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1 Cavidade Abdominal Thaís Molina 21/03/2019 – AULA 7 CAVIDADE ABDOMINAL ESTÔMAGO A cavidade abdominal é revestida por um tecido chamado de peritônio, sendo o peritônio parietal – que reveste a parede e o diafragma; e o peritônio visceral – reveste todas as vísceras que estão dentro da cavidade abdominal, delimitando assim a cavidade e o mesentério e o omento. O peritônio parietal é contínuo ao peritônio visceral. Os rins são uma exceção, pois são parcialmente revestidos pelo peritônio visceral, sendo uma estrutura que não está dentro da cavidade peritoneal, e sim no retroperitônio. Por isso que as vezes em um trauma abdominal pode se ter líquido livre no abdômen, ou então, pensando em uma ruptura de rim, pode-se ter um extravasamento de líquido, não obrigatoriamente na cavidade, e sim só no espaço retroperitoneal – se descreve como um liquido livre, mas na verdade ele está preso dentro do espaço retroperitoneal. EXAME RADIOGRÁFICO X ULTRASSOM O grande diferencial do exame radiográfico frente ao ultrassom, é que ele é um exame de simples realização. Para realizar um bom exame ultrassonográfico se tem que fazer um preparo desse paciente, então dificilmente um animal que chega ao hospital em uma situação de não agendamento será encaixado para fazer um ultrassom – dificilmente porque em emergência pode ser realizado. Mas quando se solicita um exame de ultrassom se espera um preparo dessa paciente, que passa por um jejum alimentar, e por uma ingestão de bastante líquido, já no exame radiográfico não se precisa desse preparo, onde quando se tem alguma suspeita pode-se realizar o exame. O gás não é algo que atrapalha o exame, pelo contrato, ajuda a delimitar as estruturas, ainda mais quando se fala de sistema digestório, é inevitável que em algum momento se tenha mais ou menos conteúdo gasoso em algum segmento no lúmen então não requer preparos específicos, sendo de fácil execução, pensando no exame radiográfico simples, pois o contrastado precisa de preparo, sendo o exame contrastado mais raro de ser solicitado – como em casos de emergência, como por ruptura de bexiga; a 2 Cavidade Abdominal Thaís Molina diminuição da incidência de solicitação dos exames contrastados ocorreu pois com o ultrassom se tem informações muito mais refinadas, observando por exemplo peristaltismo sem contraste, e de forma mais fácil. Portanto, o exame radiográfico trata-se de um exame fácil de ser executado, mas a interpretação da imagem radiográfica requer qualidade técnica, um bom ajuste de aparelho e um bom posicionamento, eventualmente solicitação de decúbito lateral direito e esquerdo, porque as vísceras assumem posições diferentes conforme o decúbito – devido a posição do gás dentro do estômago que se altera de acordo com a posição do animal, devendo perceber essas nuances, o que torna essa interpretação um pouco mais desafiadora. E devido a essas limitações de grandes conhecimentos e qualidades técnicas que vem o ultrassom para suprir essas carências, logo, muitas vezes o exame radiográfico irá funcionar como um exame de triagem – de repente começou a fazer um exame ultrassonográfico e está difícil a visualização, se tendo a impressão que tem muito gás, então pede um raio-x para ver o que está acontecendo com o abdômen, para traçar melhor um planejamento para se fazer um diagnóstico do paciente, por isso que o raio-x é um importante complemento ao ultrassom. Abdômen (Ultrassonografia). O raio-x é muitas vezes um exame de triagem, é um importante complemento ao ultrassom. EXEMPLO PRÁTICO Animal que chega na clínica com suspeita de dilatação ou torção gástrica em quadro agudo, vale a pena solicitar um exame ultrassonográfico? Não, pois já se sabe que o gás atrapalha, tendo que fazer a tricotomia desse animal, colocar o animal em decúbito lateral dorsal, e só será visualizada uma grande área produtora de reverberação acústica com artefato pela presença de gás, não conseguindo diferenciar se é uma dilatação ou torção, logo se coloca o paciente no raio- x, já que a imagem é patognomônica. Paciente onde no exame físico se percebe na percussão sons timpânicos – alças intestinais com gás, não se começa solicitando um ultrassom, e sim um raio-x. Porém se tiver líquido livre no abdome não adianta pedir exame radiográfico, pois se tem a mesma radiopacidade de tecidos moles – radiopacidade água, então ficara homogêneo, a única coisa que se conseguirá ver de um abdômen com ascite, é o segmento de alça intestinal que eventualmente é preenchido por gás, portanto o que se pede nesse caso é o ultrassom. EXAME RADIOGRÁFICO ABDOMINAL SITUAÇÕES FAVORÁVEIS • Avaliação Panorâmica da Cavidade Abdominal O exame radiográfico possui situações em que contribui para a avaliação da cavidade abdominal, principalmente quando se quer ter uma visão panorâmica do abdome – o ultrassom dá uma imagem muito focal e segmentar da cavidade, não conseguindo se ver a relação de um órgão com as estruturas ao seu entorno. Radiograficamente se consegue ver uma visão topográfica, pode-se avaliar a sintopia das estruturas, o que ultrassonograficamente não se consegue, como por exemplo, com uma radiografia de coluna se pode visualizar o abdome, e com isso pode-se 3 Cavidade Abdominal Thaís Molina observar a presença de um fígado aumentado, mas, se