Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARKETING HOSPITALAR Professor Esp. Thiago Henrique Martinez Blanco GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BLANCO, Thiago Henrique Martinez. Marketing Hospitalar.Thiago Henrique Martinez Blanco. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. Reimpresso em 2021. 230 p. “Graduação - EaD”. 1. Hospitalar. 2. Gestão. 3. Marketing. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0596-7 CDD - 22 ed. 658.8 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerente de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de Conteúdo Paulo Pardo Qualidade Editorial e Textual Daniel F. Hey, Hellyery Agda Design Educacional Rossana Costa Giani Iconografia Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Ellen Jeane da Silva Revisão Textual Talita Dias Tomé Ilustração Bruno Cesar Pardinho Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R Professor Esp. Thiago Henrique Martinez Blanco Pós-graduado no MBA em Gestão Estratégica pela Universidade de São Paulo (2015) e concluinte do primeiro MBA aberto do Brasil em Engenharia e Inovação promovido pela Veduca em convênio com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (2015). Graduado em Administração de Empresas pela UniCesumar (2012) e Gestão de Agronegócios pela NEaD UniCesumar (2012). Empreendedor e fundador do Domine o Excel e do Gerações Empreendedoras. Pesquisador independente nos temas de Negócios, Estratégia e Marketing. Link: <http://lattes.cnpq.br/7922702906736473>. SEJA BEM-VINDO(A)! Olá caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Diante de inúmeras fontes de pesquisa e sistemas abertos para compartilhamento de conteúdo, não é incomum nos depararmos com conceitos truncados e pouco repre- sentativos na prática das organizações. Portanto, dediquei muito carinho, empenho e atenção neste material, para trazer os conceitos mais recentes e relevantes do Marketing para nossa discussão, reflexão e aprendizado. Meu objetivo é que, ao final desta disciplina, você seja capaz de identificar novas opor- tunidades no seu mercado de atuação, a partir da compreensão dos comportamentos do seu potencial cliente, da avaliação das soluções ofertadas (sejam produtos ou servi- ços), e ainda, desejo que você seja capaz de direcionar a organização para gerar valor, seja para o cliente, fornecedores, parceiros e acionistas, solidificando o posicionamento no mercado de maneira diferenciada e portanto, potencializando seus resultados e lu- cratividade. Afinal de contas, esses devem ser os objetivos das atividades do Marketing: gerar valor para os steakholders e aumentar o valor da organização ao longo do tempo. Este material está dividido em cinco unidades, e ao final de cada uma delas, preparei al- gumas atividades para fixação dos conteúdos abordados. Minha intenção é partirmos da simples validação do conhecimento explícito, e portanto, cada atividade possui objetivo de você aluno(a), refletir e compreender sobre a aplicação prática dos conceitos e estra- tégias estudadas, no dia a dia das organizações. Os “Conceitos Fundamentais de Marketing” são discutidos na Unidade I, onde entende- remos o que é Marketing, suas origens, abrangência e limitações enquanto uma área de estudo e ativa nas organizações. Na Unidade II, vamos “Compreender os Clientes e Mercados”, a partir do estudo e com- preensão dos gatilhos que motivama compra e consumo, quais fatores influenciam suas decisões e como acontece a jornada de compra, além, é claro, de analisarmos o mercado de forma abrangente, e definirmos uma proposta de valor que o cliente deseja e esteja disposto a pagar. As “Estratégias de Marketing e Comunicação” são apresentadas na Unidade III, uma vez que, após entendermos os conceitos fundamentais e nos aprofundarmos no entendi- mento do cliente, chegou o momento de conversarmos com eles e, portanto, veremos nesta unidade como comunicar a empresa, seus produtos e serviços, seus valores e po- sicionamento ao segmento de mercado em potencial, além de compreendermos o ciclo de vida dos produtos e serviços para constante renovação e inovação. Na Unidade IV, intitulada “Marketing de Serviços”, apresento os conceitos mais relevan- tes para definirmos um serviço, sua dinâmica e o conjunto de canais de comunicação para promovê-lo, e refletir sobre os limites e cenários que podem comprometer a repu- tação da organização na prestação do serviço. APRESENTAÇÃO MARKETING HOSPITALAR Por fim, a Unidade V tratará do “Marketing Hospitalar”. Nesta unidade, serão enfati- zados os princípios e fundamentos do Marketing ao mercado de saúde e bem-estar, compreendendo a aplicação dos canais de marketing exclusivamente ao respectivo mercado, e ainda, alguns casos práticos de engajamento no mercado da saúde. Você já percebeu que será uma caminhada intensa, contudo prazerosa, dentro do universo do Marketing. Meu objetivo é fornecer conhecimento e informações úteis à elaboração de planos estratégicos de Marketing e Comunicação, especialmente voltado ao mercado da saúde e bem-estar. Espero que aproveite cada tópico deste material e sugiro, a partir deste material, buscar entendimento constante sobre boas práticas e estratégias para sempre me- lhorar suas ações de Marketing e Comunicação. Um grande abraço e ótimos estudos! APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING 15 Introdução 16 O que é Marketing? 21 Orientações de Marketing 29 Administração de Marketing 34 Análise Ambiental do Marketing 40 Marketing Orientado para Valor 44 Considerações Finais 49 Referências 50 Gabarito UNIDADE II COMPREENDENDO CLIENTES E MERCADOS 53 Introdução 54 Comportamento do Consumidor 62 Consumidor Corporativo (B2B) 68 Segmentação de Mercado 76 Pesquisa de Marketing 85 Value Proposition Design 95 Considerações Finais SUMÁRIO 10 101 Referências 102 Gabarito UNIDADE III ESTRATÉGIAS DE MARKETING E COMUNICAÇÃO 105 Introdução 106 Planejamento de Marketing 112 Princípios e Estratégias de Preço 121 Administração de Portfólio 127 Comunicação de Marketing 136 Comunicação Integrada de Marketing 141 Considerações Finais 145 Referências 146 Gabarito UNIDADE IV MARKETING DE SERVIÇOS 149 Introdução 150 O que é um Serviço? 154 Distinção entre Bens e Serviços 159 Mix da Comunicação de Serviços SUMÁRIO 11 163 Satisfação do Cliente e Qualidade do Serviço 168 Ética em Marketing de Serviços 172 Considerações Finais 178 Referências 179 Gabarito UNIDADE V MARKETING HOSPITALAR 183 Introdução 184 O Papel do Marketing na Saúde 190 O Setor de Saúde e o Ambiente de Marketing 197 Planejamento e Gerenciamento dos Canais de Marketing 203 Comunicação Integrada de Marketing na Saúde 213 Casos Práticos de Marketing Hospitalar 224 Considerações Finais 228 Referências 229 Gabarito 230 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professor Esp. Thiago Henrique Martinez Blanco CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Objetivos de Aprendizagem ■ Explicar e entender o que é marketing enquanto uma área de estudo. ■ Compreender as diversas aplicações de marketing nas organizações. ■ Entender como administrar as ações de marketing no dia a dia das organizações. ■ Analisar os ambientes do marketing no mercado de atuação das organizações. ■ Desenvolver uma visão de marketing orientado para geração de valor. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O que é Marketing? ■ Orientações de Marketing ■ Administração de Marketing ■ Análise Ambiental do Marketing ■ Marketing Orientado para Valor INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), você já percebeu o quanto nós somos impactados por anún- cios e ofertas em nosso cotidiano? Nesta primeira unidade, vamos entender o que de fato é Marketing, qual sua aplicação, sua abrangência e limites, veremos que temos uma variedade de como aplicar o Marketing em diversas situações e segmentos, desde mercados tradicionais, comércio varejista, atacado, indústria, serviços e, principalmente, em mercados disruptivos, com soluções absoluta- mente inovadoras e novas no mercado. Vamos entender como administrar as ações de Marketing no dia a dia das organizações, como e quais planos executar para melhores resultados, a partir da minuciosa análise dos ambientes do Marketing no mercado de atuação da organização e suas interações com os concorrentes, stakeholders e consumido- res. Por fim, vamos pensar sobre como nossas ações, hoje, refletem no amanhã e quais os impactos dessas decisões, ou seja, vamos desenvolver uma visão de Marketing orientado para o valor, como e quais as estratégias dessa disciplina devem ser aplicadas nos dias atuais para colocar o cliente no centro da empresa, entregando, de fato, aquilo que ele deseja e, por consequência, está disposto a abrir a carteira. Meu objetivo é que, ao final da leitura desta unidade, você tenha uma defini- ção mais clara e objetiva das atividades e planos utilizados pelos profissionais de Marketing, para promover e destacar determinado produto ou serviço, empresa ou mesmo uma marca pessoal, como um empresário, político, artista, entre outros. Minha sugestão para você é manter em sua mente, durante toda a leitura desta unidade, a seguinte questão: por que eu devo compreender a dinâmica do Marketing e quais os impactos dessa dinâmica? Minha missão será guiá-lo(a) nesta caminhada com uma série de concei- tos, sugestões, afirmações e, inclusive, reflexões a respeito dessa disciplina. Ao final, espero que tenhamos plena competência para aplicar tudo o que veremos em nosso dia a dia. Bom estudo! