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AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO Situação Problema 01 – SP01.04 OBJ 1: Definir a ansiedade e seus tipo de transtorno. ANSIEDADE E TRANSTORNO DE ANSIEDADE Os transtornos de ansiedade se caracterizam por medo intenso manifestado sem um evento precipitante potencialmente perigoso. Assim como o luto é uma resposta normal à perda pessoal, a ansiedade é uma resposta normal a situações ameaçadoras. (ESTATÍSTICA) Os transtornos de ansiedade são os mais prevalentes entre os transtornos psiquiátricos. Transtornos de ansiedade afetam aproximadamente 28,8% da população; mulheres mais frequentemente do que homens. As mulheres são 60% mais propensas que os homens a apresentar um transtorno de ansiedade ao longo da vida. (MANIFESTAÇÃO SUBJETIVA E OBJETIVA) Um componente fundamental dos transtornos de ansiedade é um grande medo acompanhado por manifestações tanto subjetivas quanto objetivas. As manifestações subjetivas variam de altos níveis de alerta até um medo profundo de desastre iminente ou morte. As manifestações objetivas, que ocorrem com a ativação da cascata simpática através do eixo HPA, incluem agitação, sudorese, palpitações, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, boca seca e um desejo de correr e fugir. SUBDIVISÃO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE De acordo com o sistema de classificação do DSMIVTR, a ansiedade é subdividida em cinco tipos, dependendo das características clínicas e da resposta aos agentes farmacológicos: transtorno do pânico, TEPT, transtorno de ansiedade generalizada, fobia social e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). O novo DSM-V coloca TEPT na categoria de diagnóstico de transtornos relacionados com o trauma e separa TOC em uma categoria própria de diagnóstico. Portanto, essa discussão inclui o transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo e fobia social. TRANSTORNO DO PÂNICO O transtorno é duas vezes mais comum em mulheres do que homens, e parece haver uma distribuição bimodal aparente na idade de manifestação, com um pico no final da adolescência e um segundo pico por volta dos 30 anos. Os ataques de pânico, que ocorrem inesperadamente e não estão relacionados com eventos externos, duram de 15 a 30 min, mas podem permanecer por uma hora. São comuns comorbidades, com 91% das pessoas com transtorno do pânico apresentando também outro transtorno psiquiátrico. Não é incomum que a pessoa sofra também de depressão, outros transtornos de ansiedade e transtornos de abuso de substâncias. Tipicamente, durante um ataque de pânico, o indivíduo está envolvido em uma rotina, talvez lendo um livro, comendo em um restaurante, dirigindo ou assistindo a um concerto. Ele experimenta de forma súbita medo, terror e apreensão esmagadores, bem como a sensação de morte iminente. SINTOMAS Pessoas com transtorno do pânico geralmente têm seus surtos caracterizados por: 1. Sintomas neurológicos: tonturas ou sensação de desmaio, parestesia, desmaios; 2. Sintomas cardíacos: taquicardia, dor no peito, palpitações; 3. Sintomas respiratórios: falta de ar, sensação de sufocamento ou asfixia; 4. Sudorese; náuseas ou desconforto abdominal; 5. Sintomas psicológicos: sentimentos de morte iminente, medo de morrer e sensação de irrealidade. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO DIAGNÓSTICO O diagnóstico de transtorno do pânico pode ser dificultado por sintomas como dor no peito e falta de ar, que também estão associados a condições potencialmente mais graves. Com frequência, pessoas com ataques de pânico são encontradas inicialmente nas salas de emergência, pois estão convencidas de que estão tendo um infarto do miocárdio. (DIAGNÓSTICO) Embora muitas pessoas experimentem um ataque de pânico inesperado ocasional, o diagnóstico de transtorno de pânico é estabelecido apenas quando os ataques ocorrem com alguma regularidade e frequência. Entretanto, indivíduos com ataques de pânico inesperados ocasionais podem ser geneticamente semelhantes a pacientes com transtorno de pânico. Em alguns indivíduos, a doença não avança em seu quadro para além do ponto de continuar tendo ataques de pânico inesperados. A maioria deles desenvolve algum grau de ansiedade antecipatória consequente à experiência de ataques de pânicos repetitivos. O indivíduo passa a temer um outro ataque e começa a se preocupar com isso nos intervalos entre os ataques. Isso pode progredir até o nível de pavor, e a hiperatividade autônoma no intervalo entre os ataques de pânico quase se aproxima do nível alcançado durante o ataque real. O diagnóstico desses pacientes pode ser confundido com TAG. NEUROFISIOLOGIA Estudos neurofisiológicos sugerem que os ataques de pânico podem resultar de uma “rede do medo” anormalmente sensível, centralizada na amígdala, que envolve interações com o córtex pré-frontal. Projeções da amígdala para locais no hipotálamo e tronco encefálico são responsáveis por muitos dos sinais observados (p. ex., sudorese, aumento da frequência cardíaca, respostas respiratórias) na resposta ao medo. Respostas aos medicamentos indicam o envolvimento de diferentes mecanismos e neurotransmissores na manifestação do ataque de pânico. Norepinefrina, serotonina e GABA são os três neurotransmissores mais comumente associados a esse transtorno. Verificou-se que pessoas com ataques de pânico mostram níveis ligeiramente mais baixos de serotonina do que indivíduos sem doença mental conhecida, porém o mecanismo para essa redução não é conhecido. TRATAMENTO O tratamento inclui o uso de terapias comportamentais, psicológicas e medicamentosa. Todos os antidepressivos, exceto a bupropiona, são efetivos no tratamento de transtornos do pânico. Existem evidências crescentes da maior eficácia dos ISRS no tratamento do pânico, mas a resposta completa à medicação pode levar 12 semanas ou mais. Muitas pessoas podem precisar de mais de um tipo de medicamento para o controle dos ataques de pânico. No entanto, o tratamento é mais efetivo quando é incluída a psicoterapia focada em alterações cognitivas e comportamentais como parte de um programa mais abrangente. Se tratado de maneira inadequada, o indivíduo com transtorno do pânico desenvolve fobia, especialmente a agorafobia, que pode ser tão debilitante que ele não consegue nem sair de casa. AGORAFOBIA A agorafobia costuma se desenvolver em resposta a ataques de pânico, levando ao diagnóstico do DSM-IV-TR de Transtorno de Pânico Com Agorafobia. A agorafobia está intimamente associada ao transtorno do pânico, no sentido de que pessoas com agorafobia evitam situações em que seria difícil obter ajuda e elas temem sentir medo. Eventos estressantes na vida e no ambiente parecem estar envolvidos na precipitação dos ataques de pânico. O quadro clínico na agorafobia consiste de medos múltiplos e variados e comportamento esquivo centrados em três temas principais: 1. medo de sair de casa; 2. medo de ficar sozinho; AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO 3. medo de estar longe de casa em situações nas quais a pessoa pode sentir-se presa, embaraçada ou impotente. (MEDOS TÍPICOS AGOROFÓBICOS) Os medos agorafóbicos típicos são de usar transporte público (p. ex., ônibus, trens, metrôs, aviões); de estar em multidões, teatros, elevadores, restaurantes, supermercados ou lojas de departamento; de esperar em fila; e de viajar para longe de casa. Em casos graves, os pacientes podem ficar completamente confinados à residência, ter medo de sair de casa sem companhia ou até mesmo de ficar em casa sozinhos. