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MATEMÁTICA APLICADA Jerônimo Becker Flores 2MATEMÁTICA APLICADA SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Jaqueline Boeira Revisora Luana dos Reis NÚMEROS REAIS 3 Conjuntos numéricos 4 Representação dos números reais 7 Ordem na reta e a notação de intervalo 8 Operações com números reais 9 Operações com frações 10 Potenciação 11 Síntese do Capítulo 18 Exercícios - Capítulo 01 19 TÓPICOS EM ÁLGEBRA 20 Sistemas de equações 27 Fatoração 30 Síntese do Capítulo 34 Exercícios - Capítulo 02 35 FUNÇÕES E SUAS APLICAÇÕES 36 Aspectos gerais sobre funções 37 Funções do Primeiro grau 41 Funções do segundo grau ou quadrática 46 Síntese do Capítulo 49 Exercícios - Capítulo 03 50 INTRODUÇÃO AO CÁLCULO 52 DIFERENCIAL 52 Derivadas 53 Regras de derivação 54 Outras regras de derivação 58 Derivadas de ordem superior 60 A interpretação geométrica da derivada 61 Síntese do Capítulo 66 Exercícios - Capítulo 04 67 GABARITO 68 REFERÊNCIAS 69 3MATEMÁTICA APLICADA NÚMEROS REAIS Os números são organizados em conjuntos, chamados conjuntos numéricos, e as operações em cada um deles ocorrem de maneiras distintas. Neste capítulo estudaremos alguns aspectos pertencentes à Matemática Básica. Possivelmente você já os estudou em outras oportunidades. No entanto, iremos retomá-los, procurando dar um contorno de aplicações, para que você consiga visualizá-los na prática e também constituir uma base conceitual para os próximos capítulos. Podemos entender o número como uma construção do homem, que partiu da sua necessidade de contar, medir ou ordenar. Seja na ciência, seja no nosso cotidiano, estamos constantemente utilizando números, sendo essencial compreendermos as suas operações e propriedades. 4MATEMÁTICA APLICADA Pensar nos números reais nos remete à Babilônia, ao Egito Antigo, à Grécia e a Itália renascentista, só para nos atermos a alguns exemplos. Ao longo do tempo, as necessidades do homem foram gradativamente se modificando, e os números acompanharam tais modificações, passando por sucessivos processos de redimensionamentos. Um exemplo nesse sentido foi a inclusão do conjunto dos números irracionais. Dewdney (2000) esclarece que os seguidos de Pitágoras acreditavam que as medidas podiam ser representadas exclusivamente por nú- meros inteiros, por razões. O cálculo da diagonal um quadrado de lado 1, por exemplo, demonstra o equívoco dessa ideia, uma vez que resulta em √2 , um número que não é inteiro e também não pode ser representado com uma razão. Conjuntos numéricos Distintas coisas podem ser agrupadas em conjuntos, como por exemplo, pessoas, animais, livros, etc. De um modo geral, os elementos da composição guardam uma semelhança entre si. Na matemática, eles são representados por uma letra maiúscula e são escritos entre chaves (BIANCHINI; PACCOLA, 1998). Conjunto vazio e unitário BIANCHINI e PACCOLA (1998) argumentam que o próprio nome sugere a ideia de conjunto unitário e vazio, sendo o unitário aquele que possui um único elemento e vazio aquele que não tem elementos. Exemplos: I. Conjunto dos números primos pares é um conjunto unitátio: {2} II. Conjunto dos números primos entre 8 e10 é um conjunto vazio que pode ser representado por { } ou 0. Podemos entender um conjunto como uma coleção ou classe de elementos. 5MATEMÁTICA APLICADA Conjunto universo “Um conjunto que tenha todos os elementos com os quais se deseja trabalhar chama-se conjunto universo, e é geralmen- te representado pela letra U.” (BIANCHINI e PACCOLA, 1998, p. 3) . Subconjuntos Podemos dizer que um conjunto A é subconjunto de um conjunto B quando todo elemento de A é também elemento de B. Dizemos então que A B ( lemos A está contido em B). Figura 1: conjuntos. Fonte: do autor. Operações com conjuntos Diferença entre conjuntos Sejam os conjuntos A ={2,4,6,8,10} e B= {2,5,7,10}. Para fazer A-B consideramos os elementos de A e retiramos aqueles que são comuns ao conjunto B. Logo A-B={4,6,8} e chamamos de diferença entre A e B. Intersecção de conjuntos Sejam os conjuntos A ={2,4,6,8,10} e B= {2,5,7,10}. A intersecção entre os conjuntos consiste nos elementos que per- tencem a ambos conjuntos. Logo A B = {2,10}. Reunião de conjuntos (União de conjuntos) Sejam os conjuntos A ={2,4,6,8,10} e B= {2,5,7,10}. A união entre os conjuntos consiste na totalidade dos elementos per- A B a ⊂ b A B a ⊄ b 6MATEMÁTICA APLICADA tencentes aos dois conjuntos. Não devemos escrever elementos repetidos. Logo A B = {2,4,5,6,7,8,10}. Calculando o número de elementos de um conjunto Em muitas situações, especialmente quando recebemos uma grande quantia de dados, se faz necessário separar-mos os elementos de cada grupo. Para isso, utilizamos a fórmula: n(AUB)= n(A)+n(B) - n(A B) Em que: n (AUB) é o número de elementos de A união com B. n(A) é o número de elementos de A. n (B) é o número de elementos de B. n(A B) é o número da interesecção de A com B. Exemplos: 1. Observe o diagrama abaixo. Identique o número de elementos de cada conjunto. n(AUB)= n(A)+n(B) - n(A B) n(AUB)= 5 + 4 – 2 = 7 Ou seja A={ 1,2,3,4,5} B = { 3,5,6,8} AUB= { 1,2,3,4,5,6,8} 2. Em uma classe de 48 alunos, cada aluno apresentou um trabalho sobre ecologia. O professor havia indicado dois livros sobre o assunto A e B. O livro A foi consultado por 26 alunos e o livro B por 28 alunos. Se cada aluno consultou pelo menos um livro, pergunta-se: quantos consultaram os dois livros? Quantos consultaram apenas o livro A? 7MATEMÁTICA APLICADA n(AUB)= n(A)+n(B) - n(A B) 48 = 26 + 28 - n(A B) 48 = 54 - n(A B) n(A B) = 6 Conclusão: • Os livros A e B foram consultados por 6 alunos. • Se 26 alunos consultaram o livro A e 6 consultaram também o B, o número de alunos que consultou apenas o livro A é 26 – 6= 20. Representação dos números reais Número real é todo aquele que pode ser escrito na forma decimal. Assim como os objetos com alguma similaridade entre si podem ser reunidos numa coleção, os números com características semelhantes também são agrupados em conjun- tos (DEMANA et al., 2013). O conjunto dos números reais apresenta vários subconjuntos como veremos a seguir: Assim podemos concluir que o conjunto dos números reais é a reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racionais. Destacamos que raízes de índice não pertencem ao conjunto dos números reais. Conjunto dos números naturais: N = { 0 , 1 , 2 , 3 , ... } Conjunto dos números inteiros: Z = { ... , -2 , -1 , 0 , 1 , 2, ... } Conjunto dos números racionais: são aqueles que podem ser expressos na forma a/b, em que a e b são inteiros quaisquer, com b diferente de 0. Conjunto dos números irracionais: são aqueles que não podem ser expressos na forma a/b, com a e b inteiros e b dife- rente de 0. São compostos por dízimas infinitas não periódicas. 8MATEMÁTICA APLICADA Ordem na reta e a notação de intervalo Demana et al. (2013) justificam que o conjunto dos nú- meros reais é ordenado, o que significa dizer que existe a pos- sibilidade de comparação entre os números reais utilizando-se desigualdades. Alguns termos comunentes utilizados: Denominador: a parte “de baixo” de uma fração. Equação: é uma sentença aberta matemática em que existe uma igualdade entre duas expressões algébricas. Fração: parcela, parte de um todo. Função: relação entre dois conjuntos numéricos. Numerador: a parte de “cima” de uma fração. Número primo: todo número que apresenta apenas dois divisores sendo um e ele mesmo. Racionalização de denominadores: processo que consisteem tornar um denominador irracional em racional sem alterar o valor numérico de uma fração. Símbolo Definição Leitura a > b a- b é positivo a é maior que b a < b a-b é negativo a é menor que b a ≥ b a-b é positivo ou zero a é maior ou igual a b a ≤ b a-b é negativo ou zero a é menor ou igual a b Quadro 1: desigualdades. Fonte: Demana et al. (2013). 9MATEMÁTICA APLICADA Operações com números reais Generalidades sobre frações Fração é uma forma de representação de uma quantidade, a partir de um valor que foi dividido em partes. Sodré (2010) pondera que cerca de 3.000 anos antes de Cristo os antigos egípcios já realizavam a marcação e a divisão de suas terras às margens do Rio Nilo com o uso de frações. Graças ao fato das porções de terras raramente serem exatas, aquela civilização sentiu a necessidade de utilizar recursos para a divisão em partes. Exemplos: 1. Um funcionário deve trabalhar 30 horas semanais. Em função do acúmulo e tarefas ele precisou fazer 12 horas extras nesta semana. Qual é a fração que representa o que ele trabalhou a mais do previsto? é a fração, sendo que o total deve ser representado na parte de baixo (denominador) e a parcela na parte de cima (numerador). Entretanto, podemos simplificar a fração conforme segue: Logo, podemos concluir que o funcionário trabalhou 2/5 além do previsto. 