Buscar

CORDEL - FOLCLORE - PROF MONIZA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 113 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 113 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 113 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SEQ. CORDEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL 
 
 
A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-holandês da 
Idade Contemporânea e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de 
comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, lá 
chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as 
de autoria de Gil Vicente (1465-1536).Foram os portugueses que trouxeram o cordel 
para o Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX 
começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias daqui. 
Os temas incluem desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas , temas 
religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira 
da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são 
alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite 
para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode 
virar cordel nas mãos de um poeta competente. 
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos 
estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava 
ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz 
presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São 
Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas 
apresentações dos cordelistas. 
Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde 
(1880-1959) estão entre os principais autores do passado.[1] 
Todavia, este tipo de literatura apresenta vários aspectos interessantes e dignos 
de destaque: 
As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do 
imaginário popular; 
Pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares 
e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste gênero ainda no nordeste do Brasil), 
a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades 
locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore 
nacional; 
Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número 
elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e 
lutam contra o analfabetismo; 
A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam 
a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo. 
 
Fonte do texto: Wikipedia Fonte 
imagem: 
http://giseleteixeira.files.wordpress.com/2009/11/normal_cordel_jborges13-02-08.jpg 
 
 
Significado de Cordel 
 
O que é Cordel: 
Cordel são folhetos contendo poemas populares, expostos para venda pendurados 
em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.Os poemas de cordel são escritos 
em forma de rima e alguns são ilustrados. 
Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, 
acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito 
empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. 
Cordel também é a divulgação da arte, das tradições populares e dos autores locais e 
é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições 
literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro. Cordel 
Encantado 
Cordel Encantado é o nome de uma novela apresentada na Rede Globo de Televisão, 
em 2011.Conta a história dos reis da cidade fictícia de Seráfia do Norte, Augusto 
(interpretado pelo ator Carmo Dalla Vecchia) e Cristina (interpretada pela atriz Alinne 
Moraes). 
http://giseleteixeira.files.wordpress.com/2009/11/normal_cordel_jborges13-02-08.jpg
Literatura de cordel 
No Brasil, a literatura de cordel é encontrada no Nordeste, principalmente nos 
estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.Costumava ser 
vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se encontra em 
outros estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, e são vendidos em 
feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas 
 
 
 
 
 
Literatura de Cordel – Exemplos, História e Características 
 
novembro 13, 2017 - by Prof - Leave a Comment 
 
 
A Literatura de Cordel é uma das manifestações mais ricas da cultura brasileira, 
sendo bastante popular nas regiões norte e nordeste do país, especialmente nos 
estados do Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e Ceará. 
 
Quais as origens da Literatura de Cordel? 
 
Esse tipo de literatura tal como a conhecemos no Brasil tem suas origens no 
continente Europeu, sendo introduzida em Portugal por volta do século XVIII. Em 
países como Espanha, França e Itália, essa literatura começava a se desenvolver 
no decorrer do século XII, ganhando maior notoriedade durante o período do 
Renascimento. 
Especialmente no Brasil, essa literatura ganhou espaço no século XIX, adquirindo 
mais força e popularidade entre as décadas de 1930 e 1960, sendo marcada por 
fortes elementos da cultura brasileira. 
 
Quais as principais características da Literatura de Cordel? 
● Busca informar os leitores utilizando recursos divertidos e forte oralidade; 
● Trata-se de uma tradição literária de cunho regional, ao contrário da 
literatura convencional (impressa nos livros); 
● De forma geral, essa literatura é apresentada em formato de pequenos 
livros com capa de xilografia, que ficam pendurados em cordas ou 
barbantes. Por isso, esse tipo de literatura recebeu esse nome; 
● Consiste em um tipo de gênero literário elaborado em versos com 
linguagem popular, retratando temas do cotidiano; 
● Nessa literatura, geralmente os próprios autores realizam a divulgação de 
suas obras. 
 
https://www.figuradelinguagem.com/gramatica/literatura-de-cordel/
https://www.figuradelinguagem.com/author/figuradox/
https://www.figuradelinguagem.com/gramatica/literatura-de-cordel/#respond
No que se refere ao conteúdo e linguagem, esse tipo de literatura tem como 
características: 
 
● Uso do humor, sarcasmo e ironia; 
● Linguagem informal (coloquial); 
● Intensa presença de oralidade, rimas e métrica; 
● Abordagem de diversos temas: políticos, religiosos, folclóricos, históricos, 
sociais etc. 
 
Com o objetivo de resgatar e manter a memória e importância cultural do Cordel, em 
setembro de 1988 foi criada a ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, 
que possui mais de 7 mil documentos contendo livros, folhetos de cordel e pesquisas 
sobre os mais diversos aspectos desse tipo de literatura, oferecendo amplo apoio 
aos autores Escritores famosos influenciados pela Literatura em Cordel 
Grandes escritores brasileiros foram amplamente influenciados por esse tipo de 
literatura, sendo seus traços notados em suas principais obras. Esses escritores 
são: 
 
● Guimarães Rosa; 
● Ariano Suassuna; 
● João Cabral de Melo Neto; 
● José Lins do Rego. 
 
Escritores que mais se destacam na Literatura de Cordel 
Os cordelistas com obras mais significativas e que se destacam no Brasil, sendo 
considerados os “mestres do cordel”, são: 
 
● João Martins de Athayde; 
● Firmino Teixeira do Amaral; 
● Cego Aderaldo; 
● Apolônio Alves dos Santos; 
● Cuica de Santo Amaro; 
● Guaipuan Vieira; 
● João Ferreira de Lima; 
● Leandro Gomes de Barros; 
● João de Cristo Rei; 
● Manoel Monteiro; 
● Homero do Rego Barros; 
● Gonçalo Ferreira da Silva; 
● Antônio Gonçalves da Silva (Patativa do Assaré); 
● José Alves Sobrinho; 
● Téo Azevedo. 
 
Recentemente, um jovem autor vem ganhando cada vez mais notoriedade em 
virtude de sua habilidade com esse tipo de literatura. Trata-se de Bráulio Bessa, 
poeta, declamador e palestrante que possui participação semanal no programa 
“Encontro”, com Fátima Bernardes. 
 
Algumas curiosidades sobre o cordel 
 
● No séculoXIX surgiram os primeiros mestres dessa literatura, tais como 
Leandro Gomes de Barros, Ugolino Nunes da Costa e Germano da 
Lagoa; 
● O trabalho dos vendedores de folhetos foi determinante para a 
disseminação desse tipo de literatura, sendo a divulgação amplamente 
realizada em feiras, pequenas cidades e lugarejos do interior do nordeste; 
● Embora atualmente os meios de comunicação tenham diminuído a 
popularidade desse tipo de literatura, há um movimento artístico no sentido 
de manter vivas as características e importância dessa escrita, já que ela 
consiste numa parte fundamental da cultura brasileira. 
 
11 principais obras da Literatura de Cordel 
 
1 – Cordel (Patativa de Assaré); 
 
2 – Sertão alumiado pelo fogo do cordel encantado (Ana Paula Campos Lima); 3 
– Histórias e lendas do Brasil – contos nordestinos (Tia Regina); 
4 – Antologia da literatura de cordel (Sebastião Nunes Batista); 5 
– A pedra do meio-dia ou Arthur e Isadora (Bráulio Tavares); 
6 – O príncipe e a fada (Manoel Pereira Sobrinho); 
6 – O flautista misterioso e os ratos de hamelin (Bráulio Tavares); 8 
– Canudos na literatura de cordel (José Calasans); 
9 – Lampião, o capitão do cangaço (Gonçalo Ferreira da Silva); 10 
– Pavão misterioso (José Camelo de Melo Resende); 
11 – O cachorro dos mortos (Leandro Gomes de Barros). 
 
Exemplos de textos de Literatura de Cordel 
 
Para demonstrar melhor a estrutura e características adotadas por essa literatura, 
nada melhor que ver alguns exemplos dos autores que mais se destacam no cordel. 
 
Significado de Xilogravura O que é 
Xilogravura: 
Xilogravura significa gravura em madeira. É uma antiga técnica, de origem chinesa, 
em que o artesão utiliza um pedaço de madeira para entalhar um desenho, 
deixando em relevo a parte que pretende fazer a reprodução. Em seguida, utiliza 
tinta para pintar a parte em relevo do desenho. Na fase final, é utilizado um tipo de 
prensa para exercer pressão e revelar a imagem no papel ou outro suporte. Um 
detalhe importante é que o desenho sai ao contrário do que foi talhado, o que exige 
um maior trabalho ao artesão. 
 
Existem dois tipos de xilogravura: a xilogravura de fio e a xilografia de topo que se 
distinguem através da forma como se corta a árvore. Na xilogravura de fio (também 
conhecida como madeira à veia ou madeira deitada) a árvore é cortada no sentido 
do crescimento, longitudinal; na xilografia de topo (ou madeira em pé) a árvore é 
cortada no sentido transversal ao tronco. 
 
A xilogravura é muito popular na região Nordeste do Brasil, onde estão os mais 
populares xilogravadores (ou xilógrafos) brasileiros. A xilogravura era frequentemente 
utilizada para ilustração de textos de literatura de cordel. Alguns cordelistas eram 
também xilogravadores, como por exemplo, o pernambucano J. Borges (José 
Francisco Borges). 
7 – O flautista misterioso e os ratos de hamelin (Bráulio Tavares); 8 
– Canudos na literatura de cordel (José Calasans); 
9 – Lampião, o capitão do cangaço (Gonçalo Ferreira da Silva); 10 
– Pavão misterioso (José Camelo de Melo Resende); 
11 – O cachorro dos mortos (Leandro Gomes de Barros). 
 
A LENDA DO CURUPIRA EM CORDEL 
Autor: Arievaldo Viana – Desenhos: Jô Oliveira 
 
1 - A poesia é um dom Que a 
musa divina inspira É a pepita 
que ofusca 
O cascalho da mentira Peço 
ajuda ao universo Para narrar, 
no meu verso, A lenda do 
Curupira. 
 