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 O QUE É MARKETING? Caro(a) aluno(a), a partir da leitura da introdução desta unidade, já sabemos que o marketing é uma disciplina fundamental para o perfeito funcionamento de qualquer organização e, dito isso, no decorrer deste material, quando você ler o termo “organização”, pense no contexto mais amplo, considerando, por- tanto, empresas, órgãos públicos, entidades, pessoas públicas, até mesmo países. Muitas pessoas pensam em marketing apenas como propaganda e vendas, mesmo que isso seja um engano, não me causa nenhuma surpresa tal entendi- mento, uma vez que somos amplamente bombardeados por anúncios e estímulos para comprar algo a todo momento, seja na televisão, revista, e-mail, site de notícias, redes sociais e até mesmo aquele amigo indicando alguma empresa por estar satisfeito. Contudo devemos entender que marketing, comunicação e vendas são dis- ciplinas distintas, cada qual com suas particularidades e objetivos, mas que, de fato, são complementares e, quando integradas, produzem resultados mais inte- ressantes para as organizações, com foco e direcionamento aos seus objetivos estratégicos. Mas se tratando de marketing especificamente, antes de adentrarmos nos conceitos apresentados por grandes autores e pesquisadores da área, vejamos como alguns dicionários on-line descrevem o termo “Marketing”. O dicionário Priberam (on-line)1 descreve como o “estudo dasatividades comerciais e das necessidades e psicologia do consumidor”, já o dicionário Michaelis (on-line)2 descreve marketing como “conjunto de operações que envolvem a vida do pro- duto, desde concepção até o momento em que é adquirido pelo consumidor”. A Associação Americana de Marketing (American Marketing Association - AMA), uma das associações mais respeitadas pelos profissionais de marketing, apresenta uma definição que está em vigor desde de julho de 2013, com base na “criação e entrega de valor”, vejamos a tradução da definição para o portu- guês na íntegra: Marketing é uma atividade com conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que têm valor para os consu- midores, clientes, parceiros e sociedade em geral (AMA, 2013, on-line)3. ©shutterstock O que é Marketing? Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Podemos, portanto, entender, a partir da definição anterior, que marketing é um processo administrativo e social, pelo qual indivíduos e organizações obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação e troca de valor com os outros. Em um contexto mais específico dos negócios, o marketing envolve cons- truir relacionamentos lucrativos e de valor com os clientes. O que significa dizer, então, que as estratégias e ações de marketing estão além da simples venda. Portanto, como veremos a seguir, a venda é resultado e consequência das ações do marketing. Segundo Kotler e Armstrong (2007), marketing pode ser entendido como o processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constroem for- tes relacionamentos com eles para capturar seu valor em troca. Sendo assim, é relevante destacar que o marketing não deve ser visto na versão antiquada, limitado apenas ao fim de efetuar uma venda, ou seja, apenas anunciar e vender, mas sim, no novo sentido em uma visão contemporânea, de resolver e satisfazer as necessidades dos clientes. Desse modo, gerando valor e estabelecendo um elo de relacionamento de longo prazo. Como veremos ainda nesta unidade e também na Unidade II, dentro da pers- pectiva do novo marketing, quando estudamos e analisamos o mercado e perfil do cliente, descobrimos suas necessidades, desejos e seus problemas, somente a partir dessa conclusão é que a empresa contemporânea, focada em criar valor para sociedade e consumidores, deverá desenvolver soluções que resolvam os problemas e satisfaçam os desejos de seus consumidores. Como veremos na segunda unidade deste material, quando o profissional de marketing entende as necessidades dos clientes, esses produtos são vendi- dos com mais facilidade, uma vez que a organização desenvolve uma solu- ção (produto ou serviço), que resolve um problema específico que o cliente apresenta. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Certa vez Peter Drucker, considerado o grande pensador e guru da admi- nistração disse sobre marketing: “o objetivo do marketing é tornar a venda desnecessária” (DRUCKER apud KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 4). Seguindo nessa mesma linha de raciocínio, além de criar valor por meio do enten- dimento dos clientes, é dentro da esfera do marketing que aspectos como preço, promoção e distribuição são definidos, assim como apresentado por Churchill e Peter (2012): Marketing é o processo que consiste em planejar e executar a concep- ção, estabelecimento de preços, promoções e distribuição de ideias, bens e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 5). Conforme apresentado no Quadro 1, fica evidente que, independente da etapa que a organização ou produto esteja na atividade de marketing, o cliente sem- pre está no centro e em evidência, isso com o objetivo de desenvolver e entregar uma proposta de valor consistente, que mereça seu dinheiro no final do processo. Portanto, criar e capturar valor dos clientes representa resolver seus problemas reais do dia a dia e estabelecer um vínculo duradouro e consistente. O marketing obterá êxito máximo quando o cliente efetuar a compra e o vendedor apenas registrar a venda, ao contrário, sua organização ainda está no caminho de implantação do novo marketing. O que é Marketing? Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Quadro 1 - Modelo simplificado do processo de marketing Criar valor para os clientes e construir relacionamentos com os clientes Entender o mercado e as necessidades e os desejos dos clientes Capturar valor dos clientes em troca Capturar valor dos clientes para gerar lucro e qualidade para os clientes Elaborar uma estratégia de marketing orientada para os clientes Desenvolver um programa de marketing integrado que proporcione valor superior Construir relacionamentos lucrativos e criar o encantamento dos clientes Fonte: Kotler e Armstrong (2007, p.4). Assim sendo, segundo análise dos processos de marketing proposta por Kotler e Armstrong (2007), conforme visto anteriormente, entendemos que a venda é resultado do marketing, uma vez que o marketing entra em cena até mesmo antes da existência do produto/serviço, sendo o responsável por descobrir o que o consumidor precisa ou deseja - o que a empresa deve produzir e oferecer para o mercado. Segundo Kotler (2003), marketing é a mistura entre arte e ciência, uma vez que o gestor deve estudar, analisar, escolher o mercado, conquistar e reter clien- tes, e toda essa dinâmica deve criar, comunicar e entregar valor superior ao que os clientes estão esperando. Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de renta- bilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente (KOTLER, 2003, p. 11). O objetivo dos profissionais de marketing deve ser construir relacionamentos com os clientes, mutuamente lucrativos, de longo prazo, em vez de apenas ven- der o produto ou serviço, hoje. Quando a organização estabelece um elo de valor com os clientes, a tran- sação financeira oriunda pela venda/compra de um bem ou serviço passa para CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 segundo plano, uma vez que o parâmetro de avaliação do cliente certamente será o quanto aquela solução resolve de fato o seu problema. Portanto, o marketing deve ser entendido como uma área de estudo essen- cialmente social, na qual os profissionais devem identificar problemas e desejos não satisfeitos e, de alguma forma, criar soluções que agreguem valor aos clien- tes potenciais, assim como observado no Quadro 2. Quadro 2 - Comparativo analítico das definições para marketing AUTOR(ES) DEFINIÇÃO PALAVRAS-CHAVES Priberam1 e Michaelis2 (online) ...estudo das atividades comerciais e das necessidades e psicologia do consumidor, sendo um conjunto de operações que envolvem a vida do produto, desde concepção até o momento em que é adquirido pelo consumidor. estudo do consumi- dor; ciclo de vida do produto; jornada de compra. Kotler (2003) ...mistura entre arte e ciência perante a decisão de escolher os mercados- -alvo e de conquistar, reter e cultivar