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Resenha Crítica O Experimento de Aprisionamento de Stanford

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Ana Paula Pereira – 3º período de Psicologia 
RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME: O EXPERIMENTO DE APRISIONAMENTO DE STANFORD 
O filme relata as vivências de um experimento conduzido pelo Professor Philiph George Zimbardo, psicólogo e docente da Universidade de Stanford (autor do livro O efeito Lúcifer: Entendendo como pessoas boas se tornam diabólicas), em 1971 em uma prisão simulada no porão do Instituto de Psicologia da Universidade de Stanford, em Palo Alto, Califórnia, Estados Unidos. 
A inspiração do experimento veio de outro controverso experimento realizado dez anos antes em outra universidade norte americana Yale, conduzida pelo Professor e Psicólogo Stanley Milgram que objetivava analisar o nível de obediência das pessoas à autoridade. 
O experimento de Milgram, como ficou conhecido, foi, por sua vez inspirado, nos julgamentos de nazistas no Tribunal de Nuremberg que tiveram como base de suas defesas a alegação de que cumpriam ordens de seus superiores. Assim, Milgram buscou verificar até que ponto um ser humano considerado “normal e bom” é capaz de praticar o mal a outra pessoas por uma questão de obediência à ordens. 
Dessa forma, o experimento de aprisionamento de Stanford, tinha como propósito entender como os papéis sociais influenciam no comportamento das pessoas no passar dos dias, dentro de um ambiente repleto de tarefas coletivas e individuais, com outras pessoas fazendo imposições e opressão, e uma rotina extremamente cansativa. 
O estudo foi financiado pelo governo americano que via a possibilidade de entender, por meio do experimento, as origens dos conflitos no sistema penitenciário. 
Para realizar o estudo, O Professor Zimbardo selecionou 24 estudantes, sendo a maioria de cor branca e de classe média, saudáveis mentalmente e sem histórico de violência, separando-os em dois grupos, dando-os, aleatoriamente, o papel de guardas e de prisioneiros. Todos os selecionados assinaram um contrato que assegurava manter o sigilo de suas identidades preservadas e voltaram para suas casas.
Para participar do estudo, os participantes receberam o equivalente a R$76,00 por dia de participação no experimento.
No dia marcado para iniciar o experimento os selecionados como prisioneiros foram detidos em foram separados por seus papéis e os que foram definidos como prisioneiros foram surpreendidos em casa sob a alegação de roubo, detidos e algemados, por policiais de verdade que aceitaram participar da parte inicial do experimento. 
Os “prisioneiros” foram levados à delegacia, fechados e transportados, com os olhos vedados, para a “prisão”, no porão do Instituto de Psicologia da Universidade de Stanford que tinha passado por uma transformação e simulando de forma realista o ambiente prisional. 
Assim, o Professor Zimbardo estabeleceu condições para os integrantes de cada grupo objetivando desorienta-los e despersonalizá-los. Ou seja, o grupo de prisioneiros deviam usar correntes de ferro em uma das pernas e usar uma espécie de camisola com o número de identificação e nenhuma outra peça de roupa por baixo e sandálias de borrachas – semelhante às usadas pelos prisioneiros dos campos de concentração alemãs no holocausto – usavam, ainda, toucas nas cabeças para simular que os cabelos haviam sido raspados. 
Já o outro grupo, que receberam o papel de guardas, foram uniformizados em estilo militar com roupas de cor bege que foram escolhidos pelos próprios “guardas” numa loja local, receberam óculos de sol espelhados para evitar contato visual com os prisioneiros e bastões de madeira. Além disso, os guardas podiam trabalhar em turnos, diferentemente dos prisioneiros, e voltar para suas casas nas horas livres, entretanto, alguns preferiram se voluntariar para fazer horas extras sem pagamento. 
No dia anterior ao início do aprisionamento, os participantes que fariam os papéis de guardas foram convocados para uma reunião para receberem orientações sobre o experimento. Na reunião foi informado que a única coisa que não seria permitida era a violência física e que deveriam chamar “os prisioneiros” apenas por seus números de identificação. Além disso, foi-lhes dito que eles eram responsáveis pelo funcionamento da prisão e para tanto podiam utilizar de qualquer meio necessário para tal. 
