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Resumo: fisiologia do controle da temperatura corporal

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CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL 
O ser humano é homeotérmico (temperatura corporal 
varia pouco) e endotérmico (gera calor pelo 
metabolismo para a manutenção da temperatura 
corporal). 
Temperatura média: 37°C. 
Faixa de variação normal: 35,5 a 37,7°C. 
A temperatura corporal é variável dependendo do local 
onde é mensurada. A temperatura oral, por exemplo, é 
0,5°C mais baixa que a retal. 
A temperatura varia também com o horário do dia, com 
a realização de exercícios físicos, após a ovulação nas 
mulheres, entre outros. 
Zona termoneutra: 28 a 30°C. Não há ganho nem perda 
de calor para o ambiente. 
 
Sistema isolante: mantém a temperatura corporal. 
Pele + tecido subcutâneo + gordura dos tecidos 
subcutâneos. 
 
A temperatura corporal é controlada pelo equilíbrio 
entre a produção e a perda de calor. 
 
Fatores que determinam a produção de calor: 
• Intensidade do metabolismo basal de todas as 
células do corpo; 
• Intensidade extra do metabolismo causada 
pela atividade muscular, incluindo as 
contrações musculares causadas pelo calafrio; 
• Metabolismo extra causado pelo efeito da 
tiroxina, do GH e da testosterona sobre as 
células; 
• Metabolismo extra causado pelo efeito da 
adrenalina, noradrenalina e pela estimulação 
simpática sobre as células; 
• Metabolismo extra provocado pelo aumento 
da atividade química das células; 
• Metabolismo extra necessário para digestão, 
absorção e armazenagem de alimentos (efeito 
termogênico dos alimentos). 
 
A maior parte do calor produzido no corpo é gerada pelo 
fígado, cérebro, coração e músculos esqueléticos 
durante os exercícios. Esse calor é transferido dos 
órgãos e tecidos para a pele, onde ele é perdido para o 
ambiente. 
A velocidade da perda de calor é determinada por dois 
fatores: a velocidade de condução do calor do local de 
produção até a pele e a velocidade de transferência do 
calor da pele para o ambiente. 
 
O fluxo sanguíneo do centro do corpo para pele é 
responsável pela transferência de calor. 
O plexo venoso contínuo, o grupo de vasos mais 
importantes, é suprido pelo influxo de sangue dos 
capilares da pele. Nas mãos, pés e orelhas, o sangue 
também é suprido por anastomoses arteriovenosas. 
A alta velocidade do fluxo na pele faz com que o calor 
seja dissipado rapidamente. 
Portanto, a pele é um tipo de sistema controlado de 
“radiador de calor” eficiente. 
 
 
Quando está calor, as anastomoses arteriovenosas se 
contraem e os capilares mais superficiais se dilatam, 
forçando o sangue a passar pelos capilares mais 
superficiais, o que dissipa o calor do organismo. 
Quando está frio, as anastomoses arteriovenosas se 
dilatam e os capilares mais superficiais se contraem, 
fazendo com que o sangue passe mais facilmente pelo 
plexo venoso, o que evita que o sangue passe pelos 
capilares mais superficiais e perca calor. 
 
Perda de calor 
Uma pessoa desnuda dissipa por radiação 60% do calor 
total perdido. A maior parte da radiação é 
infravermelha, uma onda eletromagnética. 
Somente 3% é dissipado por contato com um objeto 
(condução para um objeto). 
A perda de calor pela condução para o ar representa 
cerca de 15%. Depois disso, o calor é removido pela 
convecção das correntes de ar. 
Quando o corpo é exposto ao vento, a camada de ar 
adjacente à pele é sempre renovada, levando o calor 
para longe. Esse fenômeno é chamado de efeito 
resfriador do vento. 
Por evaporação, uma pessoa elimina cerca de 16 a 19 
calorias por hora, através da pele e dos pulmões – cerca 
de 600 a 700 mL/dia. É uma evaporação insensível. 
 