durante um exame físico percebe já se percebe o fígado aumentado – hepatomegalia, o ultrassom é o mais indicado, pois com ele já se tem a resposta do porquê dessa hepatomegalia, já que irá avaliar a arquitetura interna do órgão. • Imagens Evidenciadas pela Presença de Gases Uma alça preenchida por conteúdo gasoso é muito mais facilmente caracterizada radiograficamente do que pelo ultrassom, não que não se consiga visualizar no ultrassom, mas se terá muita interferência e dificuldade, já que o gás produz muito artefato. SITUAÇÕES DESFAVORÁVEIS São situações que ao nos depararmos com elas já enviamos direto para o ultrassom. Animais Caquéticos Quando o animal é muito magro/caquético, independente da causa dessa caquexia. Predomínio de Líquidos em Lúmen Intestinal Quando se tem alças com muito conteúdo líquido, pois essas alças acabam se sobrepondo, causando uma dificuldade para identificar o limite de cada alça. Tem um termo radiográfico que se chama definição de serosa – histologicamente serosa é a camada mais externa, logo, quando se consegue enxergar o limite da alça, está sendo observada a serosa; então em um abdômen que não tenha líquido livre e que tenha gordura o suficiente no abdômen, se consegue enxergar esse limite/contorno da alça, por isso que se fala definição/identificação de serosa, tanto que quando se tem liquido livre uma das maneiras de se descrever é “aumento difuso de radiopacidade abdominal com perda de definição de serosa”, significando que se tem liquido não conseguindo definir o limite das alças. Presença de Líquido Livre em Cavidade O líquido independente da sua origem é um facilitador da formação da imagem ultrassonográfica. CARACTERIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS ABDOMINAIS • Caracterização dos Órgãos Abdominais Dependerá: 1. Diferença de radiopacidade entre os órgãos e quantidade de gordura abdominal. A caracterização dos órgãos abdominais, pelo raio-x dependerá da diferença de radiopacidade entre os órgãos, onde a gordura é fundamental para ajudar a diferenciar os órgãos, pois todas as vísceras acabam tendo radiopacidade água, se tirar a gordura acaba se perdendo essa diferenciação, tendo estruturas que são mais radiopacas do que outras pois se tem a questão da espessura – uma bexiga repleta possui uma radiopacidade maior que uma bexiga vazia. Mas em contra partida é algo que prejudica bastante a imagem ultrassonográfica, porque ela acaba atenuando o feixe sonoro, acaba enfraquecendo a onda sonora, que não consegue viajar no tecido mais profundamente, tendo mais trabalho para construir. 2. Conteúdo de alguns órgãos abdominais (p.ex.:estômago). A presença de gás no local certo ajuda – de modo geral no trato digestório, pois quando se tem um estomago vazio, quase certeza que não se consegue acha-lo, o órgão mais próximo ao estomago cranialmente é o fígado – radiopacidade agua, logo se o estomago estiver vazio ele acaba ficando colabado tendo as 4 Cavidade Abdominal Thaís Molina mesmas características que o fígado – em termos de radiopacidade, não sendo possível identifica-lo, por isso é bom ter um pouquinho de gás. A mesma coisa acontece com segmento de alças intestinais, sendo muito fácil avaliar em termos de radiopacidade o intestino grosso, pois ele normalmente tem gás, e um conteúdo mais radiopaco – pois sua função é de absorver água, dando mais consistência ao bolo fecal e automaticamente aumenta a densidade, tanto que o conteúdo fecal é muito mais radiopaco. • Alterações Observadas podem estar Relacionadas a Processos Fisiológicos ou Patológicos As alterações observadas podem estar relacionadas a processos fisiológicos (gestação, bexiga cheia) ou patológicos, nem toda alteração de topografia das vísceras abdominais é obrigatoriamente patológico, pode ser fisiológico, como um cão condicionado a urinar apenas com a presença do tutor quando o leva para passear e o tutor faz isso apenas uma vez de manhã e uma vez a noite, ao radiografar a cavidade abdominal a tarde a bexiga estará bem repleta, tendo uma alteração da topografia do órgãos, com uma bexiga na região média de abdome e alças deslocadas cranialmente, não sendo patológico pois animal está segurando a urina, porem um animal com frequência normal e entrando em quadro de disúria com histórico de cálculo, logo essa bexiga estendida e as alças deslocadas deixam de ser um processo fisiológico e torna-se um processo patológico. Se procura avaliar posição das vísceras, se possui alteração do tamanho dos órgãos, se há continuidade na forma desses órgãos – se estão preservadas, e se a radiopacidade da cavidade abdominal está mantida. EXEMPLOS DE CASOS DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Trata-se de uma gestação, com alteração de topografia dos órgãos, com dificuldade de caracterização dos órgãos, e alteração de radiopacidade, podendo analisar estruturas fetais, sendo um processo fisiológico apesar de todas as alterações apresentadas. A gestação pode ser visualizada em uma imagem radiografica a partir dos 45 dias, pois é quando se pode visualizar o esqueleto dos fetos, porém não pode-se falar que estão vivos ou em sofrimento, podemos apenas falar que estão alongados – sendo um indicativo de viabilidade, pois quando morrem vão diminuindo e desorganizando. Temos com o raio-x uma visão panoramica da cavidade abdominal, permitindo que se consiga contar o numero de filhotes, não dando para contar no ultrassom, pois pode-se contar 5 Cavidade Abdominal Thaís Molina o mesmo feto mais de uma vez ou deixar de contar um, por isso que a complementação é importante pois, enquanto o raio-x quantifica, o ultrassom qualifica. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: A bexiga em condições de normalidade estaria na região ventral, caudal de abdomen, quem estaria no local onde a bexiga repleta da imagem está seriam as alças intestinas, como dois corpos não ocupam o mesmo lugar se tem um deslocamento cranial das alças. Se tem alteração de radiopacidade, alteração de topografia. É um cachorro que tem dificuldade para urinar, pode ter um tenesmo, a causa pode ser processo obstrtivo – calculo ou neoplasia, se olharmos com mais atenção, junto ao osso peniano, se tem inumeras estruturas arredondadas com radiopacidade bem elevada – demosntrando cálculos uretrais. Logo se tem uma alteração por processo patológico por obstrução. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Cavidade abdominal de um gato com um processo fisiologico normal. A área na porção mais cranial da cavidade abdominal que é delimitada cranialmente pelo diafragma é o fígado. O estomago possui um padrão mais heterogeneo de radiopacidade, não se conseguindo visualizar direitinho onde começa e onde termina. Na região mais ventral se tem intestino delgado – não se diferencia de duodeno, jejuno e íleo, o segmento mais grosso é o intestino grosso, com um conteudo mais radiopaco e presença de gás. A seta branca corresponde ao baço. Pancreas, 6 Cavidade Abdominal Thaís Molina adrenais, visicula biliar, ureteres, uretra, ovários e utero não gravidico não se visualiza em processos fisiológicos. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Aumento de radiopacidade com perda de definição, tendo dificuldade em se definir o limite das alças indestinais – com perda de definião serosa. Animal caquético sem gordura nessa imagem, não se conseguindo visualizar os rins, baço, e os limites direitinho do fígado. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Aumento de radiopacidade com perda de definição, tendo dificuldade em se definir o limite das alças indestinais – com perda de definião serosa. Animal jovem, com pouca gordura abdominal, se consegue enchergar apenas segmentos de trato digestório que estão preenchidos com conteudo gasoso. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Aumento de radiopacidade com perda de definição, tendo dificuldade em se definir o limite das alças indestinais – com perda de definião serosa. 7 Cavidade Abdominal Thaís Molina Quadro de ascite, efusão pleural, se observa abdome mais abauldo com visualização de alguns segmentos do estomago, do intestino delgado e grosso, se tem perda da definição serosa, não se identifica também onde é figado ou bexiga. O abdome quando fica com líquido fica homogêneo, ou seja, não se vê os órgãos, não se pede raio-x para líquido, o laudo irá vir: na projeção latero lateral de cavidade abdominal observa-se um aumento difuso de radiopacidade em cavidade abdominal com perda de definição de serosa e distensão abdominal, aspectos radiográficos compatíveis com derrame abdominal, ascite a esclarecer. Porém, já se sabe que o animal está com ascite sem o raio-x, precisa saber a causa, portanto o raio-x é inviável, pois não dá para ver e diagnosticar nada por conta do liquido presente. Para saber a causa, o melhor método é o ultrassom. – Pode ser um gato, podendo ser PIF, ou um tumor que rompeu, ou até mesmo um fígado congesto. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Presença de ar/gás com aumento de radiopacidade. Por uma lesão perfurante, rompimento de alça com vasamento de conteudo na cavidade, ou por um método iatrogênico como por uma laparotomia exploratória – quando se faz o raio-x depois é natural ter um pouco de uma coleção gasosa dentro da cavidade abdominal. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Presença de ar/gás com aumento de radiopacidade. Se tem uma alteração mais evidente, sendo mais nítido observar inclusive as paredes das alças, onde o intestino grosso está um pouco irregular, se observa o intestino delgado, se ve conteudo, a serosa está muito definida, e se identifica o limite da bexiga. Se olhar mais para a região cranial observa-se uma linha radiopaca – onde separa o tórax do abdômen, em um paciente normal não se consegue definir, vê o limite, mas não a linha, está 8 Cavidade Abdominal Thaís Molina definindo tão bem pois além de ter o ar do pulmão, também se tem ar livre dentro da cavidade. Não está avaliando apenas topografia, mas também radiopacidade das estruturas dentro da cavidade abdominal. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Não se caracteriza silhueta cardiaca e silhueta diafragmatica pois se percebe que tem a presença de estruturas que são de cavidade abdominais que invadiram a cavidade torácica, sendo achados comátiveis com ruptura diafragmática. É algo que compromete a cavidade torácica, mas também de certa maneira compromete a definição da cavidade abominal. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Imagem com a projeção latero lateral não se tem a impressão de comprometimento do coxal, com a projeção ventro dorsal se observa uma luxação de articulação coxofemoral em função de fratura de isquio, pubis, campo isquiatico, ou seja,animal traumatizado. Se tem intestino grosso sobrepondo ao coxal, não sendo um processo fisiologico. Na projeção latero lateral deve-se observar uma integridade de parede abdominal, que é uma linha continua definida, se por algum motivo romper ou se essas linhas musculares se afastarem, a tendencia é o conteudo que está ali migrar, sair. Se tem aumento de volume em um paciente com trauma, logo pode-se ter uma 9 Cavidade Abdominal Thaís Molina eventreção, que é uma perda de continuidade da parede muscular, que teoricamente pode ser uma hérnia. ESTÔMAGO Principais doenças gástricas: 1. Corpos Estranhos 2. Dilatação Gástrica/Torção gástrica 3. Gastrite/Úlceras → Quando se tem suspeita se solicita a realização de endoscopia, no ultrassom não se consegue ver na sua totalidade a parede do estomago, precisando ver mucosa, se tem uma superfície inflamada, espessada ou não, e aproveitar e fazer uma coleta de material – biopsia, pega um pedaço da mucosa e faz cultura para ver se cresce uma bactéria. Na medicina humana a endoscopia é muito utilizada, mas na veterinária é utilizado o ultrassom para analisar o espessamento da parede – sendo utilizado como um processo de triagem, não se visualizando uma ulcera no ultrassom, não realizando a endoscopia devido ao custo. Os aspectos neoplásicos do estomago são muito parecidos com alça intestinal. CORPOS ESTRANHOS Corpo estranho não quer dizer obrigatoriamente obstrução, às vezes é um achado de exame. Pode ser um corpo estranho radiopaco – mais fácil de identificar, ou um corpo estranho radiotransparente rodeado por gás – mais difícil de se identificar. RADIOGRAFIA SIMPLES • Radiopaco ou Radiotransparente Rodeado por Gás Corpo estranho radiopaco consegue-se até dizer o que está obstruindo, agora se for radiotransparente o que vai ajudar a guiar é o grau da dilatação do estômago, agora, se o animal tiver acabado de vomitar porque está com um processo obstrutivo, sendo difícil caracterizar, sendo esse um dos casos em que se pode pedir um ultrassom, se o ultrassom não for esclarecedor pode-se pensar em fazer um transito, dar um pouco de contraste. Temos que trabalhar com o gás que eventualmente está dentro do estomago, conforme se muda o decúbito do paciente o gás se movimenta, e as vezes essa movimentação do gás acaba envolvendo e delimitando o corpo estranho, e então não se precisa contrastar, por isso se faz três projeções, uma lateral direita e esquerda, e uma ventro-dorsal, pois a posição do gás nos decúbitos modifica, ora jogando esse gás para o piloro e ora para o fundo e corpo, podendo usar esse gás como contraste para o corpo estranho. A remoção do corpo estranho pode ser realizada através de uma endoscopia, porém nem sempre se consegue tirar. RADIOGRAFIA CONTRASTADA • Falha de Preenchimento 10 Cavidade Abdominal Thaís Molina DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Projeção de um felino. Corpo estranho radiopaco, em formato circular com bordos bem definidos, presente no estomago – se sabe que esta no estomago pois se observa o fígado com uma presença de gás juntamente na região de piloro. DESCRIÇÃO DA IMAGEM: Se descarta que se tenha processo obstrutivo que não seja no estômado pois se tem uma preservação dos diametros de alça. DILATAÇÃO / TORÇÃO GÁSTRICA Nem toda dilatação vai virar uma torção, mas toda torção já foi algum dia uma dilatação. A dilatação do estômago ocorre por conteúdo gasoso, líquido ou sólido, normalmente como causa da dilatação, que pode evoluir para torção, se tem aerofagia, ingestão excessiva de alimento e água, fermentação – animais que comem uma única vez por dia em grandes quantidades, alterações de motilidade, etc. É uma doença de evolução aguda, logo se estiver diante de um paciente com esse histórico precisa-se fechar o mais rápido possível, pois o animal pode vir a óbito rápido. Qualquer cão pode estar predisposto a torção, mas as raças maiores, com o tórax mais profundo são as que tem maior predisposição, pois é como se o estomago ficasse mais penduloso e mais propenso a torção. 11 Cavidade Abdominal Thaís Molina DILATAÇÃO GÁSTRICA Achados Radiográficos o Distensão anormal da cavidade gástrica o Deslocamento caudal das alças intestinais o Piloro e fundo em posição anatômica normal o O baço fica no mesmo lugar – sem alteração da topografia. TORÇÃO GÁSTRICA Achados Radiográficos o Dilatação da Cavidade Gástrica Distensão anormal da cavidade gástrica com piloro e fundo do estômago em posições anormais. o Torção do piloro, que é deslocado dorsalmente e à esquerda. Ligamento gastroesplênico, logo o baço acompanha a curvatura maior do estomago, por isso quando se tem a torção, o piloro gira podendo levar o baço, não sendo apenas um problema digestório, mas também um problema hemodinâmico, muitas vezes congestivos. o Compartimentalização da Cavidade Linha radiopaca que corresponde à alteração da topografia do piloro. o Esplenomegalia Normalmente além da torção e da compartimentalização do estomago se tem uma esplenomegalia, pois o sangue não consegue mais passar, causando uma congestão passiva – infarto, torção. 12 Cavidade Abdominal Thaís Molina 28/03/2019 – AULA 8 CAVIDADE ABDOMINAL – AULA PRÁTICA RADIOPACIDADE ▪ Metal: Muito branco ▪ Osso: Branco ▪ Água: Cinza claro ▪ Gordura: Cinza escuro ▪ Ar: Preto 1. Descreva as alterações radiográficas/ultrassonongráficas das imagens a seguir. 