clientes, por meio da criação, co- municação e fornecimento de valor superior para os clientes. segmentação de mercado; aquisição e retenção de clientes; criação de valor. Kotler e Armstrong (2007) ...processo pelo qual as empre- sas criam valor para os clientes e constroem fortes relacionamentoscom eles para capturar seu valor em troca. criação de valor; re- lacionamentos; troca de valor. Churchill e Peter (2012) ...consiste em planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoções e distribuição de ideias, bens e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas indivi- duais e organizacionais. planejamento e exe- cução; troca de valor; metas e resultados. AMA (2013)3 ...uma atividade com conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que têm valor para os consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral. processo integrado; troca de valor. Fonte: o autor. Orientações de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 ORIENTAÇÕES DE MARKETING O marketing pode ser orientado de várias maneiras nas organizações. De forma mais objetiva, vamos abordar, nesta unidade, cinco principais orientações que per- meiam grande parte das organizações, sendo orientação para produção, produto, vendas, marketing e valor, este último, eu dediquei um capítulo especialmente para sua discussão neste material, como veremos mais adiante. É importante destacar que a orientação definida pela organização será derivada de alguns fatores, conforme apontado por Siqueira (2005, p. 8), a organização deverá analisar sua concorrência (monopólio, oligopólio, perfeita, imperfeita etc), seus objetivos (missão e visão), suas características (personalidade do ges- tor ou fundador, seus valores, suas inspirações) e, por consequência, a situação do mercado (demanda vs oferta). Você sabe o que é Marketing? Não é incomum ouvirmos que Marketing é o processo de vendas, ou ainda que uma publicidade na televisão, revista ou jornal seja marketing. A ver- dade é que tudo isso é uma parte do marketing e, portanto, propaganda, e vendas são atividades complementares e derivadas do Marketing. Dito isso, podemos assumir que o Marketing é responsável pela estratégia e direcionamento das campanhas e ações mercadológicas que a empresa irá promover para atingir seus objetivos, sejam relacionados à venda, se repo- sicionar no mercado, ou mesmo lançar um novo produto ou serviço, entre tantos outros objetivos, sempre conectados com o resultado da empresa. Fonte: adaptado de Mesquita (2015, on-line)4. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 ORIENTAÇÃO DE PRODUÇÃO A orientação para produção é uma filosofia de negócios que enfatiza a produ- ção e entrega de produtos, assim como definido por Churchill e Peter (2012): A orientação para a produção centra-se nos produtos e em como fabri- cá-los com eficiência. Pressupõe-se que, se os produtos forem melho- res, os clientes irão comprá-los; o papel do marketing para a produção é, essencialmente, entregar produtos em locais onde possam ser com- prados (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 7). Segundo Kotler e Armstrong (2007), a orientação para produção é uma das mais antigas que guiam os vendedores, com foco em produtos disponíveis e acessí- veis para o consumidor: A orientação para produção sustenta que os consumidores preferem os produtos disponíveis e altamente acessíveis. Portanto, a administração deve ter como objetivo melhorar a eficiência de produção e distribui- ção (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 7). Na visão de Churchill e Peter (2012), mesmo que alguns profissionais de marketing critiquem a orientação para a produção, os autores acreditam que seja uma alter- nativa viável, tudo irá depender do modelo de negócio e objetivos da organização. Por exemplo, em mercados de alta tecnologia com mudanças rápidas, muitas vezes não há tempo suficiente para realizar pesquisas de marke- ting a fim de perguntar aos clientes o que eles querem. Em vez disso, tenta-se fabricar produtos superiores aos dos concorrentes e, depois, informar os clientes sobre os benefícios decorrentes de comprar tais produtos (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 8). Nesta orientação, a análise da demanda tem um peso relevante, uma vez que a demanda pelos produtos ou serviços forem bem maior do que a oferta, uma orientação para a produção pode ser adequada, pois seu principal objetivo é a disponibilidade do produto ou serviço. Orientações de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 ORIENTAÇÃO DE PRODUTO As organizações que têm esse tipo de orientação, acreditam muito que seus con- sumidores darão preferência a produtos com características únicas e inovadoras, portanto seu foco está na melhoria contínua de suas soluções, como abordado por Kotler e Armstrong (2007): A orientação de produto sustenta que os consumidores dão preferência a produtos superiores em qualidade, desempenho e características ino- vadoras. Segundo esse conceito, a estratégia de marketing se concentra em promover aperfeiçoamento contínuos em seus produtos (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 7). Claro que qualidade e a melhoria da solução em si são partes importantes e fundamentais para satisfação dos clientes, contudo se a organização apenas se concentrar nessa estratégia, corre o risco de sofrer de um mal, definido em 1960, por Theodore Levitt, como Miopia de Marketing. Vamos analisar um exemplo apresentado por Kotler e Armstrong (2007) para ilustração do que pode vir a ser um esforço desnecessário e, por isso, levar a organização a tal miopia de marketing. Para tanto, imagine uma indústria que produz ratoeiras, essa indústria acre- dita que se produzir uma ratoeira melhor, o mundo cairá aos seus pés. Contudo, se coloque no lugar dos clientes e imagine: será que os consumidores querem uma ratoeira melhor ou outras soluções possíveis para o mesmo problema? Como, por exemplo, o uso de aerossóis, um serviço de desratização, ou qualquer outra coisa que funcione tão bem quanto, ou até melhor que ratoeiras. Portanto, nós, como profissionais de marketing, devemos manter um olho em nosso produto e outro no mercado, se focarmos apenas em melhorar o pro- duto e esquecermos de analisar os comportamentos do nosso consumidor, muito provavelmente não teremos sucesso na venda da solução, por melhor que ela seja. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 ORIENTAÇÃO DE VENDA A orientação de venda é uma filosofia de negócios que concentra as atividades de marketing na venda dos produtos disponí- veis, essa orientação é normalmente utilizada quando se lida com bens não essenciais, con- forme Kotler e Armstrong (2007): Muitas organizações seguem a orientação de venda, segundo a qual os consumidores somen- te comprarão uma quantidade satisfatória de produtos da em- presa se ela vender em larga escala e realizar promoções. Contudo essa estratégia incorre em altos riscos, pois é voltada para a realização da transação de vendas (compra e ven- da) e, não para a construção de relacionamentos lucrativos e de longo prazo com os clientes (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 8). Segundo Churchill e Peter (2012), a estratégia de marketing de orientação para vendas normalmente é usada quando a oferta de produtos e serviços é maior do que a demanda. De fato, neste cenário a organização deverá criar um mecanismo para liquidar seus ativos (produto ou serviço), transformado-os em receitas de vendas por meio de campanhas promocionais. Será que sua organização não está gastando recursos e energia com melho- rias desnecessárias? Será que realmente sua solução é única em atender as necessidades dos clientes? Orientações de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 ORIENTAÇÃO DE MARKETING A estratégia da orientaçãode marketing se concentra em compreender as neces- sidades e desejos dos clientes e construir produtos e serviços para satisfazê-los, assim como apresentado por Churchill e Peter (2012): Essa abordagem depende de compreender as necessidades e desejos dos clientes e construir produtos e serviços para satisfazê-los. Dessa forma, os profissionais de marketing podem criar lealdade e competir de forma eficiente com outros profissionais (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 11). Segundo Kotler e Armstrong (2007), a orientação de marketing, o foco no cliente e o valor para ele constituem os caminhos para as vendas e os lucros, e ainda sustenta que o alcance das metas organizacionais depende do conhecimento das necessidades e dos desejos dos clientes: Em vez de ser uma filosofia de “fazer e vender” centrada no produto, a orientação de marketing é uma filosofia de “sentir e reagir” centrada no cliente. (...) A meta não é encontrar os clientes certos para o seu pro- duto, mas encontrar os produtos certos para os seus clientes (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 8). Dessa forma, assim como Churchill e Peter (2012) definem, a orientação para marketing enfatiza a importância de desenvolver e comercializar produtos e serviços com base no que os clientes precisam e desejam, uma vez que as orga- nizações devem satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes como meio de alcançar seus próprios objetivos, como o lucro e expansão, por exemplo. A orientação de marketing trabalha com foco no cliente, e não com o foco do cliente, perceba que há uma grande diferença entre pensar no cliente e pensar com a visão do cliente. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 ORIENTAÇÃO PARA VALOR A orientação para valor sustenta que a estratégia de marketing deveria entregar valor para os clientes de um modo de que mantivesse ou melhorasse o bem-es- tar tanto do cliente quanto da sociedade. Segundo Kotler e Armstrong (2007), o marketing de hoje está centrado na criação de valor para o cliente e na construção de relacionamentos lucrativos com ele. Os autores também afirmam que o marketing é muito mais do que uma fun- ção isolada de negócios, é uma filosofia que orienta a organização como um todo. Para Churchill e Peter (2012), o marketing orientado para valor é uma filo- sofia empresarial que se concentra em desenvolver e entregar um valor superior para os clientes como modo de alcançar os objetivos da organização: Marketing voltado para o valor é uma orientação para se alcançar obje- tivos desenvolvendo valor superior para os clientes, ele é uma extensão da orientação para marketing que se apoia em vários princípios e pres- supostos sobre os clientes (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 11). Eu acredito que você esteja se perguntando: “Ok, mas o que é ‘valor’ para o cliente?” . Quando nos deparamos com a estratégia de marketing orientado para valor, exige de nós como profissionais de marketing navegar pela perspectiva do cliente, observando o nosso entorno sob sua ótica. Como abordado por Churchill e Peter (2012), o marketing voltado para o valor é baseado numa visão simples do motivo que leva clientes a comprar pro- dutos e serviços. O valor, para o cliente, é a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios da compra e uso dos produtos e serviços, e os cus- tos em que eles incorrem para obtê-los. BENEFÍCIOS PERCEBIDOS CUSTOS PERCEBIDOS VALOR PARA O CLIENTE- = Figura 1 - A equação de valor Fonte: adaptada de Churchill e Peter (2012, p. 15). © sh ut te rs to ck Orientações de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Contudo, é importante ressaltar que a equação da Figura 1 é apenas ilus- trativa, uma vez que os clientes não fazem essa conta de maneira cartesiana e precisa, somando todos os benefícios e deduzindo os custos de aquisição para, enfim, resultar em dado valor. O processo de atribuição de valor varia de acordo com o perfil de cada cliente, sendo influenciado por inúmeros fatores, como cultura, renda, formação acadê- mica, gostos e comportamentos, padrões de consumo, entre outros. Por exemplo, eu e você passamos em frente a uma livraria, eu vejo um livro com o título Marketing 3.0 e logo já penso em comprá-lo, nós entramos na loja e perguntamos o preço, imagine que esta capa está por R$49,00 e você pronta- mente me diz: “não, está caro demais…”, contudo nós temos diferentes parâmetros para chegar à conclusão do “caro” ou “barato” e, portanto, eu chego a conclusão que está com um preço justo, que estou disposto a pagar, por acreditar que terei mais benefícios comprando o livro do seu custo de aquisição, especificamente. Portanto, antes de decidirmos por qual estratégia e orientação escolher, preci- samos compreender que tudo dependerá dos objetivos e visão da organização, como ela quer ser percebida, ou seja, qual será seu posicionamento perante o mercado e sociedade em geral, conforme Quadro 3. Na comparação entre as diferentes orientações fica ainda mais evidente o foco e aplicação de cada orien- tação, dado o contexto da empresa em questão. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 Quadro 3 - Comparação entre as diferentes orientações ORIENTAÇÃO ENFOQUE DESCRIÇÃO Produção Eficiência Produzir bens e serviços, informar os clientes sobre eles, deixar que os clientes venham até você. Produto Produtos ou Ser- viços Produzir bens e serviços superiores, seja em qualidade, desempenho ou características que sejam inovadoras. Vendas Vendas Produzir bens e serviços, ir até os clientes e levá-los a comprar. Marketing Clientes Descobrir do que os clientes precisam e o que desejam, produzir bens e serviços que eles dizem precisar ou desejar, oferecê-los aos clientes. Valor Valor para o cliente Entender os clientes, concorrentes e ambien- tes, criar valor para eles, considerando outros públicos. Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2012, p. 8). Administração mercadológica Atualmente, identificam-se no mercado empresas que atuam, no seu fun- damento, de forma diferenciada. Essa diferenciação na atuação, muito mais do que resultado de pressões mercadológicas, retrata uma tentativa de ade- quação das empresas a mercados voláteis e inconstantes. As orientações estratégicas das empresas, embora complexas e repletas de subdivisões, podem ser agrupadas em cinco grandes vertentes. PRODUÇÃO - PRODUTO - VENDAS - MARKETING - SOCIETAL OU SOCIAL Para saber mais, leia o artigo completo em: <http://www2.anhembi.br/ html/ead01/adm_mercadologica/lu03/lo1/index.htm>. Fonte: Universidade Anhembi Morumbi (on-line)5. ©shutterstock Administração de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Como percebemos no tópico anterior, quando falamos das orientações de marke- ting, temos opções e escolhas a fazer, o que, por consequência, nos leva a seguinte questão: como administrar um plano de marketing e quais caminhos escolher? Quando pensamos na gestão e na dinâmica dos planos e estratégias, temos um caminho simples a compreender, conforme proposto por Churchill e Peter (2012) na Figura 2, a seguir: Desenvolvendo planos e estratégias de marketing Entendendo cliente e mercados Desenvolvendo compostos de marketing Implementando e contratando as atividades de marketing Figura 2 - Uma visão geral da administração de marketing Fonte: adaptada de Churchill e Peter (2012, p. 20). CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 Segundo Churchill e Peter (2012), a administração de marketing é o processode estabelecer metas de marketing para uma organização e planejar, implemen- tar e controlar as estratégias para alcançá-las: A administração de marketing envolve o que as empresas fazem e de- vem fazer para criar valor para os clientes e alcançar seus objetivos. Em geral, essas tarefas incluem desenvolver planos e estratégias de marke- ting e, executar atividades de marketing para implementá-los e contro- lá-los (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 20). DESENVOLVENDO PLANOS E ESTRATÉGIAS DE MARKETING Conforme Churchill e Peter (2012), os planos de marketing são documentos criados por uma organização para registrar os resultados e conclusões da aná- lise ambiental e detalhar as estratégias de marketing planejadas e os resultados esperados: A parte de estratégia de marketing dos planos inclui formulações de objetivos de marketing, análises de clientes e mercados e compostos de marketing sugeridos para atingir os objetivos. Os planos de marke- ting também devem incluir orçamentos, previsões de vendas e lucros e qualquer outro objetivo que possa ser usado para avaliar o sucesso ou fracasso (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 21). Entendendo clientes e mercados Como vimos até aqui, sem entendermos quem de fato é o nosso cliente, sem compreendermos seu comportamento, seus gostos e desejos, suas necessida- des, sem essa base, o trabalho de marketing compreende apenas uma questão de tentativas e erros, portanto é evidente a importância desse ponto na estraté- gia global de marketing. Como veremos na Unidade II, eu dediquei a mesma para mergulharmos sobre os temas “mercado e clientes”, uma vez que muitas organizações erram neste fator, não sabem de fato quem é o seu cliente e, portanto, desperdiçam seus recursos. Administração de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 Desenvolvendo compostos de marketing Segundo Churchill e Peter (2012), o composto de marketing (conforme Quadro 4, a seguir) é uma combinação de ferramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização: Há quatro ferramentas ou elementos primários no composto de marke- ting: produto, preço, praça e promoção. Tais elementos também são chamados de “Quatro Ps”, devem ser combinados de forma coerente para obter máxima eficácia (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 21). Quadro 4 - Composto ou Mix de marketing COMPOSTO DESCRIÇÃO Preço ...