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Sistema Locomotor - Ruminantes

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Clínica de Grandes Animais II – Ruminantes
Thaís Ribeiro Molina
2
18/03/2019 – AULA 7
AFECÇÕES DO SISTEMA LOCOMOTOR DOS EQUINOS
25/03/2019 – AULA 8
SEMIOLOGIA E AFECÇÕES PODAIS NOS BOVINOS
INTRODUÇÃO
Tem aumentando muito a frequência e a incidência de afecções em bovinos, não só em bovinos, mas nos ruminantes – pequenos ruminantes também, justamente pelo sistema de confinamento, pois no confinamento acaba se alterando a parte nutricional muitas vezes, devendo ter cuidados maiores com esse ambiente também. 
Pode-se ter afecções diversas afecções de locomotor, podendo inclusive ter uma afecção de locomotor em articulação coxofemoral, mas a incidência é muito baixa, comparada com a região distal de membro, ou seja, 90% das afecções de locomotor em bovinos são localizadas na região distal de membro, ou seja, no casco. Também se pode notar que 92% das afecções de casco em bovinos acontece em membros posteriores, pois existe uma área de sola no casco, onde as áreas de sola dos membros posteriores são menores do que as de membros anteriores, isso significa que por ser uma região menor tem um desgaste maior, por isso a incidência de doenças aumenta muito mais na região de posteriores.
O próprio comportamento dos bovinos ao caminhar faz com que a incidência das infecções de casco seja maior em unha lateral do que em unha medial, já que a pressão sobre o solo é maior na área da unha lateral.
A necessidade do casqueamento preventivo depende muito do tipo de criação do animal, tendo animal que é casqueado uma vez ao ano, e está tudo bem dependendo da forma que é criado, se é a campo, por exemplo.
 
Imagem 1: Um bovino com afecções podais possui os membros afastados e tenta retirar o seu peso nas unhas laterais colocando o peso nas unhas mediais, provavelmente porque tem alguma lesão nas unhas laterais.
Imagem 2: Com o tempo, se não for tratado, essa afecção agrava tanto que altera a angulosidade desse membro, não sendo tão comum pois é nos membros anteriores.
Imagem 3: Depois do casqueamento, mesmo animal da imagem 2, um simples casqueamento corretivo fez com que esse animal tivesse um aprumo de eixo dos membros. Se for um animal jovem isso pode ficar para sempre.
TAXA DE DESGASTE > 5MM/MÊS
A pressão que o casco exerce sobre o solo acaba tendo uma resposta do solo para o casco, onde a taxa de desgaste é o quanto que esse casco está sendo desgastado, onde acaba sendo maior em locais com piso do que em locais com grama. A taxa de desgaste normal em bovino é de cinco milímetros por mês.
FATORES AMBIENTAIS
Piso: Um dos principais, pois um animal criado a campo tem uma incidência de afecções podais menor pois eles pisam na grama, um animal de uma tonelada que pisa em um local mais rígido acaba influenciando nessas afecções. Como em pisos os bovinos possuem uma taxa de desgaste maior eles precisam renovar esse casco com uma velocidade maior, precisando de nutrientes, ou seja, de uma alimentação adequada, além de uma boa circulação sanguínea – boa perfusão sanguínea, para que esses nutrientes cheguem nas extremidades.
Conforto Animal: Animal precisa ter um lugar confortável para deitar, pois se não se sentir bem aonde ele está deitando, pode permanecer mais tempo em pé, desgasta mais o solo, além do estresse envolvido. Deve-se providenciar uma cama adequada e macia para o animal deitar.
Umidade, Lotação e Sujidades: Tem a ver com o piso que esse animal está pisando com relação a sujidades, onde o animal que passa a maior parte do dia com o casco em contato com uma umidade que é dejetos de urina, fezes e provavelmente agua da chuva, fazendo com que o casco fique mole, a maior parte das bactérias que causam lesão em cascos são as bactérias Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum, que são provenientes das próprias fezes do animal, logo se os cascos estão mais moles, e existe um acumulo de dejetos que o animal está pisando 24 horas dia a chance de evoluir para uma doença podal é muito grande, precisando se atentar a isso, tanto dentro de um galpão quando no pasto mesmo.
