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SEQ. CORDEL A HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-holandês da Idade Contemporânea e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias daqui. Os temas incluem desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas , temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente. No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas. Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) estão entre os principais autores do passado.[1] Todavia, este tipo de literatura apresenta vários aspectos interessantes e dignos de destaque: As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular; Pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste gênero ainda no nordeste do Brasil), a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore nacional; Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo; A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo. Fonte do texto: Wikipedia Fonte imagem: http://giseleteixeira.files.wordpress.com/2009/11/normal_cordel_jborges13-02-08.jpg Significado de Cordel O que é Cordel: Cordel são folhetos contendo poemas populares, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.Os poemas de cordel são escritos em forma de rima e alguns são ilustrados. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Cordel também é a divulgação da arte, das tradições populares e dos autores locais e é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro. Cordel Encantado Cordel Encantado é o nome de uma novela apresentada na Rede Globo de Televisão, em 2011.Conta a história dos reis da cidade fictícia de Seráfia do Norte, Augusto (interpretado pelo ator Carmo Dalla Vecchia) e Cristina (interpretada pela atriz Alinne Moraes). http://giseleteixeira.files.wordpress.com/2009/11/normal_cordel_jborges13-02-08.jpg Literatura de cordel No Brasil, a literatura de cordel é encontrada no Nordeste, principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se encontra em outros estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, e são vendidos em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas Literatura de Cordel – Exemplos, História e Características novembro 13, 2017 - by Prof - Leave a Comment A Literatura de Cordel é uma das manifestações mais ricas da cultura brasileira, sendo bastante popular nas regiões norte e nordeste do país, especialmente nos estados do Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e Ceará. Quais as origens da Literatura de Cordel? Esse tipo de literatura tal como a conhecemos no Brasil tem suas origens no continente Europeu, sendo introduzida em Portugal por volta do século XVIII. Em países como Espanha, França e Itália, essa literatura começava a se desenvolver no decorrer do século XII, ganhando maior notoriedade durante o período do Renascimento. Especialmente no Brasil, essa literatura ganhou espaço no século XIX, adquirindo mais força e popularidade entre as décadas de 1930 e 1960, sendo marcada por fortes elementos da cultura brasileira. Quais as principais características da Literatura de Cordel? ● Busca informar os leitores utilizando recursos divertidos e forte oralidade; ● Trata-se de uma tradição literária de cunho regional, ao contrário da literatura convencional (impressa nos livros); ● De forma geral, essa literatura é apresentada em formato de pequenos livros com capa de xilografia, que ficam pendurados em cordas ou barbantes. Por isso, esse tipo de literatura recebeu esse nome; ● Consiste em um tipo de gênero literário elaborado em versos com linguagem popular, retratando temas do cotidiano; ● Nessa literatura, geralmente os próprios autores realizam a divulgação de suas obras. https://www.figuradelinguagem.com/gramatica/literatura-de-cordel/ https://www.figuradelinguagem.com/author/figuradox/ https://www.figuradelinguagem.com/gramatica/literatura-de-cordel/#respond No que se refere ao conteúdo e linguagem, esse tipo de literatura tem como características: ● Uso do humor, sarcasmo e ironia; ● Linguagem informal (coloquial); ● Intensa presença de oralidade, rimas e métrica; ● Abordagem de diversos temas: políticos, religiosos, folclóricos, históricos, sociais etc. Com o objetivo de resgatar e manter a memória e importância cultural do Cordel, em setembro de 1988 foi criada a ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que possui mais de 7 mil documentos contendo livros, folhetos de cordel e pesquisas sobre os mais diversos aspectos desse tipo de literatura, oferecendo amplo apoio aos autores Escritores famosos influenciados pela Literatura em Cordel Grandes escritores brasileiros foram amplamente influenciados por esse tipo de literatura, sendo seus traços notados em suas principais obras. Esses escritores são: ● Guimarães Rosa; ● Ariano Suassuna; ● João Cabral de Melo Neto; ● José Lins do Rego. Escritores que mais se destacam na Literatura de Cordel Os cordelistas com obras mais significativas e que se destacam no Brasil, sendo considerados os “mestres do cordel”, são: ● João Martins de Athayde; ● Firmino Teixeira do Amaral; ● Cego Aderaldo; ● Apolônio Alves dos Santos; ● Cuica de Santo Amaro; ● Guaipuan Vieira; ● João Ferreira de Lima; ● Leandro Gomes de Barros; ● João de Cristo Rei; ● Manoel Monteiro; ● Homero do Rego Barros; ● Gonçalo Ferreira da Silva; ● Antônio Gonçalves da Silva (Patativa do Assaré); ● José Alves Sobrinho; ● Téo Azevedo. Recentemente, um jovem autor vem ganhando cada vez mais notoriedade em virtude de sua habilidade com esse tipo de literatura. Trata-se de Bráulio Bessa, poeta, declamador e palestrante que possui participação semanal no programa “Encontro”, com Fátima Bernardes. Algumas curiosidades sobre o cordel ● No séculoXIX surgiram os primeiros mestres dessa literatura, tais como Leandro Gomes de Barros, Ugolino Nunes da Costa e Germano da Lagoa; ● O trabalho dos vendedores de folhetos foi determinante para a disseminação desse tipo de literatura, sendo a divulgação amplamente realizada em feiras, pequenas cidades e lugarejos do interior do nordeste; ● Embora atualmente os meios de comunicação tenham diminuído a popularidade desse tipo de literatura, há um movimento artístico no sentido de manter vivas as características e importância dessa escrita, já que ela consiste numa parte fundamental da cultura brasileira. 11 principais obras da Literatura de Cordel 1 – Cordel (Patativa de Assaré); 2 – Sertão alumiado pelo fogo do cordel encantado (Ana Paula Campos Lima); 3 – Histórias e lendas do Brasil – contos nordestinos (Tia Regina); 4 – Antologia da literatura de cordel (Sebastião Nunes Batista); 5 – A pedra do meio-dia ou Arthur e Isadora (Bráulio Tavares); 6 – O príncipe e a fada (Manoel Pereira Sobrinho); 6 – O flautista misterioso e os ratos de hamelin (Bráulio Tavares); 8 – Canudos na literatura de cordel (José Calasans); 9 – Lampião, o capitão do cangaço (Gonçalo Ferreira da Silva); 10 – Pavão misterioso (José Camelo de Melo Resende); 11 – O cachorro dos mortos (Leandro Gomes de Barros). Exemplos de textos de Literatura de Cordel Para demonstrar melhor a estrutura e características adotadas por essa literatura, nada melhor que ver alguns exemplos dos autores que mais se destacam no cordel. Significado de Xilogravura O que é Xilogravura: Xilogravura significa gravura em madeira. É uma antiga técnica, de origem chinesa, em que o artesão utiliza um pedaço de madeira para entalhar um desenho, deixando em relevo a parte que pretende fazer a reprodução. Em seguida, utiliza tinta para pintar a parte em relevo do desenho. Na fase final, é utilizado um tipo de prensa para exercer pressão e revelar a imagem no papel ou outro suporte. Um detalhe importante é que o desenho sai ao contrário do que foi talhado, o que exige um maior trabalho ao artesão. Existem dois tipos de xilogravura: a xilogravura de fio e a xilografia de topo que se distinguem através da forma como se corta a árvore. Na xilogravura de fio (também conhecida como madeira à veia ou madeira deitada) a árvore é cortada no sentido do crescimento, longitudinal; na xilografia de topo (ou madeira em pé) a árvore é cortada no sentido transversal ao tronco. A xilogravura é muito popular na região Nordeste do Brasil, onde estão os mais populares xilogravadores (ou xilógrafos) brasileiros. A xilogravura era frequentemente utilizada para ilustração de textos de literatura de cordel. Alguns cordelistas eram também xilogravadores, como por exemplo, o pernambucano J. Borges (José Francisco Borges). 7 – O flautista misterioso e os ratos de hamelin (Bráulio Tavares); 8 – Canudos na literatura de cordel (José Calasans); 9 – Lampião, o capitão do cangaço (Gonçalo Ferreira da Silva); 10 – Pavão misterioso (José Camelo de Melo Resende); 11 – O cachorro dos mortos (Leandro Gomes de Barros). A LENDA DO CURUPIRA EM CORDEL Autor: Arievaldo Viana – Desenhos: Jô Oliveira 1 - A poesia é um dom Que a musa divina inspira É a pepita que ofusca O cascalho da mentira Peço ajuda ao universo Para narrar, no meu verso, A lenda do Curupira. 