é a quantia de dinheiro que os clientes têm de pagar para obter o produto. Produto ...significa a combinação de bens e serviços que a organização oferece ao mercado-alvo. Praça ...envolve as atividades da organização para disponibilizar o produto aos consumidores. Promoção ...envolve as atividades que comunicam e buscam influenciar os consumidores para comprá-lo. Fonte: Kotler e Armstrong (2007, p. 42). Estratégia de marketing e o mix de marketing Como sabemos, para ter sucesso no mercado competitivo de hoje, as organiza- ções precisam ser voltadas para o cliente, conquistando, retendo e cultivando-o para entrega de maior valor. Essas organizações devem ter consciência de que não podem servir de forma lucrativa a todos os clientes de determinado mercado, assim cada organização deve dividir o mercado total, escolher os melhores segmentos e desenvolver estra- tégias para servir lucrativamente aos segmentos escolhidos. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Segundo Kotler e Armstrong (2007), quando a organização se volta para criação de valor aos clientes, obrigatoriamente passa pelas seguintes fases: seg- mentação de mercado, definição do mercado-alvo, diferenciação e posicionamento de mercado, centrando seus esforços e recursos com foco no cliente, conforme apresentado a seguir: Intermediário de marketing Produto Valor para o cliente e relacionamento Promoção Praça An áli se de me rca do Se gm en taç ão de m er ca do Im ple me nt aç ão do m ark et ing Di fer en cia çã o Planejamento de marketing Determinação do alvo Controle de marketing Posicionamento Preço Concorrentes Fornecedores Público Figura 3 - Administração da estratégia e mix de marketing Fonte: Kotler e Armstrong (2007, p. 39). Administração de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 Implementando e controlando as atividades de marketing Conforme apresentado por Churchill e Peter (2012), os planos de marketing devem ser implementados de modo que sejam eficazes e precisam ser avaliados para que seja possível saber como estão funcionando. Dada a importância desse tema, veremos mais adiante, na Unidade III, detalhes sobre planejamento e con- trole de comunicação e marketing. Varejistas confirmam que marketing centrado no cliente gera maiores opor- tunidades Dados do “Customer Centricity 2.0: The Rise of the Chief Marketing Officer” ainda mostram que quase a totalidade dos varejistas afirmam que se con- centrar mais no consumidor em detrimento do produto (94%), transformar clientes em advogados da marca com o uso de mídias sociais (94%) e me- lhorar constantemente a marca (94%) são importantes para o marketing. Para saber mais acesse o o artigo completo em: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejistas-confirmam-que- -marketing-centrado-no-cliente-gera-maiores-oportunidades/>. Fonte: E-commerce Brasil (2011, on-line)6. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 ANÁLISE AMBIENTAL DO MARKETING Sobretudo, marketing é constituído de relacionamentos, seja entre as pessoas que compõem as organizações, seja entre as próprias organizações, portanto, nesta unidade, meu objetivo é compreendermos que nada acontece por acaso, que as organizações e seus colaboradores estão envoltos de um ambiente que influen- cia e reflete em suas decisões cotidianas. Segundo Kotler e Armstrong (2007), o marketing não opera no vácuo, mas sim em um ambiente complexo e em constantes mudanças, e para entender o marketing e desenvolver estratégias eficazes, você precisa, antes de mais nada, compreender o ambiente no qual o marketing atua. O ambiente de marketing de uma empresa é constituído pelos partici- pantes e pelas forças externas ao marketing que afetam a capacidade da administração de marketing de constituir e manter bons relacionamen- tos com clientes-alvo (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 56). Já para os autores Churchill e Peter (2012), a análise do ambiente do marke- ting é a prática de rastrear as mudanças externas que podem afetar o mercado, incluindo demanda por bens e serviços. Análise Ambiental do Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 Os profissionais de marketing devem examinar todas as dimensões do ambiente externo. As informações resultantes podem ajudá-los a iden- tificar as oportunidades para que sirvam melhor seus mercados, crian- do valor superior (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 27). Churchill e Peter (2012) ainda complementam apresentando que os fatores que constituem o ambiente externo do marketing são: os fatores econômicos, polí- ticos e legais, sociais, naturais e tecnológicos e competitivos, conforme mostra a Figura 4, a seguir: Ambiente econômico Ambiente natural Ambiente competitivo Ambiente político e legal Ambiente tecnológico Ambiente social Estratégia de marketing Comporta- mento e valor para o cliente Figura 4 - Dimensões do ambiente de marketing Fonte: Churchill e Peter (2012, p. 28). ©shutterstock CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IUN I D A D E36 Obviamente cada organização terá um maior e menor grau de influência de cada ambiente - como apresentado na figura acima - levando em consideração seu negócio, contudo é fundamental que o profissional de marketing estude e permaneça atento aos reflexos de cada ambiente. A análise ambiental envolve a busca de mudanças que levem a oportuni- dades ou ameaças a uma organização. Cabe lembrar que o ambiente continua a mudar rapidamente, e tanto os consumidores quanto os profissionais de marke- ting se perguntam o que o futuro nos reserva. AMBIENTE ECONÔMICO Segundo os autores Kotler e Armstrong (2007), o ambiente econômico consiste em fatores que afetam o poder de compra e o padrão de gastos das pessoas, e comple- mentam dizendo que os profissionais de marketing devem prestar bastante atenção às principais tendências e padrões de con- sumo do consumidor. Já para os autores Churchill e Peter (2012), o ambiente econômico para o marketing envolve a economia como um todo, incluindo ciclos de negócios, renda e até padrões de gastos do consumidor. Em linhas gerais, para análise do ambiente econômico é necessário verifi- car tanto poder de compra quanto as pessoas que o compõe. Sendo assim, em mercados mais aquecidos, onde o consumidor está confiante, as projeções de resultado serão mais satisfatórias. AMBIENTE POLÍTICO E LEGAL Segundo Churchill e Peter (2012), as leis, regulamentações e pressões políticas que afetam as decisões dos profissionais de marketing formam o ambiente político e legal. Análise Ambiental do Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 As leis e regulamentações cobrem muitas atividades de marketing, en- tre elas teste de produtos, embalagem, política de preços, propaganda e vendas para menores, esse ambiente influencia as estratégias de marke- ting por meio de leis, regulamentações e pressões políticas (CHUR- CHILL; PETER, 2012, p. 32). Como apresentado pelos autores, uma organização não funciona estritamente de acordo com seu próprio conjunto de regras. Ela tem de servir seus clientes e atender ao Estado, assim com outros grupos de interesses especiais. AMBIENTE SOCIAL Segundo Kotler e Armstrong (2007), a demografia é o estudo da população humana em termos de tamanho, densidade, localização, idade, sexo, etnia, ocu- pação e outros dados estatísticos. “O ambiente demográfico é de grande interesse para os profissionais de marketing, porque envolve pessoas, e pessoas constituem mercados” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 59). Para Churchill e Peter (2012), o ambiente social é constituído pelas pessoas de uma sociedade, seus valores, crenças e comportamentos. Os profissionais de marketing descrevem esse ambiente de acordo com quem são as pessoas (idade, renda, sexo, etc.) e com as características de sua cultura, mudanças nesse ambiente, podem sinalizar novas opor- tunidades e desafios aos profissionais de marketing (CHURCHILL; PE- TER, 2012, p. 38). AMBIENTE NATURAL Para Kotler e Armstrong (2007), os profissionais de marketing devem ter cons- ciência das muitas tendências do ambiente natural, o qual envolve os recursos naturais que são utilizados como insumos pelos profissionais de marketing ou que são afetados pelas atividades de marketing. Para os autores Churchill e Peter (2012), a análise do ambiente natural se refere aos recursos naturais disponíveis para a organização ou por ela afeta- dos. “(...) O ar, a água, os minerais, as plantas e os animais podem ser parte do CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 ambiente natural de uma empresa, sendo ou não utilizados por ela para produ- zir seus bens e serviços” (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 44). AMBIENTE TECNOLÓGICO Segundo Churchill e Peter (2012), o ambiente tecnológico refere-se ao conheci- mento científico, inovações e invenções que resultam de pesquisa, para produção de bens e serviços novos ou aperfeiçoados do marketing. Os autores Kotler e Armstrong (2007, p. 69) citam que o ambiente tecnológico “talvez constitua a força mais