Coqueluche

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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 1 
 
DOENÇAS MICROBIANAS DO TRI: COQUELUCHE 
- Tosse comprida 
- Bordetella pertussis. Bactéria gruda e 
se fixa nos cílios e libera toxinas que vai 
destruir e causar acúmulo de muco. 
- Altamente contagiosa (isolamento 
respiratório) 
- Doença aguda: afeta traqueia e 
brônquios 
- Todas as faixas etárias podem ser 
afetadas: em lactentes pode ser grave e 
gerar óbito. 
Quadro clínico 
Fase catarral (1-2semanas): febre baixa, 
mal-estar geral, coriza e tosse seca. Fase 
inicial 
Fase paroxística (2-6 semanas): afebril 
ou febre baixa, paroxismos de tosse seca, 
crise de tosse súbita, rápida e curta. 
Nesse período que as bactérias se 
“reproduzem”. 
Fase de convalescença (persiste de 2-6 
semanas): paroxismos de tosse 
desaparecem e dão lugar a tosse comum. 
Transmissão 
- Secreções nasofaríngeas, que são 
expelidas ao tossir, espirrar, falar e 
respirar. 
 
Transmissibilidade 
- A maior transmissibilidade ocorre na 
fase catarral. 
Incubação 
- 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 
semanas, indo até 42 dias. Varia entre 
pacientes. 
Prevenção 
- Vacinação é o principal meio de 
prevenção. 
- Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 
dias devem ser vacinados. 
- Após os 12 anos, a imunização tende a 
diminuir. 
Imunidade 
- Duradoura, mas não permanente. 
- Na vacinação, proteção pode durar de 5 
a 10 anos. 
Bordetella pertussis 
- Bacilo gram negativo (LPS), aeróbio, 
não esporulado, imóvel, pequeno, 
provido de cápsulas (formas 
patogênicas) e fímbrias. 
- As bactérias se fixam nos cílios, 
liberando diferentes toxinas (pertussis) 
que vão influenciar na integridade dos 
cílios. Eles perdem seu movimento, tem 
acúmulo de muco. 
Toxina pertussis 
- É um oligopeptídeo tipo AB, principal 
responsável pela tosse. Causa 
linfocitose, hipoglicemia, aumenta a 
síntese de IgE e aumenta a sensibilidade 
à histamina. 
- Inibe fagocitose 
Adenilato ciclase toxina 
- Essa exotoxina penetra na célula 
hospedeira, é ativada pela calmodulina e 
catalisa a conversão de ATP em AMPc. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 2 
 
- Também inibe a fagocitose e as funções 
das células NK. 
Citotoxina traqueal 
- É uma molécula semelhante a um 
peptídeoglicano que se liga às células 
epiteliais ciliadas, interferindo nos 
movimentos ciliares. 
- Em grandes concentrações, causa a 
destruição dessas células, contribuindo 
para a tosse. 
Toxina dermonecrótica 
- É um vasoconstritor muito potente que 
causa isquemia, extravasamento de 
leucócitos e, em associação com a 
citotoxina traqueal, causa necrose do 
tecido traqueal. 
Lipopolissacarídeo 
- Como em outras bactérias Gram 
negativas, essa endotoxina causa 
numerosos efeitos. Quando em grandes 
quantidades, após lise bacteriana, causa 
choque e colapso cardiovascular. Em 
pequenas quantidades, ativa mediadores 
inflamatórios. 
Cultura – labs 
- Método padrão ouro 
100% específico 
- Baixa sensibilidade (12-60%) 
- Tempo: 4-15 dias 
PCR 
- 86-100% específico: capacidade de 
separar a Bordetella de outros patógenos. 
- Sensibilidade 70-90%: qual a 
quantidade [ ] de bactéria que o teste 
consegue identificar. 
- PCR em tempo real: amplificação do 
DNA da Bordetella na secreção nasal 
profunda ou no aspirado de indivíduos 
doentes. 
 
 
 
Sorologia 
- RN e crianças até 6 meses: não é um 
método confiável para esta faixa etária. 
Pq interferência doa Ac mãe. 
- Crianças acima de 6 meses de idade: 
usar apenas quando se já tenha se 
passado pelo menos 3 anos da última 
dose da vacina. 
- Adultos: a sorologia pode ser usada (se 
a vacinação não foi realizada durante os 
últimos três anos). 
 
Amostras que podem ser usadas 
• Aspirado nasofaríngeo 
• Escaro 
• Lavado broncoalveolar 
• Lavado nasofaríngeo 
• Secreção traqueal 
• SWAB nasofaríngeo