2 - Tem os cabelos vermelhos 
Dentes de rara beleza 
Verdes como a esmeralda Luz 
de vagalume acesa Não gosta 
de caçador 
É o gênio protetor 
Das coisas da Natureza. 
 
3 - Diz a lenda que um índio Um 
dia, por distração, Adormeceu 
na floresta 
E acordou de supetão Na 
sua frente sorria O Curupira 
e queria Comer o seu 
coração. 
 
4 - O caçador já matara Ali 
alguns animais 
Então concebeu um plano 
Astucioso e sagaz 
Um coração lhe arranjou O 
Curupira provou 
E sorriu, pedindo mais. 
 
5 - Um coração de macaco O 
caçador lhe entregou 
O Curupira comeu O 
coração e gostou, 
O caçador respondeu: 
- Agora me dê o seu; 
Que o meu você devorou... 
 
6 - O Curupira inocente Agiu 
com todo respeito Pediu a 
faca do índio 
E cravou no próprio peito 
Depois ficou estirado 
E o caçador assombrado Saiu 
depressa, sem jeito. 
 
7 - Por muito tempo o tal índio Não 
queria mais caçar 
Por mais que os seus amigos 
Viessem lhe convidar 
Ele inventava desculpa No 
peito trazia a culpa Medo, 
tristeza e pesar. 
 
8 - A filha do caçador Pediu 
a ele um colar O índio, pai 
devotado, Resolveu ir 
procurar Os dentes do 
Curupira Brilhantes como 
safira 
Para a filhinha enfeitar. 
 
9 - Achou o crânio do gênio E ali 
mesmo procurou Bater com ele 
na pedra Mas logo que o tocou 
De uma maneira funesta O 
espírito da floresta Depressa 
ressuscitou. 
 
10 - O Curupira entendeu Que 
ele fosse o responsável Por sua 
ressurreição 
E de modo muito amável Deu-
lhe um arco pra caçada E uma 
flecha encantada 
De valor inestimável. 
 
 
 
 
 
A mulher que deu tabaco na presença do marido 
 
Gonçalo Ferreira da Silva Quem perde o 
tempo no mundo 
Só com conversa fiada Bota 
falta em todo mundo, 
Não nota virtude em nada Se 
acaso engolisse a língua Morreria 
envenenada. 
Às vezes contam estória Que 
nem sequer faz sentido Que no 
dia de São Nunca Talvez tenha 
acontecido 
Da mulher que deu tabaco Na 
presença do marido. 
Dona Juca era dotada De 
perfumado sovaco, 
E quem ferisse uma perna Numa 
queda ou num buraco Ela curava 
a ferida 
Com o seu próprio tabaco. 
Quando ela via uma 
Desventurada pessoa 
Horrivelmente gripada Soltando 
espirros à toa Dava o tabaco e 
aquela Enferma ficava boa. 
Seu marido Mororó Dizia: – 
Você me insulta, 
Quanto mais dá seu tabaco Mais 
a multidão se avulta Assim, ou 
para com isso Ou eu vou cobrar 
consulta. Mas Dona Juca dizia: 
– Essa bobagem não faça, 
Quando eu tenho algumas pratas Você 
bebe de cachaça 
Cobre pelo seu trabalho 
Meu tabaco eu dou de graça. Pau 
da vida, Mororó Respondeu: – 
Aqui ninguém Vai mais pedir seu 
tabaco Pois pra mim não pega 
bem Quem pedir o seu tabaco 
Você diga que não tem. 
Porém como aquilo tinha Que 
acontecer um dia 
Quanto mais passava o tempo 
Mais a multidão crescia 
Procurando a Dona Juca 
Em magistral romaria. 
Pra mostrar que Dona Juca 
Tinha mesmo grande prova 
Basta dizer que uma velha Já 
com os dois pés na cova Foi 
visitar Dona Juca 
Pra pedir pra ficar nova. Dizia a 
velha aos presentes 
– Não pensem que sou maluca sou 
velha porém não tenho qualquer 
problema na cuca tenho fé no 
milagroso 
tabaco da Dona Juca. 
E disse mais a velhinha: 
-Todo mundo tem fé nela não há 
esse que não queira ao menos 
sonhar com ela pedir pra sentir o 
cheiro que tem o tabaco dela. 
Conselhos de medicina Da 
nossa grande nação Pediram 
que o governo 
Procedesse intervenção De 
Juca o curandeirismo A pronta 
proibição. 
A população local 
Lançou logo um manifesto E 
contra a proibição 
Uma nota de protesto Achando que o
conselheiro Devia ser mais 
modesto. 
A imprensa curiosa Rádio, 
TVs e Jornais, Volantes de 
reportagens, As emissoras 
locais 
Mandaram à casa de Juca Os 
seus profissionais. 
Muitas pessoas movidas Por 
humanos sentimentos Na 
casa de Dona Juca 
Armaram acampamentos 
Assistindo a cobertura 
De tais acontecimentos. E 
os poetas distantes Da 
vigilância do rapa 
Faziam suas propagandas 
Enquanto bebiam garapa 
Exibindo seus folhetos Com 
Dono Juca na capa. Numa 
bengala escorado Um 
doente entrou na sala 
Quando cheirou o tabaco 
Readquiriu a fala 
Pra provar que ficou bom 
Rebolou fora a bengala. 
Contente da vida, ele Por 
ter salvo a sua vida Graças 
ao santo tabaco Da Dona 
Juca querida 
E esta era por todos 
Sinceramente aplaudida. 
Nunca a fama de um vivente 
Depressa se espalhou tanto 
Nos quatro cantos do mundo O 
seu nome em cada canto 
Desfrutava do respeito 
Do mais milagroso santo. 
Quando nem a medicina 
Dava esperança sequer Ao 
enfermo, ele inda tinha Uma 
fezinha qualquer 
No tabaco milagroso 
Daquela santa mulher. E 
a própria natureza Como 
que para testar O poder 
quepossuia O tabaco de 
curar 
Fez aparecer doenças Muito 
estranhas no lugar. Por 
exemplo na cabeça Dum 
sujeito ainda moço 
Apareceu certo dia 
Uma espécie de caroço Um 
par de colossais chifres 
Um mais fino, outro mais grosso. 
O rapaz, secretamente, 
Foi ao lar de Dona Juca 
E disse: – Um dia eu senti Na 
testa uma dor maluca Depois 
nasceu esses troços No alto 
da minha cuca. 
Dona Juca disse: – O meu 
Tabaco pode curar 
Porém a sua mulher Terá 
que colaborar Pois do jeito 
que ela faz 
Nem adianta tentar. Este 
negócio de chifre Não é um 
costume novo Eu esfrego 
meu tabaco, Ela pede fumo 
ao povo, 
Eu sei que existe a chuva 
Porém eu mesmo não chovo. 
O rapaz chegando em casa 
Disse pra Conceição: 
-O milagroso tabaco me 
tira desta aflição 
no entanto é necessário 
sua colaboração. 
Conceição disse assustada: 
-Colaborar? Como assim? 
Não dê mais o seu tabaco 
Não seja assim tão ruim… É 
você dando o tabaco 
E nascendo chifre em mim. 
Aí Conceição cortou 
Os males pelas raízes 
E o pobre rapaz dos chifres 
Também superou as crises 
Viveram oitenta anos 
Extremamente felizes. 
Dona Juca recebeu 
Parabéns do Doutor Zeca 
Que fizera experiência Com 
sua própria cueca 
E não conseguiu nascer 
Cabelo em sua careca. 
Passando a careca 
No tabaco prodigioso 
Ficou cabeludo e Zeca Se 
tornou em fervoroso 
Romeiro de Santa Juca Do 
tabaco milagroso 
 
ai desmoronar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IDEIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETOS 
 
 
DO CONTO AO CORDEL E VERBO 
 
Portuguesa Docente: Rosemary Lapa 
Discentes: Flávia Lucas/Flávia Rayana/ Gigliolla Cruz/ Lariane Menezes 
 
Publico Alvo: Alunos do 5º Ano do Ensino Fundamental 
 
Tema: Do conto ao cordel 
 
Objetivos: 
· conhecer o gênero cordel; 
· comparar o conto com cordel; 
· Perceber no texto a funcionalidade dos verbos e adjetivos; 
· produzir um cordel a partir de contos de fadas; 
· conhecer a técnica da xilogravura; 
· organizar um festival de cordéis. 
 
Sequência didática 
· Apresentação e trabalho com a estrutura do gênero conto, tanto no 
aspecto formal, quanto estílístico e linguístico. 
· Apresentação e trabalho com a estrutura do gênero cordel, tanto no 
aspecto formal, quanto estílístico e linguístico. 
· Comparação dos gêneros conto e cordel, notadamente no aspecto formal. 
· Transformação do gênero conto em cordel. 
· Produção dos livros de cordel. 
· Produção artesanal de xilogravuras 
· Exposição dos cordéis. 
 
MATERIAL: Textos impressos (A Bela e a Fera, Lampião lá do Sertão e a Bela e 
a Fera em cordel); folhas de papel ofício; bandejas de isopor; tinta guache; lápis; 
palitos de dente; tesoura; rolinho de espuma para pintura; DVD (cordel “A árvore 
de dinheiro”); corda. 
 
