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Doença Diverticular dos Cólons

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A doença diverticular dos cólons refere-se à presença de divertículos, projeções saculares, nas paredes 
do intestino grosso. Não confunda doença diverticular com diverticulite. A doença diverticular dos cólons 
refere-se a “ter divertículos” enquanto a diverticulite aguda refere-se a uma complicação inflamatória 
numa área de divertículos 
 
Epidemiologia: Mais frequente em idosos. Habitualmente ocorre no cólon sigmóide. A maioria é 
assintomática. 
 
FATORES DE RISCO 
O avançar da idade é o principal fator de risco. Além disso, temos: hábitos alimentares ocidentais (dieta 
pobre em fibras, rica em gorduras e ingesta frequente de carne vermelha), constipação intestinal, 
obesidade e sedentarismo 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A grande maioria dos pacientes é assintomática. Entretanto, uma fração irá manifestar alguma clínica. 
Essa clínica pode ser variada, mas merecem destaque duas formas de manifestação clínica: a 
inflamatória -diverticulite aguda; e a hemorrágica - hemorragia digestiva baixa. 
 
PACIENTE ASSINTOMÁTICO 
O paciente assintomático é tratado com orientações e medidas comportamentais. É importante 
aumentar a ingesta hídrica e ter uma dieta rica em fibras, como práticas anticonstipantes, assim como 
adquirir hábitos alimentares saudáveis (sem abuso de carne vermelha, embutidos, defumados, enlatados 
e ultraprocessados) e vencer o sedentarismo. O combate à obesidade reduz a constipação de. forma 
associada e também reduz a frequência e a gravidade dos episódios de diverticulite aguda 
 
Não é necessário no paciente portador de doença diverticular alterar a estratégia colonoscópica do 
rastreio de câncer colorretal. Entretanto, entenda: o paciente que não é sabidamente portador de 
doença diverticular e abre um quadro de doença sintomática (diverticulite ou HDB), de forma mandatória 
irá receber um estudo colonoscópico em tempo oportuno para afastar o diagnóstico diferencial maligno 
 
DIVERTICULITE AGUDA 
A diverticulite aguda é a complicação inflamatória de uma doença diverticular 
 
DIVERTICULITE AGUDA NÃO COMPLICADA 
QUADRO CLÍNICO 
 
Na diverticulite aguda não complicada, o quadro clínico é de uma "apendicite à esquerda". O paciente 
apresenta-se inicialmente com uma dor hipogástrica inespecífica, que depois migra e se intensifica na 
fossa ilíaca esquerda, acompanhada de náusea, vômitos, hiporexia, febre, leucocitose e -uma dica 
 
alteração do hábito intestinal (mais frequentemente diarreia). Não há sinais francos de peritonite, e, na 
prova, em geral, esse paciente não está grave. 
 
Quando há gravidade (mau estado geral, hipotensão, sepse, disfunções orgânicas etc.) ou o paciente 
apresenta peritonite ao exame físico, deve-se suspeitar de uma diverticulite complicada. 
 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA 
Em um paciente sabidamente portador de doença diverticular, que se apresenta com história típica o 
diagnóstico é firmado pela clínica apenas. Caso ele não seja sabidamente portador de doença 
diverticular, ou o caso não seja típico, é necessário lançar mão de um exame complementar. Nesse caso 
o exame complementar de eleição é a tomografia computadorizada de abdome. 
 
MANEJO 
A diverticulite aguda não complicada é tratada de forma conservadora, com antimicrobianos. 0 
esquema deve cobrir Gram-negativos e anaeróbios. Um bom esquema é a associação de ciprofloxacino 
com metronidazol, para a qual existe a possibilidade de terapia venosa, enquanto o paciente está 
internado, seguida de terapia oral, após a alta. Outros esquemas incluem ceftriaxona + metronidazol, 
piperacilina + tazobactam, dentre outros. 
 Os gram-negativos e anaeróbios eólicos exibem populações altíssimas nos cólons, e são bem cobertos 
por ciprofloxacino (G-), ceftriaxona (G-), metronidazol (anaeróbios) e piperacilina e tazopabcam (G- / 
anaeróbios), dentre outros. 
 
Pode ser necessário o tratamento cirúrgico da diverticulite aguda não complicada? Sim, em dois cenários 
 1. Na urgência, caso o paciente seja refratário e não responda ao tratamento antimicrobiano clínico; 
2. De forma eletiva, caso o paciente tenha episódios recorrentes de diverticulite aguda 
 
A cirurgia é a retossigmoidectomia. Na urgência, ou em pacientes mais graves, ainda que eletivo, evita-
se a anastomose e faz-se uma retossigmoidectomia à Hartmann, com sepultamento do reto e colostomia 
terminal do cólon descendente. Na, cirurgia eletiva de um paciente não grave, promove-se a anastomose 
colorretal primária. 
 