2. A empresa “Teste 123 implementos” realizou um proces- so seletivo com 180 candidatos para a vaga de vendedor, sendo relevante o fato do candidato falar outro idioma. O setor de RH observou que como segunda língua, 2/5 falam inglês, 2/9 falam francês, falam 1/3 espanhol e o restante alemão. Qual é o número de candidatos que fala alemão? Inglês = Francês = Espanhol = Alemão = 10MATEMÁTICA APLICADA 3. José recebe um salário de R$ 1.500,00. Ele tem direito a receber 1/3 do valor do seu salário como bonificação de férias. Encontre o valor da bonificação: O contexto dos números racionais nos apresenta uma série de operações, com as suas regras e propriedades específicas. É muito importante que tenhamos conhecimento de como elas funcionam, pois diversas situações do cotidiano se apresentam como frações. Operações com frações Soma e subtração Exemplo: O primeiro passo consiste em converter todas as frações ao mesmo denominador. Para isso devemos efetuar o mínimo múltiplo comum dos denominadores, que no nosso exemplo será m.m.c. (3, 5, 13): 195. Portanto todas as frações terão o denominador comum 195. Na sequência devemos calcular o “novo” numerador de cada fração. Para isso dividimos 195 pelo seu denominador atual e após multiplicamos o resultado encontrado pelo numerador original: Para 1/3 temos que: 195: 3. 1 = 65, logo: 1/3 = 65/195 Para 2/5 temos que: 195: 5. 2 = 78, logo: 2/5 = 78/195 Para 3/13 temos que: 195: 13. 3 = 45, logo: 3/13 = 45/195 Deste modo encontramos três frações equivalentes às fra- ções originais sendo que todas com o mesmo denominador. Agora basta efetuar o cálculo do numerador e simplificar o resultado, caso seja possível: 11MATEMÁTICA APLICADA Multiplicação Para realizarmos a multiplicação ou produto de frações, devemos multiplicar os numeradores entre si, fazendo-se o mesmo em relação aos seus denominadores e simplificar o resultado quando for possível. Exemplo: Perceba que independentemente de os denominadores serem todos iguais ou não, iremos simplesmente realizar a multiplicação: Divisão Devemos efetuar a inversão das frações divisoras, trocan- do-se o seu numerador pelo seu denominador e realizando-se então a multiplicação das novas frações. Exemplo: A operação realizada na potenciação é uma multiplicação, em que temos an=a.a.a.a…a em que a é a base e n o número de vezes que a base deve ser considerada. Cálculos de área, volumes e juros compostos são algumas das aplicações da potenciação. Potenciação Exemplos: 1. 2. 3. 12MATEMÁTICA APLICADA Propriedades das potenciações A seguir veremos algumas propriedades da potenciação. Base 1: quando a potência tiver base 1, o resultado será igual a 1. Exemplos: 16=1 110=1 Potência 1: potências de expoente 1 tem resultado igual à base. Exemplos: 61=6 81=8 x1=x Potência de bases iguais: Multiplicação de base igual: conservamos a base e so- mamos o expoente. Exemplos: 32.35= 37 53.59=512 Divisão de base igual: conservamos a base e diminuímos o expoente. Exemplos: 23:21=2² 613:6-2=615 Potência de expoentes iguais: multiplicamos as bases e conservamos o expoente comum. Exemplo: 33.23=(3.2)3=63=216 Potência da potência: basta multiplicarmos os expoentes. (33 )2= 36 Expoente de base zero: Quando a base de nosso expoente é zero o resultado será sempre zero para qualquer valor que seja colocado no expoente com exceção do zero. Exemplos: 08=0 045=0 0-1=indefinido 00= indeterminado 13MATEMÁTICA APLICADA Base negativa: devemos observar o expoente. O expoen- te par produz um resultado positivo, um expoente ímpar um resultado negativo. Exemplos: 1. (-12)2=+144 2. (-3)3=-27 Expoente negativo: devemos trocar o numerador pelo denominador da fração e resolver o cálculo. Exemplos: 1. 2. Aplicações Volume de um cubo Como exigência para prevenção de incêndios a empresa “JBF plásticos” construiu um reservatório de água no forma- to de um cubo, com 4 metros de aresta. Qual é o volume do reservatório? Figura 2: cubo. Fonte: do autor. Volume: 43=4.4.4=64 m³ Vale a pena lembrar que 1 m³ corresponde a 1.000 litros de água, ou seja no reservatório cabem 64.000 litros de água. Obs. Esta relação só é válida para a água, outros líquidos se comportam de outra maneira em função de suas propriedades, especialmente a densidade. Juros compostos Segundo Gimenes (2009, p.25), no regime de juros com- postos, os juros incidem sobre o capital, sendo o valor inicial 14MATEMÁTICA APLICADA corrigido a cada período. É o que as pessoas chamam de “ juros sobre juros”, ou seja, a nova correção ocorre sobre o valor já corrigido. Fórmula FV=PV.(1+i)n Em que: FV= Futuro valor. Também chamado de montante, é o total que será recebido. PV= Presente Valor. É o capital inicial. i= taxa. n= número de períodos financeiros. Exemplos 1. Você faz um empréstimo de R$ 1.000,00 em uma insti- tuição financeira que lhe cobra 10% ao mês de taxa. O regime é o de juros compostos, e o prazo são 8 meses. Encontre o total que você irá pagar: FV:1000.(1+0,1)8 FV:1000.(1,1)8=R$ 2.143,59 Conhecer as propriedades das potenciações é indispensável para que possamos realizar cálculos e percebermos com maior clareza as aplicações. Em muitos momentos, as propriedades também servem para a otimização dos cálculos, promovendo simplificações e ajustes. Notação científica Quando queremos representar quantidades muito grandes ou muito pequenas, podemos utilizar a potenciação para es- crevê-lo de outra maneira. Exemplos: 1. A distância entre dois planetas é de 180 milhões de quilômetros (180.000.000). Esse número pode ser expresso como 1,8x108. 2. A dimensão de uma partícula é de 0, 000.000.0008 cm. Esse número pode ser expresso por 8x10-10. Radiciação Na perspectiva de Demana et al. (2013), se b²=a, então b é a raiz quadrada de a. Assim, -3 e 3 são raízes quadradas de FV: ? PV: R$1.000,00 i: 10% n: 8 meses 15MATEMÁTICA APLICADA 9, uma vez que (-3) ²=(3) ²=9. Do mesmo modo, se b³=a, então b é a raiz cúbica de a. Assim, 3 é a raiz cúbica de 27 pois 3³=27. O autor ainda enfatiza que seja , se n for ímpar qualquer número apresenta uma única raiz enésima. Se n for par os nú- meros reais positivos apresentam duas raízes enésimas. Operações com radicais Expoente fracionário Temos a possibilidade de converter o radical em um ex- poente fracionário e vice-versa. Exemplos: 1. 2. Raiz de um produto A raiz de um produto é dada pelo produto das raízes. Para fazer o produto de radicais é preciso que eles tenham o mesmo índice no radical ou o mesmo radicando. Exemplo: 1. Raiz doquociente A raiz de um quociente é dada pelo quociente das raízes. Para fazer o quociente de radicais é preciso que eles tenham o mesmo índice no radical ou o mesmo radicando. Exemplo: 1. Adição e subtração A adição e subtração de radicais só é possível quando são semelhantes. Devemos colocar os radicais em evidência e somar apenas a parte racional. Exemplos: 1. 2. 16MATEMÁTICA APLICADA Racionalização de denominadores É um recurso matemático com o intuito de transformar o número irracional do denominador de uma fração em um número racional sem alterar o seu valor numérico. Exemplos: 1. Perceba que o processo matemático consistiu em multiplicar o numerador e o denominador da fração por √5. 2. Perceba que multiplicamos numerador e denominador por , com a intenção que o próximo passo produzisse, possibilitando assim a extração do radical do denominador. 