A Bela e a Fera 
 
Adaptado dos contos dos irmãos Grimm 
 
Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas três filhas. A 
mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso 
era chamada de "BELA". 
Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniu as suas filhas e disse: 
— Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar, trarei presentes. O que vocês 
querem? - As irmãs de Bela pediram presentes caros, enquanto ela permanecia 
quieta. 
O pai se voltou para ela, dizendo: 
— E você, Bela, o que quer ganhar? 
—uma rosa, querido pai, porque neste país elas não crescem, respondeu Bela, 
abraçando-o forte. 
O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na estrada para a volta. Tanta 
era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por 
muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando, a pouca 
distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por 
furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho. 
Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de repente, 
descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe 
restavam dirigiu-se para aquela última esperança. 
Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e acolhedor. Bateu 
várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu entrar para esquentar-se e esperar 
os donos da casa. O interior, realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e 
mobiliado de maneira esquisita. 
O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e 
percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e vinho 
delicioso. 
Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois pela luz que saía de 
um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma grande sala com uma cama 
acolhedora, onde o homem se esticou, adormecendo logo. De manhã, acordando, 
encontrou vestimentas limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o 
pai 
de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não havia encontrado 
nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas rosas e se 
lembrou da promessa feita a Bela. Parou e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, 
então, atrás de si um 
rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse: 
— É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as minhas rosas? Para 
castigar-te, sou obrigado a matar-te! 
O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos deixá-lo ir abraçar 
pela última vez as filhas. A fera lhe propôs, então, uma troca: dentro de uma semana 
devia voltar ou ele ou uma de suas filhas em seu lugar. 
Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos pés das filhas e 
perguntando-lhes o que devia fazer. Bela aproximou-se dele e lhe disse: 
— Foi por minha causa que incorreste na ira do monstro. É justo que eu vá... 
De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida. Passados os sete dias, 
partiu para o misterioso destino. 
Chegada à morada do monstro encontrou tudo como lhe havia descrito o pai e 
também não conseguiu encontrar alma viva. 
Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa, quando, chegando a 
uma extraordinária porta, leu ali a inscrição com caracteres dourados: "Apartamento 
de Bela". 
Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e esplêndida. Das 
janelas tinha uma encantadora vista do jardim. 
Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta. Abriu-a com 
cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada, retornou e fugiu através das 
salas. Alcançada a última, percebeu que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se 
perdida e já ia implorar piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil 
e suplicante lhe disse: 
— Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo; mas não sou mau e espero que 
a minha companhia, um dia, possa ser-te agradável. Para o momento, queria pedir-
te, se podes honrar-me com tua presença no jantar. 
Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela consentiu e ao fim da tarde 
compreendeu que a fera não era assim malvada. 
Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia afeiçoada àquele 
estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil, culto e educado. 
Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse: 
— Desde quando estás aqui a minha vida mudou. Descobri que me apaixonei por ti. 
Bela, queres casar-te comigo? 
A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para ganhar tempo, disse: 
— Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir conselhos a meu pai que não 
vejo há muito tempo! 
A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela que, ao final, a 
deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias voltaria. 
Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos, 
pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e a cobriu de 
beijos. Depois começaram a contar-se tudo que acontecera e os dias passaram tão 
velozes que Bela não percebeu 
que já haviam transcorridos bem mais de sete. 
Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira. Lembrou-se da 
promessa e correu desesperadamente ao palácio. Perto da roseira encontrou a Fera 
que morria.Então, Bela a abraçou forte, dizendo: 
— Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só uma grande estima, mas 
como sofro, percebo que te amo. 
Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou um sorriso radioso e diante de 
grande espanto de Bela começou a transformar-se em um esplêndido jovem, o qual 
a olhou comovido e disse: 
— Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo 
monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e 
tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora? 
Bela não fez repetir o pedido e a partir de então viveram felizes 
e apaixonados. 
 
 
Aula 1 
 
Atividade 1: Conversando sobre o conto 
 
Quem sabe o que é um conto? Ouvir e considerar as respostas dos estudantes e, 
caso seja necessário, acrescentar as informações abaixo; 
 
É uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de 
fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um 
narrador, personagens, ponto de vista e enredo. 
 
A leitura do conto A bela e a Fera será feita pelos alunos, ou seja, um assumirá o 
papel de narrador e os outros, os personagens. 
 
Quem escreveu este conto? 
Vamos conhecer um pouquinho desse autor? 
Quais as características dos personagens principais? 
 
Nessa versão, o mercador, pai de Bela tem três filha, vocês já ouviram outras 
versões em que ele tivesse menos filhas? Quantas eram? 
 
Mesmo com boas intenções, o pai da Bela tomou uma atitude correta ao colher a 
rosa do jardim da Fera? (levá-los a compreender, durante o diálogo que o pai da 
Bela tirou algo que não lhe pertencia, sem pedir ao dono) Qual seria atitude 
correta a ser tomada? 
 
A Fera, mesmo com razão, porque o pai da Bela tirou algo de seu jardim sem lhe 
pedir, tomou uma atitude justa? Era necessário prendê-lo por isso? O que você 
faria se fosse a Fera? 
E com relação à atitude da Bela? Ela fez certo em tomar o lugar do pai, tomando 
a punição por algo que seu pai havia feito? 
 
Se você fosse a Fera, aceitaria o que a Bela fez? 
 
Note que as palavras Fera e Bela sempre aparecem no texto com inicial 
maiúscula. Por que isso acontece? 
 
Ler o texto novamente perguntando: 
· Se eles encontraram alguma palavra desconhecida no texto. 
· Já leram algum texto como esse anteriormente? (o mesmo gênero) 
· Em que espaço ocorre a narrativa? 
· Em qual tempo ocorre a narrativa? 
· O que aproxima Bela de Fera? 
· Qual o momento de maior tensão na narrativa? 
· Existe a caracterização das personagens nessa história? Como é? 
Dê exemplos. 
· Por que a caracterização ocorre dessa forma? Levante hipóteses. 
 
Atividade 2: 
 
Atividade individual: 
 
Fazer um levantamento prévio sobre o que os alunos sabem sobre verbo, após 
ouvir tudo o que eles disserem, pedir que observemos verbos no texto A Bela e a 
Fera, chamando atenção para as características dos verbos (indicam tempo, 
situação de ação, estado ou fenômeno da natureza, sempre concordam com o 
substantivo),na sequência , questionar: Em que momento eles dão ideia de 
passado e quando dão ideia de presente? Por que, possivelmente isso 
acontece? Em algum momento é possível perceber no tempo uma ação que 
ocorra no futuro? 
 
Trabalhar períodos do texto para mostrar a diferença entre passado (perfeito e 
imperfeito) e presente. 
 
Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo; mas não sou mau e 
espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te 
agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes honrar-me 
com tua presença no jantar. 
Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa 
feita a Bela. 
 
ü Os verbos no passado dão sempre a mesma ideia? 
ü Nesses trechos, os verbos dão ideia de passado, mas as ações no 
passado se comportam da mesma maneira? 
 
Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só uma grande estima, mas 
como sofro, percebo que te amo. 
 
ü Os verbos no presente dão sempre a mesma ideia? 
ü Nesse trecho, os verbos dão ideia de presente, mas as ações no 
presente se comportam da mesma maneira? (Sim. Sempre a mesma 
ideia! A frase “não morras” está no modo imperativo, enquanto os outros 
verbos estão no indicativo) 
 
Em seguida: 
 
Construir em conjunto com a turma uma definição para essa classe gramatical e 
seus tempos verbais. 
 
Montar no quadro, a tabela cujas colunas devem ser os tempos que apareceram 
predominantemente no texto trabalhado. 
Após todos os verbos estarem na tabela, é hora de treinar sua flexão, mantendo 
a pessoa verbal. 
 
PASS
A DO 
PRES
E NTE 
Quero, 
sofro, 
perceb
o, 
suplico. 
Queria, 
sofria, 
percebi
a 
, 
supliqu
e i. 
Vivo, é, Vivia, 
há, era, 
muda. havia, 
 mudou. 
 
Pedir que os alunos façam a reescrita do texto com um final que eles acharem 
mais adequado, interessante para depois entre si trocarem e cada um poder ver 
a reescrita do outro. 
 
Aula 2 
 
Atividade 1 
Fazer um levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero 
cordel com as seguintes perguntas: 
1. Você já ouviu falar em Cordel? 
2. Se já ouviu falar, o que sabe sobre o assunto? 
3. Levar cordéis para a sala de aula para que os alunos leiam. 
 
Atividade 2 
Levar os alunos para o laboratório de informática e pedir que em dupla façam 
uma pesquisa com as seguintes questões: 
§ Quando surgiu o Cordel?(Local, contexto, etc.). 
Aula 2 
Atividade 1 
Fazer um levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero 
cordel com as seguintes perguntas: 
4. Você já ouviu falar em Cordel? 
5. Se já ouviu falar, o que sabe sobre o assunto? 
6. Levar cordéis para a sala de aula para que os alunos leiam. 
 
Atividade 2 
Levar os alunos para o laboratório de informática e pedir que em dupla façam 
uma pesquisa com as seguintes questões: 
§ Quando surgiu o Cordel?(Local, contexto, etc.). 
 
§ Qual sua importância em nossa cultura? 
§ Quais são os assuntos presentes nos cordéis? 
§ Quais são suas características? 
§ Como é chamado modo como se fazem os textos imagéticos presentes nos 
cordéis? Qual sua importância para os cordéis? 
§ Como as xilogravuras são feitas? 
Os alunos deverão anotar nos cadernos as informações encontradas durante as 
buscas e, caso encontrem alguma outra informação relevante além das 
indicadas, também poderão anotar e trazer para a aula seguinte. 
Para as buscas deverão principalmente acessar os sites indicados abaixo ou 
acessar o Google e pesquisar a palavra “cordel” ou “literatura de cordel”, onde 
encontrarão diversos sites: 
 
o http://www.significados.com.br/cordel/; 
o http://www.cecordel.com.br/infantis.html; 
o 
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-surgiu-literatura-c 
ordel-683552.shtml; 
http://www.carnaxe.com.br/cronicas/literaturadecordel_comoe_comofazer.htm. 
 
AULA 3 
 
Atividade 1 
Em sala de aula, conversar com os alunos sobre pesquisa feita por eles, 
ressaltando a importância do cordel na cultura popular. Nesse momento, todos os 
alunos exporão oralmente as questões pesquisadas, emitindo suas opiniões 
sobre a literatura de cordel (se gostaram ou não). 
 
ü Durante a conversa com os alunos, caso seja necessário, contar para a 
turma sobre a origem do cordel, o porquê do nome, seu desenvolvimento 
no Brasil, o preconceito que pesou sobre o gênero no passado, sua 
valorização nos dias de hoje, etc. 
 
Atividade 2 
ü Juntamente com os alunos e a partir das informações obtidas por eles com a 
pesquisa, construir um quadro contendo as principais características do 
gênero e que serão utilizadas posteriormente por eles na produção de seus 
cordéis . No quadro deverá conter as características essenciais de cordel: a 
estrutura (sextilha, setilha, oitava, decima); as rimas; texto imagético 
(contextualizado) e a forma de exposição (pendurados em cordas). 
Aproveitaremos esta atividade para retomar a estrutura do conto e fazer 
comparação, ressaltando os pontos convergentes. 
 