 
 
Quando a temperatura do ambiente é superior à 
temperatura da pele, o corpo ganha calor por radiação 
e condução. Nesse caso, o corpo só pode perder calor 
por evaporação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflexos de termorregulação 
 
 
Respostas homeostáticas ao ambiente extremo 
 
 
Regulação da temperatura corporal pelo SN 
O hipotálamo é responsável pela regulação da 
temperatura corporal através do núcleo pré-óptico, do 
núcleo dorsomedial e dos corpos mamilares. Essa 
regulação é feita por meio de mecanismos de feedback. 
 
 
 
Controle da temperatura corporal 
1. Os receptores de temperatura na pele 
identificam a temperatura ambiental e enviam 
essa informação através do nervo sensorial 
(fibras A delta). A informação passa pelo tracto 
neoespinotalâmico (ou TETL) e chega ao 
núcleo pré-óptico. O núcleo pré-óptico envia a 
informação aos corpos mamilares, os quais são 
responsáveis pela vasoconstrição ou 
vasodilatação através do SN simpático. 
2. Os receptores sensoriais profundos do corpo 
(medula espinal, vísceras abdominais e 
grandes veias na região superior do abdome o 
do tórax) identificam a temperatura corporal 
interna e enviam essa informação pelo nervo 
sensorial composto de fibras do tipo C. Essa 
informação passa pela medula através do 
tracto paleoespinotalâmico (ou tracto 
espinoreticulotalâmico) e chega ao núcleo pré-
óptico. Daí, a informação passa para os corpos 
mamilares, os quais são responsáveis pela 
vasoconstrição ou vaso dilatação através do SN 
simpático. 
 
As glândulas sudoríparas são inervadas por fibras 
colinérgicas (ACh) do SN simpático. Essas glândulas 
também são estimuladas, porém fracamente, pela 
adrenalina e noradrenalina que circulam no sague, 
mesmo que não tenham inervação adrenérgica. O 
efeito, aumento do metabolismo celular, é chamado de 
termogênese química ou termogênese sem calafrios. 
Ele resulta da capacidade da adrenalina e da 
noradrenalina de desacoplar a fosforilação oxidativa, 
que oxida o excesso de alimentos liberando energia em 
forma de calor, mas não há a formação de ATP. 
 
 
 
Resumo: mecanismos efetores em resposta ao calor 
1. Vasodilatação cutânea 
Inibição dos centros simpáticos no hipotálamo posterior 
responsáveis pela vasoconstrição. 
↑ fluxo - ↓ isolamento térmico - ↑ perda de calor 
2. Sudorese 
Estímulo das glândulas sudoríparas (ativação colinérgica). 
Secreção generalizada. 
↑ perda de calor por evaporação. 
3. Inércia 
Inibição dos tremores e movimentos excessivos. 
↓ produção de calor 
4. Alteração comportamental 
Sensação de desconforto térmico, superaquecimento, 
busca por ventilação, molhar o corpo, tirar roupas 
quentes, etc. 
↑ perda de calor (convecção, evaporação, condução) 
 
Resumo: mecanismos efetores em resposta ao frio 
1. Inibição da sudorese 
2. Vasoconstrição cutânea 
Estimulação dos centros simpáticos no hipotálamo 
posterior. 
↓ fluxo - ↑ isolamento térmico - ↑ conservação de calor 
3. Piloereção 
Ativação simpática dos músculos eretores dos pelos (mais 
importante para os animais com muitos pelos ou penas). 
Camada de ar = pouco condutiva. 
↓ perda de calor por condução 
4. Termogênese 
Aumento do metabolismo por ativação simpática – 
adrenalina e noradrenalina – e por ativação endócrina – 
liberação de tiroxina. 
A liberação de tiroxina é estimulada pelo hormônio 
liberador de tireotropina que, por sua vez, é produzido 
por estímulo do hipotálamo. 
 
5. Alteração comportamental 
Sensação de desconforto e busca por aquecimento, 
excessiva movimentação ou adoção de posturas que 
reduzem a perda de calor (encolher-se). 
 