3. Perceba que multiplicamos numerador e denominador pelo mesmo termo, porém com o sinal do meio trocado. Isso possi- bilita uma simplificação que extrai o radical do denominador. Aplicações Geometria O famoso Teorema de Pitágoras nos diz que soma dos quadrados dos catetos de um triângulo retângulo é igual ao quadrado da sua hipotenusa. Isto pode ser resumido em uma fórmula simples: a2=b2+c² Exemplo: Na empresa em que você trabalha foi construída uma rampa de carga que produz uma elevação vertical de 60cm. Observe o esquema abaixo: 17MATEMÁTICA APLICADA Podemos concluir que o tamanho da rampa será a hipote- nusa, 60cm e 25cm os dois catetos. Desse modo: a2=b2+c² a2=252+60² a2=625+3600 a2=4225 a= √4225 a=65 cm Iremos ver mais aplicações de radicais quando estudarmos equações do segundo grau. 18MATEMÁTICA APLICADA Síntese do Capítulo Neste capítulo estudamos algumas ideias iniciais em re- lação aos números, operações e aplicações. Mesmo que sejam ideias simples, elas são constituintes de toda a Matemática. Compreendermos as operações fundamentais da Matemática é algo indispensável para que possamos utilizar dessa ciência para a tomada de decisões certas, otimizando processos e re- duzindo custos. Exercícios - Capítulo 01 1) Em uma pesquisa formam entrevistados um certo de número de telespectadores, questionando-se em relação à preferência por dois canais A e B. Informou-se que 300 pessoas assistem ao canal A, enquanto 270 ao canal B. Se 150 assistem a ambos os canais, o número de entrevistados foi de: a)800 b) 500 c) 570 d) 420 e) n.d.a. 2) Para cumprir as normas de segurança na empresa em que você trabalha, foi instalada uma caixa d'água cúbica com 3 m de aresta. O volume de água que a caixa d'água comporta é de? 3) Você foi até a sua agência bancária, e o seu gerente lhe informou que as aplicações com o prazo de 18 meses são remuneradas com uma taxa de 1,25% ao mês. Você dispõe de R$ 1000,00 para investir. O seu resgate será de? 4) Você deseja aplicar R$ 8.000,00 em um investimento que rende 2% ao mês. Você deixa o valor por 14 meses. Assim, você irá resgatar: 5) Você comprou uma propriedade que tem o formato de um triângulo retângulo. Os dois menores lados medem 60m e 80 m respectivamente. Você irá cercá-lo com quatro fios de arame. Assim, a quantia de arame utilizada é: a)100m b) 140m c) 240m d) 960m e) n.d.a. 6) Com a evolução tecnológica, cálculos de potenciação estão praticamente reservados ao uso de calculadoras científicas. Não se deixe levar por essa tendência que só irá limitar seus conhecimentos matemáticos. Vamos supor que você esqueceu da calculadora e precisa analisar a questão abaixo. Sendo assim, assinale a alternativa correta: a) somente a I é verdadeira; b) somente a II é verdadeira; c) somente a III é verdadeira; d) somente a III é falsa; e) todas são falsas. 7) Se , podemos concluir que: a) x é igual a y b) x é o inverso de y c) x é o dobro de y d) x é a metade de y e) n.d.a. 20MATEMÁTICA APLICADA TÓPICOS EM ÁLGEBRA Diversas áreas do conhecimento como Física, Biologia, Economia e Administração, por exemplo, recorrem à álgebra para modelar os fenômenos que lhes são próprios. Neste capítulo estudaremos um ramo essencial da Mate- mática: a Álgebra. Muitas pessoas têm dificuldades ou não compreendem a álgebra, mas isto pode estar relacionado as experiências mal sucedidas no Ensino Fundamental e Médio. Não se preocupe com isto, vamos aproveitar ao máximo as técnicas que serão vistas a partir de agora. A álgebra é o ramo da Matemática que utiliza letras para representar-se números. Uma das propostas é fazer generaliza- ções, testando, provando e teoremas. Incluem-se nesse contexto as equações, funções e expressões polinomiais, por exemplo. A linguagem simbólica e formal é um aspecto essencial 21MATEMÁTICA APLICADA para o estudo de álgebra. Assim, é indispensável que você se acostume a perceber a Matemática como uma linguagem que precisa ser compreendida e interpretada. Destacamos que alguns dos símbolos não são universais, distinguindo-se de acordo com o local geográfico e os entendimentos culturais. Por exemplo, nos Estados Unidos escreve-se 3.14 como o valor aproximado de Pi. Já na Europa, escreve-se 3,14. No Brasil, seguimos o modelo europeu, em que a vírgula é utilizada na composição de um número decimal, sendo o ponto usado como multiplicação ou para marcar as casas de milhares. Equações Segundo Demana (2013), uma equação é uma “sentença matemática expressa por uma igualdade entre duas expressões algébricas.”. Muitas pessoas confundem expressões, equações e funções. Vamos ver alguns exemplos para que fiquem claras as distinções: Equações do primeiro grau Uma equação do primeiro grau é composta por dois termos: o primeiro e o segundo termo. O sinal de igual é responsável por fazer a separação entre eles. Para Demana et al (2013) resolver uma equação em x se relaciona a encontrar os valores para os quais a sentença é verdadeira. Expressão 2x +6 Um conjunto de termos. Equação 2x+6=10 Uma igualdade entre duas expressões. Função f(x)=2x+6 Uma relação entre duas grandezas 22MATEMÁTICA APLICADA Exemplos: 1. 2x+7=-3x+12 2x+3x=12-7 5x=5 x=5/5=1 Para conferir basta substituir o 1 na equação original. Assim, observamos que ambos os lados ficam o mesmo valor. 2. Utilização da propriedade distributiva Quando temos algo que multiplica um parêntese devemos distribuir essa multiplicação para todos os elementos. 3. Com soma ou subtração de frações Devemos seguir as mesmas regras da soma e da subtração de frações. Na sequência podemos cancelar o denominador e resolver a equação. 4. 23MATEMÁTICA APLICADA Equações do segundo grau Uma equação do segundo grau é aquela que está descrita na forma: ax2+bx+c=0, em que a, b e c são números reais e a ≠0. Quando b ou c forem iguais a zero dizemos que a equação do segundo grau é incompleta. O grau de uma equação é dado pelo grau do polinômio que a compõe. Resolução de equações do segundo grau incompletas Uma equação do segundo grau é incompleta quando não possui o termo b ou c, ou seja, quando eles forem iguais a zero. Situação 1: Quando b=0 Neste caso basta isolar a constante e tirar a raiz quadrada. Exemplo: x2-9=0 x2=9 x=±√9 x=±3 S={-3,+3} Situação 2: Quando c = 0 Neste caso precisamos fatorar o polinômio, utilizando o método do termo comum e evidência. Exemplo: x2-6x=0 x(x-6)=0 x1=0 x-6=0 x2=6 S={0,6} Resolução de equações do segundo grau completas Uma equação do segundo grau completa é aquela que possui os termos a, b e c diferentes de zero. Utilizamos a fórmula de Bhásckara: Lembre-se que a equação do segundo grau obedece o forma- ta ax²+bx+c=0. Desse modo, o termo a é aquele que acompanha 24MATEMÁTICA APLICADA o x², o b acompanha o x e o c não está acompanhado de letras. 1. 3x2-7x+2=0 a=3 b= -7 c= 2 2. Aplicações Aplicações de equações do primeiro grau Regra de três simples Uma das aplicações mais utilizadas das equações de pri- meiro grau está na regrade três simples. Basicamente é um problema que segue uma proporção em que conhecemos três elementos e nos falta o último. Exemplos Um funcionário trabalhou 22 horas e recebeu por isto R$ 165,00. Mantidas as mesmas condições, se ele trabalhar 30 25MATEMÁTICA APLICADA horas, quanto vai receber? Perceba que fizemos um comparativo entre as horas e o valor recebido. A resolução dessa equação do primeiro grau é a famosa “multiplicação em cruz”. 1. Em uma determinada linha de produção, um funcionário levou 18 horas para montar 126 peças. Se ele trabalhar 24 horas, quantas peças serão montadas? Observação. Os dois exemplos relativos anteriores, refe- rem-se à regra de três direta, que acontece quando as grandezas são diretamente proporcionais. Ainda existe a regra de três inversa, em que as grandezas são inversamente proporcionais, mas que não será estudada nesta apostila. Juros simples Os cálculos de juros simples nada mais são do que a re- solução de uma equação do primeiro grau. Segundo Gimenes (2009), nos juros simples o cálculo do montante é sempre linear, ou seja, a taxa incide sempre sobre o capital inicial. Fórmula J=C.i.t Em que J= Juros C= Capital i= taxa t= tempo Exemplos 1. Para comprar um computador, um jovem estudante precisou fazer um empréstimo de R$ 2500,00. Ele conseguiu esse financiamento com o regime de juros 26MATEMÁTICA APLICADA simples, com uma taxa de 3% ao mês, com um prazo de 8 meses. Encontre o valor dos juros pagos: J=C.i.t J=2500.0,03.8=R$ 600,00 2. Para comprar um equipamento de R$ 2490,00, você fez um empréstimo no regime de juros simples. O gerente do seu banco lhe deu um prazo de 8 meses e uma taxa de 30% ao ano. Perceba que a taxa e o tempo estão em unidades diferentes. Esse problema pode ser contornado com uma regra de três. Considere que 30% ao ano é algo que ocorre em 12 meses. Assim, podemos achar uma taxa proporcional em 1 mês: Agora o problema dos juros 3. Você almeja receber R$ 3200,00 de juros. Para isso, aplica R$ 4000,00 com uma taxa de 10% ao ano, no regime de juros simples. Encontre o tempo necessário para que o seu objetivo seja alcançado: Aplicações de equações do segundo grau 1. Um senhor tem um terreno retangular que mede 26 m de comprimento por 16 m de largura. Ele deseja aumentar a área de seu terreno para 816m² acrescentando duas faixas de terra com a mesma largura em um dos lados e nos fundos. Qual deve ser a largura dessas faixas? Lembre-se que a porcentagem deve ser dividida por 100, ou seja 3%=0,03. Também destacamos que a taxa e o tempo devem estar na mesma unidade. 27MATEMÁTICA APLICADA Como estamos falando de medidas vamos considerar ape- nas o valor positivo, logo as faixas devem ter 8 m de largura. 