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Descarga Papilar

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Descarga papilar 
 A descarga papilar é definida pela saída de secreção através da papila mamária, 
quando não associada a gravidez e à lactação (descarga papilar fisiológica). A descarga 
papilar por vários ductos, em ambas as mamas e que ocorre quando se realiza a 
expressão papilar é frequentemente encontrada em mulheres na maturidade. É importante 
avaliar o tempo da última lactação da paciente, pois é comum encontrar produção láctea 
persistente às vezes por mais de dois anos após a amamentação prolongada. 
 Ela se torna suspeita quando se caracteriza pela saída de secreção por ducto 
único, unilateral e de coloração sanguinolenta ou cristalina. Nessa situação a paciente 
deve ser prontamente investigada pelo mastologista, visto que o problema pode indicar a 
presença de Câncer de Mama, já que as secreções são o segundo sinal mais comum da 
doença, atrás somente da detecção de nódulo. Além disso, mulheres com descarga papilar 
em grande quantidade, a qual causa desconforto no dia-a-dia podem ser candidatas a 
cirurgia com o objetivo de ressecção dos ductos terminais. 
 
v ETIOLOGIA 
 
 Essa etiologia, mais comumente, é provocada pela dilatação de ductos por secreções 
produzidas pelas próprias mamas. Assim, ao serem comprimidos, os ductos dilatados 
eliminam um líquido pelo mamilo, normalmente bilateral e de coloração variada. Na grande 
maioria dos casos, ocorre devido a alterações benignas, mas o diagnóstico deve ser 
sempre de exclusão, ou seja, é necessário investigar todos os casos individualizados 
para ter certeza do diagnóstico de benignidade. Normalmente, a idade acima de 50 
anos está mais frequentemente associada ao Câncer de mama e abaixo de 40 anos 
relacionada à patologia benigna. 
 O Câncer (geralmente carcinoma intraductal ou carcinoma ductal invasivo) causa < 10% 
dos casos, o outros 90% restantes resultam de doenças ductais benignas (papiloma 
intraductal, ectasia do ducto mamário, alterações fibrocísticas), doenças endócrinas (tumor 
pituitário, hipotireoidismo), doenças hepáticas, abscessos ou infecções mamárias ou uso 
de certos fármacos. Entre essas causas, o papiloma intraductal é provavelmente a mais 
comum; ele também é a causa mais comum de secreção com sangue dos mamilos na 
ausência de tumoração mamária. 
 
 A secreção dos mamilos pode ser leite ou exsudato produzido por diversas condições. A 
produção de leite materno em mulheres não grávidas ou que não estejam amamentando 
(galactorreia) tipicamente envolve uma concentração elevada de prolactina, que estimula o 
tecido glandular da mama. Entretanto, apenas alguns pacientes com concentrações 
elevadas de prolactina desenvolvem galactorreia 
 
Galactorreia -> Ocasionada por fatores não mamários, em geral por alterações que 
causam aumento da produção do hormônio Prolactina (hiperprolactinemia). Além da 
amamentação, outras causas comuns de hiperprolactinemia são: a utilização de fármacos 
supressores da dopamina: hormônios (anticoncepcionais orais, hormônios tireoidianos); 
psicotrópicos (antidepressivos tricíclicos, opioides, inibidores das recaptação de 
serotonina, codeína, cocaína, heroína, sulpirida); antieméticos (metoclopramida); anti-
hipertensivos (verapamil, metildopa); bloqueadores de H2 (cimetidina); lesões no sistema 
nervoso central (encéfalo); doenças sistêmicas (insuficiência renal crônica, hipotireoidismo 
primário, diabetes mellitus, hepatopatias) e outras causas (anovulação, coito, estimulação 
mamária, DIU, pseudociese). 
 
v Classificação do fluxo papilar 
• Lateralidade: unilateral ou bilateral; 
• Número de orifícios: único ou múltiplos; 
• Aparecimento: espontâneo ou provocado à expressão; 
• Aspecto macroscópico (lácteo, purulento, multicolorido, viscoso, cristalino, seroso, 
hemorrágico). 
 
 
v AVALIAÇÃO DA PACIENTE 
 
A história da doença deve atual incluir: 
• Secreção é unilateral ou bilateral; 
• Coloração; 
• Duração; 
• Se é espontânea ou ocorre apenas com estimulação do mamilo; 
• Massa ou mastalgia associada. 
 
 Na anamnese é importante buscar informações sobre a história familiar, uso de terapia 
hormonal, manipulação excessiva da papila ou traumas, idade, outros sinais ou sintomas 
mamários e características da secreção. Além disso, é essencial questionar sobre 
fármacos que podem causar liberação de prolactina, como contraceptivos orais, fármacos 
anti-hipertensivos, antagonistas H2 , opióides e antagonistas D2 da dopamina. 
 
