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Síndrome Nefrítica e Nefrosa SINDROME NEFRÍTICA NA CRIANÇA DEFINIÇÃO síndrome: conjunto de sintomas, achados clinicos e laboratoirais causada devido a inflamação glomerular secundária a um processo imunológico • resulta em huematúria, graus variáveis de proteinúria e leucocitúria em pacientes sem ITU. Além de edma, HAS e IRA • hematúria, edema e HAS acomete o glomérulo: enovelado de capilar, barreira de filtração • geralmente associada a um processo imunológico: antígenos e anticorpos • recrutamento de células inflamatórias, citocinas, sistema complemento • barreira perde a estrutura e capacidade de manter os elementos que deveriam ser filtrados na corrente sanguinea ⇒ elementos de alto peso molecular, como proteínas e células • presença de sangue na urina • diversos graus de hematúria: microscópica e macroscópica • graus variados de proteinúria e leucocitúria • pode gerar perda de função renal: injuria renal aguda ETIOLOGIA primária x secundária • primária: não consegue identificar a causa • secundaria: GNDA secundária à bactérias gram positivas e gram negativas, além de infecções parasitarias, virais e fúngicas, LES, purpura de Henoch-Schonlein o consegue identificar a causa principais diagnósticos histológicos • glomerulonefrite difusa aguda → investigar lupus • glomerulonefrite membranoproliferativa → investigar lupus • glomerulopatia por IgA → investigar púrpura de henoch-schonlein • biópsia ajuda a identificar a causa no adulto e adolescente • em crianças geralmente é de causa pós-infecciosa GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA PÓS-ESTREPTOCÓCICA principal causa na infância crianças entre 3-15 anos: mais comum infecções por estreptococo 2x mais frequente em meninos têm reduzido nos paises desenvolvidos estreptococo b-hemolitico do grupo A: nefrogênico processo inflamatório de origem imunológica, acomete todos glomérulos de ambos os rins → sangue que esta circulando • sequela tardia não supurativa de uma infecção nao relacionada ao rim: não é a bacteria que causa infecção • complexo antigeno-anticorpo PATOGENESE causada por cepa nefritogênica de streptococus beta-hemolitico do grupoa A leva a formação de imunocomplexos com antígenos bacterianos que se depositam na MBG, ativando o sistema complemento e levando a inflamação local muitas células, não se consegue ver a cápsula. Perde a conformação e pode levar a perda total de função c3: bastante depósito de complemento IgG: bastante IgG → processo inflamatório microscopia ópica, imunofluorescência, microscopia eletrônica • conteúdo denso subepitelial MANIFESTAÇÃO CLÍNICA história de piodermite ou faringite por estreptococus beta-hemolitico do grupo A período de latência: 1-3 semanas após faringite e 2-4 semanas após piodermite assintomático: geralmente crianças que não desenvolvem a síndrome • só hematúria síndrome nefritica: hematuria, urina de cor de mate, proteinúria, edema, hipertensão arterial e elevação de creatinina glomerulonefrite rapidamente progressiva: perda rápida da função renal, normalmente necessitando de hemodiálise • biópsia: pode ser necessário realizar pois pode ser outra doença hipocomplementemia: diminuição de c3 e c4 edema: em 2/3 dos pacientes • generalizado, congestão pulmonar e EAP. Retenção de sódio e água → excesso de líquido • secreção serohemática • ativação do sistema angiotensina-renina • periorbital hematúria macroscópica: 30-50% HAS: 50-90% de moderada a severa • complicação: encefalopatia hipertensiva hematúria microscópica: casos subclínicos ACHADOS LABORATORIAIS ureia e creatinina: marcadores de função renal EAS: hematúria dismórfica, cilíndros hemáticos e leucocitários, proteinúria complemento: 90% diminuição de c3 e CH50 nas primeiras 2 semanas e com retorno ao normal após 4-6 semanas cultura: swab de garganta ou pele + em 25% dos casos sorologia: anti-estreptolisina O (ASO), anti-hialuronidase, anti-estreptoquinase, anti- DNase B, anti-NAD. • SUS: ASO e anti-DNase B • ASO: faringite; anti-DNase B: piodermite DIAGNÓSTICO achados clinicos de nefrite aguda e demonstração de infecção recente por estreptococus beta-hemolitico do grupo A • evidência do estreptococo biopsia renal não é realizada: resolução começa ocorrer após 1 semana do início dos sintomas com curso normalmente benigno indicações de biópsia renal • não tem a descrição classica • hipocomplementemia por mais de 6 semanas • episódios recorrentes de hematuria depois de 2 meses • persistente e progressivo aumento de creatinina apos o episódio TRATAMENTO não existe terapia específica, autolimitada tratamento de suporte para as manifestações clinicas • diurético, anti-hipertensivos • sintomas mais graves: internar na UTI, baixar pressão, sedação, entubação hemodiálise CURSO E SEGUIMENTO função renal com recuperação dentro de 3-4 semanas hematúria com resolução em 3-6 semanas proteinúria em grau menor por