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Em 1980, o transtorno de ansiedade generalizada foi reconhecido pela primeira vez como uma entidade separada do transtorno do pânico no DSMIII. Desde então, os critérios de diagnóstico foramexplicitados na tentativa de aprimorar a capacidade dos profissionais para discriminar o transtorno. A característica central do transtorno de ansiedade generalizada é um excesso de preocupação prolongada (> 6 meses), que não pode ser facilmente controlada pela pessoa. As características da doença incluem tensão muscular, hiperatividade autonômica e vigilância (resposta de sobressalto exagerada, dificuldade de concentração). Acredita-se que a falta de regulação em um neurotransmissor seja a base de todas as perturbações de ansiedade. SINTOMAS Os sintomas de tal ansiedade enquadram-se em duas categorias amplas: expectativa apreensiva e preocupação; e sintomas físicos. Os indivíduos com TAG estão constantemente preocupados com questões menores, são medrosos e antecipam o pior. Tensão muscular, inquietação, sensação de nervosismo, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade e fadiga são sinais típicos de TAG e tornaram-se os critérios de sintoma para o transtorno no DSM. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de TAG é estabelecido quando um paciente experimenta pelo menos seis meses de ansiedade crônica e preocupação excessiva. No mínimo três de seis sintomas físicos também devem estar presentes. NEUROFISIOLOGIA O neurotransmissor GABA e seus receptores estão associados a sintomas de ansiedade, isto é, baixos níveis de GABA aumentam os sintomas de ansiedade, bem como altos níveis de norepinefrina e glutamato. Os benzodiazepínicos (p. ex., clordiazepóxido, diazepam) são fármacos particularmente eficazes no tratamento dessa doença. Esses medicamentos aumentam a atividade do receptor GABAA, o que aumenta o fluxo de íons cloreto através da membrana celular, hiperpolarizando a membrana e, assim, inibindo o disparo de células-alvo. A buspirona é outro fármaco efetivo para o tratamento de transtorno de ansiedade generalizada, mas pode levar até 2 semanas para apresentar seus efeitos ansiolíticos e até 6 semanas para alcançar o benefício máximo. Os ISRS também são utilizados no tratamento de transtorno de ansiedade generalizada e se supõe que normalizem a hiperatividade do sistema límbico, paralímbico e frontal. Outros medicamentos usados no tratamento de perturbações de ansiedade generalizada incluem outros antidepressivos tricíclicos (e antidepressivos atípicos) e bloqueadores βadrenérgicos, sendo que este último bloqueia os sintomas de ansiedade, em vez de tratar o transtorno de ansiedade propriamente dito. TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO TOC é um transtorno de ansiedade caracterizado por obsessões (pensamentos recorrentes) e compulsões (atos recorrentes). Para ser definido como compulsivo, o comportamento (atividades como lavar as mãos, ordenar objetos, verificar coisas; ou atividades mentais como orar, contar ou repetir palavras) deve ser repetido em excesso e a repetição não deve ser relacionada com qualquer condição ambiental. Esses comportamentos tomam tempo ou causam angústia na pessoa que os pratica. Geralmente, a pessoa que experimenta esses sintomas é capaz de reconhecer que os rituais não são razoáveis. Por exemplo, a pessoa precisará verificar se apagou o fogão muitas vezes AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO antes que seja capaz de sair para o trabalho ou terá de inspecionar as escadas no trabalho várias vezes para procurar por detritos que eventualmente possam machucar alguém. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O diagnóstico de TOC se baseia no histórico e na observação clínica. Os métodos de tratamento para o TOC incluem terapia comportamental (envolvendo exposição a situações temidas e prevenção de comportamento compulsivo), terapia cognitiva (em que os pensamentos mal adaptativos sejam desafiados) e medicamentos específicos. Com frequência, o TOC é subdiagnosticado em crianças, pois pode surgir como um problema de comportamento, com explosões de raiva impulsivas e, portanto, pode ser confundido com transtornos de déficit de atenção ou mau desempenho escolar. Esse transtorno é encontrado com a mesma frequência entre indivíduos do sexo masculino e feminino e ocorre uma prevalência maior entre membros de uma mesma família. São comuns comorbidades; síndrome de Tourette e TOC frequentemente se manifestam em conjunto. NEUROFISIOLOGIA Embora a neurofisiologia do TOC permaneça sob investigação, o modelo anatômico geral sugere disfunção do córtex pré-frontal e das estruturas dos núcleos da base, especialmente o núcleo caudado e o globo pálido. Estudos mais recentes utilizando técnicas de neuroimagem têm encontrado maior atividade no córtex orbito-frontal, córtex cingulado anterior e núcleo caudado. Também foi identificado nessas áreas um aumento no metabolismo da glicose no encéfalo. TRATAMENTO Aproximadamente 50 a 60% das pessoas com TOC respondem ao tratamento com ISRS, porém necessitam de uma dosagem maior do que aquela prescrita para o tratamento da depressão. A clomipramina TCA é prescrita algumas vezes; caso haja uma resposta pobre aos ISRS e em casos graves, pode ser adicionado um antipsicótico atípico. Esse transtorno responde particularmente bem à terapia cognitivo-comportamental; para a maioria das pessoas com TOC, a combinação entre terapia cognitivo-comportamental e medicação representa a melhor abordagem. FOBIA SOCIAL (FOBIAS EM GERAL) As fobias são um dos transtornos mais comuns de ansiedade com até 25% da população estimada sofrendo de algum tipo de fobia. As fobias específicas incluem temor de um objeto como um animal, tempestade, altura, doenças, ferimentos e/ou da morte. (FOBIA SOCIAL) A fobia social, também chamada de transtorno de ansiedade social, é um medo generalizado ou específico, intenso, irracional e persistente de ser examinado ou avaliado negativamente por outros. O aspecto central da fobia social é um medo marcado e persistente de situações sociais nas quais humilhação ou embaraço público. O medo não deve estar relacionado com quaisquer efeitos fisiológicos de uma substância e permanecerá por pelo menos 6 meses. A fobia social é um transtorno bastante comum, com prevalência de 12% e uma leve tendência a ocorrer mais frequentemente em mulheres do que em homens. Tipicamente, a manifestação ocorre entre 11 e 19 anos de idade. Os principais efeitos adversos da fobia social podem ser percebidos no emprego e na escola, causando uma perda de poder e de status socioeconômico. Além disso, aproximadamente metade das pessoas com fobia social também tem um problema com drogas ilícitas ou alcoolismo. AÇÕES Indivíduos socialmente fóbicos temem e/ou evitam várias circunstâncias em que teriam de interagir com outros ou realizar uma tarefa na frente de outras pessoas. São fobias sociais típicas: falar, comer ou escrever em público; usar banheiros públicos; e participar de festas ou entrevistas. Além disso, um medo comum de pessoas socialmente fóbicas é que terceiros detectem e ridicularizem sua ansiedade em situações sociais. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO DIAGNÓSTICO Os critérios de diagnóstico incluem o desenvolvimento de sintomas de ansiedade quando a pessoa é exposta à situação social temida, reconhecimento por parte dela de que o medo é irracional, evasão da situação social e interferência de ansiedade ou fuga do comportamento em relação à rotina normal. TRATAMENTO Vários medicamentos têm se mostrado eficazes para o tratamento da fobia social, incluindo os ISRS, benzodiazepínicos e inibidores da MAO. Os βbloqueadores adrenérgicos são úteis em situações específicas de desempenho social. Os casos de fobia social também têm se mostrado particularmente responsivos à terapia comportamental e cognitiva. DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS O diagnóstico psiquiátrico é estabelecido por meio do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais(DSM, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Esses transtornos consistem em categorias de sintomas ou síndromes de características observáveis que frequentemente se manifestam em conjunto. O primeiro DSM foi publicado em 1951, com revisões subsequentes, DSMII (1968), DSMIII (1980), DSMIIIR (1987), DSMIV (1994), DSMIVTR (2000) e o novo DSMV, lançado em 2013. Um sistema internacional de codificação diferente, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde e denominado Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID10), corresponde a alguns dos códigos do DSM. O diagnóstico psiquiátrico no DSM se baseia em grupos de sintomas observáveis que são pesquisados e harmonizados por um painel de especialistas em saúde mental, que, até mais recentemente, era composto exclusivamente por psiquiatras. O DSM é ateórico, ou seja, não existe uma hipótese relacionada com a causa, especulações teóricas subjacentes à etiologia ou à experiência pessoal subjetiva. No momento, apenas um diagnóstico no DSM inclui um fator causal. O DSM afirma que o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é causado pela exposição a um evento traumático. Não existem biomarcadores para qualquer diagnóstico psiquiátrico. Em vez disso, a psicopatologia é determinada por sintomas que dependem de julgamentos subjetivos, em grande parte fundamentados em normas sociais. Referência Bibliográfica: livros: (1) Fisiopatologia – Porth/ 9ed (2) Tratado de Psiquiatria Clínica/ 5ed OBJ 2: Compreender os mecanismos fisiopatológicos da ansiedade. BASES NEURAIS DA ANSIEDADE Nas últimas décadas ocorreu um progresso significativo no conhecimento da estrutura dos sistemas neurais relacionados com os estados de ansiedade. Pesquisas pré-clínicas demonstraram que os estados de ansiedade teriam relação com os mecanismos de defesa dos animais diante de estímulos ameaçadores ou em situações de perigo. Estes comportamentos de defesa envolvem dois sistemas cerebrais que estariam envolvidos na ansiedade: o Sistema Cerebral de Defesa (SCD) e o Sistema de Inibição Comportamental (SIC). SISTEMA CEREBRAL DE DEFESA O SCD é constituído por um conjunto de estruturas nervosas, longitudinalmente organizadas, formado por: Amígdala, Hipotálamo Medial (HM) e Matéria Cinzenta Periaquedutal (MCP). (AMÍGDALA) A amígdala possui conexões nervosas com o neocórtex, com estruturas límbicas mais profundas e funciona como interface sensório-emocional entre elas, avaliando e classificando o tipo e grau do estímulo. O resultado é transmitido ao HM e MCP. Esta, então, seleciona e organiza as reações comportamentais e fisiológicas de defesa apropriadas. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO (HIPOTÁLAMO) O HM regula o funcionamento da hipófise que, através da secreção do hormônio adrenocorticoprópico (ACTH) estimula as glândulas suprarrenais a secretar glicocorticóides, como cortisol, norepinefrina e epinefrina. Como as situações de ameaça geralmente necessitam de atividade vigorosa (luta ou fuga) a ativação do córtex adrenal, bem como do ramo do sistema nervoso autônomo, ao levarem a liberação de glicocorticóides, cujas ações nos tecidos-alvos são catabólicas, ajudarão a promover a mobilização de fontes de energia do corpo para enfrentamento da situação ameaçadora. SISTEMA DE INIBIÇÃO COMPORTAMENTAL O SIC tem como principal substrato neural o sistema septohipocampal. A ativação deste sistema por sinais condicionados de punição ou frustração, estímulos ameaçadores ou situações novas provoca inibição de qualquer movimento que o animal esteja realizando, aumento no nível de vigilância, de atenção e preparo para ação vigorosa. Se o estímulo atual é compatível com o esperado, então o sistema permanece no modo de “checagem” e o controle comportamental não é exercido pelo SIC. Se o estímulo atual não é compatível com o esperado, o SIC opera no modo de “controle” que gera a inibição comportamental, acompanhada do aumento de atenção ao meio e da vigilância em direção aos estímulos potencialmente perigosos. ENVOLVIMENTO DE NEUROTRANSMISSORES NOS TRANSTORNOS DA ANSIEDADE Na gênese dos transtornos da ansiedade vários neurotransmissores são implicados, uma vez que eles participam, em maior ou menor grau, da modulação e regulação dos comportamentos defensivos. Entre eles destacam-se: 1. Aminas biogênicas: noradrenalina, serotonina e dopamina; 2. Aminoácidos: ácido ã-Amino-butírico - GABA, glicina; 3. Peptídeos: fator de liberação de corticotropina, corticotropina, colecistocinina; 4. Esteróides: corticosterona. NORADRENALINA A noradrenalina é uma monoamina comumente implicada na defesa e na ansiedade. Ela tem sido frequentemente associada com transtornos de ansiedade. A teoria geral do papel da noradrenalina nos transtornos da ansiedade é que os pacientes afetados poderiam ter uma regulação noradrenérgica deficitária, com aumentos ocasionais de atividade. De todos os transtornos de ansiedade, o transtorno de pânico e o de estresse pós-traumático são os que apresentam evidências mais importantes de anormalidade de função noradrenérgica. SEROTONINA A serotonina desempenha um papel complexo e pouco esclarecido na ansiedade, porém considerado fundamental. GRAEFF, HETEM, (2004) esclarecem que este neurotransmissor desempenha atividade tanto estimulatória como inibitória, de modo que várias teorias explicam sua relação, bem como de seus receptores, com drogas ansiolíticas. O papel da serotonina na regulação do comportamento de defesa e consequentemente na ansiedade parece ser duplo: os sinais de perigo estimulariam o sistema de defesa por meio da amígdala e ativariam neurônios serotoninérgicos situados nos núcleos dorsais da rafe que inervam a amígdala e a matéria cinzenta periaquedutal, facilitando a defesa na primeira e inibindo nesta última, tendo, portanto, um sentido adaptativo. Em termos de emoções vivenciadas a serotonina aumenta a ansiedade, atuando na amígdala, enquanto contém o pânico, com atuação na matéria cinzenta periaquedutal. GABA O GABA por ser um neurotransmissor encontrado em todo o sistema nervoso central exerce uma ação inibitória sobre neurônios serotoninérgicos dos núcleos dorsais da rafe, da matéria cinzenta periaquedutal e do sistema AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO extrapiramidal. Com esta distribuição abrangente estes neurônios inibitórios funcionam como controladores do sistema nervoso, garantindo uma ação moderada do mesmo. (BENZODIAZEPÍNICO) O papel do GABA na ansiedade é sustentado em razão da eficácia dos benzodiazepínicos na diminuição da ansiedade, sobretudo no Transtorno de Ansiedade Generalizada. Os benzodiazepínicos intensificam as ações do GABA no SNC em nível pós-sináptico, aumentando a afinidade dos receptores GABAA pelo neurotransmissor. Os efeitos dos benzodiazepínicos são observados quando ocorre a co-expressão das subunidades á, â e ã do receptor GABAA. Ao se ligar com o