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Aula 7- O conhecimento Linguístico e os Aspectos Relevantes

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Aula	7:	O	conhecimento	Linguístico	e	os	Aspectos	Relevantes	
Apresentação	
Nesta aula, estudaremos o conhecimento linguístico e veremos os aspectos relevantes 
para a prática pedagógica. 
 
Objetivos	
• Analisar os contextos da escrita; 
• Explicar a organização discursiva de diferentes gêneros textuais. 
A	Lıńgua	Materna	
 
� Fonte: Shutterstock 
A Língua materna é sempre alvo de muitas discussões entre todos os especialistas que 
se detêm no trabalho de ensino em sala de aula. Dentre esses profissionais, destacam-se 
professores, gramáticos, linguistas e pedagogos. 
Há pelo menos 25 anos os linguistas se dedicam ao debate de modo a contribuir e 
questionar a maneira de como o ensino de Língua Portuguesa vem sendo ministrado em 
sala de aula e como, de fato, a escola trata essa questão. 
O novo aspecto lançado pelos linguistas relaciona-se ao debate a partir, principalmente, 
da inserção do tema variação linguística e suas implicações sejam quanto à importância 
da gramática, ou mesmo às funcionalidades das variantes. 
Esse novo enfoque tem sido a base da geração de toda uma nova literatura que vem 
dando um novo tom à discussão e redirecionando o debate a partir da inclusão do tema 
da variação linguística e suas Implicações, seja quanto ao conceito de gramática, seja 
quanto à aplicabilidade das variantes. 
Observa-se, na última década, uma invasão de uma literatura com abordagem 
diferenciada, voltada para alfabetização, ensino e gramática, produção textual, práticas 
de leitura etc. 
 
� Fonte: Shutterstock 
A maior crítica da comunidade de pesquisadores linguistas recai sobre o ensino 
tradicional da gramática e no seu caráter demasiadamente normativo no trabalho com a 
linguagem em sala de aula. Os aspectos importantes do ensino de Língua materna, como 
o ensino da gramática e a produção textual, acabam por ficar relegados a segundo plano 
ou trabalhados de forma conceitual. (FARACO e CASTRO, 2012) 
Conforme nos diz Cagliari (1996:3), 
 
“quem lida com o ensino de linguagem tem que saber Linguística” 
 
Uma vez que esta oferece um vasto conhecimento que descrevem e permitem a 
identificação das estruturas, os modos de organização próprias da oralidade e da escrita. 
Assim, um fator bastante relevante apresentado por Faraco e Castro (2012), é o fato de 
os estudos linguísticos oferecerem, ao professor de língua, campo teórico robusto para a 
análise e observação dos falares de camadas sociais desprestigiadas. 
Esse interesse pela pesquisa da língua falada oportuniza um caminho para a busca de 
alternativas conscientes para a alfabetização, habilitando, assim, o professor ao 
exercício de ensino de língua, tendo em vista a variação dialetal e a diversidade social 
encontrada na escola. 
No momento em que a linguística critica tanto a Gramática Tradicional, Normativa, 
assim como o seu ensino descontextualizado nas escolas, defende uma instrução por 
meio do uso de textos, o qual é entendido com uma representação viva da linguagem 
humana. 
 
� Fonte: Shutterstock 
Gramática	Normativa	
Não se pode, no entanto, negar o uso da Gramática Normativa, Tradicional nas escolas, 
mas adaptá-la. Cabe ao aluno conhecer os diversos registros de sua língua materna para 
que possa usá-la adequadamente. O importante é que ele esteja ciente de que a norma 
gramatical está voltada para o prestígio social e que a escola tem o papel de instruir 
através da linguagem formal, padrão. Ao professor compete contextualizar o uso da 
norma em sala de aula. Assim, o aluno tem a oportunidade de identificar o uso correto 
das categorias gramaticais em seu real uso, em textos. 
Não há dúvidas de que os professores precisam ser preparados inicialmente, para então 
poderem efetivamente mudar suas práticas. E, ao que tudo indica, essa tarefa é bastante 
complexa. 
A dificuldade se dá por vários motivos, começando pela falta de aperfeiçoamento 
adequado aos docentes, que geralmente fazem treinamentos “relâmpagos”, os quais, em 
geral, não têm continuidade, isto é, não é dado suporte institucional aos participantes. 
O desafio para o aluno de pós-graduação reside no fato de que é necessário refletir, 
questionar e ampliar os conhecimentos a respeito do referencial linguístico para que ele 
possa, a partir daí transformar a sua prática em sala de aula.

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