2. Cite o(s) provável(is) diagnóstico(s). ACHADOS RADIOGRÁFICOS: Estrutura arredondada com bordos bem definidos e radiopacidade metal em região gástrica. – Corpo estranho em região gástrica. 13 Cavidade Abdominal Thaís Molina ACHADOS RADIOGRÁFICOS: Presença de estrutura arredondada com bordos parcialmente definidos, com radiopacidade água e deslocamento de alças intestinais deslocadas. – Formação abdominal. ACHADOS RADIOGRÁFICOS: Diminuição da radiopacidade, evidenciando a presença de gás na cavidade abdominal. – Presença de gás na cavidade abdominal, Pneumoperitônio. 14 Cavidade Abdominal Thaís Molina ACHADOS RADIOGRÁFICOS: Distensão gástrica por conteúdo gasoso e com presença da linha de compartimentalização indicando a torção gástrica com o deslocamento de alça intestinais. – Torção gástrica. ACHADOS RADIOGRÁFICOS: Estrutura arredondada com bordos definidos e radiopacidade de metal em região intestinal com segmento intestinal dilatado pela presença de gás. – Corpo estranho em região intestinal. 15 Cavidade Abdominal Thaís Molina ACHADOS RADIOGRÁFICOS: Normal. ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS: Normal. 16 Cavidade Abdominal Thaís Molina 04/04/2019 – AULA 9 AVALIAÇÃO FORMATIVA 02 11/04/2019 – AULA 10 CAVIDADE ABDOMINAL INTESTINO Antes de estudar as patologias é importante lembrar dos aspectos de normalidade. Em relação ao sistema digestório, ele apresenta uma gama de variação muito ampla por vários fatores, sendo muito eclético seja em função do seu conteúdo, variação de radiopacidade, gordura presente dentro da cavidade resultando em uma variação dos aspectos radiográficos. Ao observar a cavidade abdominal, precisamos descrever os critérios como contorno, forma, topografia, radiopacidade, arquitetura quando possível e motilidade. Radiograficamente é possível caracterizar esses sinais radiográficos – também conhecidos como sinais de Roentgen, sendo alterações nesses itens que nos faz suspeitar da patologia que é mais frequente em relação digestório que são os processos obstrutivos. O processo obstrutivo abriga uma série de situações como corpos estranhos, intussuscepção, neoplasias, hérnia – encarceramento de alças, aderência ou estenoses – decorrentes de processos cirúrgicos por exemplo. RADIOGRAFIA X ULTRASSOM RADIOGRAFIA Se tem sedimentos preservados, sem evidênciasde processos obstrutivos. Topograficamente as alças ficam na região média ventral da cavidade abdominal, sendo a topografia do intestino delgado, se analisar a estrutura e a forma, em alguns aspectos se tem estruturas tubulares – projeção lateral, e em outros estruturas circulares – se olhar de frente, sendo um aspecto de normalidade. De modo geral todos os segmentos apresentam o mesmo tamanho, é possível observar o limite das alças, principalmente quando se tem um segmento de alça preenchido por segmento gasoso ficando mais fácil de ser observado pois o contraste negativo – ar, ajuda a delimitar a parede, tendo radiopacidade água. 17 Cavidade Abdominal Thaís Molina ULTRASSONOGRAFIA Na radiografia é possível observar uma pseudo-arquitetura, porém pode-se ver as estruturas adjacentes a ele. Na ultrassonografia é possível ver a arquitetura das alças, dando a definição da serosa, vendo o contorno das alças intestinais, nos dando mais informações, porém é possível ver apenas uma parte do todo, diferente do raio x. As vantagens do ultrassom é que é possível ver a parede, a arquitetura e a espessura da alça intestinal – se estiver espessada não se consegue reconhecer essas linhas. O raio x é uma imagem estática, já o ultrassom é uma imagem dinâmica, sendo importante observar no ultrassom a atividade peristáltica. Em um ultrassom de um paciente com processo obstrutivo por corpo estranho é possível ver um segmento de alça com motilidade – atividade peristáltica, mas essa atividade não é evolutiva, ela tenta empurrar o conteúdo, mas volta. Radiograficamente só é possível observar essa atividade peristáltica não evolutiva se fizermos um trânsito gastrointestinal – porém tendo como risco a broncoaspiração pois deve-se administrar um volume de contraste maior, sendo um processo que demora muito, podendo até mesmo o animal vomitar o contraste. O único fator que dificulta a avaliação do sistema digestório na ultrassonografia é a presença de gás, sendo um fator limitante para a avaliação do sistema digestório como para as estruturas ao seu entorno, porém nunca se terá um abdome isento de gás. A linha ecogênica mais central corresponde a luz, a linha anecogenica a baixo é a mucosa, seguida pela camada submucosa, muscular e serosa. O melhor exame para o sistema gastrointestinal para avaliar processos obstrutivos depende da quantidade de gás presente, onde na presença excessiva de gás – abdome distendido, o mais indicado é o raio x, já quando se tem pouca presença de gás – abdome mais distendido com uma estrutura mais firme, tubular e com pouca presença de gás, o melhor é o ultrassom. Avaliação de sistema digestório é muito importante o histórico. 