Na vigência do episódio agudo, não se estabelecem outras medidas além do antimicrobiano. Após 3-4 
semanas do quadro agudo, com o paciente já fora do estado infeccioso, ele recebe o manejo do 
paciente assintomático e, a partir daí, programa-se uma colonoscopia para se afastar câncer colorretal 
 
DIVERTICULITE AGUDA COMPLICADA 
A diverticulite aguda pode complicar com perfurações de maior importância e repercussão. Com uma 
perfuração maior, passa a ter contaminação fecal do território adjacente, causando um abscesso 
pericólico. Essa contaminação pode gerar um abscesso mais adiante, na pelve. Por fim, na evolução 
desfavorável pode haver peritonite purulenta difusa, ou, no caso mais grave, extravasamento e peritonite 
fecal difusa. Essa é a classificação de Hinchey: 
 
 
 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
O paciente aqui começa com um quadro clínico bastante semelhante à diverticulite aguda não 
complicada: sintomas inicialmente inespecíficos, que irão se focar numa dor em fossa ilíaca esquerda. A 
diferença está em dois pontos: 
1. Estado geral, e 
2. Peritonite. 
 
Esse paciente, sobretudo nos estados mais avançados de Hinchey, terá queda do estado geral, sintomas 
sistémicos e até mesmo sepse/choque séptico de foco abdominal. Outro dado marcante é a reação 
peritoneal. 
 
MANEJO 
O primeiro passo, num caso com essa apresentação com peritonite localizada e/ou comprometimento 
do estado geral, é firmar o diagnóstico e seu estado, com o exame de eleição de tomografia abdominal. 
Só não é realizada a tomografia no paciente que, de tão avançada a doença, manifesta-se com um 
abdome agudo perfurativo com peritonite difusa ao exame físico. 
 
Além de fornecer o diagnóstico formal da diverticulite, a tomografia classificará segundo a classificação 
de Hinchey, e a conduta será tomada justamente a partir daí. A tomografia só não é realizada no 
 
paciente que se apresenta com doença tão avançada que cursa comum abdome agudo perfurativo e 
peritonite difusa ao exame físico. 
 
COMPLICAÇÕES TARDIAS DA DIVERTICULITE AGUDA 
 
FÍSTULAS 
As fístulas podem ocorrer, estabelecendo trajetos fistulosos para órgãos vizinhos, o que vai determinar a 
clínica. O diagnóstico é mais bem estabelecido por imagem: tomografia de abdome e pelve com 
contraste endoluminal e/ou ressonância magnética da pelve. O tratamento de escolha é o reparo 
cirúrgico. 
ESTENOSES 
As estenoses pós-diverticulite são uma sequela possível, numa diverticulite aguda. Geralmente a estenose 
cólica é oligossintomática, mas pode haver clínica de suboclusão cólica. O tratamento é também, em 
geral, conservador (tempo e medidas anticonstipantes)> 0diagnóstico da estenose vem por uma 
tomografia com contraste endoluminal, e/ou de uma colonoscopia. É importante diferenciar, com 
colonoscopia, essa estenose cicatricial de uma estenose maligna. Quando não há resposta ao 
tratamento conservador, pode-se lançar mão da dilatação colonoscópica (eficácia relativa, risco de 
perfuração) ou da retossigmoidectomia (melhor tratamento, mas cirúrgico 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA 
 
Uma hemorragia digestiva baixa, como você já sabe, é fruto de um sangramento intraluminal distal ao 
ângulo de Treitz. 
 
• quadro típico da HDB é hematoquezia e enterorragia, com repercussões hemodinâmicas (palidez, 
taquicardia e hipotensão). A conduta inicial é sempre a estabilização do paciente seguida de uma EDA 
para afastar uma HDA maciça. Na sequência, investiga-se por colonoscopia. 
• A principal etiologia é adoença diverticular, seguida de angiodisplasia e tumores colorretais. 
• Na doença diverticular, o tratamento cirúrgico é indicado quando há falha no tratamento conservador/ 
colonoscópico, ou no paciente que não chega a alcançar estabilidade hemodinâmica para 
colonoscopia. 
• Na angiodisplasia, a colonoscopia é diagnóstica e, na maioria das vezes, terapêutica. Os 
procedimentos endovasculares e a cirurgia reservam-se aos casos de falha da terapia colonoscópica. 
• Nos tumores colorretais, a conduta será a cirurgia: de urgência nos casos que não cessam 
conservadoramente, ou eletiva na mesma internação nos casos que cessam conservadoramente o 
sangramento. 
• Na HDB crónica, começamos a investigação por colonoscopia, e ficamos atentos a duas principais 
causas: câncer colorretal e doença inflamatória intestinal. 
 
 
ATENÇÃO! Para a confecção desse material foram usados livros, artigos científicos, conteúdos de aulas e 
palestras da faculdade UNIME de medicina. Além de conteúdos de aulas e material didático de outras 
plataformas de ensino. Foi utilizado também materiais confeccionados por outros colegas, portanto, não é um 
conteúdo autoral. Ou seja, o conteúdo contido no resumo não é de criação minha, eu apenas compilei o 
material da melhor forma para estudo.

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