FATORES NUTRICIONAIS
Quem entende sobre nutrição de ruminantes não vai ter praticamente doenças na sua propriedade, pois o animal depende basicamente disso para se desenvolver bem, então se tem uma nutrição e um manejo sanitário bom, 50% ou mais dos problemas são evitados.
Dietas com Fibras de Baixa Qualidade: Esses animais precisam de uma dieta balanceada com fibras de boa qualidade, não adiantando dar uma fibra de má qualidade, pois com o tempo pode desenvolver uma deficiência nutricional, com problemas não em cascos, mas no sistema digestório também, com alterações metabólicas.
Tamanho da Fibra e Grão: Tem uma doença que se chama acidose ruminal, onde o excesso de concentrado com um tamanho de fibra muito pequeno, onde por exemplo, quando se dá uma dieta com uma fibra de baixa qualidade, com um tamanho de fibra muito pequeno, associado a um concentrado que também tem um grão muito pequeno, esse animal quase não precisa mastigar, e o ruminante precisa mastigar para produzir na saliva bicarbonato de sódio, que faz um tamponamento do rúmen, logo esse animal que não precisa mastigar muito não produz a quantidade de bicarbonato que ele deveria para tamponar o rúmen, logo esse animal é muito mais predisposto à acidose ruminal, e a acidose está muito interligada com problemas de casco, porque se tem uma série de alterações vasculares desse animal, podendo ter saída de bactérias no rumem com entrada de bactérias na circulação sanguínea, causando trombos e vasoconstrição periférica, e ai esse casco não será bem irrigado, não conseguindo renovar.
Relação entre Concentrado e Volumoso: Se aumenta muito o concentrado e diminui o volumoso pode levar a uma série de alterações nutricionais.
Ausência de Suplementação Mineral: O suplemento mineral é muito importante para ruminantes, não pode ser normal de cozinha.
FATORES GENÉTICOS
Seleção Genética: Alta produção x qualidade cascos e membros. Animais de alta produção são mais exigentes metabolicamente e energeticamente, são animais que precisam sempre estar produzindo muito, precisando se atentar muito bem para a nutrição desse animal, para o conforto ambiental desse animal para que ele não desenvolva afecções podais. Sendo um problema acumulativo, pois por muito tempo se fez melhorias genéticas nesses animais em relação à produção, mas foi esquecido as características de casco, onde os animais são mais pesados e produzem mais, mas possuem um casco que não aguenta esse metabolismo exagerado – peso. 
Defeitos de Formação: Deformidades flexurais, ou problema genético associado com a um defeito de renovação do casco, por exemplo, onde quando se tiver descarta do rebanho.
Raças Taurinas x Zebuínas: Existe também um predomínio maior de doenças podais em raças taurinas do que em raças zebuínas, pois as raças taurinas foram mais selecionadas, sendo mais exigentes em termo de manejos, precisando de um confinamento para se ter a máxima produtividade, logo em confinamento se tem mais raças taurinas. A raça zebuína é mais resistente, assim como as raças bubalinas – de búfalos, que são animais mais rústicos e resistentes.
FATORES INDIVIDUAIS 
Idade: Animai mais velhos possuem mais chance de desenvolver problemas de casco.
Estágio de Lactação: Nos primeiros 3, 4 meses de lactação se exige mais do animal, um maior aporte energético, pois no período final de gestação – 60 dias antes do parto, a fêmea entra no período seco, parando de ser ordenhada. Após esse animal parir ela começa a produzir leite, mudando a alimentação, existindo uma série de mudanças, onde existe um período de transição que é propício para hipocalcemia, cetose, deslocamento de abomaso, tudo acontece nesse período pós-parto, e as lesões de casco também podem ocorrer, pois o animal está sendo mais exigido nutricionalmente.