18 Cavidade Abdominal Thaís Molina INTESTINO DELGADO PROCESSO OBSTRUTIVO Segmento representado esquematicamente de duas situações: processo obstrutivo total e um processo obstrutivo parcial. Quando em uma alça intestinal se tem um corpo estranho o conteúdo fecal não consegue passar, justificando o vômito – que quando possui um aspecto fecalóide, lembra fezes, indica um processo obstrutivo em regiões mais baixas; quando o vômito é em jatos, sem muita digestão do alimento indica um processo obstrutivo mais alto. Um corpo estranho não gera apenas um processo obstrutivo em si, podendo gerar um processo isquêmico no tecido – que fica hipóxico, sendo um tecido em estado de necrose, logo, se retirar o corpo estranho apenas e suturar vai conteúdo na cavidade, para que isso não aconteça se tira o segmento comprometido – enterectomia, fazendo uma enteroanastomose, ligando um segmento ao outro, sendo uma cirurgia complexa pelo potencial de contaminação. PROCESSO OBSTRUTIVO RADIOGRAFICAMENTE As alças intestinais apresentarão diâmetros muito diferentes. Um paciente com processo obstrutivo terá a porção cranial – tudo o que estiver anterior ao corpo estranho, dilatada; e a porção caudal – tudo o que vem depois do corpo estranho, reduzida, pois se vai esvaziando, tendo segmentos com diâmetros muito diferentes. • Diâmetro de Normalidade Intestino delgado de um cão e de um gato é até 2 vezes a espessura de costela. • Processo obstrutivo Parcial Em um processo obstrutivo parcial a diferença não é tão significativa. PROCESSO OBSTRUTIVO ULTRASSONOGRAFICAMENTE Em uma ultrassonografia, independentemente de ser um processo obstrutivo total ou parcial, se reconhece pelo ultrassom um o corpo estranho normalmente com a densidade mais elevada, onde a onda sonora bate nesse corpo estranho e reflete, então se tem um corpo estranho normalmente em uma superfície irregular – dependendo da sua natureza, e em baixo dele fica escuro, formando uma sombra embaixo dele, além da presença de uma motilidade normalmente não evolutiva – atividade peristáltica não evolutiva. 19 Cavidade Abdominal Thaís Molina 1. CORPO ESTRANHO • Não Linear Aspecto Radiográfico: Projeção de um gato que ingeriu um patins de boneca, não sendo comum um gato ingerir esse tipo de objeto, pois são mais seletivos. Aspecto Radiográfico: Corpo estranho mais evidente, com segmentos delgados mais finos e segmentos mais grossos, não sendo o intestino grosso, indicando um possível processo obstrutivo total, pois se tem assimetria das alças, com presença de alças normais e alças dilatadas. O radiologista não diz se o processo é obstrutivo total ou parcial, sendo mais uma classificação do diagnóstico clínico. 20 Cavidade Abdominal Thaís Molina • Linear Mais comum em gatos do que em cães, pelo tipo de entretenimento e dos brinquedos, já que se entretém mais com linhas, cães podem ter ambos. O corpo estranho linear gera uma imagem radiográfica de obstrução muito característica. O diagnóstico é muito chato pois muitas vezes o veterinário erra na inspeção de cavidade oral. O corpo estranho linear é muito característico pois as alças intestinais ficam plissadas, onde a linha muitas vezes fica ancorada embaixo da língua ou no cárdia fazendo com que a alça começa a contrair, devido a atividade peristáltica, porém não consegue empurrar a linha, fazendo com que as alças vão plissando/pregueando. Muitas vezes a linha pode rasgar a parede. Aspecto Radiográfico: Alças intestinais pregueadas devido a presença de corpo estranho linear - Aspecto de plissamento. As alças, que normalmente ficam em região mais média do abdome, estão mais deslocadas caudalmente em função do próprio plissamento. Ultrassonografia: IMAGEM 1: Padrão de normalidade, onde se tem a luz acompanhada de camadas paralelas a ela, sendo a mucosa, submucosa, muscular e serosa. IMAGEM 2: Se vê uma linha ecogênica, porém não se consegue acompanhar as outras camadas, se vendo um embolado/agregado das camadas, com uma alteração no aspecto da alça intestinal, que fica corrugada – plissamento das alças, sendo uma imagem ultrassonográfica característica de corpo estranho linear. 21 Cavidade Abdominal Thaís Molina 2. INTUSSUSCEPÇÃO Quando uma alça intestinal entra dentro da outra por uma sincronização do movimento/ritmo de atividade peristáltico, as vezes se tem uma onda peristáltica em um segmento e se o outro estiver mais lento ou parado o outro segmento acaba o “engolindo”, onde dependendo da intussuscepção ela pode se desfazer sem interferência – como após uma evacuação, a imagem ultrassonográfica de intussuscepção é muito característica. Processos neoplásicos podem causar essa intussuscepção. Junto com a alça intestinal o mesentério também entra na outra alça, e junto a ele vasos que irrigam a região, podendo levar a um quadro isquêmico – sendo interessante fazer uma varredura com doppler colorido para estimar a viabilidade do segmento se identificar a presença de fluxo, em um primeiro momento não se tira o segmento e sim se tenta desfazer essa intussuscepção. Por tem uma alça dentro da outra, ao observar a imagem podemos ver váriascamadas hipoecogênica e hiperecogênica – várias linhas circunscritas, ou seja, uma dentro da outra. 22 Cavidade Abdominal Thaís Molina Corte Transversal: Caracterizada pela presença de linhas hipoecogênicas e hiperecogênicas circunscritas. Corte Longitudinal: Caracterizada pelo aumento no número de camadas. 