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CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO ANATOMIA Anatomia da região facial e cervical • É uma região complexa, rica em estruturas nobres → vísceras cervicais, vasos importantes • As lesões cervicais são um desafio diagnóstico • É fundamental conhecer as estruturas para propor diagnóstico e tratamento • Passam estruturas importantes tanto do tórax para a cabeça como da cabeça para o tórax. • Composição: de pele/mucosas desde a boca até a transição cervicotorácica/músculos (suporte aos ossos). • Ossos – coluna cervical, osso hioide, primeira costela, cartilagens tireoide/cricoide e clavículas • Vísceras – laringe/traqueia • Glândulas salivares e tireoide ESQUELETO ÓSSEO • Neurocrânio – não importante aqui na CCP • Viscerocrânio: maxila, zigomáticos, lacrimais, nasais, conchas nasais inferiores, palatinos, vômer e mandíbula • Forames: estruturas presentes nos ossos ondem passam nervos e vasos ➔ Anestesia local, por exemplo, acometimento de lábio inferior, podemos fazer a anestesia na região mentoniana (onde sai o nervo mentoniano que é ramo do trigêmeo e faz inervação do lábio inferior). ➔ Tumores de pele nessa região, CEC/CCE, regiçao malar, frontal, mentoniana, podendo ser uma lesão pequena pode disseminar através desses forames. MUSCULATURA CÉRVICO-FACIL • Muitos pacientes chegam com paralisia facial • Nervo facial – inerva os músculos da mímica facial. Ele emerge do forame estilomastóideo e passa pela parótida e divide ela em polo superficial e profundo e se divide em 5 ramos (auricular, zigomático, mandibular, marginal da boca, temporal) • Se o paciente tem uma paralisia facial e não tem nada como um AVE tem que investigar • Cirurgias de parótida, devido a íntima relação do nervo com a glândula, pode ter como sequela a paralisia facial • Músculos da mastigação: temporal masseter, pterigoide (lateral e medial) – inervados pelo Nervo trigêmeo (raiz sensitiva maior parte e motora para a mastigação). Pacientes com tumores em músculos da mastigação, principalmente os pterigoideos, o paciente chega com queixa de dificuldade para mastigar, trismo (não consegue abrir a boca), disfagia. • Músculos do pescoço: platisma (barreira de proteção cervical/lesões cervicais – geralmente o que ultrapassa ele o tratamento é cirúrgico), eternocleidomastoideo (ECM), trapézio ➔ ECM: divide o pescoço em dois triângulos: triângulo anterior (mandíbula, ECM e linha média) e posterior (base do crânio, ECM lateral, trapézio e clavícula). ➔ Músculos infra-hiodes: omo-hioide, esterno- hioideo – mais superficiais, tiro-hioideo, esterno tireóideo - mais profundos → função de deglutição, vai abaixar e interiorizar a LARINGE, são músculos pré-tireoideanos→ cirurgias de tireoide esses músculos são divulcionados. ➔ Músculos supra-hioideos: digástrico, gênio- hioideo (glândula submandibular tem relação intima), milo-hioideo, estilo-hioideo. → suporte muscular para o assoalho da boca ➔ Músculos pré-vertebrais anteriores: longo da cabeça, longo do pescoço, reto anterior da cabeça e reto lateral da cabeça -> suporte e sustentação do pescoço e cabeça ➔ Músculos pré-vertebrais laterais: levantador da escápula, esplênio da cabeça e escalenos (anterior passa o nervo frênico; entre o escaleno anterior e médio tem o plexo braquial) ➔ Músculos esplênio da cabeça, levantador da escápula, escaleno anterior, escaleno médio e posterior → formam o assoalho dos trígonos TRÍGONOS CERVICAIS ANTERIORES • Ventres anteriores do digástrico – TRIGONO SUBMENTONIANO • Entre o ventre anterior, posterior e mandíbula – TRIGONO SUBMANDIBULAR • TRÍGONO CAROTÍDEO C • TRÍGONO MUSCULAR – D POSTERIORES • E e F – occipital e subclávio PATOLOGIAS E ESTRUTURAS EM CADA TRÍGONO • Submandibular – glândula submandibular, lesão tumoral nessa região – tumor de glândula ou sialolitíase. Temos linfonodos, carótida interna e externa, jugular interna e nervos VAGO E GLOSSOFARÍNGEO. Quando vamos fazer a remoção de glândula o paciente pode ter paralisia da língua • Submentoniano – não tem muita estrutura de importância, mas tem que se atentar para a cadeia de linfonodos. • Carotídeo – parte da carótida comum e externa com seus ramos e interna, veia jugular interna, nervo vago e nervos laríngeos • Muscular – veia jugular anterior, tireoide, laringe, traqueia, esôfago e os músculos infra-hioideos. • Occipital e da subclávia – veia jugular externa, plexo braquial, nervo acessório (cuidado com as cirurgias). FÁSCIAS CERVICAIS • Fáscia cervical superficial (acima do platisma) • Fáscia cervical profunda → camada superficial (circunda todo pescoço, forma bilaminar para revestir ECM e