2. Uma tela retangular tem uma área de 9.600 cm². Sabe- mos que o comprimento corresponde a uma vez e meia a sua altura. Quais são as medidas do comprimento e largura da tela? Seja x a medida das dimensões da tela. Então 1,5x será o comprimento e x a altura. Vamos lembrar que área de um retângulo é dada pelo produto da base pela altura. Logo: Como estamos falando de medidas, vamos considerar apenas o valor positivo. Assim, o comprimento vale 80 cm e a largura 120 cm. Sistemas de equações Distintos problemas da área de Administração são escritos não como uma equação, mas como um sistema de equações. De um modo geral, quanto mais complexo for o problema, maior será o número de equações e de incógnitas que irão lhe compor. Assim, é indispensável que saibamos como encontrar os valores necessários para interpretar o fenômeno. Resolução de um sistema Exemplos: 1. Existem outras aplicações que serão vistas com maior profundidade quando estudarmos funções do primeiro e segundo grau. 28MATEMÁTICA APLICADA Resolução pelo método da substituição. Primeiro passo: isolamos x na 1ª equação. x = 4 - y Segundo passo: substituímos esse valor na 2ª equação. 2. (4 - y) -3y = 3 Terceiro Passo: resolvemos a equação formada. Quarto passo: encontra o valor e x. Para isso, substituímos o valor encontrado de y em qualquer das equações, determi- nando x. x + 1 = 4 x = 4 - 1 x = 3 A solução do sistema é o par ordenado (3, 1). V = {(3, 1)} Resolução pelo método da adição Consiste em anular uma das variáveis. Para que isto seja possível, normalmente, é preciso ajustar uma das equações. Exemplo: Uma das alternativas para a resolução por esse método é multiplicar toda a primeira equação por 3. 3.(x+y)=3.4 3x+3y=12 Desse modo, o sistema pode ser reescrito como: Somando as equações, temos: Para encontrar o valor de y, substituímos o valor de x em qualquer uma das equações originais: 29MATEMÁTICA APLICADA x+y=4 3+y=4 y=4-3 y=1 Aplicações: 1. Em um estacionamento existem motos e carros, to- talizando 95 veículos. Existe um total de 226 pneus, considerando que os carros têm 4 pneus e as motos apenas 2. Assim, o número de carros e de motos no estacionamento é respectivamente igual a: Assim, podemos concluir que existem 18 carros e 77 motos. 2. Um terreno tem o formato de um retângulo. Sabemos que a sua área é de 360m², e o seu perímetro é de 84m. Encontre as dimensões do terreno: Inicialmente vamos pensar no terreno de forma algébrica: chamaremos de x uma das dimensões desconhecidas e de y a ou- tra. 30MATEMÁTICA APLICADA Vamos lembrar que o perímetro é a soma dos lados assim: P=x+x+y+y. Como sabemos que o perímetro vale 84m podemos escrever 84=2x+2y ou seja, 2x+2y=84. Já a área de um retângulo é dada pela base vezes a altura, ou seja, A=x.y. Como sabemos que a área vale 360 m², podemos escrever 360=x.y ou seja x.y=360. Vamos usar o método da substituição, isolando o x na primeira equação. Assim, Agora iremos substituir na segunda equação: x.y=360 (42-y).y=360 -y2+42y-360=0 Para encontrar o valor de y precisamos resolver a equação pela fórmula de Bhaskara. Fazendo a resolução, encontramos: y1=30 y2=12 Agora vamos encontrar o valor de x. x=42-y x=42-30 x1=12 x=42-y x=42-12 x2=30 S={(30,12)ou (12,30)} Essa resposta indica que o terreno mede 12 por 30. No entanto, não sabemos a posição de cada uma das medidas. Fatoração Demana et al. (2013) esclarecem que fatorar um polinô- mio consiste em escrevê-lo na forma de dois ou mais fatores polinomiais. Os autores ainda comentam que um polinômio Existem outras aplicações, como por exemplo, oferta e demanda, que serão vistas quando estudarmos funções. 31MATEMÁTICA APLICADA que não pode ser fatorado com o uso de coeficientes inteiros é chamado de irredutível. A fatoração está completa quando o polinômio estiver escrito com um produto de seus fatores irredutíveis. Fator comum e evidência Consiste em colocar em evidência os fatores que são comuns a cada um dos termos. Exemplos 1. 2x3+2x2-6x=2x(x2+x-3) 2. u3 v+uv3=uv(u2+v2) Diferença de dois quadrados É utilizada quando temos uma diferença entre dois termos que conhecemos suas raízes quadradas. Exemplos 1. 25x2-36=(5x-6).(5x+6) 2. 4x2-81=(2x-9).(2x+9) Trinômio do quadrado perfeito É um trinômio cujo produto das raízes dos termos dos extremos corresponde à metade do módulo do termo do meio. Exemplo: 1. x2-10x+25= Perceba que Logo (x-5)2 é a fatoração do polinômio. 2. x2-14x+49= Perceba que Logo (x-7)2 é a fatoração do polinômio. Fatorar polinômios adequadamente será indispensável para o seu sucesso no conteúdo de limites, que será visto no Capítulo 4. 32MATEMÁTICA APLICADA Agrupamento Para Demana et al. (2013, p. 28) quando um polinômio de quatro termos é o produto de dois binômios, temos a possi- bilidade de agrupar os termos para fatorar, colocando o termo comum em evidência duas vezes. Exemplos: 1. 3x3+x2-6x-2= (3x3+x2)-(6x+2)= x2 (3x+1)-2(3x+1)= (3x+1)(x2-2)= 2. 6x+6y+ax+ay (6x+6y)(ax+ay) 6(x+y)+a(x+y) (6+a)(x+y) Fatoração de trinômios como produto de binômios Quando o termo a do trinômio for igual a 1, uma alternativa para estemodelo de fatoração é resolver a equação e aplicar a fórmula (x-r).(x-r), em que r são as raízes da equação. Exemplos: 1. x2-7x+10= Resolvendo a equação encontramos 5 e 2 como raízes. Logo (x-5).(x-2)= 2. x2+3x-10= Resolvendo a equação encontramos x1= 2 e x2= - 5 como raízes. (x-2).(x+5)= Observação: se realizarmos a propriedade distributiva, voltaremos para a equação original. Simplificação de polinômios fracionários Demana et al. (2013, p.34) argumenta que “para simplifi- car uma expressão racional (ou número racional), eliminamos todos os fatores comuns do numerador e denominador até que a expressão fique na forma mais simples.”. Assim, as fatora- 33MATEMÁTICA APLICADA ções vistas anteriormente podem ser úteis para o processo de simplificação de polinômios. Exemplos: 1. Perceba que no numerador utilizamos a fatoração por ter- mo comum e evidência, e no denominador diferença de dois quadrados. Os termos que ficaram idênticos foram eliminados. 2. Perceba que no numerador utilizamos a fatoração por di- ferença de dois quadrados e no denominador trinômio do quadrado perfeito. Os termos que ficaram idênticos foram eliminados. 34MATEMÁTICA APLICADA Síntese do Capítulo Neste capítulo estudamos alguns tópicos em Álgebra, uma ferramenta poderosa que permite a dedução e a generalização. Aparentemente, é algo abstrato e de pouca aplicabilidade, o que não é verdade. Uma pessoa que tenha o pensamento algébrico é capaz de enxergar um problema por outro ângulo, tendo a capacidade de representá-lo simbolicamente. Esperamos que você tenha se apropriado de uma parcela desse incrível ramo da Matemática, para poder utilizá-lo nos seus problemas do cotidiano, bem como nas suas tomadas de decisões. Exercícios - Capítulo 02 1) Fiz um empréstimo de R$ 3500,00 no regime de juros simples. A instituição financeira que ofereceu o empréstimo, ofertou um prazo de 14 meses e uma taxa de 3% ao mês. Encontre os juros: 2) Para comprar um certo produto, fiz um empréstimo de R$ 5000,00 no regime de juros simples. O prazo foi de 9 meses e a taxa de 60% ao ano. Encontre os juros: 3) Uma empresa monta 480 peças em 6 horas. Mantidas as mesmas condições, encontre quanto a empresa vai montar em 10 horas: 4) Com 42 kg de matéria prima é possível manufaturar-se 86 produtos. Encontre a quantia que será manufaturada com 56 kg: 5) Escreva na forma reduzida: a) b) c) d) e) f) 6) Uma propriedade retangular tem 875m2 de área. Sabemos que o comprimento excede em 10 metros a largura. Encontre as dimensões do terreno: 7) O quadrado da idade de Adriano subtraído da metade de sua idade vale 14 anos. A idade de Adriano é: 36MATEMÁTICA APLICADA FUNÇÕES E SUAS APLICAÇÕES Economia, Física, Biologia, Engenharia são algumas das áreas que mais utilizam funções. Nesta apostila procuraremos focar mais no contexto da Administração. Muitos fenômenos da natureza ocorrem a partir das rela- ções estabelecidas entre duas grandezas. Lucro, custo, receita e deslocamento são alguns exemplos. Essa relação pode ser modelada matematicamente, e a partir disso, traçaremos uma série de perspectivas em relação ao comportamento de ambas as grandezas. É isto que estudaremos neste capítulo, uma relação que podemos chamar de função. Não existe consenso da parte dos historiadores em relação à origem das funções. Alguns dados apontam para que as ideias iniciais, especialmente no que se refere à dependência, data mais de 6.000 anos. No entanto, apenas com o advento do Cálculo Diversas áreas do conhecimento fazem uso de funções para modelar os fenômenos que lhes são próprios. Assim, o cientista pode analisar e prever o comportamento das variáveis envolvidas. 