2 - Tem os cabelos vermelhos Dentes de rara beleza Verdes como a esmeralda Luz de vagalume acesa Não gosta de caçador É o gênio protetor Das coisas da Natureza. 3 - Diz a lenda que um índio Um dia, por distração, Adormeceu na floresta E acordou de supetão Na sua frente sorria O Curupira e queria Comer o seu coração. 4 - O caçador já matara Ali alguns animais Então concebeu um plano Astucioso e sagaz Um coração lhe arranjou O Curupira provou E sorriu, pedindo mais. 5 - Um coração de macaco O caçador lhe entregou O Curupira comeu O coração e gostou, O caçador respondeu: - Agora me dê o seu; Que o meu você devorou... 6 - O Curupira inocente Agiu com todo respeito Pediu a faca do índio E cravou no próprio peito Depois ficou estirado E o caçador assombrado Saiu depressa, sem jeito. 7 - Por muito tempo o tal índio Não queria mais caçar Por mais que os seus amigos Viessem lhe convidar Ele inventava desculpa No peito trazia a culpa Medo, tristeza e pesar. 8 - A filha do caçador Pediu a ele um colar O índio, pai devotado, Resolveu ir procurar Os dentes do Curupira Brilhantes como safira Para a filhinha enfeitar. 9 - Achou o crânio do gênio E ali mesmo procurou Bater com ele na pedra Mas logo que o tocou De uma maneira funesta O espírito da floresta Depressa ressuscitou. 10 - O Curupira entendeu Que ele fosse o responsável Por sua ressurreição E de modo muito amável Deu- lhe um arco pra caçada E uma flecha encantada De valor inestimável. A mulher que deu tabaco na presença do marido Gonçalo Ferreira da Silva Quem perde o tempo no mundo Só com conversa fiada Bota falta em todo mundo, Não nota virtude em nada Se acaso engolisse a língua Morreria envenenada. Às vezes contam estória Que nem sequer faz sentido Que no dia de São Nunca Talvez tenha acontecido Da mulher que deu tabaco Na presença do marido. Dona Juca era dotada De perfumado sovaco, E quem ferisse uma perna Numa queda ou num buraco Ela curava a ferida Com o seu próprio tabaco. Quando ela via uma Desventurada pessoa Horrivelmente gripada Soltando espirros à toa Dava o tabaco e aquela Enferma ficava boa. Seu marido Mororó Dizia: – Você me insulta, Quanto mais dá seu tabaco Mais a multidão se avulta Assim, ou para com isso Ou eu vou cobrar consulta. Mas Dona Juca dizia: – Essa bobagem não faça, Quando eu tenho algumas pratas Você bebe de cachaça Cobre pelo seu trabalho Meu tabaco eu dou de graça. Pau da vida, Mororó Respondeu: – Aqui ninguém Vai mais pedir seu tabaco Pois pra mim não pega bem Quem pedir o seu tabaco Você diga que não tem. Porém como aquilo tinha Que acontecer um dia Quanto mais passava o tempo Mais a multidão crescia Procurando a Dona Juca Em magistral romaria. Pra mostrar que Dona Juca Tinha mesmo grande prova Basta dizer que uma velha Já com os dois pés na cova Foi visitar Dona Juca Pra pedir pra ficar nova. Dizia a velha aos presentes – Não pensem que sou maluca sou velha porém não tenho qualquer problema na cuca tenho fé no milagroso tabaco da Dona Juca. E disse mais a velhinha: -Todo mundo tem fé nela não há esse que não queira ao menos sonhar com ela pedir pra sentir o cheiro que tem o tabaco dela. Conselhos de medicina Da nossa grande nação Pediram que o governo Procedesse intervenção De Juca o curandeirismo A pronta proibição. A população local Lançou logo um manifesto E contra a proibição Uma nota de protesto Achando que o conselheiro Devia ser mais modesto. A imprensa curiosa Rádio, TVs e Jornais, Volantes de reportagens, As emissoras locais Mandaram à casa de Juca Os seus profissionais. Muitas pessoas movidas Por humanos sentimentos Na casa de Dona Juca Armaram acampamentos Assistindo a cobertura De tais acontecimentos. E os poetas distantes Da vigilância do rapa Faziam suas propagandas Enquanto bebiam garapa Exibindo seus folhetos Com Dono Juca na capa. Numa bengala escorado Um doente entrou na sala Quando cheirou o tabaco Readquiriu a fala Pra provar que ficou bom Rebolou fora a bengala. Contente da vida, ele Por ter salvo a sua vida Graças ao santo tabaco Da Dona Juca querida E esta era por todos Sinceramente aplaudida. Nunca a fama de um vivente Depressa se espalhou tanto Nos quatro cantos do mundo O seu nome em cada canto Desfrutava do respeito Do mais milagroso santo. Quando nem a medicina Dava esperança sequer Ao enfermo, ele inda tinha Uma fezinha qualquer No tabaco milagroso Daquela santa mulher. E a própria natureza Como que para testar O poder quepossuia O tabaco de curar Fez aparecer doenças Muito estranhas no lugar. Por exemplo na cabeça Dum sujeito ainda moço Apareceu certo dia Uma espécie de caroço Um par de colossais chifres Um mais fino, outro mais grosso. O rapaz, secretamente, Foi ao lar de Dona Juca E disse: – Um dia eu senti Na testa uma dor maluca Depois nasceu esses troços No alto da minha cuca. Dona Juca disse: – O meu Tabaco pode curar Porém a sua mulher Terá que colaborar Pois do jeito que ela faz Nem adianta tentar. Este negócio de chifre Não é um costume novo Eu esfrego meu tabaco, Ela pede fumo ao povo, Eu sei que existe a chuva Porém eu mesmo não chovo. O rapaz chegando em casa Disse pra Conceição: -O milagroso tabaco me tira desta aflição no entanto é necessário sua colaboração. Conceição disse assustada: -Colaborar? Como assim? Não dê mais o seu tabaco Não seja assim tão ruim… É você dando o tabaco E nascendo chifre em mim. Aí Conceição cortou Os males pelas raízes E o pobre rapaz dos chifres Também superou as crises Viveram oitenta anos Extremamente felizes. Dona Juca recebeu Parabéns do Doutor Zeca Que fizera experiência Com sua própria cueca E não conseguiu nascer Cabelo em sua careca. Passando a careca No tabaco prodigioso Ficou cabeludo e Zeca Se tornou em fervoroso Romeiro de Santa Juca Do tabaco milagroso ai desmoronar. IDEIAS PROJETOS DO CONTO AO CORDEL E VERBO Portuguesa Docente: Rosemary Lapa Discentes: Flávia Lucas/Flávia Rayana/ Gigliolla Cruz/ Lariane Menezes Publico Alvo: Alunos do 5º Ano do Ensino Fundamental Tema: Do conto ao cordel Objetivos: · conhecer o gênero cordel; · comparar o conto com cordel; · Perceber no texto a funcionalidade dos verbos e adjetivos; · produzir um cordel a partir de contos de fadas; · conhecer a técnica da xilogravura; · organizar um festival de cordéis. Sequência didática · Apresentação e trabalho com a estrutura do gênero conto, tanto no aspecto formal, quanto estílístico e linguístico. · Apresentação e trabalho com a estrutura do gênero cordel, tanto no aspecto formal, quanto estílístico e linguístico. · Comparação dos gêneros conto e cordel, notadamente no aspecto formal. · Transformação do gênero conto em cordel. · Produção dos livros de cordel. · Produção artesanal de xilogravuras · Exposição dos cordéis. MATERIAL: Textos impressos (A Bela e a Fera, Lampião lá do Sertão e a Bela e a Fera em cordel); folhas de papel ofício; bandejas de isopor; tinta guache; lápis; palitos de dente; tesoura; rolinho de espuma para pintura; DVD (cordel “A árvore de dinheiro”); corda. A Bela e a Fera Adaptado dos contos dos irmãos Grimm Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas três filhas. A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso era chamada de "BELA". Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniu as suas filhas e disse: — Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar, trarei presentes. O que vocês querem? - As irmãs de Bela pediram presentes caros, enquanto ela permanecia quieta. O pai se voltou para ela, dizendo: — E você, Bela, o que quer ganhar? —uma rosa, querido pai, porque neste país elas não crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte. O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na estrada para a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando, a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho. Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe restavam dirigiu-se para aquela última esperança. Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. O interior, realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de maneira esquisita. O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e vinho delicioso. Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou, adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o pai de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse: — É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te! O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs, então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma de suas filhas em seu lugar. Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela aproximou-se dele e lhe disse: — Foi por minha causa que incorreste na ira do monstro. É justo que eu vá... De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida. Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino. Chegada à morada do monstro encontrou tudo como lhe havia descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva. Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa, quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição com caracteres dourados: "Apartamento de Bela". Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim. Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta. Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada, retornou e fugiu através das salas. Alcançada a última, percebeu que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil e suplicante lhe disse: — Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo; mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te agradável. Para o momento, queria pedir- te, se podes honrar-me com tua presença no jantar. Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela consentiu e ao fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada. Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil, culto e educado. Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse: — Desde quando estás aqui a minha vida mudou. Descobri que me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo? A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para ganhar tempo, disse: — Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo! A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias voltaria. Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos, pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu que já haviam transcorridos bem mais de sete. Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira. Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio. Perto da roseira encontrou a Fera que morria.Então, Bela a abraçou forte, dizendo: — Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo. Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou um sorriso radioso e diante de grande espanto de Bela começou a transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovido e disse: — Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora? Bela não fez repetir o pedido e a partir de então viveram felizes e apaixonados. Aula 1 Atividade 1: Conversando sobre o conto Quem sabe o que é um conto? Ouvir e considerar as respostas dos estudantes e, caso seja necessário, acrescentar as informações abaixo; É uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo. A leitura do conto A bela e a Fera será feita pelos alunos, ou seja, um assumirá o papel de narrador e os outros, os personagens. Quem escreveu este conto? Vamos conhecer um pouquinho desse autor? Quais as características dos personagens principais? Nessa versão, o mercador, pai de Bela tem três filha, vocês já ouviram outras versões em que ele tivesse menos filhas? Quantas eram? Mesmo com boas intenções, o pai da Bela tomou uma atitude correta ao colher a rosa do jardim da Fera? (levá-los a compreender, durante o diálogo que o pai da Bela tirou algo que não lhe pertencia, sem pedir ao dono) Qual seria atitude correta a ser tomada? A Fera, mesmo com razão, porque o pai da Bela tirou algo de seu jardim sem lhe pedir, tomou uma atitude justa? Era necessário prendê-lo por isso? O que você faria se fosse a Fera? E com relação à atitude da Bela? Ela fez certo em tomar o lugar do pai, tomando a punição por algo que seu pai havia feito? Se você fosse a Fera, aceitaria o que a Bela fez? Note que as palavras Fera e Bela sempre aparecem no texto com inicial maiúscula. Por que isso acontece? Ler o texto novamente perguntando: · Se eles encontraram alguma palavra desconhecida no texto. · Já leram algum texto como esse anteriormente? (o mesmo gênero) · Em que espaço ocorre a narrativa? · Em qual tempo ocorre a narrativa? · O que aproxima Bela de Fera? · Qual o momento de maior tensão na narrativa? · Existe a caracterização das personagens nessa história? Como é? Dê exemplos. · Por que a caracterização ocorre dessa forma? Levante hipóteses. Atividade 2: Atividade individual: Fazer um levantamento prévio sobre o que os alunos sabem sobre verbo, após ouvir tudo o que eles disserem, pedir que observemos verbos no texto A Bela e a Fera, chamando atenção para as características dos verbos (indicam tempo, situação de ação, estado ou fenômeno da natureza, sempre concordam com o substantivo),na sequência , questionar: Em que momento eles dão ideia de passado e quando dão ideia de presente? Por que, possivelmente isso acontece? Em algum momento é possível perceber no tempo uma ação que ocorra no futuro? Trabalhar períodos do texto para mostrar a diferença entre passado (perfeito e imperfeito) e presente. Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo; mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes honrar-me com tua presença no jantar. Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. ü Os verbos no passado dão sempre a mesma ideia? ü Nesses trechos, os verbos dão ideia de passado, mas as ações no passado se comportam da mesma maneira? Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo. ü Os verbos no presente dão sempre a mesma ideia? ü Nesse trecho, os verbos dão ideia de presente, mas as ações no presente se comportam da mesma maneira? (Sim. Sempre a mesma ideia! A frase “não morras” está no modo imperativo, enquanto os outros verbos estão no indicativo) Em seguida: Construir em conjunto com a turma uma definição para essa classe gramatical e seus tempos verbais. Montar no quadro, a tabela cujas colunas devem ser os tempos que apareceram predominantemente no texto trabalhado. Após todos os verbos estarem na tabela, é hora de treinar sua flexão, mantendo a pessoa verbal. PASS A DO PRES E NTE Quero, sofro, perceb o, suplico. Queria, sofria, percebi a , supliqu e i. Vivo, é, Vivia, há, era, muda. havia, mudou. Pedir que os alunos façam a reescrita do texto com um final que eles acharem mais adequado, interessante para depois entre si trocarem e cada um poder ver a reescrita do outro. Aula 2 Atividade 1 Fazer um levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero cordel com as seguintes perguntas: 1. Você já ouviu falar em Cordel? 2. Se já ouviu falar, o que sabe sobre o assunto? 3. Levar cordéis para a sala de aula para que os alunos leiam. Atividade 2 Levar os alunos para o laboratório de informática e pedir que em dupla façam uma pesquisa com as seguintes questões: § Quando surgiu o Cordel?(Local, contexto, etc.). Aula 2 Atividade 1 Fazer um levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero cordel com as seguintes perguntas: 4. Você já ouviu falar em Cordel? 5. Se já ouviu falar, o que sabe sobre o assunto? 6. Levar cordéis para a sala de aula para que os alunos leiam. Atividade 2 Levar os alunos para o laboratório de informática e pedir que em dupla façam uma pesquisa com as seguintes questões: § Quando surgiu o Cordel?(Local, contexto, etc.). § Qual sua importância em nossa cultura? § Quais são os assuntos presentes nos cordéis? § Quais são suas características? § Como é chamado modo como se fazem os textos imagéticos presentes nos cordéis? Qual sua importância para os cordéis? § Como as xilogravuras são feitas? Os alunos deverão anotar nos cadernos as informações encontradas durante as buscas e, caso encontrem alguma outra informação relevante além das indicadas, também poderão anotar e trazer para a aula seguinte. Para as buscas deverão principalmente acessar os sites indicados abaixo ou acessar o Google e pesquisar a palavra “cordel” ou “literatura de cordel”, onde encontrarão diversos sites: o http://www.significados.com.br/cordel/; o http://www.cecordel.com.br/infantis.html; o http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-surgiu-literatura-c ordel-683552.shtml; http://www.carnaxe.com.br/cronicas/literaturadecordel_comoe_comofazer.htm. AULA 3 Atividade 1 Em sala de aula, conversar com os alunos sobre pesquisa feita por eles, ressaltando a importância do cordel na cultura popular. Nesse momento, todos os alunos exporão oralmente as questões pesquisadas, emitindo suas opiniões sobre a literatura de cordel (se gostaram ou não). ü Durante a conversa com os alunos, caso seja necessário, contar para a turma sobre a origem do cordel, o porquê do nome, seu desenvolvimento no Brasil, o preconceito que pesou sobre o gênero no passado, sua valorização nos dias de hoje, etc. Atividade 2 ü Juntamente com os alunos e a partir das informações obtidas por eles com a pesquisa, construir um quadro contendo as principais características do gênero e que serão utilizadas posteriormente por eles na produção de seus cordéis . No quadro deverá conter as características essenciais de cordel: a estrutura (sextilha, setilha, oitava, decima); as rimas; texto imagético (contextualizado) e a forma de exposição (pendurados em cordas). Aproveitaremos esta atividade para retomar a estrutura do conto e fazer comparação, ressaltando os pontos convergentes. AULA 4 http://www.significados.com.br/cordel/%3B http://www.cecordel.com.br/infantis.html%3B