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5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Otorrinolaringologia Otites Otite Externa Otite externa difusa aguda: é uma celulite da pele e da subderme do conduto auditivo externo e pavilhão. Causa: manipulação do conduto auditivo externo – mergulho, cotonete Etiologia: multifatorial. Pseudomonas aeruginosa, S epidermidis, S aureus Fatores predisponentes: exposição prolongada à água, doenças dermatológicas (psoríase, dermatite), anormalidades anatômicas (conduto pequeno), trauma, uso de AASI (aparelho auditivo), fones de ouvido/EPIs Critérios diagnósticos o Instalação rápida, até 48h o Sintomas: otalgia, prurido, plenitude aural (pressão no ouvido) o Dor à mobilização do tragus ou pavilhão, edema e eritema do CAE o Pode haver hipoacusia, dor à mobilização da ATM, Otorreia, adenopatia, celulite do pavilhão e da pele adjacente, eritema da MT Quadro clínico: dor, prurido, plenitude auricular e hipoacusia Tratamento: analgesia (dipirona, paracetamol), AINEs, limpeza do local (irrigação, aspiração, porta-algodão), ATB tópico e ATB oral (pouco utilizado) Condições especiais o Diabetes Mellitus ou imunocomprometidos: pior evolução, evitar irrigação do CAE; Medidas: remoção de cerume obstrutivo, uso de protetores auriculares ao nadar, evitar trauma ao CAE, uso de secador, evitar banhos de imersão durante 7-10 dias e proteger CAE durante banho de chuveiro, reavaliar em 2-7 dias Otite externa circunscrita: localizada; também chamada de furunculose. Pode ser uma foliculite no 1/3 externo do CAE (glândulas sebáceas e folículos pilosos); parece uma espinha dentro do ouvido Etiologia: S aureus Edema localizado e lesão pustulosa Tratamento: calor local (toalha quente) + incisão e drenagem (se ponto de flutuação). ATB sistêmico: Cefalexina (boa pra S aureus) Otite externa fúngica: pouca incidência. Não dá tanta dor quanto as otites bacterianas, mas sim muito prurido. Uso prolongado de ATB tópico, imunocomprometidos, DM, HIV, idosos com aparelho auditivo. Etiologia: Aspergilus, mais comum (verde-preto) e Candida (branco-amarelo) Sintomas: Otorreia espessa Suspeitar em pacientes que não respondem à terapia inicial Tratamento: aspiração + remoção de debris, remover fatores predisponentes e acidificação do ambiente local; antifúngicos tópicos e/ou sistêmicos (raramente necessário) 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Otite externa necrotizante: evolução da otite externa difusa aguda (DM, idosos e imunocomprometidos). Infecção do CAE e pode se estender à base do crânio. Etiologia: Pseudomonas aeruginosa Necrotizante: granulação parede inferior do conduto auditivo externo Quadro clínico: semelhante à otite externa difusa aguda, porém não responde à terapia inicial, com irradiação frontotemporal e parietal. Otorreia fétida e purulenta e tecido de granulação em porção posteroinferior do CAE (bopsiar para descartar CEC) Pontos importantes: o Otalgia persistente > 1 mês o Otorreia purulenta persistente + tecido de granulação por várias semanas o DM, idosos ou imunocomprometidos o Envolvimento de pares cranianos Exames complementares: TC do osso temporal com contraste, RNM, cintilografia Tratamento: internação hospitalar para ATB EV, controle do DM, 4-8 semanas de tratamento e culturas periódicas o Casos não complicados: ciprofloxacino 400mg 8/8h EV Critérios de cura: cicatrização da pele do CAE, culturas negativas, VHS, outros (cintilografia antes e após melhora da otalgia) ATB tópico Câmara hiperbárica Abordagem cirúrgica (debridamento ou biópsia: excluir CA) Otite Média Otite Média Aguda: inflamação do mucoperiósteo da orelha média; geralmente população pediátrica (6-12 meses de idade) Fatores de risco: o Fatores ambientais: IVAS (congestão nasal, gripe), creche/escola, tabagismo passivo, uso de chupeta, aleitamento materno exclusivo (protetor) o Fatores do hospedeiro: idade (crianças tem a tuba horizontalizada), anomalias craniofaciais (lábio leporino), predisposição genética, outros Patogênese: tuba auditiva mais curta e horizontal em crianças; sistema imunológico imaturo, IVAS prévia (VSR, influenza A e B e adenovírus) Etiologia: S pneumoniae e H influenza (relação com os agentes de rinossinusite) Diagnóstico: otalgia, febre, irritabilidade, diminuição do apetite, vômitos, diarreia Exame Físico – Otoscopia: abaulamento de MT, hiperemia de MT, MT esbranquiçada ou amarelada, nível hidroaéreo e Otorreia Tratamento: tendência de evolução favorável na maioria dos casos, sem uso de ATB o Analgesia e reavaliação em 72h: ausência de sintomas gravidade, Otorreia o Uso de ATB: menor de 6 meses de idade, otorreia, sinais de gravidade, falha no tratamento inicial, recidiva do quadro (30 dias), imunodeficiências, anormalidades craniofaciais, outras infecções associadas o Amoxicilina ou Amox + Clavulanato 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Otite Média Aguda Recorrente: 3 ou mais episódios em 6 meses OU 4 ou mais episódios em 1 ano Fatores de Risco: IVAS, creche, tabagismo passivo, ausência de aleitamento materno Timpanotomia para inserção de tubo de ventilação (TV): substitui artificialmente a função da tuba auditiva; diminui a frequência no uso de ATB Adenoidectomia: retorno de episódios de otite média aguda após extrusão do TV Otite Média com Efusão: só secreção aquosa dentro do ouvido – é também um dos critérios para colocar TV. Não infecciosa, sem pus ou bactérias Presença de fluidos na orelha média, na ausência de infecção aguda → redução de mobilidade da MT → barreira na condução sonora Efeitos potenciais sobre desenvolvimento da linguagem e da fala 90% em idade pré-escolar, 6 meses-4 anos Fatores de risco: o Ambientais: IVAS, creche/escola, tabagismo passivo, aleitamento materno é protetor o Hospedeiro: idade, anomalias craniofaciais, genética Diagnóstico: crianças com falta de atenção, queda de desempenho escolas, TV ou som alto Mais comum: perda auditiva leve Na Otoscopia: opacidade e retração da MT, conteúdo líquido retrotimpânico (coloração variável), glue ear Audiometria + timpanometria: diagnóstico o Se quadro persistente ou suspeita de problemas no aprendizado ou deficiência auditiva significativa o 6-24 m: audiometria comportamental o 2-4 anos: audiometria lúdica o > 4 anos: audiometria tonal e vocal Abordagem terapêutica: na maioria dos casos, resolução espontânea. Observar por 3 meses Complicações: perda auditiva permanente, miringoesclerose, colesteatoma 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Otite Etiologia Característica principal Tratamento Otite externa difusa aguda Pseudomonas aeruginosa, S epidermidis, S aureus Dor à mobilização do tragus ou pavilhão, edema e eritema do CAE Analgésico + AINEs + limpeza do local + ATB tópico Otite externa circunscrita S aureus Edema localizado e lesão pustulosa Calor local + incisão e drenagem + ATB sistêmico: Cefalexina Otite externa fúngica Aspergilus e Candida Otorreia espessa e muito prurido Aspiração + remoção de debris + acidificação do ambiente local + antifúngicos tópicos Otite externa necrotizante Pseudomonas aeruginosa Granulação parede inferior do conduto auditivo externo, persistente Internação hospitalar para ATB EV + controle do DM Otite Média Aguda: S pneumoniae e H influenza Abaulamento, hiperemia de MT, esbranquiçada ou amarelada, nível hidroaéreo, febre e otorreia Analgésicos + ATB (amoxicilina ou amoxicilina + clavulanato) Otite Média Aguda Recorrente S pneumoniae e H influenza 3 ou mais episódios em 6 meses OU 4 ou mais episódios em 1 ano Timpanotomia, adenoidectomia Otite Média com Efusão - Presença de fluidos naorelha média, na ausência de infecção aguda Espontâneo
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