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1 Doenças Infecciosas e Parasitárias III – Amaríntia Rezende FEBRE AFTOSA A Febre Aftosa é uma enfermidade infectocontagiosa aguda com potencial de transmissibilidade extremamente alto entre os animais susceptíveis. Notificação obrigatória. O VÍRUS Vírus envelopado da família Picornaviridae Gênero: Aphthovirus Sete sorotipos – A, O, C, SAT-1, SAT-2, SAT3 e ASIA 1. Sorotipo C – Amazônia Não há proteção cruzada, a vacina precisa conter todos os sorotipos que circulam no país (polivalente). Inativado em pH abaixo de 6,5, radiação solar e dessecação. Sobrevive em baixas temperaturas. É considerada zoonose, porém com raros casos em humanos e em situações muito especiais. A importância do controle da doença deriva das implicações socioeconômicas, pois a doença provoca perdas produtivas diretas como perda de carne e leite, abortos, mortes, menor capacidade produtiva. Esta enfermidade geralmente ocorre na forma de surto que rapidamente se dissemina de rebanho para rebanho, antes de ser controlada. Primeiros registros na Itália, no século 16. No século 19 se espalha por vários países, tendo se espalhado pelo mundo com o transporte de gado de origem européia. HOSPEDEIROS Todos os animias biugulados (casco fendido) Em animais domésticos, a doença pode acometer bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. A susceptibilidade está relacionada ao tipo de epitélio dessas espécies. Em animais selvagens se encontram javalis, bisões, camelos, lhamas, alpacas, cervos, veados, antílopes. Em hospedeiros naturais não biungulados se encontram elefantes, capivaras e humanos (excepcionalmente). Os bovinos são os mais acometidos, seguido de suínos, ovinos, caprinos, bubalinos e 1% os animais silvestres. ZOONOSE A febre aftosa é considerada uma zoonose Homem é um hospedeiro acidental A transmissão ocorre por contato com animis enfermos ou material infeccioso, através de lesões mínimas, por exemplo, arranhões e erosões da pele, pelos quais o vírus penetra no organismo ou pela ingestão de leite não pasteurizado. A contaminação humana devido a ingestão de carnes e produtos cárneos não foi comprovada. TRANSMISSÃO Leite, carne e saliva de animais doentes. Transmissível também pela água, ar, objetos e ambientes contaminados. Eliminado em secreções Início 24h após o início das lesões, permanece por 5 a 7 dias. Eliminação: saliva, leite, sêmen, rompimentos das vesículas, urina e fezes. Tem animais que ficam com o vírus na orofaringe e não manifestam sinais clínicos, porém eliminam o vírus em suas secreções. PATOGENIA Inalação infecção multiplicação do vírus na orofaringe disseminação de nódulos linfáticos e sangue disseminação pelo sangue. 72h depois da infecção começa a febre, e aparecimento de vesículas na cavidade patas, úbere e rúmen. No 4º dia há salivação, descarga nasal e claudicação. No 5º dia há ruptura das vesículas e intensificação dos sintomas, final da febre e final da viremia e começa a produção de anticorpos. A partir do 8º dia há diminuição da titulação viral em vários tecidos e líquidos 2 Doenças Infecciosas e Parasitárias III – Amaríntia Rezende A partir do 10º dia há cura das lesões e o animal começa a comer. Desaparecimentos gradual do vírus de tecidos e líquidos. A cura completa com 15 dias, mas o vírus pode permanecer na orofaringe por até 24 meses, transmitindo o vírus. Período de incubação pode chegar a 21 dias. Mortalidade baixa SINAIS CLÍNICOS Feridas na boca, nas unhas, nas tetas, no úbere, no prepúcio. Queda acentuada na produção de carne, leite e redução na fertilidade do rebanho. Pode ocorrer infecções bacterianas secundárias. DIAGNÓSTICO Demonstração do vírus em tecidos em fluidos, sangue ou fluido esofágico-faringeano. Testes: isolamento viral, fixação de complemento e ELISA de captura. Em locais onde não tem vacinação pode fazer diagnóstico sorológico. Testes: soroneutralização e ELISA – certificação internacional VIAA – polimerase 3D PCR e RT-PCR. CONTROLE E PROFILAXIA No Brasil há áreas livres e áreas controladas por vacinação. Sacrifício sanitário dos animais contaminados, dentro de valas, na própria propriedade. Animal sentinela= se ainda há vírus na propriedade. Necessidade de diagnóstico rápido. Interdição das propriedades e da área atingida. VACINAS Inativadas Reações vacinais – adjuvantes.
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