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Erica Marques CONTROLE DO CONSUMO VOLUNTÁRIO DE ALIMENTOS E ÁGUA PELOS ANIMAIS Ingestão: atividade voluntária ou parcialmente voluntária, sensações conscientes associadas ao estado afetivo que levam a procura ou rejeição de uma refeição. Fome: sensação involuntária que surge da necessidade de ingestão de alimentos, levando a procura, captação e ingestão de alimentos. Necessidade fisiológica/biológica e não emocional. Saciedade: sensação involuntária de bloqueio da fome. Apetite: sensação da necessidade de algum alimento específico por desejo sensorial ou emocional. Produz satisfação emótica. A seleção de alimentos é gerada pelo apetite. Indivíduos em déficit alimentar: fome se sobressai ao apetite. Controle da fome e da saciedade ● Uma série de sinais que estão ligadas ao hipotálamo. ● O hipotálamo é quem faz o controle da fome e indiretamente o apetite. SINAIS DE CONTROLE ● Estímulos sensoriais externos (como o animal visualiza o alimento) - Reflexos produzidos por estímulos visuais, olfativos, táteis, auditivos. ● Estímulos sensoriais fisiológicos - Reflexos mecânicos bucais e do estômago, temperatura corporal, glicemia, ácidos graxos livres. - Mecanorreceptores, quimiorreceptores, termorreceptores, etc. ● Aferências que chegam ao centro hipotalâmico (passam pelo nervo vago) - Pré-absortivos - Pós-absortivos PRÉ ABSORTIVO ● Estímulos produzidos antes da absorção intestinal. ● Natureza digestiva – boca, estômago e duodeno. ● Estimula a área medial do hipotálamo logo após ingestão. ● Absorção: nutriente já foi digerido, partícula ingerida é absorvida para o sangue ou linfa. ● Aferências orais – estímulo ao centro da saciedade: o próprio ato de mastigar, inicia a desencadear ações dentro do trato digestório, pois o hipotálamo entende que tem alimento chegando. ● Mecanorreceptores da mucosa bucal: estímulos mastigatórios, movimentos temporomandibulares, corpo estranhos estimulam mecanorreceptores e por sua vez o centro da saciedade. ● Efeitos gástricos: bolo alimentar no estômago – distensão, aumento do volume gástrico – receptores de distensão estimula o centro da saciedade, estímulos orais e gástricos atuam sinergicamente na inibição gradual da fome durante a refeição. ● Sinais hormonais: - Grelina: hormônio secretado pelas células do estômago, secretada quando o estômago está vazio. - Leptina: produzida no tecido adiposo, fica em excesso quando se há excesso de nutrientes. - Insulina: diz ao hipotálamo como está o nível de carboidrato circulando no nosso corpo. ● Estímulo duodenal: - Efeito da colecistoquinina - produzida na mucosa duodenal. - Presença de alimentos ricos em gorduras ou proteínas. - Estímulo ao centro da saciedade. - Fator mais impactante na gênese da saciedade. - Estimula o fígado, a vesícula biliar, o pâncreas e o estômago. O estímulo é para diminuir a velocidade da digestão. PÓS ABSORTIVOS ● Sensoriais - Temperatura: oxidação dos substratos energéticos produz calor – imediatamente após a refeição – estímulo ao centro da saciedade. - Ambiente quente - estresse pelo calor ou febre – estímulo ao centro da saciedade. ● Glicemia: quantidade de glicose circulante no sangue. - Quanto mais refinado o carboidrato maior o pico glicêmico.QU - Insulina: quanto mais liberada de uma vez só, sua sensibilidade é diminuída. - Quando o alimento possui um pico glicêmico mais brando, a insulina consegue fazer seu papel corretamente que é pegar as glicoses excedentes na circulação e entregar para alguns lugares. A prioridade é o glicogênio hepático (diminui no jejum), depois se repõe o glicogênio dos músculos e por fim o excesso vai para os tecidos adiposos. ● Ácidos graxos livres - Liporreceptores. - Jejum prolongado – mobilização do tecido adiposo. - Altas concentrações de AG livres. - Estímulo ao centro da fome. RUMINANTES ● Não há efeito da glicose pós-absortiva. ● Açúcares e amido são fermentados até ácidos graxos voláteis (AGV). ● AGV sofrem gliconeogênese no fígado. ● O propionato tem o maior poder de estimular a saciedade, pois é ele que chega no fígado e vira glicose. ● Acetato e propionato atuam como sinalizadores para estímulo à produção da colecistoquinina (CCK) que vai atuar no hipotálamo. ● Em poucas situações os ruminantes atingem a saciedade pela sinalização do substrato energético. Na maior parte das vezes é a distensão física do rúmen que faz essa sinalização da saciedade pela ação dos mecanorreceptores. AVES ● Ausência de dentes – não há mastigação. ● Receptores mecânicos de estiramento tanto no papo quanto na moela. ● Moela – trituração de alimentos – mecanorreceptores mais ativos. ● Glicorreceptores e osmorreceptores no papo e intestino. Consumo de água ● Perdas: urina, suor, gases expirados e fezes. ● Animal lactante secreta grandes quantidades de água. Vaca lactante pode ingerir até 80-150 L. ● Qualquer déficit de água nos líquidos corpóreos causa sensação de sede. ● Sede: redução da secreção via saliva – ressecamento da garganta e boca – “boca seca”. ● TGI sinaliza para o SN sobre a quantidade de água que está sendo ingerida. ● Região hipotalâmica – controle da sede. ● Privação hídrica: aumento na concentração osmótica dos fluidos corporais. ● Osmolaridade será responsável pela procura da água. ● Queda geral no líquido extracelular. ● Redução do volume e pressão sanguínea. ● Inicia-se o processo de sinalização vascular. ● Receptores de estiramento nas grandes veias nos átrios cardíacos. ● Ativação do sistema renina-angiotensina: pressão sanguínea cai, ocorre a cascata renina-angiotensina, liberação de ADH e retenção de sal, a pressão volta ao normal.
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