37MATEMÁTICA APLICADA Diferencial e Integral e da Análise Matemática que ocorreu um desenvolvimento mais formal conceitual desse conteúdo. Atualmente, são inúmeras as aplicações para funções, que vão desde fazer a projeção de um movimento, até encontrar o ponto crítico de uma produção, sendo uma ferramenta importante para o processo de tomada de decisão. Aspectos gerais sobre funções Demana et al. (2013) definem funções como uma regra de formação que associa todo elemento de um conjunto A a um único elemento de B. Já Thomás et al. (2012) argumentam que diversos fenômenos cotidianos podem ser modelados por funções como, por exemplo, a temperatura de algum material, os juros recebidos em algum investimento, o custo na produção de algo, etc. Uma função pode ser representada de quatro modos: escrito, algébrico, geométrico e diagrama sagital. Escrito Ocorre quando a relação está em um problema ou história matemática. Ex. A produção de um bem envolve um custo fixo de R$ 4.500,00 mais R$ 45,00 para cada unidade produzida. Perceba que existe uma relação entre unidades produzidas e o custo. Algébrico Ocorre quando temos uma lei matemática que modela a situação. Ex. f(x)=3x+20. Geométrico Ocorre quando temos um gráfico para representar a situ- ação. Ex. Diagrama sagital. 38MATEMÁTICA APLICADA Diagrama sagital É uma relação de correspondência entre dois conjuntos, em que um elemento é associado a outro por meio de setas. Ex. É possível trocar-se de uma representação para a outra, de acordo com a necessidade e as próprias características do fenômeno envolvido. Domínio e imagem de uma função Considera-se o domínio como os valores de entrada em uma função e a imagem como os valores de saída (THOMÁS et al., 2012, p. 1). Também podemos entender o domínio como os valores que a variável x pode assumir, enquanto a imagem como aqueles que podem ser assumidos pela variável y. Determinando o domínio de uma função na abordagem geométrica Basta observar o gráfico e identificar como a função está se comportando. Exemplos: Observe que no gráfico acima, a variável x pode assumir qualquer valor. Considera que o gráfico cresce indefinidamente, e não existe qualquer restrição em relação a x. Assim, podemos afirmar que o Domínio é o conjunto dos reais ou Dom=(-∞,+∞) 39MATEMÁTICA APLICADA 1. Perceba que no gráfico acima o x somente assumira valo- res positivos. A função não irá Dom={x ∈ R| x ≥0} Lemos x pertence ao conjunto dos números reais tal que x é maior ou igual a zero. Também podemos representar da seguinte forma: Dom=[0,+∞) 2. Perceba que no gráfico acima, a função pode assumir todos os valores de x, com exceção do 1. Assim, podemos dizer que Dom:{ x∈R| x≠1}. Lemos x pertence ao conjunto dos reais tal que x é diferente de 1. Determinando o domínio de uma função na abordagem algébrica Precisamos conhecer as propriedades algébricas de cada função, para que, desse modo, possamos verificar o seu com- portamento. Exemplos: 1. Seja A variável x não pode assumir valores que anulem o de- nominador. Então devemos ter: x-3 ≠0 x≠3 Logo, D= {x∈R/ x≠3} 40MATEMÁTICA APLICADA 2. A variável x não pode assumir valores que tornem o radi- cando 2x -8 um número negativo. Então devemos ter: 2x+8≥0 2x≥-8 x≥-4 Logo, D={ x∈R /x≥-4} 3. f(x)=7x A variável x pode assumir qualquer valor real, pois 7x é um número real qualquer que seja x. Logo: D= R Os zeros de uma função Nas funções de primeiro e segundo graus, os zeros da fun- ção representam os pontos de intersecção com o eixo x. Eles podem ser encontrados igualando-se a função a zero. Exemplo: 1. Determine o zero da função: f(x)=2x-4. 2x-4=0 2x=4 x= x=2 Observe o que isto representa no gráfico: 2. Encontre os zeros da função: 41MATEMÁTICA APLICADA Observe o que isto representa no gráfico Funções do Primeiro grau Diversos fenômenos se comportam em acordo com uma função do primeiro. O custo é um exemplo de fenômeno, que normalmente se comporta como uma função do primeiro grau. Podemos dizer que ela segue o formato f(x)=ax+b com a≠0. Observações 1. O gráfico de uma função do primeiro grau é uma reta. 2. O conjunto imagem da funçãodo primeiro grau é o conjunto dos reais. 3. A função do primeiro grau com b=0 é chamada linear. Coeficientes a e b de uma função do primeiro grau Na função polinomial do primeiro grau, o número real a é chamado de coeficiente angular e está relacionado à inclinação da reta em relação ao eixo Ox. Se a > 0 então a função é crescente. Se a< 0 então a função é decrescente. Já o termo b é chamado de coeficiente linear e indica o ponto em que a reta corta o eixo Oy. 42MATEMÁTICA APLICADA Fazendo o gráfico de uma função do primeiro grau Fazer o gráfico de uma função do primeiro grau significa transitar da abordagem algébrica para a geométrica. Exemplo: Faça o gráfico de f(x)=x+5: Um dos métodos para fazer o gráfico é estabelecer alguns valores para x, encontrando assim o y. Como o domínio é o conjunto dos números reais, podemos usar quaisquer valores. No entanto, recomendamos utilizar um valor negativo, o zero e um valor positivo, para desse modo, termos uma ideia geral do comportamento do gráfico. Perceba que temos três pares ordenados A (-1,4), B (0, 5) e C (1, 6). Basta localizá-los em um plano cartesiano e traçar uma reta. Como o coeficiente angular era positivo, a função é cres- cente. Encontrando a função a partir do gráfico Encontrar a função a partir do gráfico significa transitar da abordagem geométrica para a algébrica. Exemplo: A construção de uma estrada, envolve um custo fixo, mais uma taxa que varia de acordo com o número de quilômetros construídos. O gráfico a seguir representa essa situação: x x+5 y -1 -1+5 4 0 0+5 5 1 1+5 6 43MATEMÁTICA APLICADA Encontre a lei da função do gráfico. Resolução: Considere que temos dois pontos: A (0, 4) e B (10, 5). O gráfico é uma reta, então obrigatoriamente é uma função do primeiro grau, ou seja f(x)=ax+b. Lembre-se que f(x) também pode ser chamado de y, e que um ponto qualquer tem a primeira coordenada como x e a segunda como y. Assim, basta substituir: A( 0,4) y=ax+b 4=a.0+b 4=b b=4 A( 10,5) y=ax+b 5=a.10+b 5=10a+b 10a+b=5 10a+4=5 a= Logo y=ax+b é a função do gráfico. Aplicações de funções do primeiro grau Aplicações gerais Um taxista cobra R$ 2,50 por uma corrida de táxi mais R$ 5,00 para cada quilômetro rodado. Perceba que existe uma relação matemática entre dois con- juntos (A e B), ou seja entre os quilômetros rodados e o preço a ser cobrado. Esta relação pode ser expressa matematicamente, em que P é o preço a ser pago e x os quilômetros rodados: 44MATEMÁTICA APLICADA P(x)=2,50+5x Agora pense no seguinte: A. Quanto vou gastar para rodar 2km? P(2)=2,50+5.2 P(2)=2,50+10=12,50 B. Disponho de apenas R$ 10,00, quanto posso rodar no máximo? 2. Uma pessoa vai escolher entre dois planos de saúde: Boa Saúde e Vida Plena. O plano Boa Saúde cobra um valor fixo de R$ 140,00, mais R$ 20,00 para cada consulta. Já o plano Vida Plena cobra um valor fixo de R$ 110,00, mais R$ 25,00 para cada consulta. Encontre o número de consultas para que os planos sejam equivalentes: Boa Saúde: f(x)=140+20x Vida Plena: g(x)=110+25 x Como x são as consultas, para sabermos quando os planos serão equivalentes, basta igualarmos as duas funções, ou seja: Com 6 consultas ambos os planos são equivalentes. Aplicações em economia Função custo: o custo pode ser entendido como a saída ou gasto que envolve a produção de um determinado bem. O custo tem duas partes: o fixo e o variável. O fixo não é altera- do independente da produção. Já o custo variável aumenta de acordo com o aumento da produtividade. C(x)=Cf+cv Função receita: a receita pode ser entendida como a entrada ou a arrecadação que a comercialização de um bem produz. É composta pela multiplicação do preço pelo número de unidades 45MATEMÁTICA APLICADA comercializadas. R(x)=px Função lucro: o lucro pode ser entendido como aquilo que sobra, ou seja, a diferença entre a receita e o custo. L(x)=R(x)-C(x) Ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio ou nivelamen- to é uma situação em que a receita é igual ao custo, ou seja o lucro é nulo. Exemplo: Uma empresa produz um determinado tipo de peça metá- lica. Sabemos que essa produção envolve um custo fixo de R$ 950,00, mas um que varia de acordo com a produção, sendo de R$ 41,00 a unidade. Essa peça essa comercializada no mercado por R$ 120,00 a unidade. Monte as funções custo, receita e lucro. Calcule o lucro da venda de 1000 peças. Encontre o ponto de equilíbrio. Função Custo: C(x) = 950 + 41x Função Receita: R(x) = 120x Função Lucro L(x) = 120x – (950 + 41x) L(x)=120x-950-41x L(x)=79x-950 Lucro na produção de 1000 pistões L(1000)=79.1000-950 L(1000)=79000-950 L(1000)=78050 Ponto de nivelamento R(x) = C(x) 120x = 950 + 41x 120x – 41x = 950 79x = 950 x >=950 / 79 x =12,02 É possível concluir-se que a partir da décima terceira peça a empresa terá lucro. 