AULA 4 
http://www.significados.com.br/cordel/%3B
http://www.cecordel.com.br/infantis.html%3B
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-surgiu-literatura-chttp://www.carnaxe.com.br/cronicas/literaturadecordel_comoe_comofazer.htm.
 
Lampião, lá do Sertão! 
 
“Bem no meio da Caantiga E 
não falo do “fedô”! 
Pois entendam que esse nome 
(Seu menino, seu “dotô”) 
é dado à vegetação que 
cresce lá no Sertão 
onde a história se “passô” 
 
E foi em Serra Talhada Num 
canto desse Sertão Que 
nasceu um cangaceiro O seu 
nome: Lampião 
Para uns muito malvado 
Para outros um irmão 
 
Ele era muito brabo 
Tinha muita atitude 
Alguns dizem, hoje em dia 
Que ele era o Robin Hood 
Roubava do povo rico 
Dava a quem só tinha um tico 
De dinheiro e de saúde 
 
Ou talvez fosse um pirata 
Mas não navegava não Ele 
tinha um olho só Também era 
Capitão Comandava o seu 
bando Com muita satisfação 
 
O cabra era tão raivoso 
Que se um pedacinho entrava De 
comida entre os dentes 
E muito lhe incomodava Ele 
pegava um facão 
E fazia uma extração 
Que nem o dente sobrava! 
 
E esse homem tão temido 
Também tinha sentimento! Um 
dia se apaixonou 
E pediu em casamento A 
tal Maria Bonita 
Que lhe deu consentimento 
 
Ela também era braba E 
andava no seu bando 
Demonstrou que a mulher 
Também tem força lutando e 
seguiu o seu marido mundo 
afora, caminhando 
 
Entre uma batalha e outra 
Lampião se divertia Gostava 
duma sanfona 
E dançava com Maria 
Seu bando fazia festa Até 
o raiar do dia 
 
Ele dançava forró Xaxado e 
também baião Gostava era 
das cantigas Das noites de 
São João 
 
Numa noite de Luar Bem 
cansado de fugir Da polícia 
que jamais Cansou de lhe 
perseguir Lampião olhou pro 
céu Cantou antes de dormir: 
 
“Olha por Céu meu Amor. Vê 
como ele está lindo… 
Olha pra aquele balão multicor 
Que lá no céu vai sumindo…” 
 
E assim adormeceu 
Junto da sua Maria 
A polícia os encontrou Logo 
cedo no outro dia 
 
Foi cantando uma cantiga 
Sobre o céu do seu rincão 
Que se despediu da vida O 
temido Lampião 
Que faz parte da história e 
hoje vive na memória de 
quem é da região 
 
E é cantando esta canção que 
eu encerro a poesia 
de uma história que falou de 
tristeza e alegria vamos 
continuar no xote me 
despeço com o mote: 
Adeus, até outro dia. 
 
Atividade 1: 
 
Levantar os seguintes questionamentos/ debate: 
ü Vocês conhecem a historia de Lampião e Maria Bonita? 
ü Como a autora apresenta Lampião e Maria Bonita? 
ü Para o povo, conforme a autora, o que eles faziam era 
errado? ü O que você acha das atitudes deles? 
ü Eles teriam outras formas para fazer o bem sem serem perseguidos pela 
policía? Quais? 
ü Este cordel apresenta algumas palavras que mostram a forma como 
algumas pessoas falam (variações linguísticas), quais delas vocês 
conseguiram identificar? (fedô, dotô, passo, brabo...) 
ü Que outro final você daria para este cordel? 
 
Na estrofe abaixo, podemos perceber como as pessoas achavam que 
Lampião era: 
 
E foi em Serra Talhada Num 
canto desse Sertão 
Que nasceu um cangaceiro O 
seu nome: Lampião 
Para uns muito malvado Para 
outros um irmão 
 
ü Releiam o texto buscando nele algumas pistas sobre como eram Lampião 
e Maria Bonita. 
ü Quais outras características vocês dariam aos personagens? 
v Solicitar que os alunos reescrevam o texto suprimindo as palavras que 
caracterizam os personagens, de forma que percebam a funcionalidade 
dos adjetivos no texto, depois refletiremos sobre: 
 
ü Quais diferenças vocês perceberam entre os dois textos? 
ü Qual a importância dos adjetivos para o funcionamento do texto? 
 
Transformando cordel em conto 
 
Atividade 1 
 
ü Fazer uma rápida revisão do que é conto e cordel com os alunos. 
ü Explicar para eles que nós podemos transformar um gênero textual em 
outro. 
ü Explicar para eles que às vezes uma história pode ter diferentes 
finais. ü Mostrar para eles a história da Bela e a Fera contada em 
Cordel. 
 
A Bela e a Fera em cordel 
(autoria própria do grupo) 
 
Aconticeu lá na França 
 
Qui é longe de vredadi 
Tinha um comeciante Qui 
vivia fazeno viagi Até que 
um belo dia Uma linda rosa 
ele viu 
E foi ai que a confusão começou viu? 
Nosso amigo comeciante 
Tinha uma fia muito amada 
Seu nomi era Bela 
Dorce, meiga e muito cobiçada 
Mas a linda rosa tinha dono 
E ele ficô muito brabo, fazeno do comeciante 
seu mais novo escravo 
 
“Predão sinhô era pra minha fia” O 
comeciante lhe falô, 
“Mas me dexe dizer adeus a Bela, ela é 
tudo o qui mim restô” 
Quando foi se dispedir, contô o que aconticeu 
E sua fia de seu pai 
Logo se compadiceu 
Meu pai vô no seu lugar” e assim aconticeu. 
E tinha tombém o Gaston Que 
era muito apaixonado Mas a 
menina Bela 
Não lhe dava papo furado 
Tinha muito nojo dele Que se 
achava o bonzão 
 
Os dias foram passando E a 
Bela conhicendo 
Mais do castelo e de seus serventes 
Que tentavam lhe agradá 
Pois sabiam que somenti a Bela podia 
Já que lhe amoliceu o coração 
Quebrar o feitiço da Fera e de seus empregados 
 
E a fera mal humorada 
Descobriu o sentirmento 
Ele estava apaixonardo 
E pra ele isso era um tormento 
Porque era a Fera 
E a dama uma simplismente Bela 
 
No começo foi estranho Muita 
briga e confusão, Mas depois 
se entenderam E a Bela 
precebeu 
Que dentro daquela capa feia 
Tinha um lindo sentirmento 
 
Mas um belo dia 
O pai da nossa Bela Disse 
para todos que 
Ela era prisiorneira da fera 
Pouca gente acreditô 
Mas foi aí que Gastão pensô.... 
 
“A Bela estando em perigo, Se 
eu lhe sarvar 
Ela vai me aceitar como marido. ” 
E então amedrontou muita gente da cidade 
 
A fera precebeu que a Bela andava triste E 
a deixô partir para que seu pai ela virsse 
Mas antes de sair ela lhe fez uma promessa 
“volto em algumas horas” E saiu sorrindo depressa 
Se tivesse prestardo atenção teria visto que surgia 
Uma grande lágrima no rosto de sua Fera 
 
Ah que filicidadi, 
Quando a Bela viu seu pai 
Muitos abraços pra martá a sardade 
E a Bela logo soube que Gastão planejava uma mardade 
 
Quando seu pai lhe contô 
Pro castelo da Fera a Bela logo correu 
Queria salvar seu amigo 
 
Daquele povo que não lhe compreendeu 
Quando a Bela chegou o castelo tinha sido tomado.. 
 
Atividade 2 
 
ü Perguntar para as crianças se elas sentiram diferença entre a 
história em forma de conto e em forma de cordel. 
ü Mostrar no quadro construído com as estruturas do conto e para que as 
crianças semelhanças e diferenças. 
ü Pedir para que as crianças identifiquem os “erros ortográficos” e 
juntamente com eles fazer uma reescrita do texto. 
ü Pedir para que as crianças, por escrito, deem um final para o cordel. 
 
Aula 6 
ü Perguntar o que as crianças lembram da aula passada. 
ü Pedir que as crianças, em grupos de quatro, transformem um conto 
que gostem em cordel (serão disponibilizados os contos que eles 
escolherem e várias versões de cordéis para que eles possam tomar 
como exemplo). 
ü Pedir que fiquem em círculo e depois leiam seus cordéis para os 
outros colegas. 
 
Aula 7 
Com os textos dos cordéis prontos, inicia-se o processo de confecção dos 
livros. 
 
· Cada grupo deverá fazer uma produção de texto imagético que 
dialogue com o texto escrito estes serão transformados em 
xilogravura (iso-gravura) e servirão como capa para os livros. 
 
· Confecção das xilogravuras: Os alunos deverão recortar as 
abas de bandejas de isopor ( de frios de supermercados). Poderão 
desenhar ou decalcar os desenhos já feitos no papel sobre as bases 
das bandejas(este processo formará sulcos no isopor). Em seguida 
com a ponta do lápis ou de um palito deverão aumentar o sulcos, 
porém sem furar o isopor. Após o término do desenho deverão 
passar a tinta no isopor com um rolinho de espuma para pintura e 
depois pressionar o desenho sobre o papel. Podendo usar um rolo 
de macarrão ou uma garrafa e passar por cima do molde para 
imprimir melhor do desenho no papel. 
ü Confeccionar os livrinhos de cordel. 
 
Culminância: 
ü Como culminância será realizada uma exposição dos cordéis na qual os 
alunos apresentarão para as outras turmas seus trabalhos. 
 
Referências: 
A árvore de dinheiro. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=2p7gMAPwcaU&index=1&list=PLTCoz 05H11m JeOyUMSD98vwYESvDMCYOD. 
Acesso:10/06/14. 
Cordel Lampião lá no sertão. Disponível em: 
marianebigio.com/2014/05/08/lampiao-la-do-sertao/ Acesso:10/06/14. 
 