O Professor Zimbardo, proferiu, ainda, o seguinte discurso: 
Vocês podem gerar nos prisioneiros sentimentos de tédio, de medo até certo ponto, transmitir-lhes uma noção de arbitrariedade e de que suas vidas são totalmente controladas por nós, pelo sistema, por vocês e por mim, e não terão privacidade alguma... Nós vamos privá-los de sua individualidade de diversas maneiras. De um modo geral, isso fará com que eles se sintam impotentes. Isto é, nesta situação nós vamos ter todo o poder e eles nenhum. (ZIMBARDO, Vídeo The Stanford Prison Study,1971)
Enquanto aos “prisioneiros” foi-lhes dito apenas para aguardar as convocações em suas casas. 
No início das vivências do experimentos os “guardas” começaram a apresentar comportamentos abusivos que foram evoluindo para demonstrações de comportamentos que infligiam estrema violência psicológica aos “prisioneiros” e tratamentos humilhantes como envios constantes à solitária, tirarem as roupas, fazer flexões, dormir no chão, colocavam sacos de papel nas cabeças dos “prisioneiros” sufocando-os e obrigavam-nos a fazer suas necessidades fisiológicas em baldes. 
Após poucos dias eclodiu uma rebelião que os “guardas” em conjunto atacaram os prisioneiros com extintores de incêndios e continuamente estimularam a divisão entre os “prisioneiros” gerando inimizades e criando o bloco de celas dos “bons” e o bloco de celas dos “ruins”. 
Como as vivências do interior da “prisão” fugiram do controle dos profissionais que a conduzia o estudo durou seis dias, mas segundo o Professor Zimbardo foi tempo suficiente para concluir que o ambiente influencia a conduta humana, fazendo as pessoas absorverem papéis que as façam infligir sofrimento à outros. 
Relacionando o experimento de aprisionamento de Stanford ao trabalho de Skinner, na minha percepção há uma profunda relação, uma vez que o condicionamento operante é o processo de modelar um comportamento particular pelas suas consequências, considerando não só́ o que se apresenta antes da resposta, mas também o que ocorre após. Com isso, um dos elementos básicos são as técnicas de reforçamento, que oferecem um reforço para o controle do comportamento dos sujeitos. 
Assim, o reforçamento abrange, ainda, o reforço positivo e o reforço negativo. Sendo o reforço positivo uma recompensa dada a um indivíduo depois de ele ter se comportado de maneira desejável e que aumentaria a probabilidade dele se comportar dessa maneira depois. Já o reforço negativo é aquele que aumenta a probabilidade de eliminar um comportamento indesejável.
Nesse sentido, Skinner considera que a maior parte dos comportamentos que adquirimos durante a vida surgem por meio do comportamento verbal da comunidade ao nosso redor, sendo assim, esses comportamentos são influenciados pelo ambiente que engloba toda essa comunidade verbal, transmitidos pela oralidade e pelos símbolos e sentidos sociais, como as instituições. 
Ao meu ver, esse constitui o principal aspecto da relação com o experimento retratado no filme, os grupos de participantes absorvem os papéis que foram destinados a eles e o ambiente físico em conjunto com os elementos como as vestes e acessórios auxiliou na absorção e manifestação dos comportamentos observados. 
Porém, é muito importante destacar que esse é apenas um pequeno aspecto. Pois o comportamento humano é muito complexo e impossível de controlar, devido as variações e peculiaridades de cada sujeito que impendem um controle para sua completa modelagem. 
Imagem do experimento original em 1971. Fonte: Site da BBC Brasil
Imagem do experimento original em 1971. Fonte: Site da BBC Brasil
Professor Zimbardo no lançamento do filme “A experiência de aprisionamento de Stanford” em 2015. Fonte: Site da BBC Brasil. 
Cartaz do Filme de 2015.
REFERÊNCIA
O Experimentode Aprisionamento de Stanford. Direção de Kyle Patrick Alvarez. Estados Unidos: Coup d’Etat Films, 2015 (122 minutos). 
O controverso 'Experimento de Aprisionamento de Stanford', interrompido após sair do controle. Matéria BBC Brasil. Site: https://www.bbc.com/portuguese/geral-46417388 . Acesso em: 9.4.2021. 
 
SKINNER, B.F. Ciência e Comportamento Humano. Brasília: Ed. UnB/ FUNBEC, (1953), 1970.

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