquímicos que aumentam a 
permeabilidade vascular, favorecendo a exsudação plasmática e a passagem de elementos 
celulares para a área da ferida. Os mediadores bioquímicos de ação curta são a histamina e 
serotonina e as mais duradouras são a leucotaxina, bradicinina e prostaglandina. A 
prostaglandina é um dos mediadores mais importantes no processo de cicatrização, pois além 
de favorecer a exsudação vascular, estimula a mitose celular e a quimiotaxia de leucócitos. 
Os primeiros elementos celulares a alcançar o local da ferida são os neutrófilos e os 
monócitos, com a função de desbridar as superfícies da ferida e fagocitar as partículas 
antigênicas e corpos estranhos. 
O pico de atividade dos polimorfonucleares ocorre nas primeiras 24-48 horas após o 
trauma, seguindo-se de um maior aporte de macrófagos durante os dois a três dias seguintes. 
O macrófago, também ativa os elementos celulares das fases subseqüentes da cicatrização tais 
como fibroblastos e células endoteliais. 
 
 
 FASE PROLIFERATIVA 
A fase proliferativa é constituída por quatro etapas fundamentais: epitelização, 
angiogênese, formação de tecido de granulação e deposição de colágeno. Esta fase tem início 
ao redor do 4º dia após a lesão e se estende aproximadamente até o término da segunda 
semana. A epitelização ocorre precocemente. Se a membrana basal estiver intacta, as células 
epiteliais migram em direção superior, e as camadas normais da epiderme são restauradas em 
três dias. Se a membrana basal for lesada, as células epiteliais das bordas da ferida começam a 
proliferar na tentativa de restabelecer a barreira protetora. 
A angiogênese é estimulada pelo fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), e é 
caracterizada pela migração de células endoteliais e formação de capilares, essencial para a 
cicatrização adequada. 
 
 
A parte final da fase proliferativa é a formação de tecido de granulação. Os 
fibroblastos e as células endoteliais são as principais células da fase proliferativa. Os 
fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a ferida, porém precisam ser ativados para sair 
de seu estado de quiescência. O fator de crescimento mais importante na proliferação e 
ativação dos fibroblastos é o PDGF. Em seguida é liberado o TGF-β, que estimula os 
fibroblastos a produzirem colágeno tipo I e a transformarem-se em miofibroblastos, que 
promovem a contração da ferida. 
Entre os fatores de crescimento envolvidos no processo cicatricial podem ser citados 
o PDGF, que induz a proliferação celular, a quimiotaxia e a síntese matricial; o fator 
epidérmico, que estimula a epitelização; o fator transformador alfa, responsável pela 
angiogênese e pela epitelização; o fator fibroblástico, que estimula a proliferação celular e 
angiogênese e o fator transformador beta, responsável pelo aumento da síntese matricial. 
 
 FASE DE MATURAÇÃO 
Contração da Ferida 
A ferida sofre um processo de contração, 
por meio de um movimento centrípeto de toda a 
espessura da pele circundante, reduzindo a 
quantidade e o tamanho da cicatriz desordenada. 
Este processo é um importante aliado da cicatrização 
das feridas, principalmente nas abertas. Porém, se 
ocorre de forma exagerada e desordenada causa 
defeitos cicatriciais importantes por causa da 
diferenciação dos fibroblastos em miofibroblastos, 
estimulados por fatores de crescimento. 
Remodelação 
A maturação da ferida tem início durante a 3ª semana e caracteriza-se por um 
aumento da resistência, sem aumento na quantidade de colágeno. Há um equilíbrio de 
produção e destruição das fibras de colágeno neste período, por ação da colagenase. O 
desequilíbrio desta relação favorece o aparecimento de cicatrizes hipertróficas e quelóides. O 
aumento da resistência deve-se à remodelagem das fibras de colágeno, com aumento das 
ligações transversas e melhor alinhamento do colágeno, ao longo das linhas de tensão. A fase 
de maturação dura toda a vida da ferida, embora o aumento da força tênsil se estabilize, após 
um ano, em 70 a 80% da pele intacta. A inclinação da curva de maturação é mais aguda 
durante as primeiras seis a oito semanas.

Continue navegando