3. NEOPLASIAS Normalmente são neoplasias malignas, como linfoma, linfosarcoma, adenocarcinoma, devendo então procurar indícios de metástases principalmente em linfonodos, das neoplasias, principalmente em gatos se tem o linfoma alimentar. Ultrassonografia: Perda da arquitetura habitual das alças, pode ser focal ou generalizada, e os linfonodos mesentéricos estão aumentados, com alteração de formato – mais arredondado. A alteração da parede gera uma redução da motilidade intestinal. 4. ADERÊNCIA OU ESTENOSES CICATRICIAIS Estenose é um estreitamento, então quando se tem um corpo estranho pode-se fazer uma enterotomia – incisão nas alças intestinais para tirar o corpo estranho, fazendo então uma enterorrafia – sutura, nesse processo de cicatrização pode se ter uma retração do tecido, que estenosa e dificulta a passagem, podendo gerar um processo obstrutivo parcial. Outro caso seria por exemplo em algum caso de rompimento de bexiga, onde o abdome ficou inflamado e se manipulou muito o abdome mexendo muito na alça, fazendo com que essa manipulação excessiva gere uma aderência, podendo também levar a um processo obstrutivo. 5. HÉRNIAS – ENCARCERAMENTO INTESTINAL Não é tão frequente. 23 Cavidade Abdominal Thaís Molina ENTERITES Processo inflamatório acompanhado do espessamento da parede, aumento da motilidade – se tem diarreia, ou seja, com um transito mais rápido; aumento dos linfonodos mesentéricos e jejunais devido ao fato de se ter um processo inflamatório, porém eles ficam maiores mas mantém o formato fusiforme – ovalado e alongado, sendo importante para diferenciar de neoplasias, pois o linfonodo aumenta e muda de forma. Aspectos Radiográficos Contrastado: Não se faz mais, sendo um paciente com enterite, tendo uma mucosa intestinal irregular por um processo inflamatório. Aspectos Ultrassonográficos: Espessamento das paredes superior a 5mm – na literatura de modo geral 0,5cm é considerado um espessamento; camadas intestinais preservadas, dilatação dos segmentos de alças intestinais. DIFERENÇA DE ENTERITE E NEOPLASIA • Enterite: Espessamento em vários segmentos das alças intestinais com preservação da estratificação – processo inflamatório. • Neoplasia: Espessamento localizado das alças intestinais com perda da estratificação. GATOS: DIIC OU NEOPLASIA Nos gatos a doença inflamatória intestinal crônica pode nos deixar na dúvida se é um processo inflamatório ou neoplásico, isso porque o linfoma alimentar em alça intestinal pode mimetizar os mesmos aspectos radiográficos de uma DIIC, pois tudo aquilo que cronifica tende a alterar a estrutura, onde a DIIC no gato pode levar a um espessamento, alteração difusa e com perda de estratificação, que são características muito parecidos com o linfoma – que sempre é localizado e nunca difuso. • Aspectos Radiográficos: Vários segmentos espessados, irregulares e com perda da estratificação. Sendo a única maneira de diferenciar fazendo a biópsia para diferenciar se se tem um processo inflamatório crônico ou um processo neoplásico. 24 Cavidade Abdominal Thaís Molina 18/04/2019 – AULA 11 CAVIDADE ABDOMINAL INTESTINO GROSSO O intestino grosso geralmente é visualizado em radiografias simples por causa das fezes e do gás em seu interior, em radiografias simples o cólon é visualizado com vários graus de luminosidade, dependendo do seu conteúdo. No ponto de vista de ultrassom, o complicado de se fazer uma avalição de intestino grosso ocorre por ele ser distendido, onde a parede fica fina, sendo difícil ver a caracterização das camadas – estratificação da parede, e além disso se tem a presença de gás que produz reverberação, que acaba por atrapalhar a imagem ultrassonográfica, além disso, o intestino grosso não tem a mesma intensidade, ritmo e quantidade de atividade peristáltica analisada no intestino delgado, sendo mais estático. Na projeção ventro-dorsal o intestino grosso tem o formato de um ponto de interrogação, se tem o ceco – C invertido, colón ascendente, transverso e descendente, e assim que entra no canal pélvico vira o reto, o cólon se tem um padrão uniforme e homogêneo de preenchimento, com mucosas regulares e uniformes. • Diâmetro de Normalidade Diâmetro de intestino grosso de um cão corresponde ao comprimento de L7 como fator de referência. • Região Anatômica Estrutura que fica na região dorsal da cavidade abdominal quando em projeção letero-lateral, sendo fácil de se observar pois é mais radiopaco por se ter a reabsorção de líquido – ficando mais denso e consequentemente mais radiopaco. PRINCIPAIS AFECÇÕES 1. RETENÇÃO FECAL – FECALOMA Retenção fecal com um aumento da radiopacidade do bolo fecal, lembrando muitas fezes um conteúdo mineralizado – por isso o nome fecaloma, que são fezes com aspecto de pedra. 25 Cavidade Abdominal Thaís Molina 2. MEGACÓLON A diferença de fecaloma para megacólon normalmente está associada ao tamanho do intestino grosso, quando se tem retenção não necessariamente se tem dilatação – aumento das dimensões do intestino grosso. Se tem uma dilatação expressiva do intestino grosso, sendo por uma má formação da porção terminal do intestino grosso – porção aganglionar onde fica contraído, sem relaxamento, ajudando a se ter um processo obstrutivo, ou então de ordem mecânica, por uma fratura antiga por exemplo no coxal, que leva a um estreitamento do canal pélvico, que pode fazer com que esse animal tenha uma dificuldade para defecar, onde com a evolução se leva a uma dilatação do intestino grosso. Normalmente o megacólon é acompanhado de um fecaloma. 