ECC: Quanto mais pesado esse animal for, quanto maior o ECC, maior a chance de desenvolver problema de casco, pois se tem um maior peso causando uma maior taxa de desgaste. Existe um cálculo onde a cada 100kg são quase duasvezes mais chances – 1,9; de claudicação.
ANATOMIA
O ruminante tem dois dígitos, com pinça – ponta do casco, e muralha do casco – parte rígida do casco que pode ser dividida em muralha axial, que é unha medial e abaxial que é a unha medial, próxima ao espaço interdigital. A pinça e a muralha do casco correspondem ao estojo córneo.
A coroa do casco – banda coronariana, fica bem na transição entre a pele e a muralha do caso, sendo nessa parte que se começa a renovação do casco.
Os talões são as regiões mais sensíveis, se tema sola do casco, e a região linha branca, que fica entre a sola e a muralha, essa linha branca é mais frágil, tendo inclusive uma doença que se chama doença da linha branca, pois existe uma sobreposição de lâminas, sendo uma região de transição entre a sola e a muralha, podendo algumas vezes causar uma abertura dessa linha branca, tendo exposição de tecido inferior podendo ter uma infecção por bactérias.
Retirando esse estojo córneo, abaixo se tem um tecido altamente vascularizado, precisando ter uma boa vascularização com uma circulação de sangue eficiente para que os nutrientes cheguem até ali com a circulação periférica para se ter uma renovação do casco. Esse tecido se chama córion laminar, sendo bem vascularizado. 
As regiões do casco que se precisa saber são as 3 falanges, distal, média e proximal, onde entre uma falange e outra se tem as articulações – distal, média e metacarpo ou metatarsofalangeana. Existe também o osso navicular, porém não se tem muito problema como se tem em equinos, pois os bovinos não são muito utilizados para esporte, a não ser que sejam animais utilizados em vaquejadas, sendo também muito difícil mesmo assim.
Para esse membro se locomover precisa de tendões flexores e tendões extensores, onde na frente se tem um tendão extensor e atrás se tem um tendão flexor superficial e um tendão flexor profundo.
O bulbo da sola, talão e coxin digital servem para amortecimento, tendo a função de amortecer a pisada, sendo isso que precisava ter sido melhorado geneticamente nesses animais para não se ter tantos problemas de desgaste. O perioplo é uma outra denominação para banda coronariana, sendo onde começa a renovação do casco.
INSPEÇÃO EM ESTAÇÃO
Para avaliar esse animal com histórico de claudicação, a primeira coisa que se tem que fazer é um exame geral, porque muitas vezes o problema não está no casco, podendo ser um problema sistêmico que levou a um problema secundário no casco. Após analisar e ver que realmente se tem uma lesão localizada no casco se examina mais especificamente, onde esse exame mais específico precisa analisar primeiro o animal em estação, sem movimentar e depois o animal em movimento. Sendo essa inspeção muito mais minucioso em equinos pois se tem muito mais problemas locomotores graves nesses animais do que em ruminantes.
PORTE FÍSICO E ESTADO CORPORAL
Precisa se analisar a nutrição corporal desse animal na inspeção em estação, classificando o escore de condição corporal, que vai de 1 a 5, onde o ideal é 3 ou 3,5. O animal muito magro terá uma deficiência nutricional importante e o muito obeso terá um peso excessivo em cima do casco.
CONFORMAÇÃO GERAL
É a postura desse animal, identificando na inspeção se o animal tem uma postura correta, analisando presença de cifose, afastamento de membros, etc.
INSPEÇÃO EM MOVIMENTO
O segundo passo do exame específico é analisar o animal em movimento, sendo importante analisar o escore de locomoção que o animal se encontra.
ESCORE DE LOCOMOÇÃO
No escore de locomoção se avalia duas características, sendo a primeira a distribuição do peso e a segundo o arqueamento de coluna.