http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-surgiu-literatura-chttp://www.carnaxe.com.br/cronicas/literaturadecordel_comoe_comofazer.htm. Lampião, lá do Sertão! “Bem no meio da Caantiga E não falo do “fedô”! Pois entendam que esse nome (Seu menino, seu “dotô”) é dado à vegetação que cresce lá no Sertão onde a história se “passô” E foi em Serra Talhada Num canto desse Sertão Que nasceu um cangaceiro O seu nome: Lampião Para uns muito malvado Para outros um irmão Ele era muito brabo Tinha muita atitude Alguns dizem, hoje em dia Que ele era o Robin Hood Roubava do povo rico Dava a quem só tinha um tico De dinheiro e de saúde Ou talvez fosse um pirata Mas não navegava não Ele tinha um olho só Também era Capitão Comandava o seu bando Com muita satisfação O cabra era tão raivoso Que se um pedacinho entrava De comida entre os dentes E muito lhe incomodava Ele pegava um facão E fazia uma extração Que nem o dente sobrava! E esse homem tão temido Também tinha sentimento! Um dia se apaixonou E pediu em casamento A tal Maria Bonita Que lhe deu consentimento Ela também era braba E andava no seu bando Demonstrou que a mulher Também tem força lutando e seguiu o seu marido mundo afora, caminhando Entre uma batalha e outra Lampião se divertia Gostava duma sanfona E dançava com Maria Seu bando fazia festa Até o raiar do dia Ele dançava forró Xaxado e também baião Gostava era das cantigas Das noites de São João Numa noite de Luar Bem cansado de fugir Da polícia que jamais Cansou de lhe perseguir Lampião olhou pro céu Cantou antes de dormir: “Olha por Céu meu Amor. Vê como ele está lindo… Olha pra aquele balão multicor Que lá no céu vai sumindo…” E assim adormeceu Junto da sua Maria A polícia os encontrou Logo cedo no outro dia Foi cantando uma cantiga Sobre o céu do seu rincão Que se despediu da vida O temido Lampião Que faz parte da história e hoje vive na memória de quem é da região E é cantando esta canção que eu encerro a poesia de uma história que falou de tristeza e alegria vamos continuar no xote me despeço com o mote: Adeus, até outro dia. Atividade 1: Levantar os seguintes questionamentos/ debate: ü Vocês conhecem a historia de Lampião e Maria Bonita? ü Como a autora apresenta Lampião e Maria Bonita? ü Para o povo, conforme a autora, o que eles faziam era errado? ü O que você acha das atitudes deles? ü Eles teriam outras formas para fazer o bem sem serem perseguidos pela policía? Quais? ü Este cordel apresenta algumas palavras que mostram a forma como algumas pessoas falam (variações linguísticas), quais delas vocês conseguiram identificar? (fedô, dotô, passo, brabo...) ü Que outro final você daria para este cordel? Na estrofe abaixo, podemos perceber como as pessoas achavam que Lampião era: E foi em Serra Talhada Num canto desse Sertão Que nasceu um cangaceiro O seu nome: Lampião Para uns muito malvado Para outros um irmão ü Releiam o texto buscando nele algumas pistas sobre como eram Lampião e Maria Bonita. ü Quais outras características vocês dariam aos personagens? v Solicitar que os alunos reescrevam o texto suprimindo as palavras que caracterizam os personagens, de forma que percebam a funcionalidade dos adjetivos no texto, depois refletiremos sobre: ü Quais diferenças vocês perceberam entre os dois textos? ü Qual a importância dos adjetivos para o funcionamento do texto? Transformando cordel em conto Atividade 1 ü Fazer uma rápida revisão do que é conto e cordel com os alunos. ü Explicar para eles que nós podemos transformar um gênero textual em outro. ü Explicar para eles que às vezes uma história pode ter diferentes finais. ü Mostrar para eles a história da Bela e a Fera contada em Cordel. A Bela e a Fera em cordel (autoria própria do grupo) Aconticeu lá na França Qui é longe de vredadi Tinha um comeciante Qui vivia fazeno viagi Até que um belo dia Uma linda rosa ele viu E foi ai que a confusão começou viu? Nosso amigo comeciante Tinha uma fia muito amada Seu nomi era Bela Dorce, meiga e muito cobiçada Mas a linda rosa tinha dono E ele ficô muito brabo, fazeno do comeciante seu mais novo escravo “Predão sinhô era pra minha fia” O comeciante lhe falô, “Mas me dexe dizer adeus a Bela, ela é tudo o qui mim restô” Quando foi se dispedir, contô o que aconticeu E sua fia de seu pai Logo se compadiceu Meu pai vô no seu lugar” e assim aconticeu. E tinha tombém o Gaston Que era muito apaixonado Mas a menina Bela Não lhe dava papo furado Tinha muito nojo dele Que se achava o bonzão Os dias foram passando E a Bela conhicendo Mais do castelo e de seus serventes Que tentavam lhe agradá Pois sabiam que somenti a Bela podia Já que lhe amoliceu o coração Quebrar o feitiço da Fera e de seus empregados E a fera mal humorada Descobriu o sentirmento Ele estava apaixonardo E pra ele isso era um tormento Porque era a Fera E a dama uma simplismente Bela No começo foi estranho Muita briga e confusão, Mas depois se entenderam E a Bela precebeu Que dentro daquela capa feia Tinha um lindo sentirmento Mas um belo dia O pai da nossa Bela Disse para todos que Ela era prisiorneira da fera Pouca gente acreditô Mas foi aí que Gastão pensô.... “A Bela estando em perigo, Se eu lhe sarvar Ela vai me aceitar como marido. ” E então amedrontou muita gente da cidade A fera precebeu que a Bela andava triste E a deixô partir para que seu pai ela virsse Mas antes de sair ela lhe fez uma promessa “volto em algumas horas” E saiu sorrindo depressa Se tivesse prestardo atenção teria visto que surgia Uma grande lágrima no rosto de sua Fera Ah que filicidadi, Quando a Bela viu seu pai Muitos abraços pra martá a sardade E a Bela logo soube que Gastão planejava uma mardade Quando seu pai lhe contô Pro castelo da Fera a Bela logo correu Queria salvar seu amigo Daquele povo que não lhe compreendeu Quando a Bela chegou o castelo tinha sido tomado.. Atividade 2 ü Perguntar para as crianças se elas sentiram diferença entre a história em forma de conto e em forma de cordel. ü Mostrar no quadro construído com as estruturas do conto e para que as crianças semelhanças e diferenças. ü Pedir para que as crianças identifiquem os “erros ortográficos” e juntamente com eles fazer uma reescrita do texto. ü Pedir para que as crianças, por escrito, deem um final para o cordel. Aula 6 ü Perguntar o que as crianças lembram da aula passada. ü Pedir que as crianças, em grupos de quatro, transformem um conto que gostem em cordel (serão disponibilizados os contos que eles escolherem e várias versões de cordéis para que eles possam tomar como exemplo). ü Pedir que fiquem em círculo e depois leiam seus cordéis para os outros colegas. Aula 7 Com os textos dos cordéis prontos, inicia-se o processo de confecção dos livros. · Cada grupo deverá fazer uma produção de texto imagético que dialogue com o texto escrito estes serão transformados em xilogravura (iso-gravura) e servirão como capa para os livros. · Confecção das xilogravuras: Os alunos deverão recortar as abas de bandejas de isopor ( de frios de supermercados). Poderão desenhar ou decalcar os desenhos já feitos no papel sobre as bases das bandejas(este processo formará sulcos no isopor). Em seguida com a ponta do lápis ou de um palito deverão aumentar o sulcos, porém sem furar o isopor. Após o término do desenho deverão passar a tinta no isopor com um rolinho de espuma para pintura e depois pressionar o desenho sobre o papel. Podendo usar um rolo de macarrão ou uma garrafa e passar por cima do molde para imprimir melhor do desenho no papel. ü Confeccionar os livrinhos de cordel. Culminância: ü Como culminância será realizada uma exposição dos cordéis na qual os alunos apresentarão para as outras turmas seus trabalhos. Referências: A árvore de dinheiro. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=2p7gMAPwcaU&index=1&list=PLTCoz 05H11m JeOyUMSD98vwYESvDMCYOD. Acesso:10/06/14. Cordel Lampião lá no sertão. Disponível em: marianebigio.com/2014/05/08/lampiao-la-do-sertao/ Acesso:10/06/14. Como Fazer um Livrinho com Folhas de Papel Passos Você precisa de um pequeno livrinho para organizar alguns dados, desenhar ou para um projeto da escola? Qualquer que seja o motivo, é bem fácil fazer um livrinho de papel — tudo o que você precisa é de uma tesoura e uma folha de papel em branco. Vamos começar 1- Pegue uma folha de papel A4 e dobre-a ao meio (na forma vertical). 2 - Faça outra dobra como essa (dessa vez, na forma horizontal). 3 - Abra a folha e você terá quatro partes. 4 - Faça outra dobra como essa (dessa vez, na forma horizontal). 5 - Abra a folha e você terá quatro partes. 6 - Faça mais uma dobra horizontal e depois abra a folha de novo. 7 - Dobre a folha novamente ao meio, como no primeiro passo. 8 -Com a tesoura, corte nas linhas marcadas, começando na dobra. Pare de cortar quando chegar ao meio. 9 - Desdobre a folha e dobre novamente na forma horizontal. 