 
Como Fazer um Livrinho com Folhas de Papel 
 
Passos 
 
Você precisa de um pequeno livrinho para organizar alguns dados, desenhar ou 
para um projeto da escola? Qualquer que seja o motivo, é bem fácil fazer um 
livrinho de papel — tudo o que você precisa é de uma tesoura e uma folha de 
papel em branco. Vamos começar 
 
1- Pegue uma folha de papel A4 e dobre-a ao meio (na forma vertical). 
 
2 - Faça outra dobra como essa (dessa vez, na forma horizontal). 
 
 
 
3 - Abra a folha e você terá quatro partes. 
 
 
4 - Faça outra dobra como essa (dessa vez, na forma horizontal). 
 
 
5 - Abra a folha e você terá quatro partes. 
 
 
6 - Faça mais uma dobra horizontal e depois abra a folha de novo. 
 
 
 
7 - Dobre a folha novamente ao meio, como no primeiro passo. 
 
8 -Com a tesoura, corte nas linhas marcadas, começando na dobra. Pare de 
cortar quando chegar ao meio. 
 
 
 
9 - Desdobre a folha e dobre novamente na forma horizontal. 
 
 
10 - Finalmente, pegue as duas extremidades e as una! 
 
 
 
 
11- Agora basta escrever o que quiser. Aproveite! 
 
 
 
Ao fazer as dobras, tente fazê-las o mais uniformes e definidas que puder! 
Se precisar de mais páginas, corte a extremidade do livrinho. 
 
 
 
Projeto Cordel na Escola 
 
Autor: Francisco Ferreira Filho Diniz 
E-mail: literaturadecordel@bol.com.br 
 
Site: www.projetocordel.com.br 
 
 
 
Objetivos 
 Reconhecer a importância da literatura de cordel enquanto patrimônio histórico e 
cultural do povo paraibano, nordestino e brasileiro. 
Dicas Se quiser um livrinho maior, use uma folha de papel maior. 
Avisos 
No processo de corte, preste atenção para parar imediatamente logo no meio do 
papel. Caso contrário, o seu livrinho vai ficar todo desarrumado. 
mailto:literaturadecordel@bol.com.br
http://www.projetocordel.com.br/
 
 
 Utilizar a poesia de cordel como recurso pedagógico para debater temas 
relacionados à educação escolar como cidadania, solidariedade, preconceito, 
discriminação racial, consciência ambiental, espiritualidade, ética, educação sexual, 
combate às drogas, violência, condição social da população, amor ao próximo. 
 
 Estimular a leitura, produção e edição de folhetos de cordel entre professores, 
alunos e demais integrantes da comunidade escolar. 
 
 Contribuir para o resgate da literatura de cordel na perspectiva de transformá-la 
em veículo de comunicação de massa. 
 
 Realizar exposições em escolas, feiras livres, praças públicas, emissoras de 
rádio, carros de som, em outros ambientes e meios de divulgação. 
 
Justificativa 
Literatura de Cordel 
É poesia popular 
É historia contada em versos 
Em estrofes a rimar 
Escrita em papel comum 
Feita pra ler ou cantar. 
 
A capa é em xilogravura 
Trabalho de artesão 
Que esculpe em madeira 
Um desenho com ponção 
Preparando a matriz 
Pra fazer reprodução. 
 
Os folhetos de cordel 
Nas feiras eram vendidos 
Pendurados num cordão 
Falando do acontecido, 
De amor, luta e mistério, 
De fé e do desassistido. 
 
A minha literatura 
De cordel é reflexão 
Sobre a questão social 
E orienta o cidadão 
A valorizar a cultura 
E também a educação. 
 
Mas trata de outros temas: 
Da luta do bem contra o mal, 
Da crença do nosso povo, 
Do hilário, coisa e tal 
E você acha nas bancas 
Por apenas um real. 
 
O cordel é uma expressão 
Da autêntica poesia 
Do povo da minha terra 
Que luta pra que um dia 
Acabe a fome e miséria 
Haja paz e harmonia. 
 
A poesia popular, enquanto literatura oral já existe há mais de 3.500 anos. No Brasil 
o cordel chegou, trazido de Portugal, onde era vendido como "folhas soltas", mas foi 
com um poeta nascido em Pombal, que ele ganhou celebridade. Foi Leandro 
Gomes de Barros quem primeiro passou a editar e comercializar, no final do século 
XIX, o folheto na forma tal como temos atualmente, por isso ele é considerado o 
patriarca dessa expressão popular e a Paraíba é tida como o berço da literatura de 
cordel. 
 
 O cordel que era vendido nas barracas das feiras livres pendurado em cordões 
e recitado ou cantado pelos poetas violeiros para atrair os compradores, hoje sofre 
dos males do esquecimento e do abandono, explicado pelo advento da era 
tecnológica e assimilação desenfreada da cultura estrangeira. Ele já foi, no interior 
do Nordeste, o jornal, a música, o lazer de um povo que se reunia nos salões ou 
terreiros das casas para fantasiar histórias lidas por aqueles que dominavam os 
códigos da leitura e servia também para alfabetizar tantos outros que as vezes 
sabia de cor folhetos famosos. O hábito de ler cotidianamente o cordel fez surgir no 
Nordeste poetas de expressão como Patativa do Assaré e revelar ao mundo uma 
música inigualável de Luiz Gonzaga, valores que sintetizam a grandiosidade da 
nossa arte popular. 
 
 O cordel precisa sobreviver e voltar a ser uma cultura de massa tal como 
antigamente. Certamente alguns poetas continuarão nas feiras, outros levarão suas 
obras às bancas de jornal, livrarias, outros ainda procurarão utilizar os recursos da 
mesma era tecnológica que ajudou a sucumbi-lo - como o rádio, jornal, tv e agora 
mais recentemente a internet - para fazer chegar aos quatro cantos do mundo a 
imponente cultura nordestina. 
 
 Contudo, acreditamos que a literatura de cordel só poderá se transformar 
numa cultura de massa a partir do momento que a escola passar a estimular o seu 
uso, ou seja, a comunidade escolar (alunos, professores, funcionários) adotar o 
hábito da leitura. Quando a escola procurar conscientizar a todos da real 
necessidade de se preservar o cordel enquanto saber histórico, estaremos 
caminhando em direção a sua revitalização. 
 
 Levar a literatura de cordel até a escola significa oferecer um importante e 
motivante meio de educação aos alunos dos ensinos fundamental e médio. Através 
da poesia popular o aluno poderá conhecer aspectos da história do nordestino, pois 
o cordel retrata a cultura, o cotidiano, a realidade do povo e suas peculiaridades. 
Mas pode versar sobre qualquer assunto e ser utilizado como recurso pedagógico 
para debater temas relacionados à educação escolar como cidadania, 
solidariedade, preconceito, discriminação racial, consciência ambiental, 
espiritualidade, ética, educação sexual, combate às drogas, violência, condição 
social da população, amor ao próximo... 
 
 Ter o cordel nas bibliotecas das escolas pode representar um passo 
extremamente valioso para o devido reconhecimento e resgate desse tipo de 
literatura e dar à nova geração a oportunidade de apreciar a riqueza e 
expressividade da nossa cultura. Significa observar o contato do passado, da 
memória do saber tradicional, do conto poético numa linguagem ao mesmo tempo 
simplória e bela, de fácil compreensão e de uma engenhosidade singular observada 
na construção dos versos e rimas. A escola tem que obrigatoriamente prestigiar a 
cultura popular, caso queira preservar a sua própria história. E demonstrar 
preocupação na manutenção do saber é assumir e incorporar a sua rotina o contato 
com as manifestações que o povo cultiva, que apresentam significância e um visível 
potencial pedagógico. A literatura de cordel é uma dessas manifestações que 
devem e precisam ser utilizadas no ambiente escolar. 
 
 Enquanto livro para-didático ou leitura suplementar o cordel pode conduzir o 
leitor a uma viagem fascinante, a um universo textual completamente diferente do 
habitual onde a rima é um dos elementos que atrai, que desperta a curiosidade 
além de suscitar a sensibilidade artística. 
 
 No espaço escolar o cordel poderá ser usado para estimular a criatividade. 
Como é uma leitura que pode ser cantada, acompanhada de um ou vários 
instrumentos musicais como viola, rabeca, sanfona, violão, pífano, zabumba, flauta, 
pandeiroou outro de interesse do professor, vemos a riqueza da sua utilização. 
Indiretamente há um incentivo à aprendizagem de determinado instrumento 
musical, ao próprio canto e à estimulação da educação rítmica, mesmo para 
aqueles que não queiram estudar ou compor música. Finalmente pode-se orientar 
os alunos a produzir histórias, o que de fato mais contribuirá para que sejam 
revelados valores e com isso fazer perpetuar em nossa região o estigma de lugar 
dos grandes poetas. 
 
 Por ser confeccionado com material simples, o folheto de cordel 
tradicionalmente teve preço acessível e as pessoas de baixo poder aquisitivo 
sempre tiveram oportunidade de adquiri-lo. Hoje falta divulgação para que ele seja 
conhecido pelas novas gerações, além de políticas públicas de incentivo. 
 
 Adquirir títulos com o objetivo de serem distribuídos aos alunos da rede pública 
de ensino, bem como a sua aquisição para o acervo das bibliotecas das escolas, 
poderiam ser iniciativas dos governos que muito iriam contribuir nessa tarefa de 
promoção do cordel. Outro meio seria a realização de concursos no interior das 
escolas, patrocinados com a incumbência de revelar talentos onde os vencedores 
poderiam ter as suas obras editadas. 
 
 Na escola o aluno deveria ser estimulado a ler, compor, conhecer as rimas, os 
tipos de versos, assim como estudar e criar a própria xilogravura e o professor ter 
oportunidade de participar de cursos sobre cordel para poder ter melhor 
embasamento para trabalhar com os alunos. 
 