1. Boa distribuição do peso.
Normal, sem alteração, ou seja, esse animal tem uma boa distribuição do peso, não claudicando em nenhum dos membros, tendo um andar simétrico, não demorando ou agilizando um membro mais do que o outro. Não existe um arqueamento de coluna.
2. Distribuição de peso irregular.
Se tem uma distribuição de peso irregular sem arqueamento de coluna. Já se tem claudicação.
3. Locomoção assimétrica.
Se tem uma distribuição de peso irregular com arqueamento de coluna. Nesse escore o animal apoia bem o membro, porém tem uma assimetria na velocidade dos membros.
4. Proteção de um membro.
Se tem uma distribuição de peso irregular com arqueamento de coluna. Além disso o animal consegue apoiar o membro, protegendo o membro com o arqueamento de coluna.
5. Não apoia o membro no chão.
Se tem uma distribuição de peso irregular com arqueamento de coluna, porém o animal não apoia esse membro no chão, anda com o membro suspenso. 
EMAGRECIMENTO
O emagrecimento também é um outro fator que se observa nesses animais, sendo associado com o histórico, precisando saber se o animal emagreceu de uma forma rápida ou se aconteceu ao longo do tempo. Na regra, quando maior o escore de locomoção – ou seja, quanto mais esse animal claudica, menor é o tempo de cocho desse animal, pois se ele está sentindo muita dor ele não vai se locomover frequentemente até o cocho – onde se alimentam, não vai ficar indo e voltando o tempo todo para se alimentar bastante, consequentemente, emagrecendo.
Se for um touro com problema de casco com escore de locomoção 4 ou 5, ele terá problemas para montar nas fêmeas, ainda mais porque a frequência maior é em membros posteriores, não conseguindo apoiar o peso todo nesses membros para conseguir montar nas fêmeas, diminuindo assim a taxa de prenhez da fazenda se for por uma monta natural, onde as afecções de casco influenciam não só à produção do animal em si, mas também a outros fatores da propriedade.
EXAME DOS CASCOS
Identificado o problema de casco precisa se examinar esse casco para ver o que ele tem, podendo conter o animal de diversas formas, sendo o primeiro passo para realizar o exame dos cascos a contenção.
CONTENÇÃO
Tronco Casqueador ou Tronco Normal: Pode utilizar qualquer um para manter o animal em pé.
Tronco Tombador: Contenção do animal deitado, sendo o ideal para examinar os cascos.
Cordas: Quando não se tem um tronco tombador pode-se conter o animal com cordas, devendo tomar cuidado com o membro, devendo prender bem para evitar acidentes.
LIMPEZA E AVALIAÇÃO
Depois de conter o animal deve-se lavar o casco com água e sabão, sendo a toalete do casco, para conseguir se avaliar bem o casco; depois se realiza o casqueamento, retirando todo o tecido necrosado de cima e toda a sujeira com o casqueamento para conseguir de fato localizar a lesão, somente a lavagem com agua e sabão não adianta. Para o casqueamento se utiliza a rineta – retirar a sujeira e o material necrosado; torque – para cortar as pontas dos tecidos mortos; grosa – apara as pontas e mantem a sola um pouco mais reta, devendo manter a angulação do espaço interdigital, não podendo deixar fechado e nem muito aberto, pois pode causar o acumulo de sujeira no meio, o que acaba ferindo o espaço interdigital do animal, devendo então manter a angulação fisiológica do animal; e pinça de casco – serve para se ter um reflexo de dor, analisando onde o animal está sentindo dor, onde muitas vezes mesmo com o casqueamento não se consegue visualizar alguma lesão, precisando pinçar para ver onde o animal está sentindo dor. O casqueamento com a rineta deve ser realizado com cuidado, exigindo prática, tendo uma noção boa para saber até onde se pode casquear, podendo causar uma lesão se for muito profundo. A falta de casqueamento pode causar achinelamento de membros, onde se manter o animal dessa forma pode deformar o tendão extensor, causando um estiramento as vezes do tendão, pode-se ter também o entesouramento, quando uma unha acaba subindo em cima da outra.