 
 
Aclimatação 
É uma adaptação fisiológica de um organismo às 
mudanças em um único fator ambiental. 
A aclimatação está associada à baixa concentração de 
cloreto de sódio no suor, o que permite a conservação 
do sal corporal. 
A reabsorção de cloreto de sódio nos ductos das 
glândulas sudoríparas é estimulada pela aldosterona, 
produzida pelas glândulas adrenocorticais. 
Uma pessoa não aclimatada perde de 15 a 30 gramas de 
sal a cada dia. Depois de aclimatada, perde cerca de 3 a 
5 gramas por dia. 
 
Estimulação hipotalâmica dos calafrios 
No hipotálamo posterior, existe uma área chamada 
centro motor primário para os calafrios. Esse centro é 
inibido pelos sinais de calor oriundos do núcleo pré-
óptico e excitado por sinais de frio oriundos da pele e da 
medula espinal. 
Depois de excitado, o centro motor primário para oscalafrios transmite sinais por tractos bilaterais pelo 
tronco encefálico, na direção das colunas laterais da 
medula espinal e, finalmente, para os neurônios 
motores. 
 
 
O ponto de ajuste da temperatura no hipotálamo, acima 
do qual a sudorese se inicia e abaixo do qual são 
desencadeados os calafrios, é determinado pelo grau de 
atividade dos receptores de calor no núcleo pré-óptico. 
Os sinais de temperatura das áreas periféricas do corpo 
e dos tecidos corporais profundos alteram o ponto de 
ajuste do centro de controle da temperatura no 
hipotálamo. 
 
 
 
O ponto de ajuste aumenta conforme a temperatura 
diminui. Para a pessoa representada nesse gráfico, o 
ponto de ajuste se elevou de 36,7°C para 37,4°C quando 
a temperatura da pele caiu para 29°C. Portanto, quando 
a temperatura da pele estava alta, a sudorese começou 
em temperatura hipotalâmica mais baixa do que no 
momento em que a temperatura da pele estava baixa. 
É importante que a sudorese seja inibida quando a 
temperatura da pele é baixa. 
 
 
 
Febre 
Temperatura corporal acima da faixa normal de 
variação. Pode ser provocada por anormalidades no 
cérebro ou por substâncias tóxicas que afetam os 
centros reguladores da temperatura. 
 
 
 
A febre pode ser: 
• De baixa intensidade – 38 a 39°C; 
• Moderada – 39 a 40°C; 
• Alta – mais de 40°C. 
 
Intermação é o limite superior da temperatura do ar que 
uma pessoa pode suportar. 
Ocorre choque circulatório e a perda de líquidos e de 
eletrólitos. 
Sintomas: 
• Desorientação; 
• Delírios; 
• Pode levar à inconsciência; 
• Vômitos; 
• Desconforto abdominal. 
 
Muitas proteínas, produtos de degradação de proteínas 
e algumas outras substâncias (especialmente toxinas 
oriundas de membranas celulares de bactérias) podem 
fazer com que o ponto de ajuste se eleve. As substâncias 
que causam esse efeito são chamadas de pirogênios. 
Os pirogênios são liberados por bactérias tóxicas ou 
liberados por tecidos em degeneração. 
Quando o ponto de ajuste do centro de regulação 
hipotalâmico da temperatura se eleva acima do normal, 
todos os mecanismos para a elevação da temperatura 
corporal começam a atuar, incluindo a conservação de 
calor e o aumento da produção de calor. 
 
 
 
Quando as bactérias ou os produtos da degradação das 
bactérias estão no tecido ou no sangue, eles as 
fagocitados pelos leucócitos do sangue, pelos 
macrófagos teciduais e pelos grandes linfócitos killers. 
Todas essas células digerem os produtos bacterianos e, 
em seguida, liberam citocinas. 
A citocina mais importante para causar a febre é a 
interleucina 1, também chamada de pirogênio 
leucocitário ou pirogênio endógeno. 
A IL-1, quando chega no hipotálamo, ativa 
imediatamente os processos produtores de febre, 
aumentando significativamente a temperatura corporal 
em apenas 8 a 10 minutos. 
 
Características das condições febris: 
• Calafrios; 
• Crise ou “rubor”; 
• Choque térmico; 
• Efeitos prejudiciais das altas temperaturas – 
hemorragias locais e degeneração 
especialmente das células do cérebro, lesões 
no fígado, rins e outros órgãos.

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