Prévia do material em texto
Ética e profissionalismo – 18/11 Eutanásia OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM - apresentar a legislação brasileira sobre o tema - refletir sobre questões éticas e religiosas a respeito da eutanásia - comparar com legislações internacionais CASO NA FRANÇA - um francês de 57 anos, que sofre de uma doença incurável, decidiu que irá parar de comer e abandonar seus tratamentos a partir desta sexta feira (4 de outubro de 2020) - Alain Cocq tomou a decisão após o presidente Emmanuel Macron lhe negar ajuda para morrer - ele disse que vai parar de se alimentar e de se hidratar - porém, como ele não está em estado terminal, a legislação francesa não autoriza a prática - Cocq gostaria de receber uma sedação profunda, algo que a lei francesa não permite, exceto quando se está a poucas horas da morte certa ESTUDO DE CASO - Jaqueline, uma jovem hoje com 40 anos, sofreu um grave acidente automobilístico quando tinha 25 anos - após várias manobras, os médicos não tiveram êxito e, hoje, devido as várias lesões e seqüelas do acidente, Jaqueline está em estado vegetativo e, apesar de respirar sem ajuda de aparelhos, sobrevive ligada a uma sonda que a fornece alimentação e hidratação - Jaqueline é uma das três filhas do casal José Carlos e Maria clara e é mãe de Juninho, fruto de seu casamento com gustavo - Gustavo, um ateu convicto, e representante legal da esposa, entrou na justiça para que tivesse o direito de abreviar o sofrimento da esposa e, segundo ele mesmo citou em uma entrevista para a TV local, de toda a família também. Nesta entrevista, afirmou que esta era o desejo de Jaqueline - Jose Carlos e Maria clara, pais de Jaqueline, católicos, são contrários a ação movida pelo marido e justificam que não há nenhum documento que ateste que o desejo da filha seria, de fato, este. Entraram na justiça com o auxílio de uma ONG de direito a vida - a equipe do hospital envolvida no caso também não se pronunciou sobre o caso DEFINIÇÕES - eutanásia → conduta pela qual se promove a um paciente em estado terminal, ou portador de enfermidade incurável que esteja em sofrimento constante, uma morte rápida e sem dor; antecipação da morte - ortotanásia → eutanásia passiva; ato de parar com atividades ou tratamentos que prolongam a vida de forma artificial; famoso desligar os aparelhos; sem participação dos médicos; apenas deixa a pessoa morrer de forma natural - distanásia → ato de prolongar ao máximo a vida de uma pessoa que tem uma doença incurável; + dias de vida e sofrimento LEGISLAÇÃO - suicídio assistido é um segundo nome para a ortotanásia - HOLANDA: desde 2002, houve a legalização da eutanásia e descriminalização do suicídio assistido (ortotanásia) a Holanda possui uma série de restrições para controlar a eutanásia, com uma comissão regional de juízes para decidir, médicos e sociólogos portanto, os casos de eutanásia para acontecerem na Holanda, precisam passar por essa comissão a idade permitida para a realização dessa intervenção é a partir dos 12 anos porém, entre 12 e 16 anos precisa ter o aval da família depois dos 16 só é necessário o aval dos médicos - SUÍÇA: a suíça não apresenta nenhuma legislação sobre eutanásia porém, a corte federal do país reconheceu, por meio de uma interpretação ampla do texto legislativo, o direito dos pacientes de escolher a morte o país possui uma fama pelo procedimento de morte assistida - URUGUAI: desde 1934, o código penal prevê a possibilidade da exoneração de castigo para quem exerce, por piedade, homicídio mediante súplicas reiteradas da vítima, desde que esta possua antecedentes honrosos embora não tenha legalizado a prática, o Uruguai foi o primeiro país a tolerar a eutanásia - BÉLGICA: a legalização na Bélgica ocorreu em maio de 2002 é preciso uma avaliação do comitê especial para os casos de eutanásia para os casos de eutanásia infantil, é feito um acompanhamento psiquiátrico da criança - BRASIL: não existe tipo penal específico para eutanásia ou qualquer uma das outras modalidades há cláusulas dentro do código penal brasileiro que refere-se a eutanásia como homicídio portanto, é crime de homicídio pode ser também ser classificada como auxílio ao suicídio, mas para que isso ocorra, é necessário que o paciente solicite ajuda para morrer o código de ética da medicina considera essa prática antiética por outro lado, a ortotanásia é aceita pelo conselho federal de medicina desde 2010 RESOLUÇÕES DO CFM - art. 41 → é vedado abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal - parágrafo único → nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal - portanto, impede a eutanásia e desaconselha a distanásia - art. 1º → é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal - o médico tem a obrigação de esclarecer ao doente ou a seu representante legal as modalidades terapêuticas adequadas para cada situação - a decisão referida deve ser fundamentada e registrada em prontuário - é assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica - diretivas antecipadas da vontade ou testamento vital → diz o que você quer ou como você quer receber seu tratamento; portanto, pacientes terminais podem criar esse testamento, e nele é preciso estar expresso seus desejos sobre cuidados e tratamentos que quer ou não receber no momento que estiver incapacitado de expressar sua vontade - ex → se quer receber quimioterapia no momento que estiver inconsciente; se quer ser intubado; se quer ser ressuscitado ou não - o médico não pode levar em consideração o testamento vital em casos de eutanásia e sim de ortotanásia