Provas: Flexão, extensão, rotação e pinçamento. Precisando fazer essas provas, pois ruminantes também podem fazer rotação de terceira falange, sendo importante fazer essas provas para visualizar para se ver se teve alguma alteração desse aspecto ou até mesmo fratura. Com essas provas animal sente dor.
AFECÇÕES
As lesões são bem características e fáceis de identificar, diagnosticandode forma manual, então quando se faz o casqueamento do animal e consegue visualizar a lesão é difícil errar quando se tem experiencia, onde até mesmo o tratamento é muitas vezes semelhante, a não ser que seja um tratamento cirúrgico conforme vai fazendo uma lesão por muito tempo, ou quando se tem uma lesão decorrente de uma doença metabólica.
DERMATITE DIGITAL
Também é chamado de “moranguinho”, sendo uma dermatite que tem esse aspecto avermelhado, causado por afecção bacteriana, sendo uma dermatite digital.
DERMATITE INTERDIGITAL
Possui um aspecto mais escurecido que a digital.
EROSÃO DE TALÃO
Seta Preta: Dermatite Digital
Seta Laranja: Erosão de Talão
A erosão de talão em pequenos ruminantes se tem o nome de podridão dos cascos, se tem um aspecto de necrose, escurecido, acometendo quase sempre essa região com esse formato em V.
HIPERPLASIA INTERDIGITAL
Pode-se chamar de tiloma gabarro, isso acontece porque acaba acumulando sujeira entre os dígitos devido ao espaço interdigital, no inicio não acontece nada, mas conforme o tempo vai passando e essa sujeira vai acumulando vai causando uma reação inflamatória que vai formando uma massa inflamatória – tecido hiperplásico, aumentando e separando os dígitos, a medida que isso acontece o animal vai sentindo dor, quanto maior mais dor o animal sente, nesse caso o tratamento é cirúrgico com remoção cirúrgica.
HEMATOMA DE SOLA
Se tem uma lesão que somente se consegue visualizar após o casqueamento, na maioria das vezes o hematoma de sola é proveniente de alguma outra alteração, como a laminite, por exemplo, sendo quase sempre associadas. O hematoma de sola pode ser primaria quando um animal pisa frequentemente em um ambiente com pedras – pedregulhos.
ÚLCERA DE SOLA
Fissura na região da sola com o aparecimento do córion laminar, se tendo chances de entrar uma bactéria, podendo causar uma artrite séptica em decorrência a essa úlcera de sola.
DOENÇA DA LINHA BRANCA
Lesão localizada na área de transição entre a sola e a muralha do casco – na linha de transição, tendo uma abertura – fissura, pois normalmente é uma área mais sensível.
FLEGMÃO INTERDIGITAL
Abertura da região de interdígito, que também pode entrar uma bactéria. O flegmão também ocorre por uma infecção bacteriana, geralmente começa fechado e depois tende a formar uma fistula abrindo uma ferida e depois essa bactéria vai provocando uma lesão na parede do interdígito, tendo muitas vezes até mesmo um conteúdo purulento sendo drenado. Um acumulo de conteúdo no espaço interdigital ao invés de causar uma hiperplasia interdigital se ocorrer uma fissura e essa bactéria entrar no espaço interdigital provoca um flegmão – uma infecção dessa região, e talvez possa até causar uma artrite séptica. 
ARTRITE SÉPTICA INTERFALANGEANA
Inchaço articular, sendo uma artrite séptica, com um inchaço mais proximal, que não é tão distal, evidenciando uma artrite. É um dos principais fatores de claudicação, sendo a doença que o animal apresenta mais claudicação devido a dor.
INFLAMAÇÃO SÉPTICA QUE ALCANÇA A ARTICULAÇÃO 
Se tem uma infecção bacteriana na articulação, podendo se ter muitas vezes como uma doença secundária a alguma doença primaria, como uma doença na via:
Via Interdigital: No espaço interdigital pode-se ter um flegmão ou qualquer tipo de trauma perfurante que permite a entrada de uma infecção. 