drástica que molda nosso destino”. Suas palavras possuem o objetivo de nos fazer pensar e refletir sobre os reflexos e impactos da tecnologia em nosso dia a dia. Evidente que muitos processos e rotinas foram melhorados com a evolução da tecnologia, por exemplo a medicina, atualmente sabemos que nossa expecta- tiva de vida em média já se aproxima de 90 anos, algo absolutamente impensável há 10 ou 15 anos. Contudo, o ponto de reflexão proposta por Kotler e Armstrong (2007) é com relação aos limites da tecnologia entre as maravilhas e tragédias, ou até aquelas tecnologias tidas como duvidosas ou em testes. O fato é que os profissionais de marketing precisam se manter atentos a este ambiente, ainda mais na atualidade. AMBIENTE COMPETITIVO Sabemos que é raro uma organização ser a única a fornecer determinado produto ou serviço, por esse motivo, os profissionais de marketing precisam descobrir o que seus concorrentes estão fazendo e (tentar) prever, o que eles farão no futuro. O ambiente competitivo contempla a análise de todas as organizações que poderiam potencialmente criar valor para os clientes de uma orga- nização. O objetivo último da análise do ambiente competitivo é ajudar as organizações a desenvolverem uma vantagem competitiva (CHUR- CHILL; PETER, 2012, p. 49). Análise Ambiental do Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 Caro aluno(a), você deve entender por vantagem competitiva “a capacidade de ter um desempenho melhor que o dos concorrentes na oferta de algo que o mer- cado valorize”, segundo os autores Churchill e Peter (2012, p. 49). Por onde e como começar A análise ambiental envolve a busca de mudanças e identificação de oportuni- dades ou ameaças à uma organização, seu objetivo é responder várias perguntas, conforme apresentado no quadro a seguir. Quadro 5 - Perguntas para o desenvolvimento da análise ambiental AMBIENTE EXEMPLOS DE PERGUNTAS Econômico Em que estágio do ciclo de negócios estamos? Quais seto- res estão indo bem no clima econômico atual? Político e legal Que leis de zoneamento impedem nosso plano de expan- são? As promessas contidas em nossas propagandas são legais e éticas? Social Conforme a população envelhece, aumenta a demanda pelos nossos produtos ou serviços? Como podemos incen- tivar boas relações com a comunidade? Natural Quais são os custos e benefícios de vender produtos que não prejudiquem o meio ambiente? Como podemos nos beneficiar por sermos uma organização amiga do meio ambiente? Tecnológico Qual nova tecnologia pode vir afetar nosso negócio? O que poderia surgir para agregar em nosso modelo de negó- cios? Competitivo Que outras empresas oferecem serviços semelhantes ao da nossa organização em “x” quilômetros? Quais suas con- dições comerciais? O que o cliente ganha comprando do concorrente? Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2012, p. 29). ©shutterstock CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 MARKETING ORIENTADO PARA VALOR A função do marketing é criar e fornecer valor para os clientes, captando para si as vantagens daí decorrentes. A capacidade da empresa de fornecer valor aos clien- tes está estritamente relacionada com a capacidade de criar satisfação para os empregados e para outros interessados. Para Michael Lanning (apud KOTLER, 2003, p. 219) “a proposição de valor vai além do posicionamento da empresa em um único atributo, é a experiência total prometida pelo pro- duto, respaldada por seu fortalecimento efetivo e confiável”. Como já vimos anteriormente, o marketing orientado para valor é uma filo- sofiaempresarial que se concentra em desenvolver e entregar um valor superior para os clientes, como modo de alcançar os objetivos da organização. Vimos também que o marketing voltado para o valor é baseado numa visão simples do motivo que leva clientes a comprar produtos e serviços, sendo que o valor para o cliente é a diferença entre suas percepções quanto aos benefícios da compra e uso dos produtos e serviços, frente aos custos em que eles incor- rem para obtê-los. Para os autores Kotler e Armstrong (2007), os quatro primeiros passos do pro- cesso de marketing envolvem construir relacionamentos com o cliente, criando e entregando valor superior a ele. Ao criar valor superior ao cliente, a empresa cria clientes altamente satisfeitos que permanecem fiéis e compram mais. Isso, por sua vez, significa maiores retornos no longo prazo para a empresa. Aqui, dis- cutimos os resultados da criação de valor para o cliente: fidelidade e retenção do cliente, participação de mercado e de cliente e valor do cliente (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 15). Marketing Orientado para Valor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 O mundo passa por um período de mudanças rápidas e avassaladoras, a tecnologia está mudando do mundo mecânico para o mundo digital, internet, computadores, celulares e redes sociais, e isso tem profundo impacto no com- portamento de produtores e consumidores. Sempre que ocorrem mudanças no ambiente macroeconômico, o compor- tamento do consumidor muda, o que provoca mudança no marketing. Os novos conceitos de marketing são sempre uma reação às mudanças que ocorrem no ambiente de negócios e sociedade. Tabela 1 - Comparação da evolução do marketing MARKETING 1.0 CENTRADO NO PRODUTO MARKETING 2.0 VOLTADO PARA O CONSUMIDOR MARKETING 3.0 VOLTADO PARA OS VALORES Objetivo Vender Produtos Satisfazer e reter os consumidores Fazer do mundo um lugar melhor Forças propulsoras Revolução Indus-trial Tecnologia da Informação Nova onda de Tecnologia Como as empresas veem o mercado Compradores de massa, com neces- sidades físicas Consumidor inte- ligente, dotado de coração e mente Ser humano ple- no, com coração, mente e espírito Conceito de Marketing Desenvolvimento de Produto Diferenciação Valores Diretrizes de marketing da empresa Especificação do produto Posicionamento do produto e da empresa Missão, visão e va- lores da empresa Proposição de valor Funcional Funcional e emo- cional Funcional, emo- cional e espiritual Interação com consumidores Transação do tipo um-para-um Relacionamento um-para-um Colaboração um- -para-muitos Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010, p. 6). ©shutterstock CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 Para os autores Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), conforme apresen- tado anteriormente, o marketing deve ser entendido em três fases evolutivas, porém distintas entre si. Vejamos que o Marketing 1.0 se refere ao marketing centrado no produto, cujo objetivo final era unicamente aumentar as vendas, já o Marketing 2.0 voltou-se um pouco para a informação, portanto seu foco pas- sou a ser o consumidor (cliente) e, assim, o objetivo final era o relacionamento e retenção do mesmo. De acordo com a o que vimos até aqui, não temos nenhuma novidade subs- tancial, não é mesmo? Contudo de acordo com os autores Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), o Marketing 3.0 tem o objetivo de criar um novo conceito, uma nova onda, uma nova cultura quando se pensa em consumidor e proposta de valor, sendo que sua premissa é trazer ao centro os valores dos clientes, ou seja, os profissionais do marketing deverão entender aquilo que faz sentido - que agrega valor para a vida do cliente. É com este foco que os produtos devem ser desenvolvidos, o objetivo final é resolver os problemas dos clientes e promover uma transforma- ção, tornar o mundo um lugar melhor. O Marketing 3.0 leva o conceito de marketing à arena das aspirações, valores e espírito humano. O Marketing 3.0 acredita que os consumi- dores são seres humanos completos, cujas outras necessidades e espe- ranças jamais devem ser negligenciadas (KOTLER; KARTAJAYA; SE- TIAWAN, 2010, p. 5). Conforme os autores Churchill e Peter (2012), o marke- ting voltado para o valor pressupõe que as avaliações de valor dos clientes podem mudar ao longo do tempo e em diferentes situações, na verdade, um dos maiores desafios do marketing é fazer os clientes mudarem entre marcas concorrentes. A todo momento o cálculo de valor está sendo atuali- zado na cabeça dos clientes, uma vez que a equação de valor (Figura 1, que se encontra no subtópico 2.1. Orientação para valor) diz que o valor para o cliente é resultado da soma dos benefícios, subtraídos os custos percebidos. Marketing Orientado para Valor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Churchill e Peter (2012) afirmam que há quatro tipos comuns de benefí- cios que os clientes podem receber da compra e do uso de produtos e serviços, e quatro tipos de custos, que podem tentar reduzir o valor para o cliente, como apresentado no Quadro 6, a seguir: Quadro 6 - Tipos de benefícios e custos na equação do valor ao cliente TIPOS DE BENEFÍCIOS TIPOS DE CUSTOS Funcionais: benefícios tangíveis, recebidos em bens e serviços. Monetários: a quantidade de dinheiro que os clientes pagam para receber os