46MATEMÁTICA APLICADA Funções do segundo grau ou quadrática Uma função do segundo grau é qualquer função especifi- cada por uma regra da forma f(x) = ax² + bx +c, em que a, b e c pertencem ao conjunto dos números reais e a ≠0. Fenômenos que se comportam como uma parábola são modelados com funções do segundo grau. Observações: 1. O gráfico de uma função do segundo grau é uma pa- rábola. 2. Se a>0 então a função é crescente e a concavidade é voltada para cima. Se a< 0 a função é decrescente e a concavidade é voltada para baixo. 3. As raízes da função são os pontos onde a parábola in- tercepta o eixo Ox. 4. O termo c é o ponto onde a parábola intercepta o eixo Oy. 5. O vértice é o ponto em que marca o ponto crítico da função. É dado pelas fórmulas: Fazendo o gráfico da função do segundo grau Para fazer um gráfico da função do segundo grau pode- mos construir uma tabela similar à que construímos na função do primeiro grau, atribuindo valores para x. No entanto não é a melhor opção, pois podemos fazer o gráfico a partir das propriedades. Exemplos: I. Faça o gráfico da função 1. Encontre os zeros das funções. Para fazer isso é só igua- lar a função a zero e resolver a equação do segundo grau. Resolvendo a equação encontramos x1= 1 e x2= 3. Esses são os pontos de corte em x. 2. Considere que a parábola corta o eixo y em “c”, ou seja em y=3. 3. O vértice dará a base da concavidade, ou seja, 47MATEMÁTICA APLICADA Vértice está no ponto V (2, -1). Observe que a função é crescente. Neste caso, afirmamos que ela apresenta um ponto de mínimo. II. Faça o gráfico da função f(x)=-x2+10x-25 Inicialmente, já sabemos que a concavidade será voltada para baixo, e a parábola cortará o eixo y em -25. Fazendo o zero da função descobrimos que ela cortará o eixo x em um único ponto: x=5. O vértice será V (5,0). Levando em conta tais elementos, chegamos no gráfico a seguir. Observe que a função é decrescente. Neste caso, afirmamos que ela apresenta um ponto de máximo. Aplicações de funções do segundo grau Muitas das aplicações das funções do segundo grau estão 48MATEMÁTICA APLICADA relacionadas ao ponto de vértice, pois ele retorna o ponto de máximo ou de mínimo da função. Exemplos: 1. Uma empresa tem a produção de um certo bem, cuja função receita é modelada por R(x)= -30x^2+6000x e o seu custo por C(x)=1200x+8000, em que x são as unidades do bem. Encontre o número de unidades que maximiza o lucro: Primeiro passo: montar a função lucro. L(x)=R(x)-C(x) L(x)= -30x2+6000x-(1200x+8000) L(x)= -30x2+6000x-1200x-8000 L(x)= -30x2+4800x-8000 Segundo passo: Como queremos saber o número de uni- dades, deve ser usado o vértice de x. Assim, podemos concluir que a produção e comercialização de 80 unidades produz o maior lucro. 2. O custo envolvido na produção de um bem por uma empresa é modelado pela função C(x)=x2-40x+1600, em que C é o custo em reais e x são as unidades produzidas. Calcule o valor do custo mínimo: Perceba que considerando uma equação do formato y=ax2+bx+c, podemos entender o custo com y. Assim, como queremos saber o custo mínimo devemos usar o vérticede y. Assim, podemos entender que o menor custo que a empresa terá é de R$ 1200,00. Sabemos que o custo é mínimo, pois a é positivo, indicando que a concavidade é voltada para cima. 49MATEMÁTICA APLICADA 3. A eficiência energética de uma máquina é modelada pela função E(t)= -t2+7t-10, sendo t as horas após ela ser colocada em funcionamento às 6h da manhã. Encontre o horário em que a eficiência será máxima. Resolução: como o problema refere-se ao tempo, devemos trabalhar com o vértice de x. Ou seja, a máquina leva 3,5 horas para atingir sua eficiência máxima. Se ela é posta em funcionamento às 6h, a eficiência máxima é atingida às 9h e 30 min. Síntese do Capítulo Neste capítulo estudamos funções e suas aplicações. Es- tudamos algumas generalidades como o domínio, imagem e os zeros da função. Entendemos que funções do primeiro grau tem o gráfico como uma reta, enquanto do segundo grau são parábolas. As aplicações, sobretudo em economia, nos mos- traram a importância de compreendermos as particularidades desse conteúdo. Exercícios - Capítulo 03 1) Para um certo produto comercializado, a receita e o custo são dados respectivamente por: R(x)= -2q2-1000q e C(x) = 200q + 35000 onde q é a quantidade comercializada. Encontre as quantidades comercializadas para as quais a receita auferida é igual ao custo gerado: 2) O lucro de uma loja pela venda diária de x peças é dado por L(x)=100(10-x) (x-4). O lucro máximo por dia é obtido com a venda de: A) 7 peças B) 10 peças C) 14 peças D) 50 peças E) 100 peças 3) O gráfico da função f, de R em R, definida por f(x) = x2 + 3x – 10, intercepta o eixo das abscissas nos pontos A e B. A distância AB é igual a: A) 3 B) 5 C) 7 D) 8 E) 9 4) Uma empresa estimou a sua receita mensal com a sua receita com a função R(x)= -30x2+6000x. Encontre o número de unidades que maximiza a receita: 5) O lucro operacional na venda de certo produto foi estimado por meio de uma curva que onde l é o lucro e x é a quantidade produzida. Qual a quantidade que, se produzida, deve trazer o maior lucro operacional? 6) Quais são os valores do domínio da função real definida por f(x) = x2 − 5x + 9 que produzem imagem igual a 3? 7) Um móvel desloca-se com velocidade constante, e sua trajetória é modelada por uma função do primeiro grau, conforme o gráfico a seguir. A função é: 8) A Ponte da Arrábida completou 50 anos no dia 22 de Junho de 2013, ano em que se completou o centenário do nascimento na cidade do Porto [...] O arco que sustenta essa ponte pode ser representado matematicamente pela função y = - x2 + 20x, na qual y representa a distância entre o nível do mar e o arco, e x representa a distância em linha reta a partir de uma das extremidades do arco no nível do mar, ambos em metros. Disponível em: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ponte_da_ Arrabida_-_Porto.JPG>. Acesso em: 01 set. 2015. Segundo essas informações, qual a maior altura que uma pessoa pode atingir em relação ao nível do mar ao escalar a ponte Arrábida em Portugal? A) 10m B) 20m C) 50m D) 100m E) 200m 9) Uma empresa produz um determinado produto com o custo definido pela seguinte função C(x) = x2 – 80x + 3000. Considerando o custo C em reais e x a quantidade de unidades produzidas, o custo mínimo é de: A) 40 B) 1.400 C) 3.000 D) 120 E) N.d.a. 10) Ao final da disciplina de Matemática Aplicada, um estudante fez as seguintes afirmações em relação ao conteúdo estudado: I. Os zeros da função são os pontos de intersecção em x. II. A função quadrática tem o gráfico em parábola. III O vértice é o zero da função. É correto o que se afirma em: A) Em I, II e III B) Em I e II C) Em II e III D) Apenas em II E) Apenas em III 52MATEMÁTICA APLICADA INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DIFERENCIAL O Cálculo diferencial é uma poderosa ferramenta com vasta aplicabilidade utilizada em distintas áreas do conhecimento. Neste capítulo iremos estudar uma área muito importante da Matemática: o Cálculo Diferencial e Integral. Como sugere o nome, ele se divide em duas partes: o Cálculo diferencial que estuda as derivadas e o Cálculo integral, que estuda as integrais. Nesta apostila iremos estudar apenas a primeira parte, com um enfoque especial nas taxas de variações. Para o seu sucesso será indispensável termos clareza de funções e fatoração, aspectos já estudados anteriormente. Pensar na história do Cálculo nos remete a uma suposta rivalidade histórica entre Newton e Leibniz, em que ambos A Matemática é uma construção gradual. Desse modo, mesmo que este Capítulo se refira a aspectos mais avançados dessa ciência, os seus conhecimentos do ensino fundamental e médio serão indispensáveis. 