Via Plantar/Palmar: Ocorre na sola, como por úlceras – onde qualquer abertura ou fissura na sola do casco pode ser primaria, ou então uma doença da linha branca pode também levar a uma artrite. 
Via Dorso-Abaxial: Lesão na parte lateral da muralha do casco, podendo-se ter principalmente traumas e fissuras da coroa do casco por acidentes, podendo ter entrada de bactérias pela abertura da muralha. Essa via é mais difícil de ocorrer, sendo o mais comum as duas primeiras vias citadas.
SINAIS CLÍNICOS
Intensa claudicação com escore de locomoção grau 5, com aumento de volume, eritema – sinais de inflamação com aumento de temperatura, além de se ter muitas vezes um conteúdo purulento drenando por um fistula, um avermelhamento da pele da região, tendo uma dor muito grande durante a palpação desse casco.
TRATAMENTO
Muitas vezes é cirúrgico, devendo fazer a excisão desse dígito. Também pode-se tentar a antibiose, fazendo um garrote no membro e aplicando um antibiótico local, sendo um antibiótico sistêmico pois é intravenoso, mas se tem uma ação local por causa do garrote, sendo utilizado em casas mais leves, em casos mais graves precisa-se fazer a amputação do dígito.
LAMINITE
Em bovinos a laminite está mais associada a casos subclínicos, demorando mais para acontecer e o proprietário demora mais para relatar, passando muitas vezes despercebido, tendo a ver com a nutrição do animal.
DEGENERAÇÃO LAMINAR
Primeiro o animal tem uma acidose ruminal, ou seja, o pH cai. As bactérias que estão no rumem são bactérias acidófilas e basófilas, uma bactéria basófila não consegue sobreviver em ambiente ácido e acabam morrendo, essas bactérias quando morrem acabam liberando endotoxinas que atuam no sistema imune do animal provocando a liberação de mediadores inflamatórios como por exemplo a histamina, sendo um mecanismo protetor do organismo, que realiza a vasoconstrição periférica – pois se tiver uma vasodilatação a bactéria acaba disseminando mais pelo organismo. Se tem uma vasoconstrição periférica como um problema secundário já que o sangue não irá chegar na periferia – redução da perfusão capilar das lâminas dérmicas; não chegando sangue da mesma forma no casco, com o tempo isso acaba reduzindo a quantidade de células do casco, que acabam morrendo pela isquemia e hipóxia das células queratógenas, tendo então um problema uma inibição na síntese normal do casco, sendo uma laminite decorrente de acidose.
LAMINITE AGUDA
Situação mais rara, sendo muito parecida com a que tem em equinos, ocorrendo normalmente quando se tem uma ingestão de carboidratos de uma forma mais abrupta, quando se tem uma mudança muito drástica na alimentação do animal – alta ingestão de grãos.
· Tratamento: De forma mais sistêmica, com anti-histamínico, como com prometazina na dose de 2,5mg/kg; com AINES – flunixin Meglumine; e analgésico para dor como com aspirina/morfina.
LAMINITE SUBCLÍNICA
É a mais frequente, onde demora para esses sinais clínicos aparecerem e muitas vezes passa despercebido.
· Fatores de risco: Piso inadequado; um manejo sanitário deficiente com acumulo de dejetos, urina, lama e sujeira – ambiente; o animal pode estar em um período de transição pós-parto – mudanças hormonais periparto; nutrição inadequada com uma relação concentrado:volumose inadequado, repouso inadequado; tudo isso causando uma fragilidade do estojo córneo.
· Tratamento: Controle dos fatores de risco, não adianta tentar corrigir uma laminite no bovino sendo que muitas vezes ela foi causada devido a algum problema no ambiente, a algum problema nutricional, etc. Muitas vezes pela laminite deixar o casco mais sensível pode-se ocorrer lesões associadas, devendo ter um controle das enfermidades associadas, como um hematoma de sola, doença da linha branca, úlceras de sola.