produtos ou serviços. Sociais: as respostas positivas que os clientes recebem de outras pessoas por comprar e usar determinados produtos e serviços. Temporais: o tempo gasto comprando os produtos ou contratando os serviços. Pessoais: bons sentimentos que os clientes experimentam pela compra, pela propriedade, pelo uso ou pelo recebimento de produtos e serviços. Psicológicos: a energia e a tensão mentais envolvidas em fazer compras e aceitar os riscos dos produtos. Experimentais: o prazer sensorial que os clientes obtêm com produtos e serviços. Comportamentais: a energia física que os clientes despendem para comprar produ- tos e serviços. Fonte: Churchill e Peter (2012, p. 17). CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) aluno(a), nesta unidade, estudamos os conceitos fundamentais do marke- ting e como podemos aplicar em nossas organizações sem grande complexidade. Vimos que o marketing é essencial para que a organização se posicione, apareça e conquiste seu espaço no mercado. No primeiro tópico nós vimos os fundamentos do marketing, foi possível, portanto, entender o que é o “Marketing” enquanto uma área de estudo e sua aplicação em nosso dia a dia, afinal somos alvo ou agentes de estratégias merca- dológicas a todo momento. No segundo tópico, nosso foco foi compreender as principais orientações para o Marketing, sendo elas, por sua vez, produção (eficiência), produto (melho- res produtos ou serviços do mercado), vendas (persuadir o cliente), marketing (o cliente no centro) e valor (além de colocar o cliente no centro é pensar em como gerar o máximo valor para ele). No terceiro tópico, nossa atenção se voltou para compreendermos a ges- tão de marketing, estudamos de maneira abrangente o composto de marketing, suas implicações na estratégia e posicionamento da organização e como pode- mos controlar as ações de marketing considerando todos os agentes envolvidos. O quarto tópico foi dedicado para compreendermos o ambiente de marke- ting, quais forças influenciam as ações e seus respectivos reflexos nas estratégias, sendo os ambientes resumidos em econômico, político e legal, social, natural, tecnológico e, por fim, competitivo. Por fim, estudamos noquinto tópico que o Marketing está em constante evolução e, na atualidade, as organizações estão aprendendo um novo conceito sobre como “fazer marketing”, como colocar seus produtos e serviços, a fim de gerar o máximo de valor ao nosso cliente, mas claro, sem esquecer da rentabili- dade e princípios empresariais. Eu acredito que ao fim desta unidade você esteja com inúmeras questões e cheio(a) de ânimo para sugerir mudanças em sua organização, então vamos adiante e conto com sua total atenção nas próximas unidades deste material. 45 1. Quanto aos objetivos de marketing, com base na literatura, leia as afirmativas abaixo e, após, assinale a alternativa correta. I. Criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que têm valor para os consumidores. II. Processo no qual as empresas criam valor e relacionamentos com os clientes. III. Responsável por descobrir o que o consumidor precisa ou deseja consumir. IV. O objetivo do marketing é tornar a venda desnecessária. Assinale a alternativa correta: a. I e II, apenas. b. I, II e III, apenas. c. I e III, apenas. d. II e IV, apenas. e. I, II e IV, apenas. 2. O marketing pode ser orientado de várias maneiras nas organizações, e essa orientação será derivada de alguns fatores conforme apontado por Siqueira (2005). Uma organização deverá analisar sua concorrência, seus objetivos, suas características, seus valores, suas inspirações e, por consequência, a situação do mercado. Com base no exposto, sobre as orientações de marketing possíveis es- tudadas neste material, leia as alternativas abaixo e assinale a correta. a. Orientação de produção; de produto; de venda; de cliente; para valor. b. Orientação de produção; de produto; de venda; de marketing; para valor. c. Orientação de produção; de cliente; de produto; de venda; de marketing. d. Orientação de produto; de venda; de marketing; de cliente; para valor. e. Orientação de eficiência; de produto; de venda; de cliente; para valor. 3. Segundo Churchill e Peter (2012), há quatro ferramentas ou elementos primários no composto de marketing: produto, preço, praça e promoção. Tais elementos também são chamados de “Quatro Ps”, e devem ser combinados de forma co- erente para obter máxima eficácia. Com base no exposto, leia as alternativas abaixo e assinale a correta. a. Preço é valor percebido e pago pelo consumidor pelo produto ou serviço. b. Produto são todos os serviços que envolvem a experiência do cliente. c. Praça envolve as atividades para disponibilizar o produto aos consumidores. 46 d. Produto, bens duráveis ofertados a um nicho de clientes em potencial. e. Promoção são campanhas de desconto para aumentar as vendas. 4. Analise a definição de Churchill e Peter (2012) sobre um dos ambientes do marketing: “(...) contempla a análise de todas as organizações que poderiam po- tencialmente criar valor para os clientes de uma organização (...)”. Com base no exposto, leia as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta o am- biente em relação a definição apresentada. a. Ambiente Tecnológico. b. Ambiente Social. c. Ambiente Econômico. d. Ambiente Competitivo. e. Ambiente Político e legal. 5. De acordo com os autores Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), o Marketing 3.0 tem o objetivo de criar um novo conceito, uma nova onda, uma nova cultura quando se pensa em consumidor e proposta de valor, sendo que sua premissa é trazer ao centro os valores dos clientes. Com base no exposto, leia as alternati- vas abaixo e assinale a correta. a. O objetivo do Marketing 3.0 é fazer do mundo um lugar melhor. b. O objetivo do Marketing 3.0 é vender produtos melhores ao cliente. c. O objetivo do Marketing 3.0 é aumentar o lucro da organização. d. O objetivo do Marketing 3.0 é satisfazer e reter os clientes. e. O objetivo do Marketing 3.0 é gerar valor a qualquer custo para o cliente. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Marketing de A a Z - 80 Conceitos que Todo Profi ssional Precisa Saber Philip Kotler Editora: Campus Sinopse: Philip Kotler revê, neste livro, os conceitos básicos de marketing. Inicialmente, o autor listou 80 conceitos considerados de importância crítica e num formato acessível, selecionável e digerível, refl etiu sobre esses princípios básicos, revendo questões, pensando sobre novas abordagens e informações, produzindo um livro que abrange os conceitos de marketing sob uma perspectiva atual. Esse livro é indicado para profi ssionais de marketing ou leitores em geral que desejem atualizar seus conhecimentos sobre as ideias essenciais em marketing e conhecer o pensamento mais recente a respeito do marketing de alto desempenho. Marketing 3.0: As forças que estão defi nindo o novo marketing centrado no ser humano Philip Kotler; Hermawan Kartajaya; Iwan Setiawan Editora: Elsevier Sinopse: o novo modelo de marketing – Marketing 3.0 – trata os clientes não como meros clientes, mas como os seres complexos e multifacetados. Estes, por sua vez, estão escolhendo produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades de participação, criatividade, comunidade e idealismo. Neste livro, Philip Kotler, o mais infl uente pensador da área de marketing de todos os tempos, mostra porque o futuro do marketing está em criar produtos, serviços e empresas que inspirem, incluam e refl itam os valores de seus consumidores alvo. Ele também explica o futuro do marketing e por que a maioria de seus profi ssionais está presa ao passado. 