53MATEMÁTICA APLICADA os cientistas trabalharam separadamente, mas partilhando de uma base conceitual comum, solidificaram as bases que utilizamos até hoje. Administração, Economia, Engenharias, Física e Química são algumas das áreas do conhecimento que fazem uso do Cálculo como uma ferramenta poderosa para, por exemplo, calcular taxas de variações, realizar processos de otimizações e encontrar os pontos de máximos e mínimos de funções. Tente apropriar-se de todos os recursos e conceitos que permeiam esse ramo da Matemática, pois poderá ser muito útil na sua vida profissional. Derivadas O conceito de derivada pode ser entendido a partir de duas perspectivas: a física e a geométrica. A física está inti- mamente relacionada à taxa de variação instantânea de uma função e está presente em nossas vidas, como, por exemplo, no crescimento de bactérias, na mudança no nível de oxigênio de um manancial, no crescimento de um osso, na variação de temperaturas dentre várias outras situações que representam uma função variando. Já a interpretação geométrica pode ser entendida com a inclinação da reta tangente a uma curva em determinado ponto, e também com diversas aplicações na matemática, dentre as quais, o estabelecimento dos pontos de máximo e de mínimo de uma função. Se y = f(x), então a sua derivada é denotada por y’. Outras notações comuns são: Assim, quando encontrarmos a expressão y’ lemos “deri- vada da função y”. Quando encontrarmos a expressão lemos derivada de y em relação a x. 54MATEMÁTICA APLICADA Regras de derivação Derivar uma função está relacionado a calcular a taxa de variação ou estabelecer a inclinação da reta tangente em um ponto específico. Devemos aplicar a regra adequada, que varia de acordo com as características de cada função. Por isso, é muito importante revisarmos o conteúdo funções, já abordado nesta apostila. Derivada de uma função constante A derivada de uma função constante é zero. Sendo c, um número real qualquer, então: Se y= c então y’ = 0 A derivada de uma função constante sempre será zero, pois não existem variações independente do ponto. Observe o gráfico da função f(x) = 4: Assim: f (x)=4 f ’(x)=0 f (x)=7 f ’(x)=0 f (x)=√3 f ’(x)=0 Derivada de função com potência Regra da Potência: Se n for um número inteiro positivo, então: Se f(x)=xp f ’(x)= pxp-1 Esta regra será utilizada quando temos uma variável elevada a uma dada potência. É uma técnica muito importante e serve de base para outras regras que veremos na sequência. 55MATEMÁTICA APLICADA Exemplos: f(x)= x³ f '̂ (x)=3x^(3-1) f '̂ (x)=3x² f(x)= x-3 f ’(x)= - 3x-3-1 f ’(x)= -3x-4 Exemplos 1. Variável no denominador: devemos “trazer” a variável para o numerador. Isto é possível a partir da troca do sinal do expoente. Derive a função Primeiramente ajustamos a função f(x)= x- 2 f ' (x)=-2x-2-1 assim f ' (x)= -2x-3 É importante devolvermos a resposta de acordo com a pergunta. Assim, se na pergunta a variável estava no denomi- nador, na resposta deve estar do mesmo modo. É a derivada da função. 2. Radicais: devemos transformar o radical em um expo- ente fracionário. Primeiramente ajustamos a função. Lembre-se que a variável x está elevada à potência 1, e na raiz tem uma potênciadois. Por isso, a função acima pode ser escrita da seguinte forma: Agora aplicamos a regra da função potência. Se em nossa pergunta havia um radical, a nossa resposta final deve ser dada na forma de um radical. Assim: Agora retornando para o formato de radical. Fique atento! Existem duas situações em que você precisa ajustar a função antes de aplicar a técnica. São as funções que apresentem radicais e também as que tem a variável no denominador. 56MATEMÁTICA APLICADA Este resultado ainda pode ser racionalizado. Derivada de funções com múltiplo constante É similar à regra da potência, porém existe uma constante antes da variável, que não sofre alterações durante o processo de derivação. Assim: Se f(x)=cxp f ’(x)= pcxp-1 Exemplos: 1. f(x)=3x4 f ’(x)= 3.4x³ f ’(x)= 12x³ 2. f(x)=7x² f ’(x)=2.7x2-1 f ’(x)=14x 3. Derivada de funções envolvendo somas Regra da Soma: quando duas funções ou mais estão sendo somadas, aplicamos uma regra em cada função, de acordo com as suas características. Se f e g forem ambas diferenciáveis, então Se y=f(x) + g(x) então y’= f ’(x) + g’(x) Derivada de funções envolvendo subtração Regra da Diferença: é similar a regra da soma, porém com a subtração. Assim, se f e g forem ambas diferenciáveis, então: Se y=f(x) - g(x) então y’= f ’(x) - g’(x) É muito comum as regras da soma e da diferença apare- cerem na mesma situação. Exemplos: 1. f(x)= 3x5+2x +10 f ’(x)=3.5x4+2 f ’(x)=15x4+2 2. 3. Taxa de variação em um ponto específico Como sabemos, a derivada nos fornece a taxa de variação instantânea de uma função. Para sabermos a taxa de variação em um ponto específico, basta calcularmos a deriva de substi- tuirmos os valores da variável pelo ponto. O cálculo de taxa de variação em um ponto específico consiste em uma das aplicações mais evidentes do Cálculo Diferencial, como veremos a seguir: 57MATEMÁTICA APLICADA Exemplos: 1. Seja h(t)= -4,9t²+29t+34, calcule a taxa de variação no ponto t=7: h’(t)= -4,9.2t+29 h’(t)=-9,8t+29 h’(7)=-9,8.7+29 h’(7)=-39,6 2. Seja f (x)=5x2+16, calcule f ' (5): f ' (x)=10x f ' (5)=10.5 f ' (5)=50 Algumas aplicações A aplicação de derivadas se refere à taxa de variação de um fenômeno e se estende às diversas áreas do conhecimento. A resolução de problemas envolvendo derivadas depende da interpretação, troca para linguagem simbólica matemática e resolução do cálculo. Aplicações na Física Suponha que um corpo em movimento retilíneo tenha a função horária definida por s(t)= 12t -2t², e no instante t(0) ele inicia o movimento. Considerando-se o espaço em metros e o tempo em segundos, encontre a velocidade média do corpo no intervalo no instante t=1: Passo 1: derivar a função: s(t)= 12t -2t² s’(t)= 12- 4t Passo 2: substituir pelo instante considerado, no caso t=1. V(1)= 12-4.1 V(1)= 8 m/s Aplicações na Biologia Um estudo ambiental realizado em um certo bairro revela que daqui a t anos a concentração de monóxido de carbono no Observe que temos uma função que nos fornece o deslocamento (s). A derivada do deslocamento fornece a velocidade. 58MATEMÁTICA APLICADA ar será Q(t)= 0,05t²+0,1t+3,4 partes por milhão. Calcule taxa de variação de concentração de monóxido de carbono com o tempo de dois anos: Q(t)= 0,05t²+0,1t+3,4 Q' (t)=0,1t+0,1 Q' (2)=0,1.2+0,1=0,3 Aplicações na Economia 1. Seja o custo de produção de um determinado bem mo- delado por C(x)= 0,01x³ - 0,5x² +300x +100. Qual é o custo marginal para a produção de 10 unidades? Passo 1: fazer a derivada da função com a regra apropriada. C(x)= 0,01x³ - 0,5x² +300x +100. C'(x)=0,03x2-1x+300 Passo 2: substituir pelo valor de x desejado, no caso x=10 C' (10)=0,03.102-1.10+300=293 2. A empresa “Vende Bem” produz um determinado pro- duto, com um custo mensal dado pela função sendo x a quantidade produzi- da. Cada unidade desse produto é vendida por R$31,00. Encontre o lucro marginal para a venda de 10 unidades: Primeiro passo: montar a função lucro. Lembre-se que L(x)= R(x) – C(x). Assim: R(x)= 31 x Outras regras de derivação Existem várias regras de derivação, sempre relacionadas às características da função. Não estudaremos todas elas nesta apostila, apenas as mais usuais. A expressão “marginal” é um termo específico da área de Economia e se refere à taxa de variação. Ou seja, queremos a taxa de variação do custo, que é dada pela derivada da função. 59MATEMÁTICA APLICADA Regra do produto É utilizada quando temos uma função multiplicada por outra. Assim, se f e g forem diferenciáveis, então: h(x)=f(x).g(x) h’(x)=f ’(x).g(x)+f(x)g’(x) Exemplo: Derive a função a seguir: h(x)=(x-1)(3x-2) f(x)= x-1 f ’(x)=1 g(x)= 3x+2 g’(x)=3 h’(x)=f ’(x).g(x)+f(x)g’(x) h’(x)= 1.( 3x-2) + (x-1).3 h’(x)=3x-2+3x-3 h’(x)=6x-5 Regra do quociente É utilizada quando temos uma divisão de uma função por outra. Assim, se f e g forem diferenciáveis, então: Exemplos: 1. Derive a função Quando duas funções são divididas, a primeira será chamada de f(x) e a segunda de g(x). Quando duas funções são multiplicadas, a primeira será chamada de f(x) e a segunda de g(x). 60MATEMÁTICA APLICADA 2. Derive a função Atenção! Muito cuidado com o sinal de menos no meio da fórmula! Derivada da função expoente natural: É utilizada quando a base é a constante e. y= ex então y’= ex Exemplos: Derive as funções a seguir: 1. f(x)= 3ex f ’(x)= 3ex 2. f(x)=3x³-9ex f ’(x)=9x²-9ex Derivadas de ordem superior Você deve ter percebido que a derivada f ’ de uma função f é também uma função, sendo assim pode ter a sua própria derivada. Se f ’ for derivável, então sua derivada é denotada por f ” e é chamada derivada segunda de f. Enquanto tivermos possibilidades de derivação podemos continuar o processo, as derivadas sucessivas. Se y = f(x), então as derivadas sucessivas são denotadas por y’, y”, y’”, y(4), y(5), etc. Outras notações comuns são: Derivada ou derivada primeira 61MATEMÁTICA APLICADA Derivada segunda Derivada terceira Chamamos essas derivadas de derivada primeira, derivada segunda, derivada terceira e assim por diante. O número de vezes que f for diferenciável é chamado ordem da derivada. Exemplos: 1. Se f(x)= 3x4 – 2x³ + x² - 4x + 2, então f '(x)= 12x³- 6x² + 2x - 4 f ’’(x)= 36x² - 12x + 2 f ’’’(x)= 72x -12 f(4)(x)= 72 f(5) (x)= 0 2. Se a posição de um corpo que está se movendo em linha reta é dada por s(t)=t³-3t²+4t no instante t, encontre as funções que determinam a velocidade e a aceleração do corpo: s(t)=t³-3t²+4t é a função que determina a posição. s'(t)= 3t²- 6t+4 é a função que determina a velocidade. s’’(t)=6t – 6 é a função que determina a aceleração. 