10 - Finalmente, pegue as duas extremidades e as una! 11- Agora basta escrever o que quiser. Aproveite! Ao fazer as dobras, tente fazê-las o mais uniformes e definidas que puder! Se precisar de mais páginas, corte a extremidade do livrinho. Projeto Cordel na Escola Autor: Francisco Ferreira Filho Diniz E-mail: literaturadecordel@bol.com.br Site: www.projetocordel.com.br Objetivos Reconhecer a importância da literatura de cordel enquanto patrimônio histórico e cultural do povo paraibano, nordestino e brasileiro. Dicas Se quiser um livrinho maior, use uma folha de papel maior. Avisos No processo de corte, preste atenção para parar imediatamente logo no meio do papel. Caso contrário, o seu livrinho vai ficar todo desarrumado. mailto:literaturadecordel@bol.com.br http://www.projetocordel.com.br/ Utilizar a poesia de cordel como recurso pedagógico para debater temas relacionados à educação escolar como cidadania, solidariedade, preconceito, discriminação racial, consciência ambiental, espiritualidade, ética, educação sexual, combate às drogas, violência, condição social da população, amor ao próximo. Estimular a leitura, produção e edição de folhetos de cordel entre professores, alunos e demais integrantes da comunidade escolar. Contribuir para o resgate da literatura de cordel na perspectiva de transformá-la em veículo de comunicação de massa. Realizar exposições em escolas, feiras livres, praças públicas, emissoras de rádio, carros de som, em outros ambientes e meios de divulgação. Justificativa Literatura de Cordel É poesia popular É historia contada em versos Em estrofes a rimar Escrita em papel comum Feita pra ler ou cantar. A capa é em xilogravura Trabalho de artesão Que esculpe em madeira Um desenho com ponção Preparando a matriz Pra fazer reprodução. Os folhetos de cordel Nas feiras eram vendidos Pendurados num cordão Falando do acontecido, De amor, luta e mistério, De fé e do desassistido. A minha literatura De cordel é reflexão Sobre a questão social E orienta o cidadão A valorizar a cultura E também a educação. Mas trata de outros temas: Da luta do bem contra o mal, Da crença do nosso povo, Do hilário, coisa e tal E você acha nas bancas Por apenas um real. O cordel é uma expressão Da autêntica poesia Do povo da minha terra Que luta pra que um dia Acabe a fome e miséria Haja paz e harmonia. A poesia popular, enquanto literatura oral já existe há mais de 3.500 anos. No Brasil o cordel chegou, trazido de Portugal, onde era vendido como "folhas soltas", mas foi com um poeta nascido em Pombal, que ele ganhou celebridade. Foi Leandro Gomes de Barros quem primeiro passou a editar e comercializar, no final do século XIX, o folheto na forma tal como temos atualmente, por isso ele é considerado o patriarca dessa expressão popular e a Paraíba é tida como o berço da literatura de cordel. O cordel que era vendido nas barracas das feiras livres pendurado em cordões e recitado ou cantado pelos poetas violeiros para atrair os compradores, hoje sofre dos males do esquecimento e do abandono, explicado pelo advento da era tecnológica e assimilação desenfreada da cultura estrangeira. Ele já foi, no interior do Nordeste, o jornal, a música, o lazer de um povo que se reunia nos salões ou terreiros das casas para fantasiar histórias lidas por aqueles que dominavam os códigos da leitura e servia também para alfabetizar tantos outros que as vezes sabia de cor folhetos famosos. O hábito de ler cotidianamente o cordel fez surgir no Nordeste poetas de expressão como Patativa do Assaré e revelar ao mundo uma música inigualável de Luiz Gonzaga, valores que sintetizam a grandiosidade da nossa arte popular. O cordel precisa sobreviver e voltar a ser uma cultura de massa tal como antigamente. Certamente alguns poetas continuarão nas feiras, outros levarão suas obras às bancas de jornal, livrarias, outros ainda procurarão utilizar os recursos da mesma era tecnológica que ajudou a sucumbi-lo - como o rádio, jornal, tv e agora mais recentemente a internet - para fazer chegar aos quatro cantos do mundo a imponente cultura nordestina. Contudo, acreditamos que a literatura de cordel só poderá se transformar numa cultura de massa a partir do momento que a escola passar a estimular o seu uso, ou seja, a comunidade escolar (alunos, professores, funcionários) adotar o hábito da leitura. Quando a escola procurar conscientizar a todos da real necessidade de se preservar o cordel enquanto saber histórico, estaremos caminhando em direção a sua revitalização. Levar a literatura de cordel até a escola significa oferecer um importante e motivante meio de educação aos alunos dos ensinos fundamental e médio. Através da poesia popular o aluno poderá conhecer aspectos da história do nordestino, pois o cordel retrata a cultura, o cotidiano, a realidade do povo e suas peculiaridades. Mas pode versar sobre qualquer assunto e ser utilizado como recurso pedagógico para debater temas relacionados à educação escolar como cidadania, solidariedade, preconceito, discriminação racial, consciência ambiental, espiritualidade, ética, educação sexual, combate às drogas, violência, condição social da população, amor ao próximo... Ter o cordel nas bibliotecas das escolas pode representar um passo extremamente valioso para o devido reconhecimento e resgate desse tipo de literatura e dar à nova geração a oportunidade de apreciar a riqueza e expressividade da nossa cultura. Significa observar o contato do passado, da memória do saber tradicional, do conto poético numa linguagem ao mesmo tempo simplória e bela, de fácil compreensão e de uma engenhosidade singular observada na construção dos versos e rimas. A escola tem que obrigatoriamente prestigiar a cultura popular, caso queira preservar a sua própria história. E demonstrar preocupação na manutenção do saber é assumir e incorporar a sua rotina o contato com as manifestações que o povo cultiva, que apresentam significância e um visível potencial pedagógico. A literatura de cordel é uma dessas manifestações que devem e precisam ser utilizadas no ambiente escolar. Enquanto livro para-didático ou leitura suplementar o cordel pode conduzir o leitor a uma viagem fascinante, a um universo textual completamente diferente do habitual onde a rima é um dos elementos que atrai, que desperta a curiosidade além de suscitar a sensibilidade artística. No espaço escolar o cordel poderá ser usado para estimular a criatividade. Como é uma leitura que pode ser cantada, acompanhada de um ou vários instrumentos musicais como viola, rabeca, sanfona, violão, pífano, zabumba, flauta, pandeiroou outro de interesse do professor, vemos a riqueza da sua utilização. Indiretamente há um incentivo à aprendizagem de determinado instrumento musical, ao próprio canto e à estimulação da educação rítmica, mesmo para aqueles que não queiram estudar ou compor música. Finalmente pode-se orientar os alunos a produzir histórias, o que de fato mais contribuirá para que sejam revelados valores e com isso fazer perpetuar em nossa região o estigma de lugar dos grandes poetas. Por ser confeccionado com material simples, o folheto de cordel tradicionalmente teve preço acessível e as pessoas de baixo poder aquisitivo sempre tiveram oportunidade de adquiri-lo. Hoje falta divulgação para que ele seja conhecido pelas novas gerações, além de políticas públicas de incentivo. Adquirir títulos com o objetivo de serem distribuídos aos alunos da rede pública de ensino, bem como a sua aquisição para o acervo das bibliotecas das escolas, poderiam ser iniciativas dos governos que muito iriam contribuir nessa tarefa de promoção do cordel. Outro meio seria a realização de concursos no interior das escolas, patrocinados com a incumbência de revelar talentos onde os vencedores poderiam ter as suas obras editadas. Na escola o aluno deveria ser estimulado a ler, compor, conhecer as rimas, os tipos de versos, assim como estudar e criar a própria xilogravura e o professor ter oportunidade de participar de cursos sobre cordel para poder ter melhor embasamento para trabalhar com os alunos. Considerando a literatura de cordel como Patrimônio Histórico do Povo paraibano, nordestino e brasileiro, vimos sugerir às Secretarias de Educação de todos os municípios e Estados do Brasil, que seja implantado o "Projeto Cordel na Escola" com o objetivo de favorecer o acesso ao cordel para todos os alunos das escolas do país nos seguintes termos: a) que cada aluno receba um exemplar da literatura de cordel - "A menina do vestido azul" b) que cada escola receba um kit, que disponibilizamos, composto de 20(vinte) títulos diferentes para utilizar no acervo de sua biblioteca: 1 - A Menina do Vestido Azul 2 - O aquecimento global 3 - Vamos Preservar o Rio! 4 - Quadrilha Junina 5 - Um dia a gente aprende a votar 6 - Sabedoria 7 - A escola que precisamos 8 - Dieta para engordar 9 - Venda o seu voto e seja mais um ladrão 10 - Receita da Felicidade 11 - O menino que quis mudar um mundo 12 - A Escola dos Meus Sonhos 13 - São João, a grande festa do Nordeste 14 - A Educação Física na Escola 15 - Cuidados com as DST's 16 - A Matemática da Vida 17 - O que Fazemos na Aula de Ed. Física? 