LAMINITE CRÔNICA
Pode acontecer, mas é um pouco menos frequente que a subclínica. Sendo quadros longos, podendo ter risco de crescimento anormal dos cascos, indícios de rotação de 3ª falange e risco de exungulação – quando a unha acaba caindo. 
· Tratamento: Baixas taxas de sucesso Casqueamento e suporte.
TRATAMENTO PARA BASICAMENTE TODAS AS AFECÇÕES
1. Casqueamento Corretivo.
Tratamento e prevenção.
2. Toalete de Casco.
Tratamento e prevenção.
3. Excisão das Lesões Proliferativas, Revitalização dos Tecidos
Retirar as lesões proliferativas, retirando tecidos necrosados, tudo o que estiver excedente no casco para revitalizar o tecido. Pode-se utilizar o sulfato de cobre para retirar o tecido necrosado, realizando uma remoção química, devendo ter muito cuidado pois é utilizado em bandagens, devendo ser retirado no outro dia, e devendo utilizar a quantidade certa, pois se for muitoforte pode corroer o tecido normal.
4. ATB Tópico e/ou Parenteral
Pode-se utilizar um ATB tópico em úlcera de solo, na doença da linha branca, na erosão de talão, após um casqueamento, no flegmão, em dermatites. A parenteral é utilizada quando o animal possui uma ou outra alteração sistêmica, como febre.
5. Bandagem Protetora
Qualquer antibiótico tópico ou pomada quando aplicada deve-se fazer uma bandagem protetora, pois na primeira pisada ele já irá retirar todo o medicamento.
6. Taco – Afecções em Sola
É um material de madeira no formato do casco do animal, quando se tem uma ulcera em uma unha se casqueia, coloca um ATB tópico e a bandagem, porém o animal continuará claudicando, pois enquanto ele tiver dor ele irá claudicando, com isso pode-se colar um taco de madeira no casco na outra unha, pois assim o animal irá pisar apenas no taco, como se fosse um “saltinho” naquele membro até recuperar a afecção. Esse taco tende a cair em uma semana, não sendo um tempo suficiente para causar alguma alteração.
7. Pedilúvio 
Substancia utilizada à base de sulfato de cobre ou sulfato de zinco, e em algumas propriedades ainda se utiliza formol, o pedilúvio é utilizado para prevenção ou tratamento, onde para tratamento o animal deve ficar com o casco de molho, e para prevenção se coloca no caminho que ele faz todos os dias – lava pés, que serve para enrijecer o casco, tornando-o mais resistente para a ação de bactérias, que não consegue entrar tão fácil em um casco mais rígido.
TRATAMENTO DE TILOMA/GABARRO
REMOÇÃO CIRÚRGICA DA HIPERPLASIA
1. Precisa muitas vezes fazer um torniquete antes da remoção pois sangra muito.
2. Cauterização com ferro quente se necessário, sendo o mesmo ferro que se usa para luxação, que é arredondado na ponta, conseguindo entrar na região do interdígito então consegue se cauterizar bem, mesmo assim tem animal que sai sangrando muito dessa cirurgia.
3. Devido ao intenso sangramento mesmo com a cauterização precisa além de cauterizar fazer um penso compressivo, que é uma bandagem compressiva. Precisando trocar essa bandagem no dia seguinte.
TRATAMENTO DA ARTRITE SÉPTICA INTERFALANGEANA
1. Antibiose: Utilizada em casos mais simples, que pode ser utilizada para a administração de antibiótico ou de anestésico loca, onde quando se tem um artite e precisa tratar não adianta aplicar um medicamento tópico, pois o antibiótica não irá chegar, precisando administrar parenteral, porém se administrar na jugular do animal chegará uma quantidade pequena no membro, precisando então fazer um torniquete/garrote fazendo uma aplicação do antibiótico em um vaso próximo à região do membro, só que se esse vaso está garroteado a pressão desse vaso estará grande, podendo romper o mesmo, então para se evitar se faz uma sangria, retirando uma quantidade de sangue semelhante a quantidade que irá se aplicar de medicamento – retirando de 10 a 20ml.