 Considerando a literatura de cordel como Patrimônio Histórico do Povo 
paraibano, nordestino e brasileiro, vimos sugerir às Secretarias de Educação de 
todos os municípios e Estados do Brasil, que seja implantado o "Projeto Cordel na 
Escola" com o objetivo de favorecer o acesso ao cordel para todos os alunos das 
escolas do país nos seguintes termos: 
 
a) que cada aluno receba um exemplar da literatura de cordel - "A menina do 
vestido azul" 
 
b) que cada escola receba um kit, que disponibilizamos, composto de 20(vinte) 
títulos diferentes para utilizar no acervo de sua biblioteca: 
 
1 - A Menina do Vestido Azul 
2 - O aquecimento global 
3 - Vamos Preservar o Rio! 
4 - Quadrilha Junina 
5 - Um dia a gente aprende a votar 
6 - Sabedoria 
7 - A escola que precisamos 
8 - Dieta para engordar 
9 - Venda o seu voto e seja mais um ladrão 
10 - Receita da Felicidade 
11 - O menino que quis mudar um mundo 
12 - A Escola dos Meus Sonhos 
13 - São João, a grande festa do Nordeste 
14 - A Educação Física na Escola 
15 - Cuidados com as DST's 
16 - A Matemática da Vida 
17 - O que Fazemos na Aula de Ed. Física? 
18 - Dilemas do Professor 
19 - Prece para a Libertação do Homem 
20 - As Conseqüências da Compra do Voto 
 
c) que seja realizado encontro entre o propositor deste projeto e professores para 
debater a literatura de cordel na perspectiva de prepará-los para melhor trabalhar 
com os alunos os meios de produção de cordéis; 
 
d) que seja viabilizado concursos entre alunos de todas as escolas para revelar 
talentos na literatura de cordel cujos vencedores tenham seus trabalhos editados. 
Orçamento 
1 - Preço do cordel por unidade...........R$ 3,00 (três reais). 
 
1.1 - N.º de alunos contemplados com um exemplar do cordel "A menina do vestido 
http://www.projetocordel.com.br/novo/vestido_azul.htm
http://www.projetocordel.com.br/novo/vestido_azul.htm
https://projetocordel.loja2.com.br/7862670-Cordel-A-Menina-do-Vestido-Azul
https://projetocordel.loja2.com.br/7863730-Cordel-O-aquecimento-global
https://projetocordel.loja2.com.br/7863805-Cordel-Vamos-preservar-o-rio
https://projetocordel.loja2.com.br/7863900-Cordel-Quadrilha-Junina
https://projetocordel.loja2.com.br/7867566-Cordel-Um-dia-a-gente-aprende-a-votar
https://projetocordel.loja2.com.br/7863905-Cordel-Sabedoria
https://projetocordel.loja2.com.br/7863483-Cordel-A-escola-que-precisamos
https://projetocordel.loja2.com.br/7863813-Cordel-Dieta-para-engordar
https://projetocordel.loja2.com.br/7868059-Venda-o-seu-voto-e-seja-mais-um-ladrao
https://projetocordel.loja2.com.br/7868146-Receita-da-Felicidade
https://projetocordel.loja2.com.br/8984433-O-menino-que-quis-mudar-um-mundo
https://projetocordel.loja2.com.br/7863882-Cordel-A-escola-dos-meus-sonhos
https://projetocordel.loja2.com.br/7869656-Sao-Joao-a-grande-festa-do-Nordeste-
https://projetocordel.loja2.com.br/7867817-A-Ed-Fisica-na-Escola
https://projetocordel.loja2.com.br/7863874-Cuidados-com-as-DST-s
https://projetocordel.loja2.com.br/7863843-Cordel-A-Matematica-da-Vida
https://projetocordel.loja2.com.br/7867829-O-que-fazemos-na-aula-de-Ed-Fisica-
https://projetocordel.loja2.com.br/7867852-Dilemas-do-Professor
https://projetocordel.loja2.com.br/7863784-Cordel-Prece-para-a-libertacao-do-homem
https://projetocordel.loja2.com.br/7863558-Cordel-As-consequencias-da-compra-do-voto
azul"................ o número de alunos matriculados no município ou Estado. 
 
2 - Cordéis que compõem o kit..........20(vinte). 
 
2.1 - Preço do kit de cordel por unidade........................R$ 60,00 (sessenta reais). 
 
3 - Preço de palestra de cordel para professores com duração de 4 (quatro) 
horas...............R$ 500,00(quinhentos reais). 
Santa Rita - PB, outubro de 2014, 
__________________________________ 
Francisco Ferreira Filho Diniz 
Professor/Cordelista 
 
Dados sobre o autor 
 
Francisco Ferreira Filho 
Diniz, este é o meu nome. 
A escola é meu trabalho 
A cultura me consome, 
O meu sonho é que no mundo 
Haja paz e acabe a fome. 
 
Por Nenen, desde menino 
Sou também denominado 
E em Educação Física 
Desde 90, formado 
E como todo professor 
Ganho pouco, ando estressado. 
 
Estudo pra ser poeta 
E sou um simples cordelista 
Não busco obter fama 
De respeitado artista 
Mas, a cultura do povo 
Eu nunca a perco de vista. 
 
Sou também capoeirista 
Violência me faz mal 
Gosto da Capoeira Angola, 
Admiro a Regional 
E meu Mestre é Paulista 
Que hoje vive em Portugal. 
 
Eu nasci em Santa Helena 
Situada no sertão 
Uma cidade bem pequena, 
Mas de grande coração, 
Nos confins da Paraíba 
Onde o povo é sempre irmão. 
 
FRANCISCO DINIZ 
Fones: 83 98862-8587 (Oi) 
Atuação profissional: 
* Professor de Educação Física da Rede Municipal de Santa Rita-PB. 
* Cordelista 
 
E-mail: literaturadecordel@bol.com.br 
 
Site: www.projetocordel.com.br 
 
http://www.projetocordel.com.br/projetocordelnaescola.php 
 
Cordel: leitura e escrita 
Eliana Costa da Cruz de Negreiros (T-49/Módulo Impresso/Ciclo Básico) 
 
JUSTIFICATIVA: 
O Cordel, forma tradicional de nossa literatura popular, é escrito para ser lido e 
cantado. Feito em versos, com vocabulário acessível e estrutura rítmica cativante, 
a história corre como uma canção bonita. Sem nos darmos conta, a aventura já 
terminou. Essa forma de expressão popular apresenta uma riqueza cultural que 
pode ser explorada pelas unidades escolares, a partir da divulgação da 
produçãocultural do povo e da região em que a escola está inserida. 
O gênero “ Literatura de Cordel” expressa em seus versos traços marcantes da 
diversidade cultural presente na sociedade brasileira: cada região tende a 
proclamar seu modo de viver , seus costumes, sua crenças em produções 
características de sua região. A primeira e mais importante constatação a respeito 
desta poesia, é que ela é uma expressão cultural do povo. Utiliza-se de sua 
linguagem, sua visão de mundo, seus problemas, suas lendas e seu cotidiano. A 
falta de sensibilização e de reflexão sobre a diversidade cultural e estética da 
cultura regional favorece o distanciamento do aluno de suas raízes histórico-
geográficas, propiciando um processo de alienação cultural. Entendemos que, nos 
meios escolares, a Literatura de Cordel deve ser valorizada, representando essas 
características que compõem a identidade de cada região e a espontaneidade da 
Arte Popular. 
A Literatura de Cordel sugere a integração entre a arte e o professor, a escola, o 
aluno e a cultura popular dediferentes épocas até a contemporaneidade, 
possibilitando também o contato da linguagem popular com os acontecimentos 
reais de uma região. Este contato com elementos mais próximos da realidade do 
aluno e dos professores pode contribuir para o desenvolvimento da leitura e da 
escrita, pois o vocabulário usado na Literatura de Cordel é ou pode ser mais 
semelhante à linguagem cotidiana do aluno, tornando a compreensão de textos 
mais fácil. 
 
PUBLICO ALVO: 
mailto:literaturadecordel@bol.com.br
http://www.projetocordel.com.br/
http://www.projetocordel.com.br/projetocordelnaescola.php
Alunos do Ensino Médio das escolas públicas da rede estadual de ensino de São 
Paulo. 
Considerando que a base nacional comum dos currículos de Ensino Médio 
passou, de acordo com a legislação vigente, a ser organizada em áreas de 
conhecimento, sendo atribuída à proposta pedagógica de cada instituição de 
ensino a necessidade de definir o currículo escolar de acordo com as 
características de sua clientela, entendemos que o projeto “Cordel: leitura e 
escrita” utiliza como recursos a interdisciplinaridade e a contextualização, os quais 
permitirão a reorganização da experiência docente e a definição coletiva do que e 
de como ensinar os alunos. 
 
Dessa forma, o projeto visa desenvolver junto ao alunado capacidades de leitura e 
escrita, por meio do trabalho com um tema gerador que articulará os saberes 
relacionados às áreas de LCT ( Português e Artes) e CHT ( Geografia e História). 
 
Contextualizando: 
 A literatura de Cordel é um tipo de poesia popular, a princípio oral, 
e depois impressa em folhetos expostos para venda pendurados em cordas ou 
cordéis, o que deu origem ao nome. São escritos em formas rimadas e alguns 
poemas são ilustrados com xilogravuras. As estrofes mais comuns são as de dez, 
oito ou seis versos. Os cordelistas recitam esses versos de forma melodiosa e 
cadenciada, acompanhados de viola. 
 Se realizarmos uma viagem ao tempo encontraremos nas suas 
linhas registros do cordel com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do 
Renascimento, o nome como já dito está ligado à forma de comercialização 
desses folhetos em Portugal, onde são pendurados em cordões, lá chamados de 
cordéis. São os Portugueses que trazem o cordel para o Brasil, na segunda 
metade do século XIX. Hoje muitos folhetos ficam expostos horizontalmente 
em balcões ou tabuleiros. Esse tipo de literatura popular existe também na Sicília 
(Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego 
de cordel ou pliegos sueltos (folhas soltas). 
 Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios, históricos, lendas e 
temas religiosos. É também muito comum os autores criarem seus versos 
improvisadamente diante de um acontecimento ou pessoa que queiram 
homenagear. 
 No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, 
sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará. Costuma ser 
vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Os poetas Leandro Gomes 
de Barros e João Martins de Athayde estão entre os principais autores. 
 Pelo fato de ser literatura distribuída nas ruas, feiras e botequins e pelo 
tipo de linguagem em que circula; bastante simples, com os traços da fala 
coloquial, e próxima de falar do povo do sertão, a literatura de cordel foi, muito 
pouco apreciada. Porém apresenta vários aspectos interessantes: 
 
▪ As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante 
espólio do imaginário popular; 
▪ Pelo fato de funcionarem como divulgadoras da arte do cotidiano, das 
tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste 
gênero ainda no nordeste do Brasil), a literatura de cordel é de inestimável 
importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias 
regionais, contribuindo para a manutenção do folclore nacional; 
▪ Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um 
número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de 
hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo; 
▪ A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de 
opinião, elevam a literatura de cordel estandarte de obras de teor didático e 
educativo. 
 