18 - Dilemas do Professor 19 - Prece para a Libertação do Homem 20 - As Conseqüências da Compra do Voto c) que seja realizado encontro entre o propositor deste projeto e professores para debater a literatura de cordel na perspectiva de prepará-los para melhor trabalhar com os alunos os meios de produção de cordéis; d) que seja viabilizado concursos entre alunos de todas as escolas para revelar talentos na literatura de cordel cujos vencedores tenham seus trabalhos editados. Orçamento 1 - Preço do cordel por unidade...........R$ 3,00 (três reais). 1.1 - N.º de alunos contemplados com um exemplar do cordel "A menina do vestido http://www.projetocordel.com.br/novo/vestido_azul.htm http://www.projetocordel.com.br/novo/vestido_azul.htm https://projetocordel.loja2.com.br/7862670-Cordel-A-Menina-do-Vestido-Azul https://projetocordel.loja2.com.br/7863730-Cordel-O-aquecimento-global https://projetocordel.loja2.com.br/7863805-Cordel-Vamos-preservar-o-rio https://projetocordel.loja2.com.br/7863900-Cordel-Quadrilha-Junina https://projetocordel.loja2.com.br/7867566-Cordel-Um-dia-a-gente-aprende-a-votar https://projetocordel.loja2.com.br/7863905-Cordel-Sabedoria https://projetocordel.loja2.com.br/7863483-Cordel-A-escola-que-precisamos https://projetocordel.loja2.com.br/7863813-Cordel-Dieta-para-engordar https://projetocordel.loja2.com.br/7868059-Venda-o-seu-voto-e-seja-mais-um-ladrao https://projetocordel.loja2.com.br/7868146-Receita-da-Felicidade https://projetocordel.loja2.com.br/8984433-O-menino-que-quis-mudar-um-mundo https://projetocordel.loja2.com.br/7863882-Cordel-A-escola-dos-meus-sonhos https://projetocordel.loja2.com.br/7869656-Sao-Joao-a-grande-festa-do-Nordeste- https://projetocordel.loja2.com.br/7867817-A-Ed-Fisica-na-Escola https://projetocordel.loja2.com.br/7863874-Cuidados-com-as-DST-s https://projetocordel.loja2.com.br/7863843-Cordel-A-Matematica-da-Vida https://projetocordel.loja2.com.br/7867829-O-que-fazemos-na-aula-de-Ed-Fisica- https://projetocordel.loja2.com.br/7867852-Dilemas-do-Professor https://projetocordel.loja2.com.br/7863784-Cordel-Prece-para-a-libertacao-do-homem https://projetocordel.loja2.com.br/7863558-Cordel-As-consequencias-da-compra-do-voto azul"................ o número de alunos matriculados no município ou Estado. 2 - Cordéis que compõem o kit..........20(vinte). 2.1 - Preço do kit de cordel por unidade........................R$ 60,00 (sessenta reais). 3 - Preço de palestra de cordel para professores com duração de 4 (quatro) horas...............R$ 500,00(quinhentos reais). Santa Rita - PB, outubro de 2014, __________________________________ Francisco Ferreira Filho Diniz Professor/Cordelista Dados sobre o autor Francisco Ferreira Filho Diniz, este é o meu nome. A escola é meu trabalho A cultura me consome, O meu sonho é que no mundo Haja paz e acabe a fome. Por Nenen, desde menino Sou também denominado E em Educação Física Desde 90, formado E como todo professor Ganho pouco, ando estressado. Estudo pra ser poeta E sou um simples cordelista Não busco obter fama De respeitado artista Mas, a cultura do povo Eu nunca a perco de vista. Sou também capoeirista Violência me faz mal Gosto da Capoeira Angola, Admiro a Regional E meu Mestre é Paulista Que hoje vive em Portugal. Eu nasci em Santa Helena Situada no sertão Uma cidade bem pequena, Mas de grande coração, Nos confins da Paraíba Onde o povo é sempre irmão. FRANCISCO DINIZ Fones: 83 98862-8587 (Oi) Atuação profissional: * Professor de Educação Física da Rede Municipal de Santa Rita-PB. * Cordelista E-mail: literaturadecordel@bol.com.br Site: www.projetocordel.com.br http://www.projetocordel.com.br/projetocordelnaescola.php Cordel: leitura e escrita Eliana Costa da Cruz de Negreiros (T-49/Módulo Impresso/Ciclo Básico) JUSTIFICATIVA: O Cordel, forma tradicional de nossa literatura popular, é escrito para ser lido e cantado. Feito em versos, com vocabulário acessível e estrutura rítmica cativante, a história corre como uma canção bonita. Sem nos darmos conta, a aventura já terminou. Essa forma de expressão popular apresenta uma riqueza cultural que pode ser explorada pelas unidades escolares, a partir da divulgação da produçãocultural do povo e da região em que a escola está inserida. O gênero “ Literatura de Cordel” expressa em seus versos traços marcantes da diversidade cultural presente na sociedade brasileira: cada região tende a proclamar seu modo de viver , seus costumes, sua crenças em produções características de sua região. A primeira e mais importante constatação a respeito desta poesia, é que ela é uma expressão cultural do povo. Utiliza-se de sua linguagem, sua visão de mundo, seus problemas, suas lendas e seu cotidiano. A falta de sensibilização e de reflexão sobre a diversidade cultural e estética da cultura regional favorece o distanciamento do aluno de suas raízes histórico- geográficas, propiciando um processo de alienação cultural. Entendemos que, nos meios escolares, a Literatura de Cordel deve ser valorizada, representando essas características que compõem a identidade de cada região e a espontaneidade da Arte Popular. A Literatura de Cordel sugere a integração entre a arte e o professor, a escola, o aluno e a cultura popular dediferentes épocas até a contemporaneidade, possibilitando também o contato da linguagem popular com os acontecimentos reais de uma região. Este contato com elementos mais próximos da realidade do aluno e dos professores pode contribuir para o desenvolvimento da leitura e da escrita, pois o vocabulário usado na Literatura de Cordel é ou pode ser mais semelhante à linguagem cotidiana do aluno, tornando a compreensão de textos mais fácil. PUBLICO ALVO: mailto:literaturadecordel@bol.com.br http://www.projetocordel.com.br/ http://www.projetocordel.com.br/projetocordelnaescola.php Alunos do Ensino Médio das escolas públicas da rede estadual de ensino de São Paulo. Considerando que a base nacional comum dos currículos de Ensino Médio passou, de acordo com a legislação vigente, a ser organizada em áreas de conhecimento, sendo atribuída à proposta pedagógica de cada instituição de ensino a necessidade de definir o currículo escolar de acordo com as características de sua clientela, entendemos que o projeto “Cordel: leitura e escrita” utiliza como recursos a interdisciplinaridade e a contextualização, os quais permitirão a reorganização da experiência docente e a definição coletiva do que e de como ensinar os alunos. Dessa forma, o projeto visa desenvolver junto ao alunado capacidades de leitura e escrita, por meio do trabalho com um tema gerador que articulará os saberes relacionados às áreas de LCT ( Português e Artes) e CHT ( Geografia e História). Contextualizando: A literatura de Cordel é um tipo de poesia popular, a princípio oral, e depois impressa em folhetos expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. São escritos em formas rimadas e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os cordelistas recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola. Se realizarmos uma viagem ao tempo encontraremos nas suas linhas registros do cordel com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento, o nome como já dito está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde são pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. São os Portugueses que trazem o cordel para o Brasil, na segunda metade do século XIX. Hoje muitos folhetos ficam expostos horizontalmente em balcões ou tabuleiros. Esse tipo de literatura popular existe também na Sicília (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel ou pliegos sueltos (folhas soltas). Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios, históricos, lendas e temas religiosos. É também muito comum os autores criarem seus versos improvisadamente diante de um acontecimento ou pessoa que queiram homenagear. No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará. Costuma ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Os poetas Leandro Gomes de Barros e João Martins de Athayde estão entre os principais autores. Pelo fato de ser literatura distribuída nas ruas, feiras e botequins e pelo tipo de linguagem em que circula; bastante simples, com os traços da fala coloquial, e próxima de falar do povo do sertão, a literatura de cordel foi, muito pouco apreciada. Porém apresenta vários aspectos interessantes: ▪ As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular; ▪ Pelo fato de funcionarem como divulgadoras da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste gênero ainda no nordeste do Brasil), a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a manutenção do folclore nacional; ▪ Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo; ▪ A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel estandarte de obras de teor didático e educativo. Aprofundando um pouco mais a concepção de Literatura de Cordel nos remete aos conceitos de leitura e escrita, o que nos leva a investigar sua importância para construção da cidadania, pois, segundo BRASIL (1998) “o domínio da língua oral e escrita é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento”. (página) Para LAJOLO (2002,7), “ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive”. Assim, aprender a ler livros, se aprende na escola, mas outras leituras se aprendem fora dela, na “escola da vida”. Muitas leituras independem da aprendizagem formal e se concluem na interação cotidiana com o mundo. Dessa forma, “lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode (nem deve) encerrar-se nela”. (LAJOLO, 2002, 7) De acordo com KLEIMAN (2001), a leitura, enquanto atividade que caracteriza e distingue os seres humanos, é uma das maiores experiências na vida escolar e de toda pessoa, pois ao dominar a leitura abrimos a possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios participar da vida social e interagir com o mundo. É a interação do autor / leitor, um processo de múltiplas facetas, com a finalidade de compreender a matéria escrita, avaliá-la e utilizá-la conforme suas necessidades, enfim uma prática social. Para Freire (1988) é necessário que o indivíduo leia seu próprio mundo para depois decifrar as palavras, pois as mensagens que lê só têm significado quando se relacionam com o mundo a sua volta: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra (...) A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe -, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as palavras”, as “letras” daquele contexto (...) se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais. (...) A decifração da palavra fluía naturalmente da “leitura” do mundo particular. (...) Fui alfabetizado no chão do quintal de minha casa, à sombra das mangueiras, com palavras do meu mundo e não do mundo maior dos meus pais. “O chão foi meu quadro-negro; gravetos, o meu giz”. (FREIRE, 1988 , 11) Aprender a ler e escrever num país como o Brasil significa lidar com os diferentes falares regionais, presentes numa dada sociedade, num dado momento histórico. Percebem-se muitos preconceitos decorrentes do valor social que é atribuído aos diferentes modos de falar, pois “é muito comum se considerarem as variedades lingüísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas”. (BRASIL, 1998, 31); assim, a Literatura de Cordel propõe como objetivo conhecer, recriar e expressar-se artisticamente respeitando as mais variadas culturas. A Literatura de Cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão) nas feiras, mercados, praças bancas de jornal, principalmente das cidades do interior ou subúrbios dasgrandes cidades. Segundo LUYTEN (2005), a chamada literatura de cordel, no Brasil, não morreu; e continua longe de desaparecer. Esse gênero de poesia popular impressa, que ocorre especialmente no nordeste, passou a ser valorizado por brasileiros depois de um artigo de Orígenes Lessa na revista Anhembi, publicado em dezembro de 1955, e talvez principalmente depois de outro artigo, do estudioso francês Raymond Cantel, publicado no Le Monde de 21 de junho de 1969. No Brasil divulgou-se no Nordeste, onde famosos cantadores fizeram dela uma arte popular, formando-se toda uma cultura e tradição em seus trabalhos poesias-narrativas-cantadas e popular.A partir de inícios da década de 70, o assunto virou coqueluche para estudiosos brasileiros, formando-se considerável bibliografia em que se incluem teses e mais teses. Vinte anos depois, podemos observar que — a despeito de estar implícito no dinamismo sócio-cultural o possível desaparecimento de traços folclóricos — o cordel continua vivo. Até virou souvenir para paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos em passeio por feiras nordestinas ou em centros de turismo como o Pátio de São Pedro (Recife), a Emcetur (Fortaleza), o Mercado Modelo (Salvador) e outros locais. Dessa forma, a Literatura de Cordel significa mais do que simplesmente trabalhar a Língua Portuguesa, significa conhecer a arte de outras culturas, pois segundo Brasil (1998,19) “a educação em arte proporciona o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas” . Além disso, a Literatura de Cordel nos remete a xilogravura de cordel, que faz as estampas e as ilustrações dos folhetos do Cordel, sendo a impressão de gravura vazada, utilizando-se placas de madeira (molde), papel e tinta. Segundo LUYTEN (2005), “Antigamente, isso era feito com simples recursos tipográficos, como vinhetas e outros pequenos enfeites. Depois se passou a usar clichês com base em um desenho ou tirados de cartões- postais. (...) Tudo começou com agora famoso Mestre Noza, em Juazeiro do Norte. Ele sempre foi santeiro conhecido (entalhador de estátuas) e, e resolveu cortar uma tabuinha para servir de capa a um folheto. A coisa deu certo e a aceitação foi imediata.” OBJETIVOS GERAIS : Trabalhando com a Área de LCT, pretende-se que o aluno desenvolva as competências gerais dessa área de conhecimento, de acordo com o expresso nos Parâmetros Curriculares Nacionais: Representação e comunicação em múltiplas línguas/linguagens ( capacidades de uso em compreensão e produção, para a produção de efeitos de sentido), utilizando os mais variados recursos de mídia. Investigação e compreensão (capacidades de análise e investigação das propriedades de diferentes línguas/linguagens e gêneros de textos em uso); Contextualização sociocultural (capacidades de investigação e estabelecimento de relações entre as situações de uso das línguas/linguagens e as diferentes realidades socioculturais). O trabalho com a Literatura de Cordel propiciaria ainda, em termos gerais, as seguintes competências: Conhecer, recriar e expressar-se artisticamente por meio da Literatura de Cordel da região ou da cultura regional do aluno, a fim de se obter um melhor desempenho na produção e compreensão dos textos que circulam na escola. Aprender a ler e escrever num país como o Brasil, lidando com os diferentes falares regionais, presentes numa dada sociedade, num dado momento histórico. Perceber os muitos preconceitos decorrentes do valor social que é atribuído aos diferentes modos de falar. Permitir o (re)conhecimento e a valorização de variedades lingüísticas menos prestigiadas socialmente e, conseqüentemente, o respeito e a valorização de outras formas culturais que não aquelas socialmente reconhecidas e valorizadas. “É muito comum se considerarem as variedades lingüísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas”. (PCN,1998,31) OBJETIVOS ESPECÍFICOS : Identificar os elementos da Cultura popular e da tradição, relacionada à construção de memória coletiva, na Literatura de Cordel; Reconhecer a Literatura de Cordel como narrativa em verso com padrões formais fixos e temáticas variadas; Compreender a função social da Literatura de Cordel que, independente da temática escolhida, atua como um veículo de propagação de valores culturais tradicionais pertinentes ao povo de uma região. Reconhecer o caráter híbrido do gênero, situado na interface entre a produção oral e a escrita, e suas marcas presentes na literatura oral e escrita. Interagir com os materiais, instrumentos e procedimentos relacionados à produção da Literatura de Cordel: Folhetos e Xilogravura; Produzir textos orais e escritos a partir da compreensão da Literatura de Cordel, presente no gênero “Cordel” Compreender os resultados do trabalho dos cordelistas fazendo relação com sua própria experiência de aprendiz e com sua experiência de vida enquanto cidadão de uma região. Produzir programação a ser apresentada na rádio escola, com o objetivo de socializar os conhecimentos. CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS: Origens da Literatura de Cordel no Mundo e no Brasil, principalmente no Nordeste Brasileiro. O papel da literatura de cordel na formação da cultura regional do povo nordestino Principais Cordelistas brasileiros O bairro onde está inserida a escola, sua origem - pesquisa A linguagem do cordel : versos, estrofes, metro... O que é xilogravura? Sua origem e inter-relação com a linguagem oral METODOLOGIA DE TRABALHO: A metodologia de trabalho envolveria o desenvolvimento de Seqüências Didáticas que propiciariam o uso das novas tecnologias (dos laboratórios de informática presentes nas escolas publicas), a fim de propiciar aos alunos de Ensino Médio a possibilidade de pesquisarem, nos meios de circulação virtuais, informações acerca da Literatura de Cordel. Enfatizando o protagonismo juvenil, pretendemos que as atividades planejadas contemplem a produção de conhecimentos a partir de informações coletadas, culminando na produção de xilogravuras relacionadas ao gênero estudado. Nesse sentido, os alunos fariam uso dos recursos de informática para a digitação e impressão dos textos elaborados e para o planejamento das imagens presentes nas xilogravuras. DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: 1- Português Em Bakhtin (2004) encontramos a concepção de linguagem que acreditamos ser o princípio e as possibilidades no trabalho educacional. O sujeito como tal não pode ser percebido nem estudado como coisa, posto que sendo sujeito não pode, se quiser continuar sê- lo, permanecer sem voz; portanto, seu conhecimento, só pode ter um caráter dialógico.