2. AINE: Flunixin Meglumine é o mais utilizado.
3. Limpeza da Fístula: Se houver fístula.
4. Amputação de Dígito: Amputa a articulação afetada, e para realizar a anestesia se utiliza a mesma técnica da antibiose, utilizando a xilocaína ao invés de um antibiótico.
AMPUTAÇÃO – EXCISÃO DO DÍGITO
Quanto o animal tem essa claudicação grau 5, ou de 4 para 5, muitas vezes o tratamento conservativo não funciona mais, tendo então que realizar uma amputação de digito, retirando essa região de articulação digital, não adiantando retirar somente a unha, mas também toda essa articulação distal que está afetada.
CASO CLÍNICO
Se tem emagrecimento, dificuldade do animal se locomover, mantem membro protegido, a unha já está quase descolando, presença de fistula lateral por onde drena material purulento, não adiantando tratar mais de uma forma conservativa.
PROCEDIMENTOS DA AMPUTAÇÃO
1. Contenção: Contenção do animal para se ter acesso ao membro.
2. Assepsia: Fazer a limpeza com uma escova, água e sabão, retirando todo o excesso de sujeira que tiver, usando uma rineta logo em seguida para retirar o tecido necrótico.
3. Anestésico Sistêmico: Aplicação do anestésico com xilasina via venosa apenas para o animal cair e conseguir manter o animal em decúbito lateral, podendo aplicar uma dose bem baixa em qualquer veia.
4. Cuidado com o Peso: Manter o animal em cima de um colchão, de uma região mais confortável para o bem-estar do animal e também devido ao fato desse animal ser pesado, podendo causar uma lesão se o animal ficar em decúbito por 15 ou 20 minutos.
5. Aplicação da Anestesia com o Garrote: Não pode ser utilizado por muito tempo, por isso só se utiliza o garrote na hora da cirurgia, onde no momento da assepsia não se utiliza o anestésico. Então se faz o garrote, se faz a sangria e aplica o anestésico – lidocaína. Começa a contar a partir do momento que se faz o garrote/torniquete para se ter um controle desse tempo.
6. Fio Serra para Amputação: Entra com um fio serra entre os dígitos e faz um movimento como se fosse um flebótomo, pode-se acoplar em um cilindro para segurar no cilindro e não no fio serra, não podendo parar pois se está promovendo uma cauterização, esse fio serra é bem quente, indo com uma angulosidade que se consegue retirar toda essa articulação.
7. Cauterização: Quando se faz a amputação se tem um tecido bem sanguinolento, mesmo com o torniquete, se retirar o torniquete pode jorrar sangue, por isso às vezes é preciso cauterizar essa região com um ferro quente.
8. Bandagem Compressiva: Após a cauterização se coloca uma pomada, uma pasta com uma pomada, cicatrizante e antibiótica, passando um penso – uma bandagem compressiva, pois isso irá sangrar após retirar o torniquete.
9. Impermeabilizante: Utilizar um material impermeabilizante para que quando o animal pisar em uma poça não encharcar a bandagem.
10. Tirar o Torniquete: De forma lenta para o sangue voltar aos poucos para o membro, nesse momento se tem dor pois já não se tem mais o efeito do anestésico, e quando o sangue vai voltando e a dor também.
RECUPERAÇÃO RÁPIDA
O animal pisa normalmente depois.
TROCA DA BANDAGEM
Coloca-se uma bandagem após a cirurgia, onde com o tempo vai se tendo uma cicatrização, renovando essa bandagem frequentemente, crescendo um tecido cicatricial por cima, não precisando por nenhuma prótese ou algo do tipo.
Inicialmente precisa-se trocar essa bandagem diariamente, limpando e renovando também a pomada cicatrizante na ferida cirúrgica.

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