48 MARKETING EM SINTONIA COM O VALOR DO CLIENTE Medir a eficácia do investimento em marketing pode ser frustrante — sobretudo se a empresa se atém a metas de longo prazo, como aumentar o valor do cliente (customer equity). Embora haja modelos para ajudar a equipe de marketing a alocar a verba, seu objetivo até recentemente era maximizar o faturamento a curto prazo, algo nem sempre em sintonia com a saúde da marca no longo prazo. Agora, porém, um banco americano, o Wachovia, criou um modelo que o ajuda a tomar decisões sobre o mix de marketing consoantes com o valor do cliente. Para começar, os arquitetos do modelo — Hanssens, professor da UCLA; Thorpe, vice- -presidente sênior do Wachovia; e Finkbeiner, vice-presidente executivo da firma de pesquisa de mercado TNS — desmembraram o customer equity, ou o valor vitalício do cliente, em três componentes mensuráveis: aquisição de clientes, retenção de clientes e share-of-wallet. Em seguida, reuniram dados sobre atividades anteriores de marketing e mudanças nesses componentes — missão difícil, dada a natureza descentralizada do in- vestimento até então. Uma vez montado o banco de dados, foi possível criar um modelo do impacto do investimento nos resultados e criar equações em torno de questões so- bre o mix de marketing. Hoje, por exemplo, o Wachovia tem uma equação para estimar o impacto de um investimento maior em publicidade na TV a cabo sobre a aquisição de clientes em determinado mercado. Além disso, o modelo quantifica o efeito, sobre os resultados, de fatores fora do controle do marketing, como oscilações na economia. Quando começou a usar o modelo, o Wachovia descobriu, como suspeitava, que um mix de marketing com impacto máximo no curto prazo não traria o maior aumento no valor do cliente. Descobriu, ainda, que estava investindo demais em canais tradicionais e de menos em emergentes. O banco americano Wachovia tem uma meta de longo prazo — aumentar o valor do cliente - e precisa decidir, no curto prazo, como alocar os recursos de marketing. Até recentemente, não tinha como unir as duas coisas. Por Dominique M. Hanssens, titular da cátedra Bud Knapp Professor of Marketing na An- derson School of Management (UCLA) e sócio da MarketShare Partners, em Los Angeles, EUA. Daniel Thorpe (daniel.thorpe@wachovia.com) é vice-presidente sênior e diretor de estatísticas e modelagem do Wachovia, em Charlotte, EUA. Carl Finkbeiner (carl.finkbei- ner@tns-global.com) é vice-presidente executivo de inovação da TNS, em Filadélfia, EUA. Leia o artigo completoem: <http://hbrbr.com.br/marketing-em-sintonia-com-o-valor- -do-cliente>. Acesso em 02 de junho de 2016. Fonte: Hanssens, Thorpe e Finkbeiner (2008, on-line)7. REFERÊNCIAS CHURCHILL, G.; PETER, P. Marketing: Criando valor para os clientes. 3. ed. Trad. Cecí- lia C. Bartalotii e Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2012. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 12. ed. Trad. Cristina Yamaga- mi. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KOTLER, P. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. Trad. Afonso Celso Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: as forças que estão definin- do o novo marketing centrado no ser humano. Trad. Ana Beatriz Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. SIQUEIRA, A. C. B. de. Marketing empresarial, industrial e de serviços. São Paulo: Saraiva, 2005. REFERÊNCIAS ON-LINE 1Em: <https://www.priberam.pt/DLPO/marketing>. Acesso em: 22 mai. 2016. 2Em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua= portu- gues-portugues&palavra=marketing>. Acesso em: 22 mai. 2016. 3Em: <https://www.ama.org/AboutAMA/Pages/Definition-of-Marketing.aspx>. Aces- so em: 25 out. 2016. 4Em: <http://marketingdeconteudo.com/o-que-e-marketing/>. Acesso em: 22 mai. 2016. 5Em: <http://www2.anhembi.br/html/ead01/adm_mercadologica/lu03/lo1/index. htm>. Acesso em: 26 mai. 2015. 6Em: <https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejistas-confirmam-que-marke- ting-centrado-no-cliente-gera-maiores-oportunidades/>. Acesso em: 26 mai. 2015. 7Em: <http://hbrbr.com.br/marketing-em-sintonia-com-o-valor-do-cliente>. Acesso em: 02 de jun. 2016. 49 GABARITO 1. Alternativa correta é a letra E. Justificativa: a afirmativa III apresenta uma função do marketing, e não especificamente seu objetivo. 2. Alternativa correta é a letra B. Justificativa: comparação entre as diferentes orien- tações (Quadro 3, p. 20). 3. Alternativa correta é a letra C. Justificativa: Mix de marketing (Quadro 4, p. 31) 4. Alternativa correta é a letra D. Justificativa: “o ambiente competitivo contempla a análise de todas as organizações que poderiam potencialmente criar valor para os clientes de uma organização. O objetivo último da análise do ambiente com- petitivo é ajudar as organizações a desenvolverem uma vantagem competitiva” (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 49). 5. Alternativa correta é a letra A. Justificativa: comparação da evolução do marke- ting (Tabela 1, p. 41). U N ID A D E II Professor Esp. Thiago Henrique Martinez Blanco COMPREENDENDO CLIENTES E MERCADOS Objetivos de Aprendizagem ■ Entender os gatilhos motivadores de consumo do cliente pessoa física. ■ Entender as diferenças do ambiente corporativo e como influenciar os diferentes interlocutores da organização. ■ Compreender que a segmentação de mercado vai além das definições básicas de posicionamento no mercado, orientando a empresa para um nicho em potencial. ■ Identificar com base no comportamento dos consumidores atuais, suas necessidades, perfil de consumo e problemas com relação à soluções atuais. ■ Entender como definir uma proposta de valor, que os clientes realmente se importam e estão dispostos a pagar para ter acesso e consumir. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Comportamento do Consumidor ■ Consumidor Corporativo (B2B) ■ Segmentação de Mercado ■ Pesquisa de Marketing ■ Value Proposition Design Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), na unidade anterior, nossa atenção foi aplicada para enten- dermos o que é Marketing e seus principais fundamentos e conceitos, durante nosso estudo, percebemos que o Marketing é uma área da ciência social que busca entender quem são os consumidores das organizações, para, assim, poder criar e oferecer uma solução que responda por sua demanda. Dito isso, quero lhe convidar a continuar nesta caminhada e compreender- mos, a partir das leituras e observações desta segunda Unidade, quem, de fato, são essas pessoas, como analisar o comportamento do consumidor, quais leitu- ras e formas de estudar suas expectativas, sem que nem ele mesmo saiba suas reais expectativas. No primeiro tópico, vamos entender quais os gatilhos motivadores de con- sumo do cliente pessoa física, ou seja, como a organização deve se posicionar e apresentar seus produtos e serviços para que seus potenciais clientes estejam dispostos a prestar atenção e, quem sabe, consumir dela. Já no segundo tópico desta unidade, focaremos no universo corporativo, que, por sua vez, possui algumas diferenças com relação ao comportamento do cliente pessoa física, ou consumidor final. Veremos que, no ambiente corporativo, nosso trabalho como profissionais de marketing para influenciar os diferentes interlocutores da organização é bastante extenso. No terceiro tópico, nosso objetivo será compreender que a segmentação de mercado vai além das definições básicas de posicionamento no mercado, orien- tando a empresa para um nicho em potencial. Bem como, na sequência, vamos identificar com base no comportamento dos consumidores atuais, suas neces- sidades, perfil de consumo e problemas com relação à soluções atuais, a partir dos estudo do quarto tópico. Por fim, vamos entender como definir uma proposta de valor, que os clien- tes realmente se importam e estão dispostos a pagar para ter acesso e consumir. Bom estudo! ©shutterstock COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Já sabemos que o resultado final do marketing refletirá em lucro para a organi- zação, seja pelo aumento das vendas, fidelização dos clientes ou outros fatores que possam impactar no resultado. Obviamente, você sabe que mesmo que seu negócio atenda outras organi- zações, ou seja, esteja enquadrado no modelo Business to Business (B2B), você vende seus produtos e serviços para alguém, e essa pessoa, assim como você, possui comportamentos, atitudes, emoções, influências e tudo isso reflete no seu comportamento de consumo. Yanaze et al. (2011) diz que o consumo é essencial para o sucesso do marke- ting e, portanto, temos consciência que esse comportamento do consumidor é essencial para a efetivação do consumo (compra). O comportamento dos seres humanos é basicamente determinado pe- los instintos, sua programação genética natural, e condicionado, ou até modificado, pelas condições ambientais e de convívio (YANAZE et al., 2011, p. 38). O autor complementa dizendo que é necessário analisar todos os comportamen- tos sob duas óticas distintas, sendo pelo aspecto do comportamento individual, como pessoa isolada, ou social, como um elemento pertencente a um grupo. Comportamento do Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 De acordo com Churchill e Peter (2012), para criar valor para os consumido- res e lucros cada vez maiores e sustentáveis para as organizações, os profissionais de marketing precisam entender por que os consumidores compram, além de entender, também, o por que não efetivaram a compra. O comportamento do consumidor são pensamentos, sentimentos e ações dos consumidores e as influências sobre eles que determinam mudanças. O estudo do comportamento do consumidor muitas vezes centra-se no processo de compra deste e na variedade de forças que o modelam (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 149). Você e eu, diariamente, decidimos milhares de vezes, seja pela compra de algum produto ou serviço, seja por qual comida ou bebida consumir, ou simplesmente a cor da camisa. A maioria das grandes empresas pesquisa detalhadamente essas decisões. Aluno(a), acredito que você esteja fazendo a seguinte questão: “Ok, mas como descobrir como os consumidores reagem aos inúmeros esforços de marketing que
Compartilhar