seu receptor, o benzodiazepínico aumenta a afinidade do receptor GABAA pelo neurotransmissor GABA. PSICONEUROENDOCRINO Os hormônios desempenham um papel crítico no desenvolvimento e na expressão de uma ampla gama de comportamentos. Um aspecto da influência dos hormônios no comportamento é a sua potencial contribuição para a Fisiopatologia dos transtornos psiquiátricos e para o mecanismo de ação dos psicotrópicos, particularmente no transtorno depressivo maior (TDM). De todos os eixos endócrinos, o HHS tem sido o mais amplamente estudado. Esse eixo exerce um papel fundamental na resposta aos estímulos externos e internos, incluindo os estressores psicológicos. Anormalidades na função doeixo HHS têm sido observadas em pessoas que experimentam transtornos psiquiátricos. Além disso, é amplamente conhecida a ação importante do estresse como precipitante de episódios de transtornos psiquiátricos em indivíduos predispostos. As anormalidades na função do eixo HHS estão relacionadas às mudanças na capacidade dos glicocorticoides (GCs) circulantes em exercer seu feedback negativo na secreção dos hormônios do eixo HHS por meio da ligação aos receptores de mineralocorticoides (RMs) e aos receptores glicocorticoides (RGs) nos tecidos do eixo. REGULAÇÃO DO EIXO A atividade do eixo HHS é governada pela secreção de hormônio liberador de corticotrofina (HLC) e de arginina vasopressina (AVP) pelo hipotálamo, os quais ativam a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH, do inglês adrenocorticotropic hormone) pela hipófise, que, finalmente, estimula a secreção de GCs pelo córtex adrenal. Os GCs, então, interagem com seus receptores em diversos tecidos-alvo, inclusive o eixo HHS, em que são responsáveis pela inibição negativa por feedback da secreção do ACTH (pela hipófise) e do HLC (a partir do hipotálamo). Embora os GCs regulem a função de quase todos os tecidos do corpo, o efeito fisiológico mais conhecido deles é a regulação do metabolismo energético. Os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores dos GCs são evidentes em doses farmacológicas, ao passo que, fisiologicamente, esses hormônios desempenham um importante papel regulatório no sistema imune. Vários fatores regulam a atividade do eixo HHS. Há evidência de inervação direta catecolaminérgica, serotonérgica e dopaminérgica nos neurônios produtores de HLC no hipotálamo; esses e outros neurotransmissores parecem influenciar a liberação de HLC. Por exemplo, a serotonina (5-HT) exerce influência estimuladora no HLC por meio dos subtipos de receptores 5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT1C e 5-HT2. A noradrenalina (NA), também conhecida como norepinefrina (NE), tem efeito mais variável e é estimulatória em doses baixas (via receptores alfa-1) e inibitória em doses altas (via receptores beta). Referência Bibliográfica: artigo “Ansiedade patológica: bases neurais e avanços na abordagem psicofarmacológica” AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO OBJ 3: apresentar os fatores de risco da ansiedade (correlacionar com Maria das Dores). FATORES DE RISCO Alguns fatores sociodemográficos foram associados à ansiedade no Estudo São Paulo Megacity. (SEXO, IDADE E ESCOLARIDADE) Entre eles, as mulheres tiveram o dobro da chance (razão de chances [RC] = 2,2) de apresentar transtornos de ansiedade quando comparadas ao homens. As faixas etárias mais jovens também tiveram uma maior chance (RC = 2,9 a 3,4) de apresentarem ansiedade em comparação aos idosos (maiores de 65 anos). Em relação ao nível educacional, as pessoas com escolaridade menor que educação primária, quando comparadas com aqueles com grau de escolaridade elevado, tiveram também uma maior probabilidade (RC = 1,5) de apresentar quadros ansiosos. (ESTADO CIVIL E RENDA) Já em relação ao estado marital, os grupos de indivíduos separados, viúvos ou divorciados tiveram maior chance (RC = 1,5) de apresentar transtornos de ansiedade em comparação com os indivíduos casados. A renda não mostrou influência evidente sobre a frequência dos transtornos de ansiedade. Em geral, estes fatores de risco também foram replicados no estudo sobre violência nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, foi observado um gradiente doseresposta para a associação entre número de exposição a eventos relacionados a crimes e a chance de ter transtornos de ansiedade. O grupo de indivíduos que foram expostos a pelo menos um evento traumático no ano anterior à entrevista apresentou maior risco para a ansiedade (RC = 1,6 a 3,5). Quanto maior a exposição aos eventos traumáticos, maior era a prevalência da ansiedade. No Estudo sobre violência nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, a associação entre exposição à violência e risco de apresentar transtornos de ansiedade também foi evidenciada. Referência Bibliográfica: artigo da Revista Medicina – SP – “Epidemiologia dos transtornos de ansiedade em regiões do Brasil: uma revisão de literatura” OBJ 4: Discutir a epidemiologia da ansiedade (correlacionar com Maria das Dores). ANSIEDADE NA PANDEMIA – PESQUISA POSTADA EM 09/2020 A primeira fase da Pesquisa do Ministério da Saúde que reuniu informações sobre a saúde mental do brasileiro durante a pandemia da Covid-19 revelou que a ansiedade é o transtorno mais presente no período. Os resultados preliminares foram levantados a partir do questionário online disponível entre 23 de abril a 15 de maio. O estudo monitora a evolução dos transtornos citados pelos participantes que disponibilizaram contato no formulário. Após a primeira etapa, foi verificada a elevada proporção de ansiedade (86,5%); uma moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático (45,5%); e uma baixa proporção de depressão (16%) em sua forma mais grave. Os dados são refletidos nos questionários de escalas para rastreios das condições psicológicas dos pesquisados, que também foram submetidos às questões sociodemográficas. (GRUPO SOCIAL) A amostra preliminar da primeira fase é resultado da análise de 17.491 indivíduos com idade média de 38,3 anos, variando entre 18 e 92 anos. A maioria dos participantes é do sexo feminino (71,9%), de raça/cor autorreferida branca (61,3%), casados (44,3%), residentes em bairros populares (46,8%) e com renda mensal variando entre R$1.049,00 e R$2.096,00 (24,3%). Os dados revelam, ainda, que 25% deles concluíram ensino superior e trabalharam para uma pessoa ou empresa privada (25,5%), sendo 18% desempregados e 20,2% profissionais de saúde. A própria residência foi apontada como o principal local de trabalho dos indivíduos analisados, sendo que 31% continuavam trabalhando e 93% adotaram o distanciamento social. A grande maioria (98,1%) não havia sido diagnosticada com a Covid-19. De forma também preliminar, a primeira fase da pesquisa indica que houve um total de 25.118 acessos ao questionário online, vindos de todas as unidades federativas e Distrito Federal, e de 759 municípios. Fatores predisponentes aos transtornos citados também foram analisados. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO (SEGUNDA ETAPA DA PESQUISA) Como a pesquisa pretende avaliar a evolução dos transtornos citados, o questionário possui ainda outras duas fases, usando os mesmos instrumentos de rastreio. Isso permitirá que comparações sejam realizadas. Na segunda fase, realizada entre os dias 10 e 31 de agosto, o uso de álcool e outras drogas durante a pandemia também foi investigado, assim como a procura dos participantes por serviços de saúde mental. Os resultados dessa etapa ainda estão sendo levantados. Os dados do estudo completo serão divulgados após o final da terceira etapa, em meados de dezembro de 2020. O objetivo é acompanhar a evolução dos participantes das fases iniciais da pesquisa com relação aos transtornos citados. O mesmo período foi respeitado entre o fim da primeira etapa até o início da segunda. Referência Bibliográfica: site do Ministério da Saúde OBJ 5: Identificar os sintomas característicos da ansiedade (enfatizando os de Maria das Dores). SINTOMAS CARACTERÍSTICOS DA ANSIEDADE De modo geral, os sintomas de ansiedade que levam ao tratamento farmacológico são aqueles que interferem de maneira significativa na função normal. Os sintomas de ansiedade também são frequentemente associados à depressão e a outras condições clínicas. O quadro de ansiedade generalizada caracteriza-se pela presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior partedos dias, por pelo menos seis meses. A pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou irritada. Nesses quadros, são frequentes sintomas como insônia, dificuldade em relaxar, angústia constante, irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se. São também comuns sintomas físicos como cefaleia, dores musculares, dores ou queimação no estômago, taquicardia, tontura, formigamento e sudorese fria. Para se fazer o diagnóstico de uma síndrome ansiosa, também é necessário verificar se os sintomas ansiosos causam sofrimento clinicamente significativo e prejudicam a vida social e ocupacional do indivíduo. No transtorno de ansiedade generalizada, o indivíduo sofre de ansiedade e preocupação persistentes e excessivas acerca de vários domínios, incluindo desempenho no trabalho e escolar, que o indivíduo encontra dificuldade em controlar. Além disso, são experimentados sintomas físicos, incluindo inquietação; fatigabilidade; dificuldade de concentração; lapsos de memória; irritabilidade; tensão muscular; e perturbação do sono. Entre esses sintomas são comuns a taquicardia, sudorese, insônia, fadiga, dificuldade de relaxar e dores musculares. As preocupações não se restringem a uma determinada categoria, mas são generalizadas, excessivas, por vezes envolvendo temas que não preocupam a maioria das pessoas e de difícil controle. Para o diagnóstico, é importante, também, que esses sintomas causem uma interferência no desempenho da pessoa ou um sofrimento significativo. Referência Bibliográfica: artigo “Características Básicas do transtorno de ansiedade generalizada” OBJ 12: Conhecer os sinais e sintomas da HAS e os efeitos colaterais e adversos dos medicamentos. EFEITOS ADVERSOS DOS DIURÉTICOS Efeitos colaterais mais comuns: Alguns dos efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer durante o tratamento com estes medicamentos são vertigem, dor de cabeça, fraqueza, náuseas, vômitos, cólicas, diarreia, prisão de ventre, colecistite, pancreatite e alterações sanguíneas e dermatológicas. EFEITOS ADVERSOS DOS β-BLOQUEADORES 1. Efeitos comuns: Os β-bloqueadores podem causar bradicardia, hipotensão e efeitos adversos no SNC, como fadiga, letargia e insônia. Os β-bloqueadores podem diminuir a libido e causar disfunção erétil, o que pode reduzir acentuadamente a adesão do paciente. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO 2. Alterações nos padrões lipídicos séricos: Os β-bloqueadores não seletivos podem desregular o metabolismo lipídico, diminuindo a lipoproteína de alta densidade (HDL) e aumentando os triglicerídeos. 3. Retirada do fármaco: A retirada abrupta dos β-bloqueadores pode causar angina, infarto do miocárdio e mesmo a morte súbita de pacientes com doença cardíaca isquêmica. Por isso, esses fármacos devem ser reduzidos gradualmente ao longo de algumas semanas em pacientes com hipertensão e doença cardíaca isquêmica. EFEITOS ADVERSOS DOS IECAs Os efeitos adversos comuns incluem tosse seca, exantema, febre, alteração do paladar, hipotensão (em estados hipovolêmicos) e hiperpotassemia. A tosse seca, que ocorre em cerca de 10% dos pacientes, parece ser decorrente do aumento dos níveis de bradicinina e substância P na árvore pulmonar e melhora dentro de poucos dias após a interrupção. A tosse seca acontece mais frequentemente em mulheres. O angioedema é uma reação rara, mas potencialmente fatal, que também pode ser atribuída ao aumento dos níveis de bradicinina. Os níveis de potássio devem ser monitorados durante o uso do IECA, e suplemento de potássio e diurético poupador de potássio devem ser usados com cautela devido ao risco de hiperpotassemia. Os níveis de creatinina no soro devem ser monitorados, particularmente em pacientes com doença renal subjacente. Contudo, um aumento da creatinina sérica de até 30% acima da linha basal é aceitável, e por si não exige a descontinuação do tratamento. Os IECAs podem induzir malformações fetais e não devem ser usados em gestantes. EFEITOS ADVERSOS DOS BRAs Os efeitos adversos são semelhantes aos dos IECAs, embora o risco de tosse e angioedema seja significativamente menor. Os BRAs não devem ser associados com IECA para o tratamento da hipertensão devido à similaridade de mecanismo e de efeitos adversos. Estes fármacos também são teratogênicos e não devem ser usados em gestantes. BCC – BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO Bloqueio atrioventricular de primeiro grau e constipação são efeitos adversos dose-dependentes do verapamil. Verapamil e diltiazem devem ser evitados em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva ou com bloqueio atrioventricular, devido aos efeitos inotrópicos (força de contração do músculo cardíaco) e dromotrópicos (velocidade de condução) negativos. Tontura, cefaleia e sensação de fadiga causada pela redução da pressão arterial ocorrem mais frequentemente com di-hidropiridinas. Edema periférico é outro efeito adverso comumente registrado desta classe. Nifedipina e outras di-hidropiridinas podem causar hiperplasia gengival. INIBIDORES DA RENINA O inibidor seletivo da renina, alisquireno, pode causar diarreia, especialmente em doses altas, e pode causar também tosse e angioedema, mas possivelmente menos do que com IECAs. Como os IECAs e os BRAs, o aliquireno é contraindicado durante a gestação. VASODILATADORES A hidralazina é uma medicação aceita no controle da hipertensão induzida pela gestação. Os efeitos adversos do tratamento com hidralazina incluem cefaleia, taquicardia, náusea, sudoração, arritmia e precipitação de angina. Uma síndrome semelhante ao lúpus pode ocorrer com doses elevadas, mas é reversível com a interrupção do uso do fármaco. O tratamento com minoxidil causa hipertricose (crescimento dos pelos do corpo). Atualmente, esse fármaco é usado topicamente no tratamento da calvície masculina padrão. ADRENÉRGICOS DE AÇÃO CENTRAL Os adrenérgicos de ação central são a clonidina e metildopa. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO CLONIDINA Os efeitos adversos incluem sedação, boca seca e constipação. Ocorre hipertensão de rebote após interrupção súbita da clonidina. Por isso, se a interrupção for necessária, o fármaco deve ser retirado lentamente. METILDOPA Os efeitos adversos mais comuns da metildopa são sedação e sonolência. Seu uso é limitado devido aos efeitos adversos e à necessidade de múltiplas dosificações diárias. É usada principalmente para o tratamento da hipertensão na gestação, por ter registros de segurança. Referência Bibliográfica: Livro Farmacologia Ilustrada OBJ 13: Conhecer as diferentes classes de medicamentos anti-hipertensivos (IECA, BRA, diuréticos tiazídicos, BB, BCC). MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS O objetivo do tratamento anti-hipertensivo é reduzir a morbidade cardiovascular e renal e a mortalidade. A relação entre a pressão arterial e o risco de eventos cardiovasculares é contínua; assim, mesmo reduzindo a pressão arterial moderadamente elevada, reduz-se a doença cardiovascular significativamente. A classificação de “pré-hipertensão” reconhece essa relação e enfatiza a necessidade de diminuir a pressão arterial na população geral com medidas educativas e adoção de condutas redutoras da pressão. Para a maioria dos pacientes, o objetivo do tratamento da hipertensão é uma pressão arterial sistólica menor que 140 mmHg e uma pressão diastólica menor que 90 mmHg. A hipertensão moderada pode ser controlada algumas vezes com monoterapia, mas a maioria dos pacientes requer mais de um fármaco para obter o controle. (CLASSES) As recomendações atuais são de iniciar o tratamento com diurético tiazídico, IECA, bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) ou bloqueador dos canais de cálcio (BCC). Se a pressão arterial não écontrolada adequadamente, deve ser acrescentado o segundo fármaco, selecionado com base na minimização dos efeitos adversos do regime combinado e na obtenção da pressão arterial desejada. Pacientes com pressão arterial sistólica acima de 160 mmHg ou pressão arterial diastólica maior que 100 mmHg (ou pressão sistólica mais de 20 mmHg acima do objetivo ou diastólica mais de 10 mmHg acima do objetivo) devem ser iniciados em dois anti-hipertensivos simultaneamente. TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO A hipertensão pode coexistir com outras doenças que podem ser agravadas por alguns anti-hipertensivos ou que podem se beneficiar com eles, independentemente do controle da pressão arterial. Nesses casos, é importante encontrar o melhor fármaco anti-hipertensivo para cada paciente em particular. Além da escolha do tratamento, a pressão arterial desejada também pode ser individualizada com base na doença concomitante. Por exemplo, em pacientes diabéticos, alguns especialistas recomendam como alvo uma pressão arterial menor que 140/80 mmHg. Do mesmo modo, em pacientes com doença renal crônica e proteinúria, objetivos mais baixos que 130/80 mmHg podem ser considerados. Pacientes idosos têm alvos menos exigentes (p. ex., menos de 150/90 mmHg). ADESÃO DO PACIENTE AO TRATAMENTO A falta de adesão do paciente é a causa mais comum para a falha do tratamento anti-hipertensivo. O paciente hipertenso normalmente é assintomático e é diagnosticado por triagem de rotina, antes da ocorrência de lesão óbvia sobre um órgão-alvo. Dessa forma, o tratamento em geral é direcionado para evitar sequelas de doença futura, em vez de aliviar algum desconforto atual. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO Os efeitos adversos associados ao tratamento anti-hipertensivo podem influenciar mais os pacientes do que as vantagens futuras. Por exemplo, os β-bloqueadores podem causar disfunção sexual no homem, o que pode causar interrupção do tratamento. Assim, é importante aumentar a adesão do paciente selecionando o regime de fármaco que reduz os efeitos adversos e também minimiza o número de dosificações necessárias por dia. A associação de duas classes de fármacos em um comprimido único, em dose-fixa, mostrou melhorar a adesão ao tratamento e aumentou o número de pacientes que alcançaram a pressão arterial desejada. DIURÉTICOS Diuréticos tiazídicos podem ser usados como tratamento farmacológico inicial contra a hipertensão, a menos que alguma razão obrigue a escolha de outro fármaco. O tratamento com doses baixas de diuréticos é seguro, barato e eficaz na prevenção de derrame, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Devem-se monitorar os eletrólitos séricos rotineiramente em todos os pacientes que recebem diuréticos. (MECANISMO DE AÇÃO) Independentemente da classe, o mecanismo de ação inicial dos diuréticos é baseado na redução do volume, o que leva à diminuição da pressão arterial. DIURÉTICOS TIAZÍDICOS Os diuréticos tiazídicos, como a hidroclorotiazida e a clortalidona, diminuem a pressão arterial inicialmente por aumentar a excreção de sódio e água. Isso causa uma redução do volume extracelular, resultando em diminuição do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo renal. Com o tratamento prolongado, o volume de plasma volta ao normal, mas persiste o efeito hipotensor relacionado com a diminuição da resistência periférica. Estes diuréticos têm como mecanismo de ação a inibição da reabsorção de sódio na porção inicial do túbulo contornado distal do rim, aumentando a sua excreção, assim como a excreção de cloretos e, em menor escala, de potássio e magnésio, que levam consequentemente à eliminação de água. (INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA) Os tiazídicos são úteis no tratamento combinado com uma variedade de outros anti-hipertensivos, incluindo β-bloqueadores, IECAs, BRAs e diuréticos poupadores de potássio. Com exceção da metolazona, os diuréticos tiazídicos não são eficazes em pacientes com função renal inadequada (velocidade de filtração glomerular estimada menor que 30 mL/min/m2). Nesses pacientes, podem ser necessários diuréticos de alça. Os diuréticos tiazídicos podem causar hipopotassemia, hiperuricemia e, em menor extensão, hiperglicemia em alguns pacientes. DIURÉTICOS DE ALÇA Os diuréticos de alça (furosemida, torsemida, bumetanida e ácido etacrínico) atuam rapidamente, bloqueando a reabsorção de sódio e cloreto nos rins, mesmo em pacientes com má função renal ou naqueles que não responderam ao diurético tiazídico. Os diuréticos de alça causam diminuição da resistência vascular renal e aumento do fluxo sanguíneo renal. Como os tiazídicos, eles podem causar hipopotassemia. Contudo, diferentemente dos tiazídicos, os diuréticos de alça aumentam o conteúdo de Ca2+ na urina, ao passo que os tiazídicos diminuem. Os diuréticos e alça raramente são usados isoladamente para tratar a hipertensão, mas são comumente usados para tratar sintomas de insuficiência cardíaca e edema. DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO Os diuréticos poupadores de potássio são usados algumas vezes associados aos diuréticos de alça e aos tiazídicos para reduzir a espoliação do potássio causada por esses diuréticos. Amilorida e triantereno (inibidores do transporte de sódio epitelial nos ductos distais e coletores), bem como espironolactona e eplerenona (antagonistas de receptor da aldosterona), reduzem a perda de potássio na urina. A aldosterona tem a vantagem adicional de diminuir a remodelação cardíaca que ocorre na insuficiência cardíaca. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO BB – β-BLOQUEADORES Os β-bloqueadores são opção de tratamento para pacientes hipertensos com doença ou insuficiência cardíaca concomitante. (USO TERAPÊUTICO) A vantagem terapêutica primária dos β-bloqueadores é observada em pacientes hipertensos com doença cardíaca concomitante, como taquiarritmia supraventricular (p. ex. fibrilação atrial), infarto do miocárdico prévio, angina pectoris e insuficiência cardíaca crônica. As condições que desaconselham o uso de β-bloqueadores incluem doença broncoespástica como asma, bloqueio cardíaco de segundo e terceiro graus e doença vascular periférica grave. AÇÕES Os β-bloqueadores reduzem a pressão arterial primariamente diminuindo o débito cardíaco. Eles também podem diminuir o efluxo simpático do sistema nervoso central (SNC) e inibir a liberação de renina dos rins, reduzindo, assim, a formação de angiotensina II e a secreção de aldosterona. Os β-bloqueadores devem ser usados com cautela no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca aguda ou doença vascular periférica. (BLOQUEADORES SELETIVOS) O protótipo dos β-bloqueadores é o propranolol, que atua em receptores β1 e β2. Bloqueadores seletivos de receptores β1, como metoprolol e atenolol, estão entre os β-bloqueadores mais comumente prescritos. O nebivolol é um bloqueador seletivo de receptores β1 que aumenta também a produção de óxido nítrico, levando à vasodilatação. Os β-bloqueadores seletivos devem ser administrados cautelosamente em pacientes hipertensos que também têm asma. (BLOQUEADORES NÃO-SELETIVOS) Os β-bloqueadores não seletivos, como propranolol e nadolol, são contraindicados devido ao bloqueio da broncodilatação mediada por β2. FARMACOCINÉTICA Os β-bloqueadores são ativos por via oral para o tratamento da hipertensão. O propranolol sofre biotransformação de primeira passagem extensa e altamente variável. Os β-bloqueadores podem demorar várias semanas até desenvolverem seu efeito pleno. Esmolol, metoprolol e propranolol estão disponíveis em formulação intravenosa (IV). IECA – INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA: PRIL Os IECAs bloqueiam a ECA, que é responsável por hidrolisara angiotensina I para formar a angiotensina II, que é um vasoconstritor e estimulador da liberação da aldosterona. Sendo assim, bloqueando a ECA, é inibida essa função vasoconstritora da angiotensina II e se reduz a secreção de aldosterona, diminuindo a retenção de sódio e água. Os IECAs, como enalapril e lisinopril, são recomendados como tratamento de primeira escolha contra hipertensão em pacientes com uma variedade de indicações, incluindo risco alto de doença coronária ou história de diabetes, AVE, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou doença renal crônica. (USO TERAPÊUTICO) Como os BRAs, os IECAs retardam a progressão da nefropatia diabética e diminuem a albuminúria. Por isso, são fortemente indicados para uso em pacientes com nefropatia diabética. Os efeitos benéficos na função renal podem resultar da diminuição da pressão intraglomerular devido à vasodilatação da arteríola eferente. Os IECAs são usados no cuidado de pacientes após infarto do miocárdio e são fármacos de primeira escolha no tratamento de pacientes com disfunções sistólicas. (TRATAMENTO) O tratamento crônico com IECAs obtém redução sustentada da pressão arterial, regressão da hipertrofia ventricular esquerda e prevenção do remodelamento ventricular, após infarto do miocárdio. Os IECAs são os fármacos de primeira escolha para tratar a insuficiência cardíaca, os pacientes hipertensos com doença renal crônica e os pacientes com risco elevado de doença arterial coronariana. Todos os IECAs são igualmente eficazes no tratamento da hipertensão, em doses equivalentes. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO AÇÕES Os IECAs diminuem a pressão arterial reduzindo a resistência vascular periférica sem aumentar reflexamente o débito, a frequência ou a contratilidade cardíaca. Esses fármacos bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina I para formar o potente vasoconstritor angiotensina II. (BRADICININA) A ECA também é responsável pela degradação da bradicinina, um peptídeo que aumenta a produção de óxido nítrico e prostaciclinas nos vasos sanguíneos. Ambos, óxido nítrico e prostaciclinas, são potentes vasodilatadores. Os IECAs diminuem os níveis de angiotensina II e aumentam os de bradicinina. Ocorre vasodilatação de arteríolas e veias como resultado da menor vasoconstrição causada pela redução dos níveis de angiotensina II e maior vasodilatação devido ao aumento da bradicinina. Reduzindo os níveis de angiotensina II circulante, os IECAs também diminuem a secreção de aldosterona, resultando em menor retenção de sódio e água. Os IECAs diminuem a pré-carga e a pós-carga cardíaca, reduzindo, assim, o trabalho cardíaco. FARMACOCINÉTICA Todos os IECAs são biodisponíveis por via oral como fármaco ou pró- -fármaco. Todos são convertidos no metabólito ativo no fígado, exceto captopril e lisinopril, de forma que estes dois podem ser preferidos para pacientes com grave insuficiência hepática. Fosinopril é o único IECA que não é eliminado primariamente pelos rins e não requer ajuste de dosagem em pacientes com insuficiência renal. Enalaprilato é o único fármaco desta classe disponível para uso IV. BRAs – BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA Os BRAs como losartana e irbesartana são alternativas aos IECAs. Esses fármacos bloqueiam os receptores AT1, diminuindo a sua ativação pela angiotensina II. Seus efeitos farmacológicos são similares aos dos IECAs por produzirem dilatação arteriolar e venosa e bloqueio da secreção de aldolterona, reduzindo, assim, a pressão arterial e diminuindo a retenção de sal e água. Os BRAs não aumentam os níveis de bradicinina. Eles podem ser usados como fármacos de primeira escolha para o tratamento da hipertensão, especialmente em pacientes com forte indicação de diabetes, insuficiência cardíaca ou doença renal crônica. INIBIDORES DA RENINA O inibidor seletivo da renina, alisquireno, está disponível para o tratamento da hipertensão. O alisquireno inibe diretamente a renina e, assim, atua mais precocemente no sistema renina-angiotensina-aldosterona do que os IECAs ou os BRAs. Ele reduz a pressão arterial com eficácia similar à dos BRAs, IECAs e tiazídicos. O alisquireno não deve ser usado rotineiramente associado com IECA ou BRA. O aliquireno é biotransformado pela CYP3A4 e é sujeito a interações de fármacos. BCC – BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO Os BCCs são uma opção de tratamento recomendado para hipertensos com diabetes ou angina. Doses elevadas de BCCs de curta duração devem ser evitadas devido ao maior risco de infarto do miocárdio por vasodilatação excessiva e acentuada estimulação cardíaca reflexa. (USO TERAPÊUTICO) No tratamento da hipertensão, os BCCs podem ser usados como tratamento inicial ou adicional. Eles são úteis no tratamento de pacientes hipertensos que também têm asma, diabetes e/ou doença vascular periférica porque, diferentemente dos β-bloqueadores, eles não têm potencial de afetar adversamente essas condições. Todos os BCCs são úteis no tratamento da angina. Além disso, diltiazem e verapamil são usados no tratamento da fibrilação atrial. AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO CLASSES DE BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO Os BCCs são divididos em três classes químicas, cada uma com propriedades farmacocinéticas e indicações clínicas diferentes. 1. Difenilalquilaminas: O verapamil é o único representante dessa classe disponível nos EUA. O verapamil é o menos seletivo dos BCCs e apresenta efeitos significativos nas células cardíacas e no músculo liso vascular. Ele é usado também no tratamento da angina e das taquiarritmias supraventriculares, bem como para prevenir a enxaqueca e a cefaleia em salvas. 2. Benzotiazepínico: O diltiazem é o único membro dessa classe que está aprovado nos EUA atualmente. Como o verapamil, o diltiazem afeta tanto as células cardíacas quanto as do músculo liso vascular, mas apresenta efeito inotrópico cardíaco negativo menos pronunciado comparado ao efeito do verapamil. O diltiazem apresenta um perfil de efeitos adversos favorável. 