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Remoção da dentina cariada - Princípios gerais do preparo cavitário

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Por muito tempo acreditou-se que, para prevenir a recorrência e progressão das 
lesões de cárie, seria necessário remover a dentina cariada por completo, 
configurando uma técnica com alto risco de exposição pulpar. No entanto, a 
literatura científica atual evidencia a eficácia da remoção parcial do tecido cariado, 
quando associada ao selamento adequado da cavidade, sendo, assim, possível 
preservar a vitalidade pulpar e evitar sua exposição. 
Camadas da lesão cariosa 
Essa técnica se baseia nas diferenças 
estruturais e químicas existentes entre 
a porção profunda e a porção mais 
superficial da lesão cariosa em dentina, 
denominadas, respectivamente, zona 
afetada e zona infectada. 
A zona afetada apresenta menor 
degradação de fibras colágenas e é 
passível de remineralização, podendo 
ser preservada. 
A zona infectada, por se mostrar 
irreversivelmente desnaturada e não 
passível de remineralização, deve ser 
removida durante o procedimento 
restaurador. 
Zona infectada 
 
 
Zona Afetada 
Limite entre as camadas 
Em relação à determinação do limite 
entre a dentina infectada e a afetada, 
normalmente, são utilizados, durante a 
prática clínica, os critérios de cor e 
consistência. 
Zona infectada: geralmente apresenta-
se como uma massa amarelada e 
amolecida. 
Zona afetada: Normalmente apresenta 
coloração castanha e é mais 
endurecida. 
Uma das vantagens de considerar a 
dureza como um parâmetro é oferecer 
uma forma de resistência ao preparo 
cavitário, uma vez que a dentina 
remanescente não estará amolecida e 
não se deslocará após a confecção da 
restauração. 
 Outra forma comum de determinar 
quanto tecido precisa ser removido é 
através da utilização de corantes 
evidenciadores de cárie. 
Modo de aplicação: o cora 
 aplicado por toda a cavidade 
e, em princípio, apenas a dentina 
infectada se cora, indicando que esse 
tecido deve ser removido. A aplicação 
deste corante deve ocorrer tantas 
 
vezes quantas forem necessárias 
durante a remoção da dentina cariada, 
até que não fique nenhuma porção 
corada. Assim, a dentina apenas 
afetada, que não corou, deve 
permanecer e ser adequadamente 
tratada. 
Atenção: O corante pigmenta a dentina 
desmineralizada, entretanto, esta nem 
sempre está correlacionada com a 
frente de invasão bacteriana. Estudos 
apontam que a maior proporção de 
matriz orgânica na dentina ao redor da 
polpa, assim como na junção esmalte-
dentina torna essas áreas mais 
suscetíveis ao corante, o que pode 
acarretar numa remoção de tecido 
desnecessária. Diante disso, o uso do 
corante pode ser considerado um 
método falho e que pode levar a um 
desgaste excessivo da estrutura dental, 
aumentando o risco de exposição 
pulpar em cáries profundas. 
Métodos de RPTC * 
*Remoção parcial do tecido cariado 
A remoção parcial do tecido cariado 
tem seguido duas linhas de pesquisas: 
remoção do tecido cariado em dois 
passos ‘’s pw s x ava ’’ e 
remoção do tecido cariado em sessão 
única. 
A remoção do tecido cariado em dois 
passos, se dá através da remoção 
parcial da dentina cariada, de forma 
que, num primeiro momento, seja 
mantida apenas a dentina cariada 
localizada na parede de fundo, sobre a 
qual é colocado um selamento 
provisório. Posteriormente, em outra 
sessão, a cavidade é reaberta e é 
realizada a remoção total da dentina 
cariada remanescente para uma 
restauração definitiva. 
 Por outro lado, a remoção do tecido 
cariado em sessão única apresenta 
como característica primordial a 
preservação da dentina cariada na 
região da polpa e a realização do 
selamento definitivo utilizando 
materiais biocompatíveis, 
impossibilitando, dessa maneira, a 
obtenção de substratos e, 
consequentemente, a sobrevivência 
dos microrganismos presentes no 
tecido cariado, sendo, portanto, capaz 
de paralisar o processo carioso. Além 
disso, estudos demonstram que, nos 
casos submetidos a essa forma de 
tratamento, é possível observar, após 
alguns meses, a dureza e o 
escurecimento da dentina 
remanescente, indicando a 
remineralização desse tecido. 
Como é feita a remoção 
Geralmente, a remoção da dentina 
cariada é executada através do uso de 
instrumentos manuais, do tipo curetas 
ou colheres de dentina, bem afiadas e 
de tamanho proporcional à lesão de 
cárie, no entanto, quando a dentina 
estiver resistente a estes instrumentos, 
deve-se utilizar brocas esféricas lisas 
em baixa rotação. Assim sendo, a 
tendência atual aponta para remoção 
da camada superficial, necrótica e 
fragmentada da parede de fundo da 
cavidade com a própria colher de 
dentina, enquanto, nas paredes 
circundantes, o tecido deve ser 
removido até encontrar o substrato 
endurecido.

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