 Aprofundando um pouco mais a concepção de Literatura de Cordel 
nos remete aos conceitos 
de leitura e escrita, o que nos leva a investigar sua importância para 
construção da cidadania, pois, segundo BRASIL (1998) 
 
“o domínio da língua oral e escrita é fundamental para a 
participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se 
comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos 
de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz 
conhecimento”. (página) 
 
 Para LAJOLO (2002,7), “ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à 
medida que se vive”. Assim, aprender a ler livros, se aprende na escola, mas 
outras leituras se aprendem fora dela, na “escola da vida”. Muitas leituras 
independem da aprendizagem formal e se concluem na interação cotidiana com o 
mundo. Dessa forma, 
 
“lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa 
cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de 
vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que 
pode e deve começar na escola, mas não pode (nem deve) 
encerrar-se nela”. (LAJOLO, 2002, 7) 
De acordo com KLEIMAN (2001), a leitura, enquanto atividade que caracteriza e 
distingue os seres humanos, é uma das maiores experiências na vida escolar e de 
toda pessoa, pois ao dominar a leitura abrimos a possibilidade de adquirir 
conhecimentos, desenvolver raciocínios participar da vida social e interagir com o 
mundo. É a interação do autor / leitor, um processo de múltiplas facetas, com a 
finalidade de compreender a matéria escrita, avaliá-la e utilizá-la conforme suas 
necessidades, enfim uma prática social. 
 Para Freire (1988) é necessário que o indivíduo leia seu próprio mundo para 
depois decifrar as palavras, pois as mensagens que lê só têm significado quando 
se relacionam com o mundo a sua volta: 
 
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra (...) A velha 
casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio 
das avencas de minha mãe -, o quintal amplo em que se achava, 
tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, 
me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial 
se dava a mim como mundo de minha atividade perceptiva, por 
isso mesmo como mundo de minhas primeiras leituras. Os 
“textos”, as palavras”, as “letras” daquele contexto (...) se 
encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja 
compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas 
minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais. 
(...) A decifração da palavra fluía naturalmente da “leitura” do 
mundo particular. (...) Fui alfabetizado no chão do quintal de 
minha casa, à sombra das mangueiras, com palavras do meu 
mundo e não do mundo maior dos meus pais. “O chão foi meu 
quadro-negro; gravetos, o meu giz”. (FREIRE, 1988 , 11) 
 
 
 Aprender a ler e escrever num país como o Brasil significa lidar com 
os diferentes falares regionais, presentes numa dada sociedade, num dado 
momento histórico. Percebem-se muitos preconceitos decorrentes do valor social 
que é atribuído aos diferentes modos de falar, pois “é muito comum se 
considerarem as variedades lingüísticas de menor prestígio como inferiores ou 
erradas”. (BRASIL, 1998, 31); assim, a Literatura de Cordel propõe como objetivo 
conhecer, recriar e expressar-se artisticamente respeitando as mais variadas 
culturas. 
 A Literatura de Cordel é assim chamada pela forma como são 
vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão) nas feiras, mercados, 
praças bancas de jornal, principalmente das cidades do interior ou subúrbios dasgrandes cidades. Segundo LUYTEN (2005), a chamada literatura de cordel, no 
Brasil, não morreu; e continua longe de desaparecer. Esse gênero de poesia 
popular impressa, que ocorre especialmente no nordeste, passou a ser valorizado 
por brasileiros depois de um artigo de Orígenes Lessa na revista Anhembi, 
publicado em dezembro de 1955, e talvez principalmente depois de outro artigo, 
do estudioso francês Raymond Cantel, publicado no Le Monde de 21 de junho de 
1969. No Brasil divulgou-se no Nordeste, onde famosos cantadores fizeram dela 
uma arte popular, formando-se toda uma cultura e tradição em seus trabalhos 
poesias-narrativas-cantadas e popular.A partir de inícios da década de 70, o 
assunto virou coqueluche para estudiosos brasileiros, formando-se considerável 
bibliografia em que se incluem teses e mais teses. Vinte anos depois, podemos 
observar que — a despeito de estar implícito no dinamismo sócio-cultural o 
possível desaparecimento de traços folclóricos — o cordel continua vivo. Até virou 
souvenir para paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos em passeio por feiras 
nordestinas ou em centros de turismo como o Pátio de São Pedro (Recife), a 
Emcetur (Fortaleza), o Mercado Modelo (Salvador) e outros locais. 
Dessa forma, a Literatura de Cordel significa mais do que simplesmente trabalhar 
a Língua Portuguesa, significa conhecer a arte de outras culturas, pois segundo 
Brasil (1998,19) 
“a educação em arte proporciona o desenvolvimento do 
pensamento artístico e da percepção estética que caracterizam 
um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: 
o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, 
tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e 
conhecer formas produzidas por ele e pelos colegas, pela 
natureza e nas diferentes culturas” . 
Além disso, a Literatura de Cordel nos remete a xilogravura de cordel, que faz as 
estampas e as ilustrações dos folhetos do Cordel, sendo a impressão de gravura 
vazada, utilizando-se placas de madeira (molde), papel e tinta. Segundo LUYTEN 
(2005), 
 
“Antigamente, isso era feito com simples recursos tipográficos, 
como vinhetas e outros pequenos enfeites. Depois se passou a 
usar clichês com base em um desenho ou tirados de cartões-
postais. (...) Tudo começou com agora famoso Mestre Noza, em 
Juazeiro do Norte. Ele sempre foi santeiro conhecido (entalhador 
de estátuas) e, e resolveu cortar uma tabuinha para servir de 
capa a um folheto. A coisa deu certo e a aceitação foi imediata.” 
 
OBJETIVOS GERAIS : 
Trabalhando com a Área de LCT, pretende-se que o aluno desenvolva as 
competências gerais dessa área de conhecimento, de acordo com o expresso nos 
Parâmetros Curriculares Nacionais: 
 Representação e comunicação em múltiplas línguas/linguagens ( 
capacidades de uso em compreensão e produção, para a produção de 
efeitos de sentido), utilizando os mais variados recursos de mídia. 
 Investigação e compreensão (capacidades de análise e investigação 
das propriedades de diferentes línguas/linguagens e gêneros de textos em 
uso); 
 Contextualização sociocultural (capacidades de investigação e 
estabelecimento de relações entre as situações de uso das 
línguas/linguagens e as diferentes realidades socioculturais). 
O trabalho com a Literatura de Cordel propiciaria ainda, em termos gerais, as 
seguintes competências: 
 Conhecer, recriar e expressar-se artisticamente por meio da 
Literatura de Cordel da região ou da cultura regional do aluno, a fim de se 
obter um melhor desempenho na produção e compreensão dos textos que 
circulam na escola. 
 Aprender a ler e escrever num país como o Brasil, lidando com os 
diferentes falares regionais, presentes numa dada sociedade, num dado 
momento histórico. 
 Perceber os muitos preconceitos decorrentes do valor social que é 
atribuído aos diferentes modos de falar. 
 Permitir o (re)conhecimento e a valorização de variedades 
lingüísticas menos prestigiadas socialmente e, conseqüentemente, o 
respeito e a valorização de outras formas culturais que não aquelas 
socialmente reconhecidas e valorizadas. 
“É muito comum se considerarem as variedades 
lingüísticas de menor prestígio como inferiores ou 
erradas”. (PCN,1998,31) 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS : 
 Identificar os elementos da Cultura popular e da 
tradição, relacionada à construção de memória coletiva, na Literatura 
de Cordel; 
 Reconhecer a Literatura de Cordel como narrativa em verso 
com padrões formais fixos e temáticas variadas; 
 Compreender a função social da Literatura de Cordel 
que, independente da temática escolhida, atua como um veículo de 
propagação de valores culturais tradicionais pertinentes ao povo de 
uma região. 
 Reconhecer o caráter híbrido do gênero, situado na interface 
entre a produção oral e a escrita, e suas marcas presentes na 
literatura oral e escrita. 
 Interagir com os materiais, instrumentos e procedimentos 
relacionados à produção da Literatura de Cordel: Folhetos e 
Xilogravura; 
 Produzir textos orais e escritos a partir da compreensão da 
Literatura de Cordel, presente no gênero “Cordel” 
 Compreender os resultados do trabalho dos cordelistas 
fazendo relação com sua própria experiência de aprendiz e com sua 
experiência de vida enquanto cidadão de uma região. 
 Produzir programação a ser apresentada na rádio escola, com 
o objetivo de socializar os conhecimentos. 
 
CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS: 
 Origens da Literatura de Cordel no Mundo e no Brasil, 
principalmente no Nordeste Brasileiro. 
 O papel da literatura de cordel na formação da cultura regional 
do povo nordestino 
 Principais Cordelistas brasileiros 
 O bairro onde está inserida a escola, sua origem - pesquisa 
 A linguagem do cordel : versos, estrofes, metro... 
 O que é xilogravura? Sua origem e inter-relação com a 
linguagem oral 
 METODOLOGIA DE TRABALHO: 
A metodologia de trabalho envolveria o desenvolvimento de Seqüências Didáticas 
que propiciariam o uso das novas tecnologias (dos laboratórios de informática 
presentes nas escolas publicas), a fim de propiciar aos alunos de Ensino Médio a 
possibilidade de pesquisarem, nos meios de circulação virtuais, informações 
acerca da Literatura de Cordel. 
 Enfatizando o protagonismo juvenil, pretendemos que as atividades planejadas 
contemplem a produção de conhecimentos a partir de informações coletadas, 
culminando na produção de xilogravuras relacionadas ao gênero estudado. 
Nesse sentido, os alunos fariam uso dos recursos de informática para a digitação 
e impressão dos textos elaborados e para o planejamento das imagens presentes 
nas xilogravuras. 
 
DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: 
1- Português 
Em Bakhtin (2004) encontramos a concepção de linguagem que acreditamos ser o 
princípio e as possibilidades no trabalho educacional. 
O sujeito como tal não pode ser percebido nem estudado como 
coisa, posto que sendo sujeito não pode, se quiser continuar sê-
lo, permanecer sem voz; portanto, seu conhecimento, só pode 
ter um caráter dialógico.(...). Através da palavra, defino-me em 
relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à 
coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre 
mim e os outros. Se ela se apóia sobre mim numa extremidade, 
na outra apóia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o 
território comum do locutor e do interlocutor. (BAKHTIN, 
2004:113) 
 
“Sendo sujeito não pode, se quiser continuar sê-lo, permanecer sem voz”. É essa 
voz que constitui o sujeito, são nas palavras que me defino em relação ao outro. E 
é essa vivência com a linguagem, de voz e de constituição em relação a si e ao 
outro, que queremos propor aos alunos através desse trabalho. “Durante todo o 
processo o aluno estará assumindo-se leitor e autor de gênero poético relacionado 
ao tema Cordel”, fazendo seus versos ritmados.A- O Cordel – Sua Origem e tipo de Literatura 
 O Cordel trata da Literatura Popular, da Cultura de um povo e é escrito para ser 
lido ritmado ou cantado, feito em versos cativantes, onde a história corre como 
uma canção. Traz consigo a expressão cultural do povo, sua visão do mundo, 
seus problemas, enfim seu cotidiano. Auxilia a Leitura e Escrita dos alunos, pois 
sua redação chega próxima ao nosso dia a dia. 
O cordel é gênero poético dotado de forma composicional própria: os mais 
antigos eram feito sem quadra, ou seja, “versos de quatro pés, com sete sílabas 
em cada um” na linha de verso. 
 
Exemplo do folheto de “Rabicho da Geralda”, na versão de Rodrigues de 
Carvalho*1 
 
“Sou o boi, lixo, rabicho. 
Boi de fama, conhecido 
Minha Senhora Geralda 
Já me tinha por perdido” 
 
Com o passar dos anos esta forma foi substituída pela sextilha setissílabica, a 
forma mais utilizada até hoje e que consiste em seis linhas com versos de sete 
sílabas com esquema de rimas ABCBDB, estando as rimas localizadas no final 
dos versos pares (segundo, quarto e sexto). 
 
Exemplo do folheto Gabriela do poeta popular Manoel D´ Almeida Filho*2 
 
“ Temos a obrigação 
Com os queridos leitores 
Trazer-lhes versificados 
Romances superiores 
Mostrando livros famosos 
Dos ilustres escritores” 
 
Há também folhetos como, por exemplo, Iracema, A Virgem dos lábios de Mel de 
João Martins Athaide*3 que se apresentam na forma de septilha com a rima 
ABCBDDB: 
 
“ De repente viu Martim 
Sair de dentro do mato 
Uma índia muito bela 
Mas sem roupa e sem recato 
Trazia o arco de guerra 
E seu pé tocava a terra 
Tão leve como um gato” 
 
Outra forma rara, mas que ainda continua sendo empregada é a décima, que é a 
estrofe de dez versos com o esquema de rima ABBAACCDDC, esta aparece no 
romance de Carlos Magno com Malaco Rei de Fez* 4 
 
“Leitores com confiança 
E atenção que não falha 
Leiam mais esta batalha 
Dos 12 Pares de França 
Que para isto não casa 
A minha dedicação 
Quero mostrar-vos então 
Como foi prisioneiro 
O distinto cavaleiro 
Reinaldos de Montalvão” 
 
Já nos temas abordados pelo folheto há vários tipos de materiais que servem 
como modelo para a adaptação, como temas de filmes, peças de teatro, notícias 
de jornal, causos, telenovelas, romances populares e eruditos, apenas o poeta 
popular necessita ter cuidado para fazer suas alterações para que não desrespeite 
o principio da oração, e o tema, sendo que pode retirar ou acrescentar novos 
personagens. 
O narrador presente no folheto. Geralmente, é onisciente. Ele não opina em 
nenhum momento ou faz digressões a respeito de determinado acontecimento. 
Os acontecimentos são apresentados de forma cronológica ao leitor, de modo a 
facilitar sua compreensão. 
 
B- Principais Cordelistas e suas obras: 
 Leandro Gomes de Barros, Gilmar S Ferreira, Patativa de Assaré, Roxinol do 
Rinaré, Willian Brito, Francisco Siqueira, Varneci Santos Nacimento. 
 
C- Leitura de textos de cordel e estudo do papel desse gênero no contexto 
da história de nosso país ( cultura regional); 
 
C-1 A importância do Cordel para a Leitura e Escrita 
C-2 Como ele ajuda os alunos a Ler e Escrever melhor 
C-3 Como é formado o cordel: suas rimas e seu tema. 
D - Verificação das formas de expressão que compõem a cultura regional do 
entorno (pesquisa para colher informações sobre a realidade em que os alunos 
vivem e onde a escola está inserida); 
E - Produção de Versos de Cordel a partir da pesquisa feita 
 
2- História 
 
Trabalhar o período histórico em que surgiu o Cordel, por meio de narrativas 
resgatando a memória oral e coletiva dos personagens anônimos e 
personalidades históricas que ajudaram a construí-lo. 
A- A professora apresenta aos alunos um pouco da história do Cordel, como ele 
surgiu, onde e desde quando ele existe, principalmente sua origem no Brasil 
Objetivo: Conhecer um pouco mais do cordel para entende-lo melhor 
 
B - Exploraria a origem do bairro onde a escola está inserida e a origem dos 
habitantes que ali residem, inclusive dos alunos que freqüentam a escola 
Objetivo: Saber um pouco mais da formação do bairro onde vivem, 
 
C- Elaboração das perguntas da pesquisa 
Objetivo: Saber formular perguntas que levem os alunos ao conhecimento do 
bairro 
 
D- Entrevistas com as pessoas mais tradicionais do bairro e com as pessoas mais 
destacadas do local como comerciantes, dentistas, médicos, farmacêuticos, para 
conhecer um pouco mais da tradição do local 
Objetivo :Levantar os conhecimentos sobre a formação do bairro e das pessoas 
que nele viveram e ainda vivem. 
3- Artes 
A Literatura de Cordel nos remete a xilogravura de cordel, que faz as estampas e 
as ilustrações dos folhetos do Cordel, sendo a impressão de gravura 
vazada, utilizando-se placas de madeira (molde), papel e tinta. Segundo Luyten 
(2005), 
“Antigamente, isso era feito com simples recursos tipográficos, 
como vinhetas e outros pequenos enfeites. Depois passou-se a 
usar clichês com base em um desenho ou tirados de cartões-
postais. (...) Tudo começou com agora famoso Mestre Noza, em 
Juazeiro do Norte. Ele sempre foi santeiro conhecido (entalhador 
de estátuas) e, e resolveu cortar uma tabuinha para servir de 
capa a um folheto. A coisa deu certo e a aceitação foi imediata.” 
Assim, foi criada uma nova e forte arte popular e frente a isso, acreditamos que a 
arte popular deve ser valorizada e conhecida por todos, formando a cultura 
popular, que se constitui no saber da comunidade, “que todos sabem”. A 
importância de se trabalhar a arte na educação vai além do conhecimento artístico 
como experiência estética direta da obra de arte, o universo da arte contém 
também um outro tipo de conhecimento, gerado pela necessidade de investigar o 
campo artístico como atividade humana, um conhecimento que se identifica como 
produto das culturas e como parte da História. 
A-O que é xilogravura? Sua origem. 
B- Para que ela foi usada pelos cordelistas? 
C- Como ela é feita? E como poderia ser feita em suas aulas? 
 
PLANEJAMENTO DA SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES 
 
A- Contextualização sociocultural. Capacidades de estabelecimento de 
relações entre o uso da linguagem poética 
 Levantamento de conhecimentos prévios dos alunos sobre o que é 
Literatura de Cordel através de perguntas dirigidas a classe. 
 Ativar o conhecimento prévio : o que eles sabem sobre Literatura de 
Cordel? Apresentar alguns Folhetos de Cordel. 
 
B- História e Circulação 
 
▪ Apresentação e contextualização da História do Cordel e “O que é 
Cordel” 
História 
Dois ilustres folcloristas brasileiros, Luis da Câmara Cascudo e Manuel Diéges 
Júnior, trouxeram contribuição ao problema da origem da nossa literatura de 
cordel. Cascudo em vários ensaios e livros, sobretudo no seu "Vaqueiros e 
Cantadores" e "Cinco Livros do Povo", e Manuel Diéges Júnior especialmente no 
ensaio "Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel". Eles nos mostraram a 
vinculação dos folhetos de feira, a partir do século XVII, com as "folhas volantes" 
ou "folhas soltas", em Portugal, cuja venda era privilégio de cegos, conforme 
informava Téofilo Braga. 
Na Espanha, o mesmo tipo de literatura popular era chamado de "pliegos suletos", 
denominação que passou também à América Latina, ao lado de "hojas" e 
"corridos". Tal denominação, como se sabe, é corrente na Argentina, México e 
Nicarágua, Peru. Segundo a folclorista argentina Olga Fenandéz Lautor de Botas, 
citada por Diéges Júnior, estas "hojas" ou "pliegos sueltos", divulgados atravésde 
"corridos', envolvem narrativas tradicionais e fatos circunstanciais - exatamente 
como a literatura de cordel brasileira. 
 Na França, o mesmo fenômeno correspondia à "littèratue de colportage" - 
literatura volante, mais dirigida ao meio rural, através do "occasionnels", enquanto 
nas cidades prevalecia o "canard". Na Inglaterra - é informação de Jean Pierre 
Seguin, através de Roberto Benjamin -, folhetos semelhantes aos nossos eram 
correntes e

Continue navegando