3. Di-hidropiridinas: Esta classe de BCCs inclui nifedipino (o protótipo), anlodipino, felodipino, isradipino, nicardipino e nisoldipino. Esses fármacos diferem na farmacocinética, nos usos aprovados e nas interações farmacológicas. Todas as di-hidropiridinas apresentam muito maior afinidade pelos canais de cálcio vasculares do que pelos canais de cálcio do coração. Elas são, por isso, particularmente benéficas no tratamento da hipertensão. As di-hidropiridinas têm a vantagem de interagir pouco com outros fármacos cardiovasculares, como a digoxina ou a varfarina, que são frequentemente usados em conjunto com BCCs. AÇÕES A concentração intracelular de cálcio tem um papel importante na manutenção do tônus da musculatura lisa e na contração do miocárdio. O cálcio entra nas células musculares através de canais de cálcio voltagem- -sensíveis. Isso dispara a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático e da mitocôndria, aumentando adicionalmente o nível de cálcio citosólico. Os antagonistas de canais de cálcio bloqueiam a entrada de cálcio por se ligarem aos canais de cálcio do tipo L no coração e nos músculos lisos dos vasos coronarianos e arteriolares periféricos. Isso causa o relaxamento do músculo liso vascular, dilatando principalmente as arteríolas. Os BCCs não dilatam veias. FARMACOCINÉTICA No tratamento da hipertensão, os BCCs podem ser usados como tratamento inicial ou adicional. Eles são úteis no tratamento de pacientes hipertensos que também têm asma, diabetes e/ou doença vascular periférica porque, diferentemente dos β-bloqueadores, eles não têm potencial de afetar adversamente essas condições. Todos os BCCs são úteis no tratamento da angina. Além disso, diltiazem e verapamilsão usados no tratamento da fibrilação atrial. VASODILATADORES Os relaxantes de músculos lisos de ação direta, como a hidralazina e o minoxidil, não são usados como fármacos primários no tratamento da hipertensão. Esses vasodilatadores produzem relaxamento do músculo liso vascular, primariamente em artérias e arteríolas. Isso resulta em diminuição da resistência periférica e, por isso, da pressão arterial. Esses fármacos produzem estimulação reflexa do coração, resultando em aumentos reflexos da contratilidade miocárdica, da frequência cardíaca e do consumo de oxigênio. Essas ações podem causar angina pectoris, infarto do miocárdio ou insuficiência cardíaca em indivíduos predispostos. Os vasodilatadores também aumentam a concentração plasmática de renina, causando retenção de sódio e água. Esses efeitos indesejados podem ser bloqueados pelo uso concomitante de um diurético e um β-bloqueador. Por exemplo, a hidralazina é administrada quase sempre em associação com um β-bloqueador, como propranolol, metoprolol ou atenolol (para compensar a taquicardia reflexa), e um diurético (para reduzir a retenção de sódio). Juntos, os três fármacos diminuem o débito cardíaco, o volume plasmático e a resistência vascular periférica. A hidralazina é uma medicação aceita no controle da hipertensão induzida pela gestação. Os efeitos adversos do tratamento com hidralazina incluem cefaleia, taquicardia, náusea, sudoração, arritmia e precipitação de angina. Uma síndrome semelhante ao lúpus pode ocorrer com doses elevadas, mas é reversível com a interrupção do uso do AMANDA FARIA 14/08/2021 – 4º PERÍODO fármaco. O tratamento com minoxidil causa hipertricose (crescimento dos pelos do corpo). Atualmente, esse fármaco é usado topicamente no tratamento da calvície masculina padrão. HEMERGÊNCIA HIPERTENSIVA A emergência hipertensiva é uma situação rara, mas ameaçadora à sobrevivência, caracterizada por acentuado aumento da pressão arterial (sistólica acima de 180 mmHg ou diastólica maior que 120 mmHg) com evidência de lesão instalada ou progressiva de órgão-alvo (p. ex., AVE e infarto do miocárdio). (Nota: uma elevação grave na pressão arterial sem evidência de lesão de órgão-alvo é considerada urgência hipertensiva.) A emergência hipertensiva requer imediata redução da pressão arterial com tratamento administrado por via IV para prevenir ou limitar a lesão orgânica. É usada uma variedade de fármacos, incluindo BCCs (nicardipina e clevidipina), vasodilatadores de óxido nítrico (nitroprussiato e nitroglicerina), antagonistas adrenérgicos (fentolamina, esmolol e labetalol), o vasodilatador hidralazina e o agonista da dopamina fenoldopam. O tratamento é direcionado pelo tipo de lesão do órgão-alvo e/ou pelas comorbidades presentes. Referência Bibliográfica: Livro Farmacologia Ilustrada Termo Desconhecido: Receita Azul – estudar os tipos de receita 6.1 Receita Simples – é utilizada para prescrição de medicamentos anódinos e de medicamento de tarja vermelha, com os dizeres venda sob prescrição médica, e segue as regras descritas na Lei 5.991/1973. 6.2 Receita de Controle Especial – é utilizada para a prescrição de medicamentos à base de substancias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial), “C2”(retinoicas para uso tópico) e “C5”(anabolizantes).O formulário é válido em todo o território nacional, devendo ser preenchido em 2(duas) vias. Terá validade de 30 (trinta) dias a partir da data de emissão. A prescrição poderá conter, em cada receita, três substancias da lista “C1” e de suas atualizações. A quantidade prescrita de cada substância da lista “C1”, “C5” e suas atualizações é de 5 (cinco) ampolas, e, para as outras formas farmacêuticas, a quantidade refere-se a 60 (sessenta) dias de tratamento Em caso de emergência, poderá ser aviada ou dispensada a receita de medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C” (outras sujeitas a controle especial) deste Regulamento e de suas atualizações, em papel não privativo do profissional ou da instituição, contendo obrigatoriamente o diagnóstico ou a CID, a justificativa do caráter emergencial do atendimento, data, inscrição no Conselho Regional e assinatura devidamente identificada. 6.3 Receita Azul ou Receita B – Notificação de Receita B é um impresso, padronizado, na cor azul, utilizado na prescrição de medicamentos que contenham substâncias psicotrópicas – listas B1 e B2 e suas atualizações constantes na Portaria 344/98. Terá validade por 30(trinta) dias, a partir de sua emissão, e com validade apenas na unidade federativa que concedeu a numeração. Poderá conter 5(cinco) ampolas. Para as demais formas farmacêuticas, o tratamento será correspondente a 60(sessenta) dias. 6.4 Receita Amarela ou Receita A – A Notificação de Receita A é um impresso, na cor amarela, para a prescrição dos medicamentos das listas A1 e A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrópicos). Poderá conter somente um produto farmacêutico. Será válida por 30 (trinta) dias, a contar da data de sua emissão, em todo o território nacional. As notificações de Receita “A”, quando para aquisição em outra unidade federativa, precisarão que sejam acompanhadas de receita médica com justificativa de uso. E as farmácias, por sua vez, ficarão obrigadas a apresenta-las, dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas, à Autoridade Sanitária local, para averiguação e visto. 6.5 Notificação de Receita Especial de Retinoides – lista C2 (Retinoides de uso sistêmicos), com validade por um período de 30 (trinta) dias e somente dentro da unidade federativa que concedeu a numeração. Poderá conter 05 (cinco) ampolas. Para as demais formas farmacêuticas, a quantidade para o tratamento corresponderá, no máximo, a 30 (trinta) dias, a partir da sua emissão.
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