3. Calcule a derivada quinta da função f(x)= 4x³ + 5x² + 6x -1: f '(x) = 12x² + 10x + 6 f ’’(x)= 24x+10 f’’’(x) = 24 f(4) (x) = 0 f(5) (x) = 0 A interpretação geométrica da derivada A derivada de uma função pode ser entendida como a inclinação da reta tangente. Desse modo, os pontos em que a Importante! Lembre-se que a velocidade e a derivada da função deslocamento (s). A aceleração é a derivada da velocidade. Assim, a aceleração é a derivada segunda do deslocamento. 62MATEMÁTICA APLICADA inclinação da reta tangente é zero, nos trará os pontos críticos da função. Observe o gráfico: Assim, os pontos críticos podem ser de máximo, mínimo ou ordinários. O estudo de pontos de máximo e de mínimos de funções tem uma ampla aplicabilidade na Matemática. Para ob- ter pontos de máximo ou de mínimo de uma função, basta construir o gráfico da função e identificar tais pontos. O problema é a dificuldade em construir os gráficos de muitas funções, razão pela qual, utilizamos as derivadas das funções. Ponto crítico de uma função O ponto crítico de uma função pode ser entendido como o ponto em que a função muda o seu comportamento. Basta fazer a derivada e igualar a função a zero. Exemplos: Seja f(x)=x2, encontre o seu ponto crítico. f ' (x)=2x Logo, o ponto críticoestá no ponto de coordenada x=0. Para sabermos se este ponto é de máximo ou de mínimo pre- cisamos plotar o gráfico ou fazer o estudo do sinal da função por intermédio dos intervalos de crescimento e decrescimento. O gráfico nos indica que é um ponto de mínimo, pois ela não ira “baixar” jamais deste ponto. Agora, vamos supor que Máximo e mínimos de funções e relaciona aos pontos em que a reta tangente é horizontal. Caso não lembre deste conteúdo, faça uma retomada! 63MATEMÁTICA APLICADA não seja possível fazer o gráfico. Ainda é possível encontrar os pontos críticos com uma abordagem mais analítica. Intervalos de crescimento e decrescimento Teorema: Seja f uma função contínua em um intervalo I. A. Se f ’(x)>0 para todo x pertencente a I, então f será es- tritamente crescente em I. B. Se f ’(x)<0 para todo x pertencente a I, então f será es- tritamente decrescente em I. Exemplos 1. Determine os intervalos de crescimento e decrescimento da função f(x)=x2-4x+3: Passo 1: determinar o ponto crítico da função. Passo 2: considere um valor aleatório antes do ponto crítico e outro depois. Considere valores que facilitem seus cálculos. Neste exemplo utilizamos os valores 1 e 3. Substituir tais va- lores em f ’(x). f ' (1)=2.1-4 f ' (1)=2-4 f ' (1)=-2 Como f ' (1) é < 0, pelo teorema, podemos considerar que antes do ponto crítico a função é decrescente. f ' (3)=2.3-4 f ' (3)=6-4 f ' (3)=2 Como f ' (3) > 0, pelo teorema, podemos considerar que após o ponto crítico a função é crescente. Passo 3: Esboçar as considerações acima em uma reta. 64MATEMÁTICA APLICADA Pelo esboço podemos perceber que: No primeiro intervalo a função é decrescente. No segundo intervalo a função é crescente. O ponto x=2 é um ponto de mínimo. 2. Determine os intervalos de crescimento e decrescimen- to da função f(x)=x3. Verifique sua resposta através do gráfico abaixo: Passo 1: encontrar os pontos críticos. f ' (x)=3x2 3x2=0 x=0 ponto crítico Passo 2: testar um ponto antes e outro após o ponto crítico. Utilizaremos -1 e 1. Seja x1= -1 e x2= 1 f ' (-1)=3(-1)² f ' (-1)=3 Intervalo crescente. f ' (1)=3(1)² f ' (1)=3 Intervalo crescente. Passo 3: traçar o esboço. Lembre-se que o que temos acima não é o gráfico da função. Trata-se de um esboço para compreender o comportamento da função. 65MATEMÁTICA APLICADA Perceba que em ambos intervalos a função é crescente, o que nos leva a concluir que a função não tem ponto nem de mínimo nem de máximo. Chamamos isso de ponto ordinário. 3. Determine os intervalos de crescimento e decrescimento da função f(x)=x3-3x2-9x+7: Passo 1: encontrar os pontos críticos. f '(x)=3x2-6x-9 3x2-6x-9=0 x1=3; x2=-1 Perceba que temos dois pontos críticos. Passo 2: testar um ponto antes e outro após cada ponto crítico. Neste exemplo utilizaremos -2, 0 e 4. f '(-2)=3(-2)2-6(-2)-9 f '(-2)=12+12-9=15 Intervalo crescente f '(0)=3(0)2-6.0-9= -9 Intervalo decrescente f '(4)=3(4)2-6.4-9=15 Intervalo crescente Passo 3: traçar o esboço. Perceba que o ponto x=-1 é um ponto de máximo, enquanto x=3 é um ponto de mínimo. Aplicações de Máximos e Mínimos de funções Os problemas de aplicações que fazem referência a maxi- mização ou minimização, independente do contexto podem ser resolvidos com os recursos vistos anteriormente. Exemplos: 1. Com o fim de estudar a quantia de ônibus que devem operar em uma cidade, a empresa pública de transportes modelou a função 66MATEMÁTICA APLICADA sendo x a quantia de linhas de ônibus e S o índice de sa- tisfação das pessoas. Quantas linhas produzem a maior satisfação? Obs. Como o problema fala em maior satisfação, entende- mos que é um problema de máximo e mínimo da função. Passo 1: encontrar os pontos críticos. Resolvendo a equação encontramos x1= -5 e x2= 15. Obs. Caso você não se lembre como resolver a equação ,retome o seu material de Cálculo Zero. Neste exemplo não é preciso analisar qual ponto é de máxi- mo e qual é de mínimo, pois tratando-se de linhas de ônibus só são admitidas respostas positivas. Assim, 15 linhas maximizam a satisfação das pessoas. Síntese do Capítulo Neste capítulo iniciamos os estudos em relação a uma poderosa ferramenta da Matemática: o Cálculo. Vamos nos lembrar de que sempre que quisermos saber a taxa de variação de um determinado fenômeno é calculado com a derivada da função, substituindo-se o valor do ponto na derivada. Também podemos encontrar os pontos críticos de uma função, igualando sua derivada a zero. Exercícios - Capítulo 04 1) Certa empresa estima que o custo de produção de uma peça é dado por C(x) = 3x2 +5x + 10. Se o preço de venda é R$ 45,00, qual é o lucro marginal para a produção de 10 peças? 2) Seja o custo de produção de um determinado bem modelado por C(x)= 0,01x3 - 0,5x2 +300x +100. Qual é o custo marginal para a produção de 10 unidades? 3) A função receita de uma determinada empresa é dada por R(x)= 2x2 + 1000x. Qual é a receita marginal para a produção de 50 unidades? 4) Um hospital estimou que a sua receita mensal seja dada por R(x)= -30x2 + 6.000x, sendo o custo dado por C(x)= 1.200x +8.000, sendo x a quantidade de pacientes atendidos. Qual é o lucro marginal no atendimento de 20 pacientes? 5) Uma indústria estima que, para certo produto a receita é modelada por R(x)= -50x2 +2.000x e que o custo é C(x)= 300x + 6.000, sendo x a quantia vendida. Qual é o lucro marginal na venda de 8 unidades? 6) A temperatura de um objeto (em graus Fahrenheit), como função do tempo, (em minutos) é dada pela função para . A que taxa o objeto esfria depois de 10 minutos? 7) Uma projeção revela que daqui a t anos a população de uma certa cidade será P mil habitantes, segundo a função P(t)= -t3+9t2+48t+200. A que taxa a população estará aumentando daqui a 3 anos? 68MATEMÁTICA APLICADA GABARITO Capítulo 01 1) d 2) 27 m³ 3) R$ 1.250,58 4) R$ 10.555,83 5) d 6) d 7) a Capítulo 02 1) R$ 1470,00 2) R$ 2250,00 3) 800 peças 4) Aproximadamente 114,66 produtos 5) a) b) x-7 c) d) e) f) a+b 6) 25por 35 7) 4 anos Capítulo 03 1) 50 e 350 2) A 3) C 4) 100 5) 625 6) 2 e 3 7) Y= 5x+4 8) D 9) B 10) B Capítulo 04 1) -20 2) 293 3) 1200 4) 3.600 5) 900 6) -15oF/min. 7) 75 mil REFERÊNCIAS BIANCHINI, E; PACCOLA, E. Curso de Matemática: volume único. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1998. DEMANA, F. D. (org.). Pré-cálculo. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. DEWDNEY, A.K., 20.000 léguas matemáticas: Um passeio pelo misterioso mundo dos números. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. GIMENES, C.M. Matemática financeira com HP 12C e Excel. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. THOMÁS, G. B. Cálculo volume 1. Tradução de Kléber Pedroso e Regina Smille de Macedo. 12 ed. São Paulo: Pearson, 2012. números reais Conjuntos numéricos Representação dos números reais Ordem na reta e a notação de intervalo Operações com números reais Operações com frações Potenciação Síntese do Capítulo Exercícios - Capítulo 01 tópicos em álgebra Sistemas de equações Fatoração Síntese do Capítulo Exercícios - Capítulo 02 Funções e suas aplicações Aspectos gerais sobre funções Funções do Primeiro grau Funções do segundo grau ou quadrática Síntese do Capítulo Exercícios - Capítulo 03 Introdução ao Cálculo Diferencial Derivadas Regras de derivação Outras regras de derivação Derivadas de ordem superior A interpretação geométrica da derivada Síntese do Capítulo Exercícios - Capítulo 04 GABARITO REFERÊNCIAS
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