(...). Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apóia sobre mim numa extremidade, na outra apóia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor. (BAKHTIN, 2004:113) “Sendo sujeito não pode, se quiser continuar sê-lo, permanecer sem voz”. É essa voz que constitui o sujeito, são nas palavras que me defino em relação ao outro. E é essa vivência com a linguagem, de voz e de constituição em relação a si e ao outro, que queremos propor aos alunos através desse trabalho. “Durante todo o processo o aluno estará assumindo-se leitor e autor de gênero poético relacionado ao tema Cordel”, fazendo seus versos ritmados.A- O Cordel – Sua Origem e tipo de Literatura O Cordel trata da Literatura Popular, da Cultura de um povo e é escrito para ser lido ritmado ou cantado, feito em versos cativantes, onde a história corre como uma canção. Traz consigo a expressão cultural do povo, sua visão do mundo, seus problemas, enfim seu cotidiano. Auxilia a Leitura e Escrita dos alunos, pois sua redação chega próxima ao nosso dia a dia. O cordel é gênero poético dotado de forma composicional própria: os mais antigos eram feito sem quadra, ou seja, “versos de quatro pés, com sete sílabas em cada um” na linha de verso. Exemplo do folheto de “Rabicho da Geralda”, na versão de Rodrigues de Carvalho*1 “Sou o boi, lixo, rabicho. Boi de fama, conhecido Minha Senhora Geralda Já me tinha por perdido” Com o passar dos anos esta forma foi substituída pela sextilha setissílabica, a forma mais utilizada até hoje e que consiste em seis linhas com versos de sete sílabas com esquema de rimas ABCBDB, estando as rimas localizadas no final dos versos pares (segundo, quarto e sexto). Exemplo do folheto Gabriela do poeta popular Manoel D´ Almeida Filho*2 “ Temos a obrigação Com os queridos leitores Trazer-lhes versificados Romances superiores Mostrando livros famosos Dos ilustres escritores” Há também folhetos como, por exemplo, Iracema, A Virgem dos lábios de Mel de João Martins Athaide*3 que se apresentam na forma de septilha com a rima ABCBDDB: “ De repente viu Martim Sair de dentro do mato Uma índia muito bela Mas sem roupa e sem recato Trazia o arco de guerra E seu pé tocava a terra Tão leve como um gato” Outra forma rara, mas que ainda continua sendo empregada é a décima, que é a estrofe de dez versos com o esquema de rima ABBAACCDDC, esta aparece no romance de Carlos Magno com Malaco Rei de Fez* 4 “Leitores com confiança E atenção que não falha Leiam mais esta batalha Dos 12 Pares de França Que para isto não casa A minha dedicação Quero mostrar-vos então Como foi prisioneiro O distinto cavaleiro Reinaldos de Montalvão” Já nos temas abordados pelo folheto há vários tipos de materiais que servem como modelo para a adaptação, como temas de filmes, peças de teatro, notícias de jornal, causos, telenovelas, romances populares e eruditos, apenas o poeta popular necessita ter cuidado para fazer suas alterações para que não desrespeite o principio da oração, e o tema, sendo que pode retirar ou acrescentar novos personagens. O narrador presente no folheto. Geralmente, é onisciente. Ele não opina em nenhum momento ou faz digressões a respeito de determinado acontecimento. Os acontecimentos são apresentados de forma cronológica ao leitor, de modo a facilitar sua compreensão. B- Principais Cordelistas e suas obras: Leandro Gomes de Barros, Gilmar S Ferreira, Patativa de Assaré, Roxinol do Rinaré, Willian Brito, Francisco Siqueira, Varneci Santos Nacimento. C- Leitura de textos de cordel e estudo do papel desse gênero no contexto da história de nosso país ( cultura regional); C-1 A importância do Cordel para a Leitura e Escrita C-2 Como ele ajuda os alunos a Ler e Escrever melhor C-3 Como é formado o cordel: suas rimas e seu tema. D - Verificação das formas de expressão que compõem a cultura regional do entorno (pesquisa para colher informações sobre a realidade em que os alunos vivem e onde a escola está inserida); E - Produção de Versos de Cordel a partir da pesquisa feita 2- História Trabalhar o período histórico em que surgiu o Cordel, por meio de narrativas resgatando a memória oral e coletiva dos personagens anônimos e personalidades históricas que ajudaram a construí-lo. A- A professora apresenta aos alunos um pouco da história do Cordel, como ele surgiu, onde e desde quando ele existe, principalmente sua origem no Brasil Objetivo: Conhecer um pouco mais do cordel para entende-lo melhor B - Exploraria a origem do bairro onde a escola está inserida e a origem dos habitantes que ali residem, inclusive dos alunos que freqüentam a escola Objetivo: Saber um pouco mais da formação do bairro onde vivem, C- Elaboração das perguntas da pesquisa Objetivo: Saber formular perguntas que levem os alunos ao conhecimento do bairro D- Entrevistas com as pessoas mais tradicionais do bairro e com as pessoas mais destacadas do local como comerciantes, dentistas, médicos, farmacêuticos, para conhecer um pouco mais da tradição do local Objetivo :Levantar os conhecimentos sobre a formação do bairro e das pessoas que nele viveram e ainda vivem. 3- Artes A Literatura de Cordel nos remete a xilogravura de cordel, que faz as estampas e as ilustrações dos folhetos do Cordel, sendo a impressão de gravura vazada, utilizando-se placas de madeira (molde), papel e tinta. Segundo Luyten (2005), “Antigamente, isso era feito com simples recursos tipográficos, como vinhetas e outros pequenos enfeites. Depois passou-se a usar clichês com base em um desenho ou tirados de cartões- postais. (...) Tudo começou com agora famoso Mestre Noza, em Juazeiro do Norte. Ele sempre foi santeiro conhecido (entalhador de estátuas) e, e resolveu cortar uma tabuinha para servir de capa a um folheto. A coisa deu certo e a aceitação foi imediata.” Assim, foi criada uma nova e forte arte popular e frente a isso, acreditamos que a arte popular deve ser valorizada e conhecida por todos, formando a cultura popular, que se constitui no saber da comunidade, “que todos sabem”. A importância de se trabalhar a arte na educação vai além do conhecimento artístico como experiência estética direta da obra de arte, o universo da arte contém também um outro tipo de conhecimento, gerado pela necessidade de investigar o campo artístico como atividade humana, um conhecimento que se identifica como produto das culturas e como parte da História. A-O que é xilogravura? Sua origem. B- Para que ela foi usada pelos cordelistas? C- Como ela é feita? E como poderia ser feita em suas aulas? PLANEJAMENTO DA SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES A- Contextualização sociocultural. Capacidades de estabelecimento de relações entre o uso da linguagem poética Levantamento de conhecimentos prévios dos alunos sobre o que é Literatura de Cordel através de perguntas dirigidas a classe. Ativar o conhecimento prévio : o que eles sabem sobre Literatura de Cordel? Apresentar alguns Folhetos de Cordel. B- História e Circulação ▪ Apresentação e contextualização da História do Cordel e “O que é Cordel” História Dois ilustres folcloristas brasileiros, Luis da Câmara Cascudo e Manuel Diéges Júnior, trouxeram contribuição ao problema da origem da nossa literatura de cordel. Cascudo em vários ensaios e livros, sobretudo no seu "Vaqueiros e Cantadores" e "Cinco Livros do Povo", e Manuel Diéges Júnior especialmente no ensaio "Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel". Eles nos mostraram a vinculação dos folhetos de feira, a partir do século XVII, com as "folhas volantes" ou "folhas soltas", em Portugal, cuja venda era privilégio de cegos, conforme informava Téofilo Braga. Na Espanha, o mesmo tipo de literatura popular era chamado de "pliegos suletos", denominação que passou também à América Latina, ao lado de "hojas" e "corridos". Tal denominação, como se sabe, é corrente na Argentina, México e Nicarágua, Peru. Segundo a folclorista argentina Olga Fenandéz Lautor de Botas, citada por Diéges Júnior, estas "hojas" ou "pliegos sueltos", divulgados atravésde "corridos', envolvem narrativas tradicionais e fatos circunstanciais - exatamente como a literatura de cordel brasileira. Na França, o mesmo fenômeno correspondia à "littèratue de colportage" - literatura volante, mais dirigida ao meio rural, através do "occasionnels", enquanto nas cidades prevalecia o "canard". Na Inglaterra - é informação de Jean Pierre Seguin, através de Roberto Benjamin -, folhetos semelhantes aos nossos eram correntes e