anos complemento de 4-6 semanas SINDROME NEFROTICA perda de proteinas não é uma lesao tão grande quanto na síndrome nefrítica: não passam células DEFINIÇAO proteinúria maciça + hipoalbunemia + edema grupo de achados clinicos e laboratoriais proteinúria maciça: >50mg/kg/dia ou 40mg/m²/dia hipoalbunemia: < 3g/dl • proteína perdida com albumina edema periférico dislipidemia e doença trombótica podem estar frequentemente associados também ativa o sistema renina-angiotensina aldosterona reabsorve mais sodio: aumenta o edema proteinuria nefrótica sem sindrome nefrótica: só a perda de proteinuria maciça ETIOLOGIA primária x secundária • causas infecciosas, linfoproliferativa, autoimune, uso de algumas drogras e medicamentos, obesidade, anemia falciforme principais diagnosticos histológicos • glomerulopatia de lesão mínima • glomeruloesclerose segmentar e focal • glomerulopatia membranosa GLOMERULOPATIA DE LESAO MINIMA EPIDEMIOLOGIA 90% em crianças 1-10 anos: sindrome nefrótica pura, não consegue descobrir causa • não faz biópsia, a menos que tenha alterações fora do habitual no quadro clinico 50% dos casos até a puberdade 10-20% em adultos maior incidência em brancos e no sexo masculino primária na maioria dos casos secundária: AINES, síndrome paraneoplásica (linfoma de Hodgkin), alergênicos (polen, leite, suinos), infecções (virais, esquistossomose), LES. FISIOPATOLOGIA decorrente de uma disfunção da celula epitelial que envolve o tubo glomerular: podócito • apagamento dos processo podocitários prejuizo na barreira de filtração glomerular: proteinúria proteinúria: • proteinuria glomerular: principal local de lesão → podócitos • perda de albumina, inibidores da coagulação, transferina, imunoglobulinas, proteinas carreadoras de hormônios lesão da membrana basal → aumento na filtração de macromoléculas hipoalbumemia: • perda urinária • estimulo a síntese hepática de albumina pela redução da pressao oncótica: insuficiente • estimulo a síntese de lipoproteinas pelo fígado: gera hiperlipidemia → perda de albumina é maior do que a reposição, vem da redução da pressão oncótica edema • hipoalbunemia importante: redução da pressao oncótica → edemaperiorbital, ascite • retenção primária de sódio pelo rim: repor volemia, ativação do sistema renina- angiotensina hiperlipidemia e lipidúria • hipercolesterolemia e hipertriglicerimeia • redução da pressao oncótica é estimulo para a síntese de colesterol pelo fígado • lipidúria: gordura passa pelo espaço de bawman. Presença de cilíndros gordurosos, corpos ovais gordurosos ou gordura livre na urina → luz polarizada: cruz de malta COMPLICAÇÕES proteinúria e edema edema mole, com cacifo em áreas dependentes de gravidade, frio e indolor • mais comum nos membros inferiores ao longo do dia: vespertino • à noite: reabsorção do liquido, edema periorbital de dia • maciço pode gerar ascite e derrame pleural - anasarca desnutrição proteica:balanço nitrogenado negativo → proteinúria e dificuldade de absorção pelo TGI devido ao edema • cabelos secos, quebradicos, palidez, redução da mssa magra hipovolemia: hipoalbunemia severa (<1,5g/dl) e uso de diuréticos • liquído nao fica dentro do vaso → vai para o 3º espaço • diuréticos podem piorar a hipovolemia injúria renal aguda: hipoalbunemia severa → hipovolemia, edema intersticial, isquemia tromboembolsimo: perde fatores anticoagulantes na urina • venosa e arterial • trombose da veia renal: hematúria, dor lombar • meninos: aumento do testículo do lado esquerdo → trombose da veia renal esquerda • pode piorar o quadro e dificultar o diagnostico: hematúria infecção: perda urinaria e imunoglobulinas, redução da imunidade • aumento do risco de infecção por pneumococo outras: anemia, alterações nos testes da tireoide, deficiencia de vitamina D surgimento de hematuria leve, HAS e IRA: pode ocorrer • mais comum em adultos que em crianças DIAGNÓSTICO dosagem da proteinúria de 24h > 50mg/kg/dia • urina espumosa • razão proteína/creatinina em amostra isolada de urina • EAS etiologia: anamnese + exame físico laboratório: FAN, C3, C4, eletroforese de proteina serica e urinaria e imunofixação, VDRL, sorologia para HIV, HCV e HBV, dosagem de crioglobulina, lipidograma, Ur, Cr • descartar outras causas biopsia renal • < 1 ano e > 11 anos • presença de hematúria macroscópica • HAS relevante • Injúria renal aguda • consumo do complemento • não responde ao tratamento com corticoesteroide sem hematúria, sem HAS e sem perda de função • não precisa de biopsia MO: glomérulos normais ou pouco proliferação de células mesangiais IF: sem depósitos de imunocomplexos ME: apagamento dos processos podocitários TRATAMENTO corticóide: predinisona 60mg/m² de SBA/dia de 4-8 semanas tratamento ou prevenção das complicações da sindrome nefrótica prolongada • diurético, tratamento da dislipidemia • nefroproteção com iECA ou BRA: reduzem proteinúria
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