3. CORPOS ESTRANHOS Pode se ter corpos estranhos no intestino grosso, porém corpo estranho não é sinônimo de processo obstrutivo nesse segmento intestinal, se vendo clips, grampo, agulha, como achado de exame e não na verdade como causa de processo obstrutivo. 26 Cavidade Abdominal Thaís Molina 4. COLITES No ponto de vista de um processo inflamatório e avaliação de mucosa, nem o raio-x ou o ultrassom dão informações muito relevantes, sendo uma questão mais de clínica, onde o método de eleição para a avaliação de processos inflamatórios do colon é a colonoscopia – que permite a avaliação de mucosa desse trato digestório. Com o ultrassom pode-se fazer uma colite, onde quando com colite o animal tende a ter muito mais líquido dentro da luz do intestino grosso, podendo se identificar um pouco melhor o espessamento da parede. 5. NEOPLASIA A incidência de neoplasia no intestino grosso é baixíssima, onde os tumores mais frequentes são aqueles que também acometem o intestino delgado, como o linfoma, linfosarcoma em felinos e adenocarcinoma nos cães. 27 Cavidade Abdominal Thaís Molina AULA PRÁTICA 1) Descreva as alterações radiográficas/ultrassonongráficas das imagens a seguir. 2) Cite o(s) provável(is) diagnóstico(s). NORMALIDADE 28 Cavidade Abdominal Thaís Molina AFECÇÕES Aspectos Radiográficos: Um paciente obstruído, a porção após a obstrução irá esvaziar, por isso o intestino grosso nesse caso está fininho, pois certamente ele está obstruído, mas ainda defecou, agora o animal deve estar em um quadro de aquezia. O que chama a atenção é o fato de as alças estarem agrupadas e a perda de definição do limite das alças, se tendo dificuldade para reconhecer o começo e término de cada uma delas – perda de definição da serosa. A perda da definição serosa ocorre em paciente muito magros, caquéticos, com pouca presença de gordura na cavidade abdominal,que não é o caso desse paciente, e também por presença de líquido inflamatório ou não, podendo ter uma distribuição difusa ou localizada, sendo a distribuição localizada, o liquido provavelmente é de origem de uma peritonite. Aspectos Ultrassonográficos: Se observa a luz, com uma irregularidade em volta dessa linha, não sendo acompanhada pela distribuição paralela das camadas, sendo o plissamento – seguimento plissado ou pregueado do intestino delgado. – Quadro obstrutivo por corpo estranho linear. 29 Cavidade Abdominal Thaís Molina Aspectos Radiográficos: A linha radiopaca ventral que corresponde a parede abdominal ventral não é contínua, tendo uma falha nessa parede muscular nesse abdome, onde essa falha é acompanhada por um aumento de volume por partes moles, dentro desse aumento de volume se tem segmentos de alças intestinais, tendo atem mesmo intestino grosso – pois se tem um aspecto mais radiopaco do seu conteúdo. – Hérnia ou eventração com projeção de intestino grosso e delgado na região inguinal, ou seja, é uma hérnia inguinal. Aspectos Radiográficos: Aumento, dilatação ou extensão do colon descendente, essa dilatação está associada a presença de um conteúdo fecal de elevada radiopacidade, sendo um paciente displásico com uma incongruência articular, remodelamento de fossa acetabular, esse paciente deve ter dor e dificuldade para defecar, levando ele a um quadro de retenção e consequentemente a um quadro de dilatação do intestino grosso. – Megacólon associado a um fecaloma. 30 Cavidade Abdominal Thaís Molina Aspectos Radiográficos: Não se trata de um líquido livre, de ascite, pois as alças intestinais estão deslocadas caudalmente, se fosse uma ascite essas alças estariam boiando nessa região, além disso se consegue diferencias um lobo hepático dessa massa, que não tem um limite definido. – Neoplasia esplênica, formação em algum lobo hepático, não sendo líquido livre. Aspectos Radiográficos: Aumento da radiotransparência da cavidade peritoneal pela presença de gás/ar livre, que inclusive facilita a delimitação e a caracterização das vísceras abdominais, se vendo o contorno dos rins, bexigas, dos próprios segmentos das alças intestinais, se observa também a linha do diafragma. – Pneumoperitônio, que pode ocorrer por perfuração de alça. 31 Cavidade Abdominal Thaís Molina Aspectos Radiográficos: Dilatação do estomago acompanhada pela presença de uma linha de compartimentalização, se tendo duas cavidades. – Dilatação com torção gástrica. Aspectos Radiográficos: No corte longitudinal se tem a sobreposição de várias camadas – estrutura composta por multicamadas; e no corte transversal se tem a presença de linhas hiperecogênicas e hipoecogênicas circunscritas – uma dentro da outra. – Imagem clássica de intussuscepção. 32 Cavidade Abdominal Thaís Molina Aspectos Radiográficos: Segmento de alça intestinal, onde a linha mais brilhante do centro corresponde a luz dessa alça, onde da luz até a extremidade corresponde a parede, se tendo uma parede espessada e com perda da estratificação. – Sugestivo ou compatível com processo de neoplasia, com diagnostico diferencial do processo neoplásico com um histopatológico. Na DIIC, nos gatos, pode gerar um aspecto de imagem similar a esse. 33 Cavidade Abdominal Thaís Molina 24/04/2019 – AULA 12 AVALIAÇÃO DISSERTATIVA 02/05/2019 – AULA 13 AULA PRÁTICA GERAL
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