 Na história clínica avaliar insuficiência renal crônica, gestação, doenças hepáticas e 
doenças tireoidianas, assim como história de infertilidade, hipertensão, depressão, 
amamentação, padrão menstrual e câncer. 
 
 Na revisão dos sistemas deve buscar os sintomas que sugerem possíveis causas, 
como: 
• Febre: mastite ou abcesso mamário; 
• Intolerância ao frio, constipação ou ganho de peso frio: hipotireoidismo 
• Amenorreia, infertilidade, cefaleia ou distúrbios visuais: tumor da hipófise 
• Ascite ou icterícia: distúrbios hepáticos 
 
 
v EXAME FÍSICO 
 
 A secreção dos mamilos pode ser serosa (amarela), mucinosa (clara e aquosa), 
leitosa, sanguinolenta, purulenta multicolorida e viscosa ou serossanguinolenta 
(rosada). Pode ocorrer espontaneamente ou apenas em resposta à manipulação local. 
 
Inspeção da mama: Avaliar simetria, irregularidades da pele, eritema, edema, alterações 
de cor nos mamilos e na pele e crostas, ulcerações ou retração do mamilo. À inspeção 
procura-se confirmar os dados da anamnese quanto às características do fluxo papilar. É 
importante visualizar a secreção sobre uma gaze branca. 
 
Palpação: Procurar nódulos e evidências de linfadenopatia axilar ou na região 
supraclavicular. Deve ser orientada no sentido de promover a saída da secreção e 
estabelecer a localização ou segmento mamário que está dando origem ao fluxo (“ponto de 
gatilho”). 
 
Expressão papilar: Palpar a área ao redor dos mamilos para estimular a secreção e para 
identificar quaisquer locais específicos associados à secreção. Observar se a expressão é 
espontânea. 
 
Sinais de alerta 
• Secreção espontânea 
• Idade ≥ 40 anos 
• Secreção unilateral 
• Secreção com sangue ou guaiaco-positiva 
• Nódulo palpável 
 
Interpretação dos achados 
• Presença de nódulos e se a secreção for sanguinolenta: considerar a possibilidade 
de câncer. 
• Secreção bilateral não for sanguinolenta: sugere causa endócrina. 
• Presença de massa mamária, secreção com sangue, secreção unilateral 
espontânea, história de anormalidade na mamografia ou ultrassom: requer 
acompanhamento por um cirurgião experiente em doenças mamárias. 
 
v EXAMES COMPLEMENTARES 
 
• Na suspeita de causas endócrinas, os seguintes são medidos: Concentração de 
prolactina e concentração de TSH 
• Se a secreção for com presença de sangue, efetua-se a Citologia 
• Na presença de massa palpável: Ultrassonografia 
• Lesões com aspecto cístico, em geral, são aspiradas e as massas sólidas que 
persistem após aspiração são avaliadas com mamografia seguida de biópsia guiada 
por exame de imagem. 
• Se não houver massa, porém suspeita de câncer ou se os outros exames forem 
indeterminados, os seguintes são realizados: Mamografia. Os resultados anormais 
são avaliados por biópsia orientada por exames de imagem. 
 
v DIAGNÓSTICO 
 
 O diagnóstico é feito através da anamnese e exame físico, além de exames 
complementares como mamografia, ultrassonografia, ressonância magnética, citologia, 
além da ductografia e ductoscopia, estes últimos pouco utilizados nos dias atuais. 
 
v TRATAMENTO 
 
 O tratamento depende das características e causas do fluxo papilar, sendo que a maioria 
necessita somente orientação e suporte ao paciente. A avaliação consiste em excluir a 
causa neoplásica e orientar a paciente sobre os possíveis fatores causais. 
 
No caso de desconforto pelo derrame contínuo, a cirurgia pode ser a conduta definitiva. 
Na paciente que deseja ainda amamentar -> ressecção seletiva do ducto acometido. 
Em pacientes sem desejode amamentação ou pós-menopáusicas -> ressecção dos 
ductos principais. 
	
	
v REFERÊNCIAS 
 
NORONHA,L. DOENÇAS DA MAMA. Descarga Papilar. Disponível em< 
http://www.drleonidas.com.br/home/doencas-da-mama/descarga-papilar/> Acesso em 31 
de maio 2021. 
MASTOCLÍNICA. Fluxo Papilar. Disponível em <https://mastoclinica.com.br/fluxo-papilar/> 
Acesso em 31 de maio 2021. 
HOSPITAL SÍRIO LIBANES. Alterações Benignas da Mama. Disponível em < 
https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/especialidades/nucleo-
mastologia/Paginas/alteracoes-benignas.aspx> Acesso em 31 de maio 2021. 
MDS MANUAL VERSAO PARA PROFISSIONAIS. Secreção Mamilar. Disponível em 
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-
obstetr%C3%ADcia/doen%C3%A7as-mam%C3%A1rias/secre%C3%A7%C3%A3o-
mamilar#v1065506_pt> Acesso em 31 de maio 2021.

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