trapézio), média (porção muscular para os músculos pré-tireoideanos/infra-hiodes e uma porção visceral que envolve esófago, traqueia e tireoide) e profunda (envolve os músculos paravertebrais, tem a face halar e visceral, tem a retrofaringe que vai da base do crânio ao pericárdio, infecções que alcançam esse espaço podem chegar ao mediastino) → vias de disseminação cervical que podem ir para tórax e mediastino • Entre a fáscia que cobre a vertebral e a fáscias halar – danger space – vai desde a base do crânio até o sacro, infecções podem disseminar muito fácil e tumores também. VASOS DO PESCOÇO E DA FACE • Vasos da CP (cabeça e pescoço) se originam do arco aórtico (AA) • Primeiro ramo do AA– tronco braquiocéfalico que dá origem a subclávia e carótida comum direitos • Segundo ramo carótida comum esquerda e terceiro ramo subclávia esquerda • Mais medial ao pescoço é a carótida e mais lateral a veia jugular e entre eles o nervo vago – ANATOMIA PARA ACESSO VENOSO CENTRAL NA JUGULAR • Carótida interna no pescoço não do ramo para o pescoço. Ela sobe se anastomosa com o ramo da artéria vertebral e forma o polígono de willis. • Carótida externa que vasculariza o pescoço e a face – primeiro ramo é Artéria tireoidiana inferior • Ramos da artéria temporal superficial, artéria facial e artéria maxilar • De importante na face → lembrar do plexo de Kiesselbach, área do septo nasal, na região anterior, é uma área de anastomoses das artérias etmoidal anterior e posterior, esfonopalatina, labial superior e palatina maior → principal fonte de EPIXTASE é devido a essa área DRENAGEM VENOSA • Drenagem para jugular interna ou subclávia • Celulite periorbitária – infecção de pele e partes moles • Veia facial começa no canto medial do olho e desce para drenar na jugular interna, essa veia tem comunicação com as veias supratrocleares e supraorbitais que drenam para a veia oftálmica superior que tem drenagem para o seio cavernoso. Paciente com infecção nessa região, por via retrógrada pode ter um êmbolo séptico que alcança o SNC causando sintomas junto com trombose de seio cavernoso • Celulite nessa região de face tem que ser tratado com ATB venoso NERVOS DO PESCOÇO • Sensitiva – nervo trigêmeo – ramo oftálmico V1 (origina supraorbital e supratroclear), maxilar V2 (infraorbital) e mandibular V3 (mentual) • Motricidade – Nervo facial (forame estilomastoide) ele se divide em superior e inferior – ramo temporal, bucal, zigomático, marginal da mandíbula e cervical • Nervo glossofaríngeo – inervação sensitiva do terço posterior da língua, passa na parede lateral da laringe. Quem opera amigdala pode alteração de sensibilidade no terço posterior da língua e da mobilidade da faringe. • Nervo vago – sai da base do crânio que acompanha o feixe jugulo-carotídeo, envolto por fáscias cervicais na bainha carotídea e emite os ramos para o pescoço: nervo laríngeo superior o ramo interno e faz sensibilidade da laríngeo e inerva o músculo cricotireoideo, o laríngeo inferior e laríngeo recorrente (músculos intrínsecosda laringe) – CUIDADO NAS CIRURGIAS DE TIREOIDE • Nervo hipoglosso – motricidade da língua – só não inversa o palatoglosso, está no triângulo submandibular • Plexo braquial – entre escaleno médio e anterior – lesões nessa região pode alterar sensibilidade e motricidade • Plexo cervical sensitivo – divisões anteriores dos nervos cervicais, sensibilidade do pescoço e da região torácica superior – emergem do ponto de ERB (ponto nervoso) – cervical transverso, nervoso supraclaviculares, auricular magno e auricular menor, saem daí junto com o nervo acessório. GERALMENTE EM CIRURGIAS DE REMOÇÃO DE LINFONODOS DE TRÍGONO POSTERIOR, geralmente sacrifica esses nervos, mas o nervo acessório que inerva o trapézio tenta preservar. Mas a parte sensitiva não tem como • Nervo frênico ramos de C3 a C5 – passa anterior ao escaleno, passa lateral ao pericárdio e inerva diafragma. Pode acontecer em pacientes que fazem linfonodectomia pode ter lesão de nervo frênico TRONCOS SIMPÁTICOS • Gânglios para vertebrais • Síndrome de horner – miose, enoftalmia e anidrose facial LINFONODOS CERVICAIS Nível 1a – submentoniano e 1B – submandibular Nível 2a-anterior ao n. acessório e 2b-posterior ao n.acessório/3/4 jugular baixa – níveis jugulares Npivel 5 – posterior Nível 6 – nível de drenagem linfática da tireoide, entre as carótidas comuns Nível 7 – mediastino superior, abaixo da fúrcula ➔ DUCTO TORÁCICO: junção da jugular interna com subclávica. Vem do abdome (cisterna do quilo)→mediastino posterior →superior → drena tórax esquerdo, abdome e MMII ➔ Ducto linfático a direita: drena tórax D, MMSS direito, metade do pescoço e da cabeça